Ágata
Enfim, chego ao bar improvisado e me sento pedindo algo para beber, não conheço muito bebidas, mas aceito de bom grado a que ele me oferece.
— Tô gostando de ver! — Ditinho senta ao meu lado. — Você estava linda na pista, mas agora, parece meio triste!
— Impressão sua — Desconverso, mas na verdade estou morrendo de saudades do meu namorado, não me arrependo de tê-lo deixado sozinho, até porque, com a cabeça cheia não conseguimos conversar, e agora, pensando em tudo o que já vivemos e o que a Ana me falou mais cedo, sei que preciso dar a ele a oportunidade para se explicar, nem que seja para dar um basta depois.
Faço sinal, pedindo outra bebida, e o rapaz prontamente me atende. Não sei quanto tempo fico conversando e bebendo com Ditinho. Lembramos de nossa infância, rimos do beijo lambid
BetoDemoro a encontrar um local para estacionar, chegando lá não estava pronto para ver a cena em minha frente. Ágata estava quase nua, dançando em cima da mesa, olho para os lados à procura de Ana, mas o local está tão cheio que, para me aproximar de onde minha loirinha está, só empurrando.Vejo vermelho quando ela vira de costas dançando sensualmente e vejo duas mãos masculinas acariciando sua perna e logo em seguida dando um tapa em sua bunda.— Caralho! — xingo, mas devido ao som alto, é a mesma coisa que nada, ela faz uma abertura com as pernas e um cara começa a beijar toda a extensão de sua bota. — Chega! — Saio do lugar onde, indo direto para o cara que estava se aproveitando da minha garota, puxo seu ombro para trás e dou um murro certeiro em seu nariz, ele está bêbado e n&atild
ÁgataAcordo com sinos badalando em minha cabeça. Jesus, o que eu bebi ontem? Ao me espreguiçar, então, percebo uma mão em minha barriga, me segurando possessivamente me impedindo de me mover.Estremeço.O que eu fiz?Tento em vão me lembrar o que aconteceu na noite passada, a última lembrança que tenho é de estar conversando com... Não... Não pode ser!Ditinho! Não posso ter transado com ele!Era para ser com Beto e não com ele, sinto meu corpo estremecer novamente, estou com medo de abrir os olhos e dar de cara com a besteira que fiz depois de uma noite de bebedeira, Beto nunca vai me perdoar por isso, uma bola se forma em minha garganta e começo a chorar.Choro por não ter conversado com Beto...Choro por não me lembrar da minha primeira vez...Chor
BetoAssim que entramos na sala, vejo que ela olha para todos os lados, talvez tentando reconhecer o local onde estamos.— Esse apartamento é novo — digo antes de ela perguntar. — Comprei há algum tempo e iria trazer você aqui hoje. — Ela olha com atenção tudo ao seu redor. — Não dá para continuar no apartamento do meu pai, ainda mais agora, quero que você me ajude a decorá-lo, quero um ambiente íntimo e com a nossa cara, não vou contratar nenhum profissional para realizá-lo. Mas antes de qualquer coisa, precisamos conversar.Deixo a bandeja na cozinha e volto para a sala, percebo que ela está no mesmo lugar que a deixei, segurando as mãos, apertando-as, sinal de que está nervosa. Faço sinal para que se sente no sofá, pego um banquinho e coloco em sua frente, me sentando em seguida.&m
Beto— Desculpe-me, não imaginei que uma festa me traria tanto problema — fala com as mãos em minha cintura, lembro-me do que aconteceu com Luana na época da faculdade e fico tenso só de pensar que alguém poderia ter feito algo parecido com minha loirinha. Viro-me ficando de frente para ela, e só agora percebo que ela está com os olhos vermelhos.— Loirinha, você disse que bebeu cerca de dois ou três copos?— Acho que sim, não me lembro muito bem.— Quem te serviu as bebidas? Será que foi o mesmo cara que eu quebrei o nariz?— O Ditinho?— Se era ele que estava se aproveitando de você, deve ser o próprio.— Não, ele estava ao meu lado quando outro cara estava servindo as bebidas.— Você sabe o que aconteceu com a Luana na época da faculdade?
BetoNão demora muito e somos chamados para voltar ao consultório do André, que nos aguarda com a porta aberta. Dou uma leve batidinha na porta entrando em seguida e a fechando atrás de mim.— O laboratório acabou de entregar seu exame, Ágata, deixei para abri-lo na presença de vocês e espero, de coração, que esteja tudo certo — diz abrindo o envelope, Ágata aperta minha mão, ela está nervosa.André fica alguns minutos olhando para o exame, seu semblante não transmite nenhuma emoção. Não sei como os médicos conseguem não expressar nada quando precisam dar alguma notícia aos pacientes.— Bem, Ágata, pelo que podemos ver em seus exames há uma pequena concentração de zaleplon, que é um tipo de sonífero...— M
Beto— O Barcelos é um grande amigo e hoje estava meio indisposto, como sou uma alma muito caridosa, me ofereci para vistoriar o apartamento e já posso falar que sua equipe é muito talentosa, está tudo perfeito — fala se aproximando e me oferece uma taça, pego a taça e sigo para sala, onde a deposito na mesa de jantar sem ao menos tocá-la.— Bem, pelo que posso ver, você já conheceu o apartamento, então, se está tudo aprovado, posso ir, já que tenho outro cliente para visitar.— Não tão rápido, baby, acho que o quarto precisa de alguns ajustes e acredito que o Barcelos não ficará feliz se eu falar que a decoração não está tão bonita como ele espera. Acho que esqueci de mencionar que ele sempre me ouve. — Dá um gole em seu vinho depositando s
ÁgataTomo um banho gostoso, e vou para a cama, só em pensar no que acontecerá amanhã me dá um frio na barriga e com a imaginação a mil, começo a adormecer.Não sei quanto tempo dormi, mas acordo com meu celular tocando sem parar.— Droga! Quem será que está me ligando a essa hora! — Tateio a mesa de cabeceira à procura do celular. — Alô... — falo, sem ao menos ver quem está ligando.— Até que enfim, Ágata! — A voz de Ana, me faz despertar na hora.— O que aconteceu, Ana? É o Davi? — pergunto, me sentando na cama.— Não, é o seu namorado!— Namorado? — pergunto sem entender o que ela quer dizer com isso.— Isso mesmo, seu namorado. Não sei o que aconteceu entre você e o Beto, mas ele est&a
Ágata— Beto. Beto. Acorda, grandão — Tento acordá-lo assim que estaciono no prédio, fico feliz porque a vaga dele é próxima do elevador, pois não aguentaria ter que carregá-lo por todo estacionamento.Ele balbucia algo que não consigo entender e abre os olhos, me lembro que ali perto tem uma torneira, busco algo que possa pegar um pouco de água, acho dentro do carro uma garrafinha vazia, ele vai me matar por molhar o estofado do carro, mas nem ligo. Tenho que arrumar algum jeito de acordá-lo e assim faço.— Hãm — ele fala se assustando depois que jogo um pouco de água em seu rosto.— Desce, vamos subir para o quarto. — Abre um sorriso malicioso.— Hummm... quarto...— Nem vem, hoje quem não quer sou eu. Anda logo, estou perdendo a paciência