Ágata
Acordo novamente com meu celular tocando, olho o visor e vejo o sorriso que tanto amo, desde o dia que nos acertamos, Beto tem ligado todos os dias para me dar bom dia.
— Bom dia, meu amor! — falo assim que atendo ao telefone.
— Bom dia, loirinha! Dormiu bem?
— Sim, sempre durmo melhor depois do seu boa noite.
— Então, quando dormir em meus braços, será maravilhoso.
— Tenho certeza que será, agora vou tomar meu banho para ir à faculdade.
— Vou te buscar hoje, para irmos pegar o seu pai. — Desde que ficamos sabendo o horário que meu pai chegará, ele insiste em me fazer companhia. A semana passou tão rápido que não acredito que já chegou o dia do meu pai me visitar e também o dia do tão esperado jantar em família.
— Tudo bem, então, te
ÁgataA faculdade fica a alguns minutos da rodoviária intermunicipal, estacionamos e seguimos de mãos dadas para o local de desembargue, não demora muito e um ônibus encosta, ele está no horário certinho.Vejo meu velho descendo e, logo atrás, dona Francisca, solto da mão do Beto e corro na direção deles, que estão esperando suas malas.— Que saudade, pai! — digo dando um abraço apertado nele.— Também estava com saudade, minha filha, como você está linda!— O senhor está lindão também, dona Francisca está cuidando muito bem do senhor! — falo e ela fica vermelha ao meu lado. — Saudade da senhora também — falo dando um abraço nela.O rapaz entrega as malas deles e percebo que meu pai está olhando para trá
Beto— Fiquem à vontade! — falo assim que entramos em meu apartamento. — Meu pai irá se atrasar um pouco, teve alguns problemas no escritório, e minha irmã deve chegar a qualquer momento. — Estou apreensivo, sentamos todos na sala e, por alguns instantes, o silêncio reina. — Vocês querem beber alguma coisa? Um suco, água, vinho...— Aceito um suco — meu sogro fala e é acompanhado por todos.Dona Márcia se oferece para ir até a cozinha para me ajudar e quando estou arrumando os copos na bandeja, ouço a voz do meu pai, se apresentando para o pai da loirinha.— Vai ver seu pai, antes que o Paulo comece o interrogatório — ela diz rindo. — Deixa que eu termino de arrumar e levo para sala.— Você é o máximo, tia! — falo dando um beijo em seu rosto fazendo-a so
ÁgataEstamos caminhando para o final do primeiro semestre na faculdade, nem acredito que este dia tão esperado está chegando, estou precisando de uns dias de folga, sabia que estudar e trabalhar não seria fácil, mas não imaginava que seria tão cansativo, agora, você acrescenta um namorado possessivo, que não aceita a palavra não como resposta. Não pense que estou reclamando, estou amando cada vez mais as mudanças que estão acontecendo em minha vida.— Se ficar pensando na vida mais um pouco, vai perder a hora da faculdade, Ág — tia Márcia fala abrindo a porta do meu quarto. — E não se esqueça de que vamos à tarde ver aqueles dois apartamentos que o corretor nos ofereceu.— Estou animada, tenho certeza que hoje vamos encontrar algo de acordo com o que queremos e, o mais importante, dentro d
Ágata— Ah! Quer dizer que fui trouxa todo esse tempo? Você foi atrás dela depois que nos beijamos na varanda da minha casa — falo com a voz trêmula, mas não vou dar esse gostinho de chorar na frente dele.Algumas pessoas começam a parar em nossa volta, prestando atenção no barraco que está a se formando.— NÃO! Não foi isso que aconteceu... — Beto está desesperado e Vanessa morta de vergonha, ela parecia ser muito legal, até me simpatizava um pouco com ela.— Chega! Não quero ouvir mais nada. — Olho para o lado e Ditinho está saindo da faculdade com sua moto, ele para assim que me vê e, sem pensar duas vezes, saio do meio da roda, que está cada vez maior. Acho que todos os cursos terminaram as provas no mesmo momento, pois o movimento na saída da faculdade aumentou muito.<
ÁgataEnfim, chego ao bar improvisado e me sento pedindo algo para beber, não conheço muito bebidas, mas aceito de bom grado a que ele me oferece.— Tô gostando de ver! — Ditinho senta ao meu lado. — Você estava linda na pista, mas agora, parece meio triste!— Impressão sua — Desconverso, mas na verdade estou morrendo de saudades do meu namorado, não me arrependo de tê-lo deixado sozinho, até porque, com a cabeça cheia não conseguimos conversar, e agora, pensando em tudo o que já vivemos e o que a Ana me falou mais cedo, sei que preciso dar a ele a oportunidade para se explicar, nem que seja para dar um basta depois.Faço sinal, pedindo outra bebida, e o rapaz prontamente me atende. Não sei quanto tempo fico conversando e bebendo com Ditinho. Lembramos de nossa infância, rimos do beijo lambid
BetoDemoro a encontrar um local para estacionar, chegando lá não estava pronto para ver a cena em minha frente. Ágata estava quase nua, dançando em cima da mesa, olho para os lados à procura de Ana, mas o local está tão cheio que, para me aproximar de onde minha loirinha está, só empurrando.Vejo vermelho quando ela vira de costas dançando sensualmente e vejo duas mãos masculinas acariciando sua perna e logo em seguida dando um tapa em sua bunda.— Caralho! — xingo, mas devido ao som alto, é a mesma coisa que nada, ela faz uma abertura com as pernas e um cara começa a beijar toda a extensão de sua bota. — Chega! — Saio do lugar onde, indo direto para o cara que estava se aproveitando da minha garota, puxo seu ombro para trás e dou um murro certeiro em seu nariz, ele está bêbado e n&atild
ÁgataAcordo com sinos badalando em minha cabeça. Jesus, o que eu bebi ontem? Ao me espreguiçar, então, percebo uma mão em minha barriga, me segurando possessivamente me impedindo de me mover.Estremeço.O que eu fiz?Tento em vão me lembrar o que aconteceu na noite passada, a última lembrança que tenho é de estar conversando com... Não... Não pode ser!Ditinho! Não posso ter transado com ele!Era para ser com Beto e não com ele, sinto meu corpo estremecer novamente, estou com medo de abrir os olhos e dar de cara com a besteira que fiz depois de uma noite de bebedeira, Beto nunca vai me perdoar por isso, uma bola se forma em minha garganta e começo a chorar.Choro por não ter conversado com Beto...Choro por não me lembrar da minha primeira vez...Chor
BetoAssim que entramos na sala, vejo que ela olha para todos os lados, talvez tentando reconhecer o local onde estamos.— Esse apartamento é novo — digo antes de ela perguntar. — Comprei há algum tempo e iria trazer você aqui hoje. — Ela olha com atenção tudo ao seu redor. — Não dá para continuar no apartamento do meu pai, ainda mais agora, quero que você me ajude a decorá-lo, quero um ambiente íntimo e com a nossa cara, não vou contratar nenhum profissional para realizá-lo. Mas antes de qualquer coisa, precisamos conversar.Deixo a bandeja na cozinha e volto para a sala, percebo que ela está no mesmo lugar que a deixei, segurando as mãos, apertando-as, sinal de que está nervosa. Faço sinal para que se sente no sofá, pego um banquinho e coloco em sua frente, me sentando em seguida.&m