Luana
— Sim. Ela também quer falar com ele e acho melhor acabarmos com toda essa angústia logo.
André sai e nos deixa sozinhos, vejo dor e preocupação nos olhos de Rodrigo, ele se aproxima mais e cola sua testa na minha.
—Você quase me matou de susto ontem. Nunca tive tanto medo na vida, nem nas corridas de stock sinto tanto medo como o que senti ontem — comenta passando a mão levemente em meu rosto.
— Eu te amo. — diz emocionado — Não imagino minha vida sem você!
— Eu também te amo, muito — respondo. Começo a acariciar seu rosto também e ele fecha os olhos respirando fundo.
— Me perdoe, não queria te deixar preocupado — falo baixo.
— Shhhh, não tenho nada que perdoar, nenhum de nós poderia ter previsto isso. O importante é que agora você está bem. — A porta se abre novamente, quebrando nosso momento, André entra com Daniel logo atrás. Ele está com olheiras, um curativo acima dos olhos
Daniel— Eduardo! — Era Ronaldo que entrava no quarto. — Conversei com algumas pessoas que estavam na cozinha e eles viram o Gustavo batizando uma bebida, afirmando que a quantidade da droga utilizada foi pouca e suficiente para dar sonolência, confusão mental e um pouco de ilusão e que ele ainda comentou que queria levar uma garota para uma realidade paralela, que eles iam apenas se divertir.— Obrigado por isso, Ronaldo — Eduardo respondeu. — Acha que conseguimos realizar um exame para comprovar que havia droga na bebida? — ele perguntou olhando para Patrícia.— Claro, amor... posso pedir para um amigo que é dono de um laboratório, ele será discreto, pode ter certeza. — Ela olhou para ele com tanto amor, que por um minuto invejei meu amigo. — Mas primeiro temos que cuidar daquela bela adormecida, vamos faze
Luana— Manhêeeeeee... Vou ficar com a Sr.ª Veiga, a Alice me chamou para almoçar com eles. Tudo bem? — pergunto para minha mãe, que se arruma para ir ao supermercado com meu pai.— Tudo bem, filha, mas não vai dar trabalho, assim que retornarmos, te chamo. Não pretendemos demorar.— Obrigada, mamãe, te amo!— Também te amo, filha!Me despeço dos meus pais com um beijo e um aperto toma conta do meu peito, sinto algo que não consigo entender, sigo pensativa ao encontro da minha amiga, que me aguarda próximo a piscina.— Vamos pra sala, os meninos já estão esperando para jogarmos videogame, vamos jogar contra eles e tenho certeza que vamos arrasar — diz confiante.Não respondo. Apenas caminho em silêncio ao seu lado e apesar de gostar muito da companhia dos meus amigos, não consigo relaxar completamente.Rodrigo irmão de Alice e Beto seu melhor amigo, já estão com o vídeo game ligado prontos para iniciar a partida.Jogamos garotos contra garotas e pela primeira vez depois de uns minutos
Anos depois...Luana— Não acredito que você me convenceu a fazer essa viagem! — falonovamente para Alice.— Relaxa, Luana. Você anda trabalhando e estudando demais, quando foi a última vez que relaxou de verdade, sem entrar em tópicos como tendões, órgãos, diagnósticos e outros tantos termos que vocês usam.Sorrio ao me lembrar de uma reunião que fiz em nosso apartamento alguns dias atrás com alguns amigos médicos. Alice ficou toda animada achando que seria uma festa de arromba, porém sempre surgia conversas sobre os plantões que havíamos realizado e os diagnósticos de alguns casos. Alice se entediou tanto que se trancou no quarto, depois de trinta minutos de reunião.Depois do acidente que matou meus pais, senhor Clóvis entrou com o pedido de minha tutela e passei a morar definitivamente com eles. O pai de Alice também investiu todo o dinheiro do seguro de vida dos meus pais e assumiu minha educação, me tratando como uma filha. Dona Roberta, se recusou a ficar na mesma casa, pois tu
LuanaJá é fim de tarde e o restaurante está tranquilo ainda, sentamos próximos ao pequeno palco e depois de fazer nossos pedidos, conversamos sobre o tempo que ficamos sem nos ver.Depois de algum tempo, a banda começa a tocar, algumas pessoas se arriscaram em pequenos passos acompanhando a batida da música, percebo que Ali fica um pouco agitada e se levanta de repente.— Vamos dançar! — fala puxando a mão do Beto, que também não entende a atitude dela, mas cede sorrindo.— O que deu nela? — pergunta Rodrigo.— Não sei, coisas de Alice — respondo e ao olhar na direção da entrada do restaurante, vejo Daniel com uma garota pendurada em seu pescoço se aproximando da nossa mesa, ele balança a cabeça, cumprimentando Rodrigo.— De onde você conhece o Daniel? — pergunto curiosa.— O conheci em um jogo de futebol, temos alguns amigos em comum. Ficamos conversando após a partida e descobri que ele adquiriu uma casa de praia que fica ao lado da nossa, aquela que pertencia à família da Dona Isa
RodrigoChegamos em casa rápido e as meninas vão direto para o quarto.Ando de um lado para o outro na sala, imaginando o que pode ter acontecido para que Luana tenha essa reação, Beto me observa atentamente.— Cara, porque você não conversa com ela? — Beto indaga.— Do que você está falando? — digo sem entender onde ele quer chegar.— Luana, cara... tô falando da Luana! Vocês precisam conversar, sei que você gosta dela e não é sentimento de irmão. — Paro ao ouvir o que Beto diz. De onde ele tirou essa ideia?— Não sei do que você está falando! Nós crescemos juntos, quero protegê-la, eu quero...— Você a ama. Precisa parar de negar o que sente, faz tempo que tenho notado que você está diferente, e tenho certeza que essa mudança tem nome e sobrenome — Beto fala me interrompendo, seu olhar é sério. Ele é meu melhor amigo e me conhece muito bem, nunca consegui esconder nada dele.— Eu não sei quando comecei a me sentir assim, ela é tudo pra mim, mas me vê como seu irmão, eu não suporto,
RodrigoDroga!... Como sou estúpido!As ondas se desmancham na areia, levanto os olhos para o céu e os raios do sol ofuscam minha vista. Não deveria ter voltado a esse assunto, mas ela precisa saber que não me esqueci da promessa!— Rodrigo! Vem jogar com a gente! — Alice grita jogando o frisbee em minha direção.— Vou dar um mergulho — respondo devolvendo o disco.Preciso me acalmar, não me conformo de ter deixado Luana triste, ainda estou aprendendo a controlar minha impulsividade, pois muitas vezes magoo as pessoas ao meu redor.Não sei quanto tempo fiquei na água, quando volto a me juntar a eles encontro todos conversando animadamente, sinto os olhos de Luana fixos em mim.— Está tudo bem? — Luana pergunta, me oferecendo uma cerveja.— Sim, só estou pensando... — O que não era mentira, preciso descobrir o que está acontecendo com a gente e terá que ser hoje. Decido que logo após o jantar vou chama-la para conversar.***Luana— Vou matar meu irmão! Ele não podia ter convidado alg
LuanaAcordo com o quarto iluminado pela luz solar, pois me esqueci de fechar as cortinas, me espreguiço na tentativa de acordar os músculos do corpo e finalmente arrumo coragem para levantar.Entro no banheiro sorrindo, não consigo acreditar em tudo o que está acontecendo, nunca imaginei que Rodrigo pudesse sentir algo por mim, toco algumas vezes meus lábios e ainda posso sentir o toque dos seus lábios sobre os meus, sorrio enquanto me lembro da sua declaração. Coloco um biquíni verde e saio distraída, quase tendo um ataque cardíaco ao sair e dar de cara com Alice sentada em minha cama.— Bom dia, cunhadinha! Dormiu bem? — Não consigo dizer nada, pois ela mesmo responde. — Claro que dormiu bem! Depois da noite de ontem...— Bom dia, Ali. Quer me matar coração logo cedo? E não sei do que você está falando. — Tento ficar séria, mas ao me lembrar dos beijos de Rodrigo um sorriso se abre imediatamente em meu rosto. Não tenho como negar, pois, foi tudo muito especial para mim.— Ahhh, Lua
RodrigoMinha princesa tem o dom das palavras, tudo o que disse nos emocionou plenamente, e sei que é recíproca a importância de nossa amizade, nos melhores e nos piores momentos sempre fomos a fortaleza um para o outro.Depois que terminamos de cantar, arrumamos as coisas para voltamos para casa. Amanhã nossa rotina volta ao normal, queria poder parar o tempo e ter um pouco mais de tempo com Luana.— Esse final de semana passou tão rápido — diz enquanto nos sentamos na varanda. — Queria poder ficar mais tempo com você.— Eu também — digo puxando-a para o meu colo —, mas infelizmente temos que voltar, quero ver se consigo ir te ver daqui uns quinze dias, antes minha agenda está cheia. Apesar do escritório ser do ramo empresarial, estou com alguns casos da área cível para finalizar e algumas audiências marcadas nos próximos dias, vai ficar impossível sair da cidade — digo enquanto passo a mão em seus cabelos.— Entendo — Luana diz passando os braços ao redor do meu pescoço e me dando um