Posso dizer que foi uma noite interessante e afirmo que essa brincadeira não deu muito certo, pois meus amigos se fuzilaram um bom tempo, e antes que isso acabe pior do que já estava, resolvo pôr um fim nessa brincadeira.
— Que tal aproveitarmos que estamos num karaokê, e soltar a nossa voz?
— Quem começa? — um deles pergunta e todos ficam olhando para mim, Mel se vira em minha direção, e quase consigo ler seu pensamento, mas aí que você se engana, minha amiga!
— Bem... já vi algumas apresentações hoje e uma... — falo olhando dentro dos olhos da Mel e vejo seu sorriso morrendo lentamente — me chamou muita atenção hoje. — Olho para Edu, que não consegue disfarçar e está olhando para Mel. — Então, quero ter o privilégio de ouvir a Mel cantando novamente. — Edu me olha espantado, pois
Depois de muitas rodadas de músicas e tequilas, o clima entre Eduardo e Melissa não é dos melhores. Quando ele termina de cantar mais uma música, em que a letra é uma indireta para ela, ele vem em minha direção, mas agora perdeu totalmente a noção, só faltou chamá-la de vadia durante a música.— Parabéns, Eduardo! Você cumpriu sua missão com sucesso! — falo esperando o primeiro soco.— Achei que fosse meu amigo, Beto! — ele fala ressentido.— E sou. No dia que conheci a Mel, soube o quanto ela é especial e vou te contar uma coisa, que nunca contei a ninguém, naquele dia eu queria muito ficar com ela e sabe o que ela me disse? Que eu era um cara especial e ela tinha certeza que seríamos muito amigos e se ela saísse comigo tinha certeza que isso estragaria tudo... por isso, te falo... ela não merec
BetoAcordo assustado e já passa das dez da manhã, marquei com Edu às onze horas, me levanto, tomo uma ducha rápida e aproveito para deixar minha mala pronta, espero que o dia passe bem rápido, não vejo a hora de encontrar com Ág novamente.Chego ao restaurante e Edu já me aguarda e, pela sua cara, seu final de noite não deve ter sido o dos melhores, e espero sair daqui ainda possuindo sua amizade.— Bom dia — o cumprimento por educação e não mais com toda aquela empolgação que nos cumprimentamos ontem.— Bom dia — ele responde seco.— Bem, vou direto ao assunto, temos muito que conversar e teremos essa conversa como amigos que somos, primeiramente, depois trataremos dos nossos assuntos profissionais — digo sem dar oportunidade a ele de questionar que trataremos apenas de assuntos profission
BetoComo já imaginava, tudo saiu como havia planejado, Edu ficou muito animado com a obra, mas também, quem não ficaria, é um grande projeto que com certeza trará muitos clientes, tanto para a construtora como para Eduardo.Depois disso, ele me levou até o hotel, e combinamos de nos encontrar novamente e ele me intimou, claro, a trazer Ágata.Subo para o meu quarto e vejo que já está na hora de ir para o aeroporto, fecho minha conta e peço um táxi, o tempo está fechando cada vez mais, e espero que essa chuva não atrapalhe minha decolagem.***Chego ao aeroporto de Confins debaixo de uma chuva torrencial, e logo sou avisado que todos os voos estão temporariamente cancelados, essa notícia me deixa com um péssimo humor. Pego o celular para avisar minha loirinha, antes que fiquemos sem sinal de celular.Quando estou c
BetoAssim que chego ao salão, percebo um pequeno movimento e tenho certeza ela deve estar no escritório. Entro na recepção e respiro fundo, devo estar virando um maricas, foram apenas dois dias longe dela que, para mim, representou uma eternidade, bato duas vezes na porta e não tenho resposta, forço a mão na maçaneta e a porta se abre.Ágata está de cabeça baixa, Paty está ao seu lado passando a mão em seus cabelos, fico estático na porta.— Loirinha... — Minha voz sai baixa. Paty levanta rapidamente e Ág olha em minha direção e, ao invés de amor e saudade, vejo ódio e fúria em seus olhos.— Vou deixar vocês à vontade, se precisar de alguma coisa, estarei na recepção — Paty fala e se retira, nos deixando sozinhos.Pela primei
BetoDepois de um banho gelado, nem me dou ao trabalho de colocar roupa, visto somente minha boxer e caio na cama, as palavras de Ág me vêm à cabeça.— Por quê? Por que alguém iria fazer mal a nós... — Meus olhos são tomados pelas lágrimas, que nas últimas horas, se tornam inseparáveis, abraço o travesseiro que ela usou e seu perfume ainda está impregnado nele e choro como nunca chorei por ninguém em minha vida.Não sei se estou sonhando ou ela realmente está aqui comigo, ela está sorrindo para mim, mas de repente tudo fica negro e não consigo vê-la, fico desesperado chamando por ela e quando começa a clarear, ela está aos beijos com Ditinho. Assim que ela me vê, manda um beijo no ar e volta a beijá-lo com amor e paixão, tento alcançá-la, mas é
BetoDepois de tomar um banho demorado, coloco uma calça de moletom e assim que abro a porta do quarto percebo o quanto estava faminto, o cheiro de molho de tomate faz com que meu estômago faça barulho.— Senta para comer — ele fala assim que percebe minha presença, a mesa está arrumada para duas pessoas e no centro há uma travessa com macarronada.Sento e ficamos durante algum tempo em silêncio, o único barulho ouvido é dos talheres.— Sua irmã ligou — meu pai diz quebrando o silêncio. — Ela quer saber se podem almoçar juntos amanhã, ela estranhou seu celular estar somente na caixa postal e ligou no escritório, estava saindo quando ouvi sua secretária dizendo que não estava e parei para atender.— Amanhã cedo ligo para ela do escritório. Pai, obrigado por vir me ajudar a clarear as ideias, mas não quero arrumar confusão para você, se quiser pode ir que vou ficar bem, vou respeitar esse tempo dela, mas não vou desistir. Vo
Beto— Vim trazer o celular que você esqueceu comigo em Belo Horizonte — diz me entregando o celular com charme, querendo manter uma intimidade que não existe.— Não vai me apresentar sua... namorada, meu filho? Não foi essa a educação que eu te dei. — Era só o que me faltava agora...— Que prazer conhecer a senhora! Meu nome é Janaína e não somos namorados, somos apenas amigos coloridos, sei que a senhora me entende. — Realmente Janaína e minha mãe se merecem, mal se conheceram e já estão trocando figurinhas, Olívia está sem graça e com mil pontos de interrogação na cabeça.— Sim, já tive muitos amigos assim, sente-se e almoce com a gente, nosso prato acabou de chegar, não posso ficar muito tempo porque tenho que levar minha querida filha para a natação, mas tenho certeza de que meu filho pode te fazer companhia.— Não. Não posso fazer companhia para ninguém, se não quer que ela fique sozinha, fique à senhora com ela, par
BetoNo horário marcado chego ao Boêmia, assim que entro vejo, Alice encostada no balcão, conversando com Léo, ela acena assim que me vê.— Oi, como você está? — Alice me abraça, apesar de muita gente acreditar que nós iríamos crescer e nos casar, como ela vivia falando. Sempre a considerei como minha irmã, aquela que Rodrigo e eu defendíamos na escola e afastava os gaviões.— Sobrevivendo — falo saindo do seu abraço, estendendo a mão para o Léo, que está sério, me encarando, com certeza ele deve saber o que aconteceu.— Ana? — pergunto para ele.— Para sua sorte, dei folga para ela, hoje é aniversário do Davi, e ela queria jantar com ele, a festa será no final de semana no salão. — Sinto uma dor no peito, pois gosto muito do Davi, mas não sei se serei bem-vindo a sua festa.— Agora, abre o bico, e me conta tudo o que aconteceu — ela fala assim que sentamos.— Sempre direta — falo chamando a garçonete. — Dois