Depois de terem passado alguns meses, já próximo à virada do ano de 2019 para o ano de 2020, foram noticiados alguns casos, isolados no mundo, a respeito da descoberta de um novo vírus, o qual depois de alguns estudos foi possível verificar que ele apresentou um potencial pandêmico, o que estava gerando grande preocupação ao redor do mundo.
Devido à velocidade de contágio entre as pessoas, vários países foram levados a tomar difíceis decisões, o que poderia afetar significativamente a economia, mas que eram medidas necessárias para conter o avanço do novo vírus.
A Ana Paula, quando assistia a essas notícias, se via tomada pelo medo, pois muitos telejornais alertavam a evidência, com base nos estudos científicos sobre a existência de pessoas que compunham um grupo de risco, o que preocupou muito Ana Paula, pois ela tem os seus pais que se encontram já na fase idosa. E se eles contraíssem esse novo vírus, poderiam ficar com a saúde muito abalada, isso assumindo que eles sobrevivessem ao temido vírus.
Além da preocupação com os seus pais, Ana Paula também sentia um pouco de aflição pela saúde de seus amigos, principalmente com relação a Mel, a qual tinha mania de passar as mãos pelo rosto frequentemente, o que já não era mais permitido, segundo os órgãos mundiais de saúde, devido à doença COVID-19 relacionada ao novo corona vírus. Então em um momento de grande ansiedade, Ana Paula enviou uma mensagem para Mel, através do aplicativo de mensagens instantâneas, dizendo:
– Amiga, tome muito cuidado com esse novo vírus! Evite passar as mãos pelo rosto, não toque os olhos, nem nariz nem a boca. Higienize as mãos sempre que possível com álcool em gel, além de lavar as mãos frequentemente, com água e sabão.
Nesse momento, Mel ouviu um som de notificação que havia sido emitido pelo seu celular, e quando ela o olhou, viu que era uma mensagem e que tinha sido enviada pela sua amiga Ana Paula. E imediatamente respondeu:
– Oi, amiga! Estou sabendo desse vírus que está assustando o mundo e ceifando muitas vidas. Pode deixar que vou me cuidar aqui. Mesmo mantendo a distância social, vamos sempre cuidar uma da outra.
– Exatamente. Vamos nos cuidar sempre! Como estão os seus pais? E como tem sido os seus dias? Está trabalhando na modalidade presencial? Ou está online? O meu trabalho está em fase de adaptação para ficarmos completamente online até o fim da pandemia.
– Os meus pais estão bem. Farei de tudo para protegê-los. E o meu trabalho também está sendo feito pela modalidade remota. Não tenho ido trabalhar já tem um tempo. Morro de medo de pegar esse vírus.
– Então fique em casa o máximo de tempo que puder.
– Sim. Você também. Vamos nos proteger e proteger quem amamos. Beijos.
Depois dessa rápida troca de mensagens e muitas informações em tão pouco tempo, Mel percebeu a imensa importância da tecnologia. Mesmo que já soubesse, nunca tinha realmente vivenciado o avanço do mundo digital, pois nunca tinha usado um celular que oferecesse tanto suporte como esse atual que ela havia adquirido há alguns meses. E graças a ele, Mel pôde perceber a importância de poder manter contato com as pessoas por mensagens, o que era muito mais rápido e prático do que fazer ligações. Ainda mais em um tempo onde ambas estavam vivendo um período de isolamento social, o celular se tornou muito mais importante. Praticamente um parceiro para todas as horas, pois tudo podia ser feito por ele. Ou quase tudo. – Pensou Mel no momento em que se deu conta de que não se podia namorar através de celular. Até podia por mensagens, mas não seria a mesma coisa. Então rapidamente deixou essa ideia escapar de sua mente e foi se distrair ligando a televisão.
Em uma segunda-feira à noite, após assistir ao filme Busca Implacável que estava sendo exibido no programa de filmes Tela Quente, da TV Globo, Mel decidiu escovar os dentes e ir dormir. E pensou que em tempos normais, ela não se lembra de ter parado para assistir a um filme em dia de semana, principalmente em uma segunda-feira. Mas Mel, sendo como sempre muito responsável, tanto com a sua saúde quanto com a saúde de todos ao seu redor, estava bastante preocupada. Pois no dia seguinte, na terça-feira, ela teria que ir ao banco resolver um problema e estava pensando se iria encontrar muitas pessoas na agência, pois não queria e não podia ficar em locais que tivesse aglomeração de pessoas.
Então ela foi dormir cedo para no dia seguinte, ela conseguir acordar mais cedo, pois pensava que quanto mais cedo chegasse ao banco, mais vazio ele estaria e ela não se submeteria à uma situação de aglomeração. Por isso, ela levantou rapidamente por volta de oito horas da manhã, tomou o seu café, em seguida tomou o seu banho, pegou toda a documentação necessária, a fim de resolver o problema, e se dirigiu à agência bancária mais próxima de sua casa.
Quando Mel saiu de casa, caminhou por toda a sua rua e chegou à avenida principal, mais especificamente, no ponto a fim de esperar o ônibus que a levaria até a agência bancária. Devido à falta de costume, Mel, ao entrar no ônibus, tocou na roleta, empurrando-a para facilitar a sua passagem. Mas em seguida tocou o próprio nariz, pois devido a sua rinite, ela tinha frequentes coceiras que a faziam espirrar e em seguida, tocar o rosto. No mesmo instante em que ela tocou o rosto, ela ficou tensa, com medo de ter contraído a doença, mas infelizmente já era tarde demais. E nessa época, as pessoas ainda não usavam máscaras, nem álcool em gel.
Mel ficou na agência bancária o tempo todo preocupada com o vírus e com a consequente doença que estava parando todas as atividades ao redor do mundo, aos poucos, e tirando a vida de muitas pessoas.Então, Mel, depois de ter ficado aguardando pela sua vez de ser atendida por mais ou menos duas horas, ela finalmente se sentiu aliviada por estar saindo daquela agência, a qual estava representando perigo para a sua saúde, como várias outras atividades e locais que pudessem incluir outras pessoas além dela. Quando ela finalmente saiu pela porta giratória, foi caminhando até o ponto de ônibus para esperar o transporte coletivo, o qual não demorou muito a chegar.Alcançando a porta de casa, ela deixou os seus sapatos do lado de fora e foi imediatamente caminhando para o banheiro a fim de lavar as mãos com sabão e, em seguida, tomar um banho, tendo em mente o má
Passados mais ou menos, catorze dias, Mel começou a desenvolver alguns sintomas que poderiam ser relacionados à doença associada ao novo corona vírus. Como ela estava sentindo fortes dores de cabeça e dores no corpo, os quais eram alguns dos sintomas desencadeados pela nova doença que, ainda que fosse considerada uma grande incógnita para os médicos e cientistas, tais sintomas já serviam como um sinal de alerta. E como Mel já estava bastante familiarizada com o seu celular novo, e a cada dia mais evoluída quando o quesito é fazer uso da tecnologia, pensou em enviar uma mensagem, através do aplicativo de mensagem instantânea, para a sua amiga Ana Paula, perguntando:– Oi amiga, tudo bem por aí? Estou sentindo muitas dores no corpo e na cabeça. Você acha que eu devo procurar um médico agora ou aguardar mais alguns dias? – Perguntou Mel, preocup
Depois de dois dias, Mel percebeu que a sua respiração piorou um pouco mais, novamente. Estava se sentindo ainda mais cansada mesmo sem fazer qualquer esforço. Mesmo deitada, percebeu que estava se sentindo ofegante, então tomou a decisão de consultar novamente o aplicativo e acrescentar o novo sintoma que havia se manifestado, mas que vinha se intensificando cada vez mais.Percebendo que a dificuldade para respirar estava se agravando a cada dia e que as dores, tanto que ela sentia na cabeça quanto a que ela sentia no corpo, não estavam sendo enfraquecidas pelo remédio, cujo uso ela acreditava que fosse permitido pelos médicos, então estava se sentindo mal constantemente. Além das dores, Mel começou a sentir que seu corpo estava ficando quente, e quando ela colocou o termômetro, viu que a temperatura estava cerca de 38 graus, o que já poderia ser considerado febre.C
Cerca de meia hora depois, Douglas chegou e estacionou o carro em frente à casa de Mel a fim de levá-la para o hospital, conforme ela havia pedido.Quando eles estacionaram em frente ao hospital, Douglas se virou para trás e disse:– Mel, não vou poder ficar aqui te esperando até você ser atendida, pois um passageiro tinha me ligado ontem marcando para hoje uma corrida. Não posso me atrasar, porque ele me avisou com antecedência.– Tudo bem, Douglas. Não precisa se preocupar. Eu te agradeço muito por ter me trazido. – Disse ela, ainda sentada no banco de trás e se sentindo com um pouco de fraqueza.– Imagina. Não precisa agradecer. – Douglas ficou um tempo olhando para o banco de trás, onde Mel estava sentada e perguntou: – Você está bem mesmo para ficar aqui sozinha? Qualquer coisa me liga que eu tento dar um jeito de
Quando um homem alto, forte, de cabelo castanho claro e que usava óculos passou por uma porta estreita e veio andando em direção a Mel, ela ficou admirada. – será que esse homem é o médico que vai me atender? – Pensou Mel perguntando-se a si mesma, querendo que a sua intuição estivesse correta. E ele, alguns instantes depois, surpreendendo-a, chamou-a pelo nome, e fazendo gestos com as mãos para que ela pudesse ir caminhando até ele, indicando que era a sua vez de ser atendida.Então ela foi em direção a ele. E naquele momento o médico disse:– A senhora se chama Mellany Campbell?– Sim. Mas todos me chamam de Mel.– Pode me acompanhar, por favor, até aquela sala. – Disse ele, sorrindo e apontando para uma porta localizada mais ao interior do corredor. E Mel assentiu com a cabeça, enquanto ia caminhando ao lad
Quando Mel saiu do consultório, pegou o celular que estava dentro de sua bolsa, a fim de enviar uma mensagem para o seu amigo Douglas, que dizia:– Acabei de ser atendida. Você está muito ocupado agora?Douglas demorou um pouco para responder a mensagem de Mel, o que a fez aguardar um pouco na sala de espera do hospital. Como ela estava encantada pelo médico, ela aproveitou esse tempo para tentar a sorte de conseguir vê-lo novamente, ainda que seja de longe e de forma rápida, pois ele só iria até a sala de espera a fim de chamar outro paciente para ser atendido.Então o celular de Mel a tirou de seus devaneios quando emitiu uma notificação de mensagem, que quando Mel olhou, e verificou que era de Douglas, o que fez Mel se sentir aliviada, pois estaria indo embora do hospital e iria direto para a sua casa. Mas ao mesmo tempo em que ela estava se sentindo assim, também estava t
Quando ela chegou em casa, deixou os sapatos do lado de fora, cujo hábito estava sendo desenvolvido na pandemia, visando a proteção de si mesma e de todos que residiam em sua casa. Em seguida, ela se dirigiu para o banheiro a fim de tomar um banho. Depois de se sentir bastante relaxada, foi para a cozinha preparar um lanche, pois estava há algumas horas sem comer, enquanto estava no hospital aguardando atendimento daquele médico que encantou Mel em sua primeira aparição.Mel, enquanto estava na cozinha, preparou um copo de leite e misturando-o ao achocolatado, degustou e viu que estava maravilhoso. Em seguida, cortou um pedaço de bolo, cujo sabor era cenoura com uma avantajada cobertura de chocolate, o qual era o seu sabor preferido.Enquanto fazia esse lanche, Mel se lembrava de como tinha sido o seu dia até aquele momento. E pensou naquele médico novamente. Não sabia se teria a oportunidade
Quando Mel acordou, olhou a janela e viu que o Sol já tinha se posto e já tinha anoitecido. Por isso, pensou que já poderia estar próximo do horário que havia marcado o encontro virtual com a sua amiga Ana Paula. Para tanto, pegou o celular que estava bem perto da cama, acendeu a tela e viu que já eram mais de oito horas da noite. Vendo ela que deveria estar pronta em menos de uma hora, Mel tentou levantar depressa da cama, o que foi uma tentativa frustrada devido ao seu cansaço excessivo. Então pensou que poderia estar piorando os seus sintomas. Logo, ela se levantou devagar, pensando que ela deve ter mais carinho com si mesma, ainda mais nesse período de enfrentamento da doença. Por isso, ela teve que se ajeitar bem mais lentamente, se fosse comparada aos seus dias normais, apenas se limitando a trocar de roupa, vestindo uma blusa mais leve, prendendo os cabelos em um rabo de cavalo não muito alto e passa