BIANCA NARRANDO
Ainda estamos no chat. Eu sei que ele está me vendo, eu estou com um pijama azul e agora que ele ligou minha webcam, eu estou paralisada. Foram alguns segundos até minha mente voltar ao normal.
Comecei a finalmente digitar no chat.
Bianca: Que pena que eu não posso te ver também.
Ele demorou um pouco para me responder. Mas respondeu.
Robin: Ainda não.
E aí, eu decidi fazer uma loucura. Algo completamente louco mesmo.
Bianca: Vou deixar a janela do meu apartamento aberta. Você pode subir pela escada de incêndio e entrar. Eu não vou passar meu endereço, porque você provavelmente já tem. Eu quero te ver, Robin... E quero que você tire minha roupa.
Eu estou louca. É isso.
Robin: Em vinte minutos, apague as luzes.
Bianca: O que vai fazer?
Robin: Apenas obedeça. Fique em pé de costas para a janela... E não se esqueça, eu estou vendo você.
Aquilo fez cada pelo do meu corpo se arrepiar. Medo e tesão... Uma mistura perigosa.
Bianca: Você vai vir tirar minha roupa?
“Bianca, você definitivamente não b**e bem da cabeça”, pensei.
Ele não me respondeu mais. A webcam continuava ligada, e eu olhei para o relógio. Os minutos pareciam horas. Eu não sei o que o louco do Robin Hood iria fazer, mas eu estava ansiosa.
No momento certo, abri a janela e apaguei as luzes. Fiquei de costas para a minha janela e ouvi um pequeno barulho. Meu instinto foi virar em direção a janela, e aí, eu o vi.
Um homem com máscara com olhos de X e sorriso bizarro. Moletom preto, calça jeans... Ele era um homem enorme. E forte. Aquilo me assustou um pouco, mas me mantive firme.
– Não vai tirar a máscara? É falta de educação esconder o rosto.
– Você é atrevida. – Ele disse, mas aquela não era a voz dele. A máscara tinha um modulador de voz, que deixava a voz com um aspecto de voz digital super grossa.
Robin colocou a mão no bolso e tirou um tecido longo e preto.
– Vai me vendar?
– Vire de costas. – Eu obedeci. Eu estava com medo, tudo era extremamente novo... E completamente excitante.
Robin passou a faixa delicadamente por meu rosto. Ele me vendou, se certificando que estava bem feito, mas foi cuidadoso para não me machucar.
Eu o ouvi abrir um velcro. Movimentou alguma coisa, imaginei que estivesse tirando a máscara ou as luvas de couro que usava. Ele colocou ambas as mãos em minha cintura e me virou para frente dele lentamente.
Senti suas mãos em meu rosto, e seus polegares acariciando minha bochecha.
– Robin... Me deixa te ver... – Falei.
– Me sinta. É o suficiente. – Ele disse, ainda com o modulador de voz.
Passei ambas as mãos por seu peitoral. Robin tem um peitoral firme. Comecei a me perguntar qual era a cor de sua pele, de seus olhos, do cabelo... Mas continuei deslizando as mãos. Ele tinha uma barriga musculosa, e isso me deixou curiosa por seus braços. Passei minhas mãos por eles, e percebi que eram fortes também. Robin agora permanecia com as mãos paradas em minha cintura, até que as tirou dali enquanto eu passava as mãos por seu pescoço. Eu ouvi um barulho de fecho sendo aberto, e algo caindo no chão. Robin pegou minhas duas mãos e as levou até o próprio rosto.
Meu Deus, eu estou com as mãos no rosto de Robin Hood. E ele está com a barba feita.
As mãos dele guiavam a minha por seu próprio rosto. Ele levou uma delas até sua boca e deu um beijo gentil e lento na minha palma.
Peguei as mãos dele e as coloquei no primeiro botão da minha blusa do pijama. Ele está aqui, eu não sei se o verei de novo e eu não vou perder a oportunidade de fazer o que quero. E ele é esperto. Entendeu o que eu queria. Mais inteligente do que qualquer homem que eu conheço.
Robin abriu o primeiro botão e também o seguinte. Abriu todos, deixando minha blusa completamente aberta e o meu sutiã a mostra.
Eu o queria. Será que ele me queria de volta?
Minha pergunta foi respondida em alguns segundos depois. As mãos dele deslizaram por minha cintura, diretamente na pele, e ele aproximou o rosto do meu. Ele estava sem máscara, e a vontade que eu tive foi de arrancar a venda que ele colocou em mim, mas não fiz. Nossos lábios se encostaram, nas não nos beijamos, não ainda.
– Eu estou em total desvantagem. Tira sua camiseta também. – Pedi. Ele pegou minhas mãos e colocou na barra de sua camiseta. Me ajudou a retirá-la de seu corpo, e eu voltei a passar as mãos em seu peito.
Excitada. É isso que eu estou.
Robin levou as duas mãos até meu rosto e uniu nossos lábios. Aquele beijo fez com que meu corpo acendesse de tal forma que eu não conseguia controlar. Eu passei os braços ao redor do pescoço dele, e empurrei minha boca ainda mais contra a dele. Esperto, mais uma vez, entendeu que eu queria mais.
Robin me beijou, empurrou o rosto mais contra o meu e sua língua encontrou a minha dentro de minha boca. Passei a mão em seus cabelos, aparentemente bem cortados pelo que senti.
Robin tirou minha blusa do pijama e me empurrou contra a parede do meu quarto. Ele beijava minha boca, acariciava meu corpo... Além de ser um homem inteligente pra caramba, ele é um homem com H maiúsculo.
Ele escorregou a boca pelo meu maxilar, alcançou meu pescoço e começou a beijar o local. Eu encostei a cabeça na parede inclinei meu rosto para cima, dando mais espaço para ele.
Robin abriu meu sutiã com a maestria que só um sem vergonha tem. Hacker, de corpo musculoso, cabelo bem cortado e canalha. Eu preciso anotar essas características para não esquecer e criar algum personagem no The Sims pra brincar. Ele tirou o sutiã do meu corpo, me expondo. Agarrou minhas pernas, me pegou no colo por elas e eu passei as pernas ao redor de sua cintura. Firmei meus braços ao redor de seu pescoço, e o beijei na boca novamente. O beijo desse homem é divino.
Robin me deitou na minha cama. Eu ouvi um barulho de fivela sendo aberta, e eu sabia o que viria a seguir. Eu estava ansiosa por isso. Ele tirou a parte de baixo da minha roupa, me deixando completamente exposta. Deitou-se por cima de mim, e eu, ainda vendada, senti seu corpo por cima do meu. Até a temperatura da pele dele é atrativa.
Senti seu membro roçando no meio de minhas pernas. Estava duro, pronto para me invadir, mas ele queria brincar mais com minha mente.
Ele beijou o colo dos meus seios, e foi descendo até alcançar um deles. Apertava o outro com a mão. Ele alcançou o ponto mais sensível do meu seio com a boca, e o beijou, antes de abocanhar e começar a chupar. Agarrei meu travesseiro com uma das mãos e apertei o cabelo dele com a outra.
– Ah, Robin... – Respirei fundo. Fazia tanto tempo que não transava que até tinha esquecido de como é bom.
Ele passava a língua ali, me excitando cada vez mais. Movimentava o quadril fazendo seu membro roçar em minha entrada, me provocando e me levando a loucura.
Eu pensei em tirar a venda. Tirei minha mão dele e levei até ela, e ele imediatamente agarrou meus punhos. prendeu-os ao lado do meu rosto com as próprias mãos, e eu senti que ele me olhava bravo. Não podia ver, mas sentia.
– Não. Desobedeça. – Sussurrou pausadamente. Seu sussurro era tão quente quanto seu corpo. Fiquei imaginando como poderia ser sua voz, por causa desse sussurro. Deveria ser muito mais bonita do que com o modulador.
Ouvi um barulho de pacotinho abrir. Ele deveria estar vestindo uma camisinha. Depois do barulho, ele alinhou o membro em minha entrada, e eu abri um pouco mais as pernas. Se empurrou para dentro de mim e afundou o rosto em meu pescoço. Por Deus, ser preenchida por aquele homem fez com que eu fosse pro céu e voltasse.
Eu arqueei as costas. Ele soltou meus braços e agarrou minhas coxas. Beijava meu pescoço, e eu mantive minhas mãos em seus ombros e costas.
Robin começou a se empurrar para dentro de mim de forma ritmada. E minha aparência pode ser de mocinha, mas sou uma piranha entre quatro paredes. E ele está me dando exatamente o que eu gosto.
Comecei a gemer. Eu gemia a cada estocada, apertava as unhas em suas costas, pedia por mais. Aquilo parecia a porra de um sonho.
Eu mordi o ombro dele tentando abafar um gemido. Posso ser piranha, mas não quero acordar os vizinhos.
Eu ouvia e sentia a respiração dele contra minha pele. Respiração pesada e quente. Meu corpo já não aguentava tanto estímulo.
– Ah, eu estou quase... – Falei, de forma manhosa. Ele começou a empurrar mais rápido e forte por causa da minha fala.
Não deu outra: Eu cheguei ao ápice. Gemi feito uma puta sem me importar com os vizinhos dessa vez. E ele veio depois de mim, pulsando lá dentro e se derramando.
Ele me beijou de novo. Segurei seu rosto contra o meu, correspondendo o beijo de forma intensa.
– Mostra seu rosto... Me deixa te ver. – Pedi, sussurrando contra o beijo.
– Não dificulta as coisas, Bia... – Ele sussurrou de volta.
Eu queria ver o rosto dele, mas percebi que não conseguiria, pelo menos não hoje.
Ele se levantou e começou a se trocar. E aí, eu ouvi a voz modulada de novo.
– Tire a venda. – Falou. Eu obedeci.
– Isso foi incrível... – Eu podia vê-lo de máscara no meu quarto mal iluminado. – Você podia me visitar mais noites.
– Eu preciso ir. – Disse, e da mesma forma que entrou, saiu.
CAPÍTULO 6BILL NARRANDOEntrei no meu quarto pela janela. Removi minha máscara e respirei fundo, a jogando no chão. Fechei a janela do quarto e passei as duas mãos em meu próprio cabelo. A única coisa que eu conseguia pensar era: Que caralhos que eu fiz?Desde que a Bianca entrou na faculdade, eu fiquei obcecado por ela. Não sei dizer o motivo, talvez seja o fato dela ter um rosto delicado que quando sorri revela uma covinha linear. Talvez seja seu cabelo castanho com as pontas mais claras, ou as roupas que usa. Talvez seja a combinação de inteligência e delicadeza ou o fato dela querer desenvolver jogos educativos que serão utilizados para a reintegração de crianças à sociedade, depois do transtorno de estresse pós-traumático. Eu não sei. Talvez seja o fato dela ler compulsivamente todos os livros que eu li durante minha vida inteira...Deslizei as costas pela parede e sentei no chão. Olhei para o meu quarto, bastante escuro, e comecei a lembrar do que aconteceu no quarto dela. Como
CAPÍTULO 7BIANCA NARRANDOEu estava com tanta saudade dos lábios dele nos meus, das mãos fortes em meu corpo e do corpo dele grudado no meu... Eu ficaria vendada, sem roupa, do jeito que ele pedisse, contanto que pudesse estar aqui, com a boca na boca dele. Meus dedos passeavam por seu cabelo, e eu o correspondia no beijo de forma intensa.– Ah, Robin... – Sussurrei, pois não queria fazer barulho. Vai que algum vigia surge do além...– Vem cá. – Ele se afastou.Me pegou no colo, fazendo meu corpo deitar sob seu ombro. Ele iria me carregar como se eu fosse um saco de batatas, ou um cadáver. Aquilo provavelmente daria medo em qualquer uma, mas não em mim.– O que tá fazendo? – Resmunguei. Além de estar sendo levada para algum lugar, estou vendada, com um cara que é hacker e eu não sei o nome.– Shhh. – Foi a única coisa que disse.Eu ouvi uma porta se fechar, e então, fui colocada em cima de uma mesa, sentada.– Onde estamos? – Perguntei, sussurrando.– Sala de estudos. – Ele sussurrou
CAPÍTULO 8BILL NARRANDOEu estava parado na frente da casa da Bianca. Ela olhava para mim como se pudesse enxergar através da máscara.— Confia em mim? — Ela questionou.— O que pretende fazer?Bianca se aproximou de mim, levou as mãos até minha máscara, e eu a segurei com brutalidade.— Eu não vou tirar sua máscara. Não inteira... — Ela respondeu, e por algum motivo, senti sinceridade.Bianca levantou minha máscara, apenas até descobrir minha boca. Deu-me um selinho, mas eu a puxei pela cintura e não deixei que saísse. Ela levou as duas mãos até meu pescoço. Estava entregue ao beijo, de olhos fechados. Quando terminamos o beijo, eu abaixei a máscara. Por baixo dela, eu estava sorrindo.— Até mais, Bianca. — Eu falei, e montei na minha moto.Depois de alguns minutos dirigindo, cheguei ao meu apartamento. Ele fica no subúrbio, e eu tenho um terreno próximo a ele, onde tenho um galpão que deixo alguns computadores muito mais potentes no subsolo. A única pessoa que tem acesso a isso alé
CAPÍTULO 9BILL NARRANDO— Você tá completamente errada, Bianca. Eu poderia fingir que sou ele, dormir com você e seguir minha vida. Mas eu não vou porque não quero ser preso. — Ela me olhava como se eu fosse um grande idiota tentando mentir para ela. Talvez eu seja, mas sempre fui um bom mentiroso. Mas Bianca me desestabiliza.— Onde você estava ontem à noite? — Ela perguntou.— Com o Brad. O tempo todo. Pode perguntar. — Falei e soltei uma risada. — Você tá realmente obcecada pelo Robin Hood como todas as garotas da faculdade.— Não mente pra mim. — Ela apontou o dedo em direção ao meu rosto. — Só tem um jeito de eu saber se estou certa. — Ela, mesmo sendo mais baixa que eu, agarrou meu pescoço e puxou meu rosto, tentando me beijar. Eu a segurei, por mais que quisesse isso. E tive que segurar sua cintura com força, só assim conseguindo impedir de fazer o que ela queria.— Wow! Você tá maluca? Eu estou saindo com a Elle, se ela ver você me beijando, vai fazer um barraco. — Falei e el
CAPÍTULO 10BIANCA NARRANDOO que você faria se descobrisse que a pessoa por quem você se apaixonou não é exatamente quem você pensava que era? O Bill é um homem extremamente babaca, totalmente diferente do Robin Hood. Todo aquele discurso de merda dele não serviu pra nada, eu sei que ele é o cara com quem dormi. Eu peguei no braço dele. Eu senti seu pescoço com as mãos. Eu prestei atenção até na temperatura de sua pele e eu não estava louca. Não tem como não ser o Robin, não tem.— Bianca, eu estou falando contigo! — Marcela disse, e eu dei um tranco, saindo do mundo paralelo onde eu vivia.— Desculpa, Mah. Eu não sei, eu estou muito desatenta... — Respirei fundo.— Você está obcecada pelo hacker. Meu Deus, Bianca, esquece isso... Ele pagou sua faculdade, mas e daí? Já foi. Esquece! Vai viver sua vida, aproveita o dinheiro que você tá ganhando com os trabalhos dos colegas que você tá fazendo e vai numa festa, sei lá. Esquece isso um pouco. — Ela parecia indignada com minha obsessão.
CAPÍTULO 11BIANCA NARRANDOFaz dias que estou sem nenhum contato com Robin Hood. Eu ainda estou em dúvida se ele é ou não é o Bill, mas pela forma como Bill é um idiota, a maior possibilidade é de não ser. Eu desisti de descobrir e me afastei tanto de Bill quanto de Robin, em nome da minha sanidade mental... Mas aí, tudo aconteceu.A faculdade estava assustada. Todos com os celulares na mão, e eu não entendia o motivo. Marcela correu até mim com o celular dela, e estava assistindo uma Live do Brad. Ele estava dentro de um banco que foi sequestrado por cerca de cinco criminosos que usavam bandana em seus rostos. Ele colocou o celular em algum lugar parado, que os criminosos não viram. Dois deles puxavam as pessoas pelos braços e as colocaram sentadas lado a lado.— Meu Deus, Marcela! — Disse com os olhos arregalados. Marcela não parecia preocupada. — A sua falta de preocupação me assusta.— Robin Hood soltou uma frase na darkweb essa semana. “O dinheiro mantém o poder. E para ter pode
CAPÍTULO 12BILL NARRANDOEntrei na faculdade e hoje era aula do professor Marcos. Preciso dar um jeito de me livrar desse cara, ele está sendo uma pedra no meu sapato. Toda aula é a mesma coisa: Ele tenta fazer os alunos darem um jeito de me parar, mas os alunos não querem.— Bom dia, Bia. — Sentei ao lado dela. Eu estou extremamente arrependido de ter trocado essa aula para ficar com ela, porque eu não posso mais tocá-la. Ela deu um fora no Robin Hood.— Bom dia. — Ela girava a caneta na mesa, e nem olhou no meu rosto. — Recebi dois mil dólares do Robin Hood. — Disse.— Nossa, parabéns... Ele acabou com a carreira política do Lexter, digo, do meu pai, pelo visto. — Resmunguei.— Você conseguiu o que queria então, Robin. — Ela finalmente levantou o rosto. Olhou em meus olhos, pegou o próprio celular e entregou na minha mão. — Sua última ligação para mim. Celular não rastreável? Por que você faria isso? O que você, um filhinho de papai, precisa esconder pra usar um celular descartável
CAPÍTULO 13BILL NARRANDOEu estava preocupado. Não conseguia dormir por causa da Bianca e do fato dela saber quem eu sou. Olhava para o teto do galpão deitado na cama que tenho ali, e o sonho não vinha. Senti que eu estava sendo asfixiado por todos esses pensamentos. Peguei o celular, e abri a conversa com ela. Pensei em mandar mensagem... Mas achei melhor ligar.— Alô? — Falou.— Sou eu. — Eu liguei de um telefone descartável programado com um modulador de voz.— Desliga o modulador de voz. — Bianca disse.— Deixa a janela aberta. — Avisei.Desliguei o telefone e passei as duas mãos por meu próprio cabelo com força. Fui até o banheiro do galpão e lavei o rosto, respirando fundo pela milésima vez. Preciso me acalmar. Preciso. Estou com medo de ter jogado todo meu plano fora, mas não quero desistir da Bianca. É uma faca de duas pontas.Eu fui de moto até dois quarteirões da casa dela. Estava de moletom com touca, fiz um caminho aleatório e cheguei na porta do prédio. Eu toquei a campa