Ágata
— Não, de uma forma ou outra, eles vão se conhecer no jantar, pensei em apenas que eles, sei lá... Pudessem se dar bem — fala com um sorriso fofo. — Sua tia não tem namorado, ou tem?
— Que eu saiba não, para falar a verdade, nunca vi minha tia com homem algum, nem o ex-noivo dela eu cheguei a conhecer. Mas, você mesmo me disse que seu pai não é do tipo que assume relacionamentos, e eu não quero ver minha tia sofrer.
— Eu também não era de assumir compromissos e agora... Olha onde estou. — Levanta nossas mãos unidas.
— Mas vamos devagar, né? Vai que você desiste desse negócio de exclusividade... — falo, séria.
— Não vou desistir, tenho vinte e oito anos de idade e barba na cara, Ágata, sou homem e não qualquer moleque qu
ÁgataAlgum tempo depois, já estou pronta para ir para a cama, o dia foi muito intenso e meu corpo está cobrando um pouco de descanso. Estou quase dormindo quando meu celular apita.“Boa noite, loirinha. Estou com saudade. Seu B.”Dou risada do modo que ele me chama — acho que esse apelido pegou mesmo. Nunca havia recebido um recadinho antes de dormir e achei fofo o jeito de ele se importar, nem parece aquele Beto que conheci há algum tempo. Rapidamente digito uma resposta.“Boa noite, B. Também estou com saudade. Sua A.”Ele estava esperando uma resposta, pois, quase que imediatamente, recebi outra mensagem.“Gostei disso... minha A!”Ficamos nessa troca de
Ágata— Que amiga?— Aquela que esbarrou com a gente na primeira semana de aula — ele fala, tentando me fazer lembrar, como se eu tivesse esquecido!— Ahhh, a Ana? — Ele afirma com a cabeça. — Não, nada com ela, por que, deveria ter acontecido algo? — Agora ele faz cara de assustado, como se não compreendesse o que estou perguntando. — Ou poderia ser algo que aconteceu há alguns anos? — Ele me olha como se outra cabeça tivesse aparecido em mim. Cínico! Resolvo dar mais uma cutucada, quem sabe ele não solta algo relacionado. — Sabe... Você ainda não me falou o motivo de perguntar tanto pela Ana, será que está me escondendo alguma coisa? — Ele cora e quando abre a boca para me responder, somos interrompidos pelo professor.— Bom dia, classe! Preparados para noss
Beto— Vocês se conhecem? — Liv pergunta e seu olhar fica entre mim e Ág.— Sim. — Estendo minha mão para ela e, assim que pega, resolvo arriscar, a puxando para meus braços — Essa é minha namorada, a garota que comentei com você pela manhã e, amor, essa é Olívia, minha irmã! — apresento as duas e Ág está de queixo caído, sua boca abre várias vezes e ela não encontra palavras para dizer. Lembro-me da conversa que tive com minha irmã...“— Maninho, obrigada, nem sei como te agradecer, você vai amar a moça que vai organizar minha festa, acho que vocês até poderiam se conhecer melhor — ela disse rindo, estava demorando para Liv tentar bancar o cupido, na virada do ano ela ficou a noite toda me perturbando com essa coisa de namorar.&
Beto— Olha, não sei como posso ajudar nisso, você sabe que a dona Luísa não é fácil.— Se me permitem uma ideia — agora é Ágata que nos chama atenção. — Já havia pensado nisso depois que vocês saíram do buffet, mas agora sabendo que essa festa é da minha cunhadinha — fala olhando para Liv, que está com um sorriso enorme. — Faço questão de fazer, mas vou precisar da ajuda de vocês... — nos explica tudo o que pode fazer e, mesmo percebendo o risco de tudo isso, sabendo que minha mãe irá surtar, concordo com minha loirinha, faço tudo para ver minha pirralha feliz.— Você acha que isso vai dar certo? — Liv pergunta, preocupada.— Acredito que sim, darei total cobertura se precisar e tenho certeza que seu pai também ir&a
Beto— Beto, amor, você ouviu o que falamos? — Sou despertado das minhas lembranças quando minha loirinha coloca a mão em meu ombro, falando comigo logo em seguida.— Desculpa, loirinha, me distraí.— Ele deve estar achando tudo isso chato, por isso não ouviu. — Minha irmã me olha chateada, e isso me mata um pouco por dentro, desde que conheci Ágata ando tendo sentimentos estranhos, coisas que nunca senti antes, tudo mudou em minha vida desde então.— Me desculpa mesmo, Liv, é que minha manhã foi cheia de reuniões chatas e ainda tenho coisas pendentes no escritório, mas nada que inclua as duas mulheres da minha vida pode ser considerado chato — tento justificar o motivo da minha distração. — Mas me fale, o que foi que decidiram?— Ágata vai me ajudar com a coreografia
ÁgataAcordo novamente com meu celular tocando, olho o visor e vejo o sorriso que tanto amo, desde o dia que nos acertamos, Beto tem ligado todos os dias para me dar bom dia.— Bom dia, meu amor! — falo assim que atendo ao telefone.— Bom dia, loirinha! Dormiu bem?— Sim, sempre durmo melhor depois do seu boa noite.— Então, quando dormir em meus braços, será maravilhoso.— Tenho certeza que será, agora vou tomar meu banho para ir à faculdade.— Vou te buscar hoje, para irmos pegar o seu pai. — Desde que ficamos sabendo o horário que meu pai chegará, ele insiste em me fazer companhia. A semana passou tão rápido que não acredito que já chegou o dia do meu pai me visitar e também o dia do tão esperado jantar em família.— Tudo bem, então, te
ÁgataA faculdade fica a alguns minutos da rodoviária intermunicipal, estacionamos e seguimos de mãos dadas para o local de desembargue, não demora muito e um ônibus encosta, ele está no horário certinho.Vejo meu velho descendo e, logo atrás, dona Francisca, solto da mão do Beto e corro na direção deles, que estão esperando suas malas.— Que saudade, pai! — digo dando um abraço apertado nele.— Também estava com saudade, minha filha, como você está linda!— O senhor está lindão também, dona Francisca está cuidando muito bem do senhor! — falo e ela fica vermelha ao meu lado. — Saudade da senhora também — falo dando um abraço nela.O rapaz entrega as malas deles e percebo que meu pai está olhando para trá
Beto— Fiquem à vontade! — falo assim que entramos em meu apartamento. — Meu pai irá se atrasar um pouco, teve alguns problemas no escritório, e minha irmã deve chegar a qualquer momento. — Estou apreensivo, sentamos todos na sala e, por alguns instantes, o silêncio reina. — Vocês querem beber alguma coisa? Um suco, água, vinho...— Aceito um suco — meu sogro fala e é acompanhado por todos.Dona Márcia se oferece para ir até a cozinha para me ajudar e quando estou arrumando os copos na bandeja, ouço a voz do meu pai, se apresentando para o pai da loirinha.— Vai ver seu pai, antes que o Paulo comece o interrogatório — ela diz rindo. — Deixa que eu termino de arrumar e levo para sala.— Você é o máximo, tia! — falo dando um beijo em seu rosto fazendo-a so