Ágata
— Você não sabe o que está falando — Beto fala indo em direção de Ditinho, que acaba de se levantar e dá um soco nele, mas desta vez, Ditinho está preparado e revida dando um soco em Beto.
Pessoas começam a fazer tumulto, e o segurança da faculdade é chamado e isso pode ser problema para Beto, que está batendo em um aluno dentro da faculdade.
— Chega! — grito fazendo com que os dois se virem para mim. — Vamos embora agora, Beto! Com você, eu me acerto depois — falo olhando para Ditinho, vejo que os seguranças estão próximos, seguro no braço de Beto e vou puxando-o para fora da faculdade, ele está com um pequeno corte no supercílio.
Vamos para o seu carro em silêncio, mas sinto que ele está bufando de raiva, então, o melhor que
Beto— Tita, cuida dele... Vou conversar com Ágata — meu pai fala, sei o tipo de conversa que ele quer ter com ela, mas não vou permitir.— NÃO! — grito pela primeira vez na vida com meu pai. — Não quero que vá falar com ela, se quer ficar sozinha... que fique. — Um nó se forma em minha garganta, fazendo-a queimar, tento reprimir as lágrimas que insistem em cair.— Filho, vai tomar um banho. Precisamos cuidar desse seu ferimento. — Dona Márcia se aproxima passando as mãos em meus cabelos e, pela primeira vez, há muito tempo, sinto um carinho materno, esse seu simples ato faz com que eu desabe em seus braços, ela simplesmente me abraça deixando com que eu desabafe tudo o que estou sentindo no momento.— Você... me... chamou... de filho... — falo entre lágrimas.— Sim, sou sua boadrasta — diz sorrindo, fazendo com que eu a acompanhe. — Não sei quando você teve um abraço materno, mas quero que saiba que sempre que precisar estarei aqui para você. — Ainda estamos abraçados e um sentimento
ÁgataAcabo de pousar no aeroporto de Confins em Belo Horizonte, sabia que aqui era quente, mas juro para vocês que não imaginava entrar no meio de um vulcão em erupção, essa é a única coisa que me passa pela cabeça para descrever o calor que estou sentindo.O voo foi tranquilo e estava vazio, não achei necessidade de despachar minha bagagem, já que estava apenas com uma pequena mala.Assim que entro na área de desembarque, vejo um cara alto segurando uma plaquinha com o meu nome, ele está usando óculos de sol. Quem usa óculos de sol em um ambiente fechado? — pergunto em pensamento.— Boa tarde. Sou Ágata. — falo assim que me aproximo dele e... UAU... ele é lindo! Está num terno impecável, cabelos sem um fio fora do lugar, parece aqueles guarda costas de filmes americanos, estou me sentindo uma celebridade agora e com pena dele, que deve estar derretendo com essa roupa.— Boa tarde, senhorita — ele fala, sério. Essa mulher deve ser muito importante mesmo, quem mais poderia ter um moto
Ágata— Esse é o nome do dono das mãos em seu facebook? — Ela me olha espantada. — Me desculpe se fui invasiva, minha funcionária é apaixonada por você e segue todos seus passos, ela quase teve uma síncope quando abriu seu e-mail — falo rindo, lembrando-me de Paty, o clima entre nós está bem mais informal.— Ah, fico muito lisonjeada de ter uma fã tão perto. Pode ter passado quase seis anos, mas ainda é surreal a maneira como algumas pessoas, que nem me conhecem, gostam de mim. Enfim, a mão, sim é de Edu. Eu o conheci quando mudamos para Belo Horizonte, minha melhor amiga e eu. Nosso relacionamento teve uma espécie de pausa durante esse tempo em que eu estive fora, e agora estamos nos ajeitando. Mas não queremos nada muito público. Decidimos esperar um pouco — ela se abre de uma mane
ÁgataHoje o dia foi muito corrido, trabalho para apresentar na faculdade, compras do Buffet para fazer e ainda preciso arrumar minha mala, vou a Belo Horizonte amanhã finalizar os arranjos para a inauguração do SPA da Melissa, mas me sinto renovada, passar uns dias com meu pai foi maravilhoso.O que mais está me deixando ansiosa não é a viagem e muito menos o coquetel do SPA e, sim, a volta de Beto para Alcântara... Decidi que vou conversar com ele, minha tia e seu pai foram juntos com Olívia buscá-lo no aeroporto e acabaram passando à tarde toda no shopping, pelo que minha tia falou, eles acabaram de deixá-lo no apartamento.Chego em casa com um sentimento estranho, algo que não consigo decifrar... Tento esquecer isso e vou me arrumar, tomo um banho demorado, hidrato meu corpo com óleo corporal e coloco a roupa que Beto mais gosta, um vest
BetoJá liguei para ela centena de vezes e não me atende, depois que meu pai conversou comigo e me mostrou a reportagem no jornal, fiquei sem saber como agir e nem consigo imaginar como ela ficou quando leu.Tento manter minha cabeça fria.Deus!!! Será que não é para gente se acertar? — Cada vez que tentamos uma bomba cai em nossa vida.Amanhã mesmo vou procurar Alice, quero que esse tal paparazzi seja processado! Saio do apartamento do meu pai, querendo ir até ela, mas resolvo seguir o conselho do meu velho e esperar até amanhã.Não quero ir para casa, dirijo durante algum tempo e acabo parando no apartamento de Rodrigo, que tinha acabado de voltar de viagem.Conversamos durante boas horas e nem vimos a hora passar, como era madrugada e eu tinha bebidos um pouco, Luana não me deixou ir embora, acabei dormindo por lá.
ÁgataFico remoendo a conversa que tive com o senhor Júlio, e agora entendo o quão difícil é para Beto demonstrar seus sentimentos.Saio do meu devaneio quando o comandante avisa que estamos nos preparando para pousar.Meu dia com Melissa será cheio, vamos visitar alguns fornecedores e depois vamos almoçar juntas, ela me disse que hoje à noite vai me levar num lugar muito legal e vamos cantar, quando ela me disse isso, me lembrei de uma mensagem que o Beto me mandou uma vez dizendo ser nossa música.Não posso me esquecer de acertar com ela a vinda de Paty no dia, pois estarei muito ocupada com o coquetel de inauguração do hospital e não posso deixar minha sócia na mão, afinal, ela é também a diretora do hospital e não terá tempo de ficar supervisionando o serviço.Hoje não está tão quente em Belo Horizonte, e fico feliz por isso, já que passaremos parte da tarde na rua, apesar de que, seria interessante se conseguíssemos f
ÁgataDepois que ela, contra minha vontade, acerta nossa conta, saímos em direção ao seu motorista, que nos espera encostado ao carro, ela passa a folha com minhas anotações para ele, que está atento as suas indicações.Vamos conversando durante todo o trajeto, ela me conta um pouco sobre sua ida para Nova York, e que nunca teve pretensão de seguir a carreira de modelo, cada minuto que passo ao seu lado, me encanto mais com sua simplicidade e humildade.Começo a divagar, lembrando a minha história com Beto, minha viagem sem, ao menos, ter trocado nem que fosse uma palavra, faz com que meu coração se aperte um pouco, volto à realidade quando ela me chama.— Ei, que carinha é essa? — diz chamando minha atenção. — É coração, né? Eu sei como isso pode machuca
BetoNervoso.Preocupado.Angustiado.Esses podem ser alguns adjetivos que posso usar para me definir assim que o avião pousa no aeroporto de Confins, não vejo a hora de verificar qual o problema na obra e resolvê-lo o mais rápido possível. Só de imaginar que algo possa ter passado despercebido por mim, podendo colocar não somente o meu nome, mas também o de Edu em jogo, não me deixa numa situação muito confortável.Assim que chego ao salão de desembarque, vejo que tem um rapaz com uniforme de uma locadora de automóveis parado próximo à porta, com uma plaquinha com meu nome.— Boa tarde — digo estendendo a mão para ele, que pega prontamente. Gosto muito da hospitalidade mineira.— O carro, como o senhor pediu, está no estacionamento, pode me acompanhar, por favor. &mda