Estou me sentindo extremamente feliz, não imaginava que Camille iria querer oficializar no papel nosso relacionamento. Achei que o fato de estarmos morando juntas era o suficiente para ela, mas pelo visto não.
Agora voltando pra casa observo essa mulher maravilhosa ao meu lado dirigindo com um meio sorriso em seus lábios e focada no trânsito. Viro meu rosto para o lado da janela afim de ver a paisagem, mas com a noite nada pode ser apreciado além das estrelas que está no céu.
Olho para elas e uma que se destaca em todas chama a minha atenção, observo seu brilho e fico a pensar na minha vida em como tudo mudou em um ano, o falecido do meu ex que foi um choque para mim quando soube de sua morte, ele quase me matou, mas quem morreu foi ele.
A semana correu na mesma rotina para Camille e Anabella, ambas ocupadas em suas tarefas trabalhosas. Sendo hoje sexta-feira Barcellar decidiu sair mais cedo do trabalho e fazer uma surpresa para a jovem buscando-a no serviço e juntas passear na praia como sempre faziam quando tinham tempo.Camille dirigia pensativa até o restaurante pensava que Bella estava mesmo decidida para visitar o pai amanhã, mas temia no que esse encontro poderia causar na estudante. Tinha medo que isso fizesse suas cicatrizes sangrarem novamente já que estavam em processo de cura. Apoiou a decisão, mas estava retraída.No relógio marcava dez e meia o horário que o estabelecimento começava a esvaziar, Camille estacionou o carro e foi para a calçada entr
— Mãe cheguei com uma visita surpresa. - Laura gritou assim que abriu o portão.— Trouxe minha farinha? Quem é essa gente Laura? - Isaura questionou.— É Belinha mãe, filha do seu Osvaldo, sua memória tá ruim mesmo hein, essa moça aqui é noiva dela. Vou lá buscar a farinha quando vi o carro parando em frente à casa dele, fiquei olhando já que o homem não recebe ninguém. - Laura disse e saiu.— Anabella, quanto tempo minha filha, vem cá me dá um abraço - Isaura pediu tirando o avental do corpo.— Muito tempo, saudades da senhora. - A jov
Sinto uma mão alisar meu braço, meus olhos estavam pesados demais para conseguir abri-los, minha cabeça lateja tanto de dor quanto de informação com tudo o que aconteceu. Se eu bem conheço essa família me deram calmante, mas eu nunca gostei do efeito desse medicamento por deixar meu corpo molengo. Por outro lado, me fez bem eu estava muito fora de mim.Me viro para Camille ficando de frente pra ela, abro meus olhos para vê-la e os seus me encaram preocupados.— Que horas são? - Pergunto baixo, vejo minha noiva levar o braço perto do rosto e olhar seu relógio de pulso para me responder.— Cinco e vinte. - respondeu baixo. Sinal vermelho, poucas pessoas na rua, ônibus lotado, não importa se o dia ainda está amanhecendo, o Rio de Janeiro já está acordado há muito tempo e junto seu ar tórrido. Sair de casa antes das seis nunca foi tão difícil desde que Bella mora comigo, me despedir é a parte que menos gosto mesmo sabendo que no fim do dia ao chegar nos veríamos.Uma ligação chama minha atenção, fazendo meu foco voltar para o trânsito.— Oi Mônica, Bom dia. — Falo atendendo via bluetooth.— Bom dia tia. — Deseja e sinto uma hesitação em sua voz. — Você tem um tempo para conversarmos?~40~ Camille
1 ano e 6 meses depois.&&&Camille e Anabella estavam na correria com os preparativos do casamento, faltava menos de duas semanas para que tudo acontecesse como planejado. Optaram por fazer a cerimônia e a festa na praia, então a maior preocupação era com o tempo. Mesmo sendo verão e sem nenhum sinal de chuva para o mês de março, isso não diminuía o medo das noivas.—Filha fique parada antes que a moça te fure com alfinete – Sônia
Estava em casa de folga lavando roupa, reparei que uso muita roupa preta, já Bella usa colorida. Se eu pudesse jogava tudo na máquina por preguiça, mas fazer isso me rende dois prejuízos, ter as roupas manchadas e minha menina reclamando quase um ano todo, acredite ela faria isso. Da lavanderia posso ouvir a porta bater e uma voz me chamar com uma certa empolgação.— Amor cadê você?— Nos fundos. — Digo quase saindo da lavanderia para ver o que ela quer quando sinto seu corpo pulando sobre o meu me abraçando fazendo dar uns passos pra trás.
Camille revirava os olhos enquanto ouvia Castro e Piazzi bater boca sobre o comando da operação. Tudo que ela queria era que o assunto fosse resolvido para ir embora e conversar com Bella. Queria se acertar pessoalmente, mesmo que elas tivessem conversado por mensagem algumas vezes, Camille não achava o suficiente.- Eu ficarei a frente, vocês se entendam pois irá trabalhar em equipe. - Disse o diretor.- Eu posso carregar a cruz, agora ela não sei. -- Mônica concluiu olhando Piazzi desafiadora.- O que está insinuando com isso? -- A delegada questionou se aproximando de Castro e mantendo o olhar preso ao dela. Diferente das outras vezes o silêncio no carro é incômodo, o som encontra-se desligado e Camille quieta. Notei sua postura mudar quando saímos da família Castro, não perguntei o que houve, mas pelo tempo de convivência sei que tem algo incomodando-a talvez eu já saiba o que é.Volto a fechar meus olhos e pensar no dia de hoje, ver os olhos da minha esposa brilhar ao saber que seria mamãe também não tem explicação, mesmo diante a atitude impensada que cometi.Sinto o carro parar, ouço as portas serem destravadas, continuo do mesmo jeito e percebo Camille soltar~44~ Anabella