Capítulo 3

Quando Ana Paula e Mel pagaram o estacionamento, recolheram o ticket liberado pela máquina e foram caminhando, lado a lado, até o carro.

Quando ambas abriram a porta e entraram no carro, Ana Paula ligou o veículo e deu partida, parando em frente à cancela e inserindo o ticket a fim de que liberassem a saída do automóvel.

Enquanto ambas se dirigiam para casa, colocaram uma música do estilo MPB e ficaram ouvindo em um volume baixo, de modo a não incomodar nem Mel, nem a concentração de Ana Paula, que estava enfrentando um grande engarrafamento em uma das vias expressas da cidade do Rio de Janeiro, mais conhecida como Linha Amarela. Enquanto ficaram paradas no engarrafamento, elas preferiram gastar esse tempo olhando tudo ao redor, os outros carros parados. E a iluminação da cidade que era tão bonita, que ficava até fácil de esquecer o tanto de violência e crimes que aconteciam diariamente e que prejudicavam tanto a imagem da cidade maravilhosa ao redor do mundo.

Depois de alguns longos minutos no engarrafamento, elas chegaram em casa. E Ana Paula disse, o que você acha de fazer o d******d de um aplicativo de mensagens instantâneas? Vai te ajudar muito na comunicação com as pessoas.

– Você e esses aplicativos. O seu nome deveria ser “A Ana dos Aplicativos”. – Disse Mel debochando da amiga,

– Mas é verdade. Você fica debochando, mas é verdade. É muito importante e muito utilizado nos dias atuais. Se você quiser, eu posso te ajudar a baixar. É gratuito, pode ficar tranquila.

– Mas esses aplicativos são excelentes em tomar o nosso tempo. Depois que a gente faz, nossa! Não saímos mais da Internet.

– É só você se controlar. Tudo na vida é uma questão de equilíbrio.

– Nossa! Você realmente é mais centrada e equilibrada do que eu imaginava.

– Quer que eu te ajude a baixar?

– Está bem, vai. Quero.

– Vou te ajudar. Só aguarda um momento eu terminar de estacionar aqui. – Disse Ana Paula concentrada e focada a sua frente para não bater em nenhum frade ou cone que estivesse demarcando os limites das calçadas dela com a do seu vizinho.

– Pronto. Me dá o seu celular aqui que vou configurar.

– Ah, é! Bem lembrado. Eu não saberia fazer isso sozinha também. O que seria de mim sem você, minha amiga?

– Amiga, você precisa estar mais atenta as novas tecnologias! Não pode parar de se atualizar, caso contrário a gente fica para trás.

– Eu sei. Você tem razão. – Disse Mel pegando a caixa que guardava o celular novo.

Quando Mel entregou o celular nas mãos de Ana Paula, ela pegou o aparelho, ligou e se lembrou de um detalhe muito importante para a segurança da bateria do celular: – Não posso configurar agora o aparelho.

– Por que não?

– Porque você precisa deixá-lo carregando na tomada por pelo menos doze horas. Caso eu mexa nele agora sem carregá-lo antes, posso viciar a bateria e te dar problemas.

– Entendi. Não tinha pensado nisso.

– Coloque-o para carregar agora quando chegar em casa, e amanhã eu te ajudo a configurar. Você vem aqui na minha casa e me chama, ou eu vou até a sua casa. É só marcar o horário.

– Está bem. Acho que de tarde é bom para nós duas. E até lá o telefone já vai ter ficado carregando durante as doze horas necessárias.

– Verdade.

– Então até amanhã. – Disse Mel, dando dois beijos no rosto de Ana Paula, abrindo a porta e descendo do carro. Depois de ter fechado a porta, atravessou a rua e caminhou para o portão de sua casa, que ficava bem em frente à casa de Ana Paula.

Quando Mel chegou em casa, imediatamente conectou o celular novo na tomada, conforme Ana Paula havia instruído. E o deixou carregando. Como Mel tinha feito um bom lanche no shopping, não quis jantar e nem se preocupou em fazer nada na cozinha. Apenas tomou o seu banho, trocou de roupa, vestiu um pijama bem folgado, arrumou a cama, se deitou e logo pegou no sono, pois estava muito cansada. Aquela sexta-feira havia sido muito movimentada e muito estressante devido ao comportamento nada agradável de seu chefe.

No dia seguinte, como era sábado e elas não tinham expediente aos finais de semana, tanto a Mel quanto a sua amiga Ana Paula acordaram bem tarde, por volta das dez horas da manhã. Bem mais tarde em comparação aos outros dias de semana. Em seguida, Mel preparou o seu café da manhã, com duas fatias de pão de forma sem açúcar, a fim de compensar a imensa glicose ingerida no lanche do dia anterior. Além disso, comeu uma fatia de queijo com meia xícara de iogurte. Depois de tomar esse café da manhã com bastante tranquilidade, levou as louças sujas até a cozinha a fim de lavá-las, pois Mel não gostava de acumular louças na pia, nem de acumular outros serviços domésticos, e também Mel apreciava o fato de ajudar os seus pais.

Depois de ver a pia da cozinha limpa, percebeu que estava em dia com os serviços domésticos, pelo menos até aquele momento, então pensou em tomar um banho caprichado para que o seu dia começasse da melhor forma possível.

Separou uma roupa bem folgada e bonita para passar o dia, pois depois do almoço, estaria indo para a casa da Ana Paula, de modo que Ana a ajude com a configuração do celular, conforme elas haviam conversado no dia anterior.

Cerca de duas horas depois, Mel que já estava pensando no que tinha combinado com a amiga, resolveu preparar a comida o mais cedo possível para que ela almoçasse e já fosse para a casa de Ana Paula, pois o quanto antes Mel pudesse resolver a questão da configuração do telefone mais cedo ela poderia colocar a sua vida em ordem novamente.

Então Mel depois de almoçar, foi até o banheiro escovou os dentes e avisou aos seus pais que já tinha almoço pronto, que era só esquentar na hora em que eles fossem comer. Em seguida, Mel desceu suas escadas e foi até o portão da casa de Ana Paula e gritou o seu nome. Nesse momento, Ana Paula atendeu, chegando até a janela e pediu para que a amiga subisse e aguardasse um pouco, pois ela acordou muito tarde, e por isso ainda estava tomando o seu café da manhã. Então, Mel respondeu:

– Não se preocupe, eu posso voltar depois, pois estarei o dia inteiro em casa. Não quero te atrapalhar, não.

– Imagina, não está atrapalhando nem um pouco. – Disse Ana Paula caminhando até o portão e abrindo-o para que a amiga entrasse. – É porque eu me atrasei mesmo. Acabei acordando mais tarde hoje. E eu não gosto de acordar muito tarde. Acho que o dia não rende direito. Vem, pode entrar. – Disse Ana abrindo a porta para a amiga entrar e apontando para a cadeira que estava próxima à mesa da cozinha. – Pode ficar à vontade. Senta aí. – Concluiu ela.

– Obrigada, mas não quero comer nada não. Acabei de almoçar. Me adiantei toda hoje. E só para constar, eu amo acordar tarde. – Disse Mel, rindo e se sentindo um pouco sem graça por ter respondido algo tão diferente da amiga.

– Eu sou mais de acordar cedo mesmo, mas tem gente que não gosta, né. É assim mesmo. – Disse Ana Paula se sentando de novo e comendo seu último pedaço de pão. – Depois de uma pausa, ela prosseguiu. – Deixa eu só escovar os meus dentes e trocar de roupa rapidinho que eu já volto para olhar o seu celular. – Disse ela se levantando da cadeira e se dirigindo ao banheiro.

– Tudo bem. Sem pressa. – Respondeu Mel.

Depois de um tempo, Ana Paula retornou e disse:

– Deixa eu ver o celular. Você o deixou ligado a noite toda como eu te disse?

– Deixei. Depois que eu o tirei da tomada, nem mexi. Trouxe direto para você ver. – Respondeu Mel, tirando o celular da sacola.

– Está bem. – Disse pegando o celular e tentando ligá-lo.

Depois de alguns minutos, configurando o aparelho. Ana Paula fez algumas perguntas para a Mel, pois ao longo do processo de configuração são solicitadas algumas informações como nome completo, data de aniversário, idade, e-mail, enfim, dados importantes e que geralmente são solicitados na hora de fazer o cadastro de alguma coisa e os quais são necessários para a configuração e personalização do aparelho, conforme o gosto de cada um. Depois de pedir as informações principais, chegou a hora de escolher uma senha para desbloqueio do aparelho, o que gera mais segurança.

Depois de tudo ter sido feito corretamente, Ana Paula pediu para que Mel ligasse novamente o telefone e colocasse a senha e cadastrasse a biometria para facilitar o acesso e desbloqueio do telefone a cada vez que ele fosse ser utilizado. Feito isso, elas instalaram a Internet no aparelho através dos dados móveis que a operadora havia dado de bônus devido à compra do celular.

Quando elas ativaram a Internet, Ana Paula se lembrou de baixar o aplicativo de mensagens instantâneas, o que era de suma importância para a comunicação da amiga com as outras pessoas, inclusive com o pessoal do trabalho. Mas a advertiu: – Não perca a hora se distraindo nesse aplicativo, porque muitas pessoas reclamam de que quando o instalam, perdem a noção do tempo e acabam deixando de fazer as suas atividades mais importantes para ficar batendo papo com as pessoas. Ter rede social é muito bom, uma maravilha, mas tudo na vida deve ser dosado.

– Sim, concordo. Pode deixar que eu não vou ficar o tempo todo com o celular na mão, não.

– Está bem. – Disse Ana Paula rindo. Mas de qualquer forma, você faz o que você achar melhor. Eu só estou te aconselhando. Longe de mim querer m****r em alguém.

– Eu sei que você só quer o meu bem. Eu te entendo. – Disse Mel rindo do jeito de falar da amiga.

– Ah! E pensa direitinho no que eu te falei sobre o aplicativo de relacionamentos. Vai te ajudar a conhecer pessoas novas.

– Está bem. Vou pensar, sim.

– Ele não é difícil de instalar, não.

–Tudo bem. Depois eu resolvo isso. Vou indo, então. Muito obrigada pela ajuda, minha amiga.

– De nada. Sempre que precisar, estou aqui.

– Muito obrigada mais uma vez. Beijos.

– Beijos. – Disse Ana Paula, conduzindo a amiga até a porta de casa. E Mel foi embora.

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