Entro e fecho a porta ficando encostada nela, passo os dedos em meus lábios lembrando-me do gosto do seu beijo e também de suas palavras, ainda não consigo acreditar que ele esteve aqui, se estiver sonhando, não quero acordar tão cedo.
— Se continuar sonhando acordada assim, vai perder a hora amanhã! — Estou tão distraída que não vejo minha tia sentada na sala, com certeza, estava me esperando entrar para poder ir deitar, nunca conversei com minha tia sobre garotos, até porque eles não existiam na minha vida.
— É… vou deitar, já está tarde! — falo indo em direção ao meu quarto.
— ÁGATA! — minha tia grita, ela continua no mesmo lugar.
— Agora não, tia! Amanhã conversamos — falo rindo, entro em meu quarto me jogando na cama, adormeço com um sorriso bobo nos lá
Ágata— Para de viajar, Ágata, e me conta quem é o boy que está fazendo você suspirar tanto assim! — Estou tão distraída, que só então me dou conta que Ana já tinha estacionado em frente a uma casa, onde havia logo na entrada, um lindo jardim de rosas. — Chegamos, desembucha antes de descermos, quero nomes. Eu conheço? — ela diz, muito curiosa, então, acabo me lembrando da amizade dela com Beto. Será que ele comentou alguma coisa com ela? penso.— Bem, você...— Mamãe chegou... Mamãe chegou! — Sou interrompida por um lindo garotinho loiro, que corre em nossa direção.Ana abre a porta e sai pegando-o no colo e o enche de beijos. Saio do carro e fico observando os dois, Davi me lembra tanto meu irmão...— Essa é a amiga da mamãe, que vai ajudar com sua festa — ela diz se aproximando de onde estou, com Davi ainda em seus braços. — O nome dela é Ágata.— Oi... — ele me diz tímido. — Meu nome é Davi. — Olho para
Ágata— Filho, depois você conta tudo para o tio, deixa a mamãe conversar com ele um pouquinho — Ana pede pegando o filho do colo do Beto e falando algo no ouvido do menino.— Que bons ventos o traz aqui, meu amigo? — Ana pergunta, fazendo com que desviemos nossos olhares que, até então, estavam grudados um no outro.— Vim buscar a Ág, fico feliz com a amizade de vocês — ele fala, puxando Ana para um abraço e depositando um beijo em sua testa. — Oi... — Se vira para mim, estendendo a mão e sorrindo.— Oi... — Pego sua mão e ele me puxa para os seus braços, me beijando de uma forma necessitada, sem se importar com a presença de Ana.— Agora estou entendendo tudo! — Ana bate palmas ao nosso lado. — Foi ele, tenho certeza que foi ele, não foi? — B
ÁgataSubimos para o apartamento em silêncio, sinto que está nervoso. Ele abre a porta e faz sinal para eu entrar.— Aceita algo para beber? — diz, indo em direção ao bar.— Uma água, por favor — peço e ele vai em direção ao que eu imagino ser a cozinha. Aproveito sua ausência e observo ao meu redor, um sofá em L ocupa quase metade da sala, uma TV de tela grande, videogame, aparelho de som, tudo de última geração.Há um aparador com algumas fotos, não resisto e vou até elas e me espanto em ver que todas são de Beto com um outro homem que, com certeza, deve ser pai dele, mas, e a mãe? Pelo jeito, sua mágoa por ela é maior do que imagino, seu pai é muito bonito e novo para ter um filho da idade do Beto.— Meu pai. Estou morando com ele, por enqua
BetoA palavra “virgem” fica martelando em minha cabeça e já não consigo me concentrar em nada do que fala, não deixo com que ela termine de falar e a puxo para um beijo desesperado, pois tenho certeza que serei o primeiro e único homem da vida dela.— Não precisa falar mais nada — falo, enquanto recupero meu fôlego, sei o que ela quer e por ela estou disposto a esperar o tempo que for preciso, sei que não será fácil resistir à tentação de tê-la perto, mas Ágata vale a pensa todo esforço.— Não me machuque, por favor...— Shiiii! Não fale mais nada, vem aqui — falo, a puxando para o meu colo, seu pedido me tira totalmente do chão e, ao mesmo tempo, um medo enorme me consome. Eu sei que vou fazer merda e só em pensar que machucá-
BetoChego à sala e minha loirinha está sentada no sofá dormindo, acho que está realmente cansada, afinal de contas, corre a semana toda e nos finais de semana também, e a faculdade também deve estar colaborando para seu cansaço.— Loirinha, acorda, minha loirinha! — falo, enquanto distribuo beijos por todo o seu rosto. Ela abre os olhos devagar, me encara como se não lembrasse onde está.— Meu Deus! — ela fala parecendo se lembrar de onde está. — Eu dormi... Seu pai... — ela diz nervosa. — Me desculpe.— Calma — digo rindo, ela me olha séria.— Por que você está rindo de mim? Eu babei? — fala passando a mão ao redor da boca, não aguento e começo a gargalhar. — Para de rir de mim! — Dá um soco em mim.— Ai... Me lembr
Ágata— Não, de uma forma ou outra, eles vão se conhecer no jantar, pensei em apenas que eles, sei lá... Pudessem se dar bem — fala com um sorriso fofo. — Sua tia não tem namorado, ou tem?— Que eu saiba não, para falar a verdade, nunca vi minha tia com homem algum, nem o ex-noivo dela eu cheguei a conhecer. Mas, você mesmo me disse que seu pai não é do tipo que assume relacionamentos, e eu não quero ver minha tia sofrer.— Eu também não era de assumir compromissos e agora... Olha onde estou. — Levanta nossas mãos unidas.— Mas vamos devagar, né? Vai que você desiste desse negócio de exclusividade... — falo, séria.— Não vou desistir, tenho vinte e oito anos de idade e barba na cara, Ágata, sou homem e não qualquer moleque qu
ÁgataAlgum tempo depois, já estou pronta para ir para a cama, o dia foi muito intenso e meu corpo está cobrando um pouco de descanso. Estou quase dormindo quando meu celular apita.“Boa noite, loirinha. Estou com saudade. Seu B.”Dou risada do modo que ele me chama — acho que esse apelido pegou mesmo. Nunca havia recebido um recadinho antes de dormir e achei fofo o jeito de ele se importar, nem parece aquele Beto que conheci há algum tempo. Rapidamente digito uma resposta.“Boa noite, B. Também estou com saudade. Sua A.”Ele estava esperando uma resposta, pois, quase que imediatamente, recebi outra mensagem.“Gostei disso... minha A!”Ficamos nessa troca de
Ágata— Que amiga?— Aquela que esbarrou com a gente na primeira semana de aula — ele fala, tentando me fazer lembrar, como se eu tivesse esquecido!— Ahhh, a Ana? — Ele afirma com a cabeça. — Não, nada com ela, por que, deveria ter acontecido algo? — Agora ele faz cara de assustado, como se não compreendesse o que estou perguntando. — Ou poderia ser algo que aconteceu há alguns anos? — Ele me olha como se outra cabeça tivesse aparecido em mim. Cínico! Resolvo dar mais uma cutucada, quem sabe ele não solta algo relacionado. — Sabe... Você ainda não me falou o motivo de perguntar tanto pela Ana, será que está me escondendo alguma coisa? — Ele cora e quando abre a boca para me responder, somos interrompidos pelo professor.— Bom dia, classe! Preparados para noss