■ Capítulo 30 ■
Não vou negar e nem tentar negar, mas ao ver Julia dormindo profundamente nos braços de Christopher me deu uma pontada de ciúmes e inveja, no tempo em que passei com Julia antes de Christopher e toda a historia de doença, hospital e ataques, ela demorou muito para conseguir dormir em meus braços sem acordar assustada ao ser colocada na cama.–Porque não dorme um pouco? -desvio o olhar dos dois para a pessoa ao meu lado, Lorenzo tem um sorriso lindo, mas que se observar bem demonstra muita tristeza e solidão, uma pessoa que sorri com gentileza mas que esconde muito atrás do seu sorriso.Talvez mágoa, ressentimento, não sei ao certo dizer, mas com toda certeza uma pessoa que precisa de muita atenção, descanso e cuidados, mas não só para o corpo mas para a mente também. Eu sempre quero ajudar quando vejo esses sentimentos porque eu sei o quão ruim é estar e sentir sozinho.–Não tenho sono, mas você deveria dormir. -digo a ele que franze as sobr■ Capítulo 31 ■Meu corpo se sente um pouco rígido depois de tantas trocas de avião e carro, passou exatamente um dia desde que saímos da ilha nas Bahamas e agora estamos em solo Italiano, não sei bem o motivo de Christopher e Lorenzo quererem ficar por aqui mas não posso opinar muito já que estou sendo protegida.Chegamos aqui no início da noite e estamos hospedados em um hotel na capital, um hotel bem caro por sinal, até mesmo tem uma super banheira no banheiro e uma cozinha no quarto. Suspiro olhando pela janela enorme, as casas e prédios lá embaixo parecem minúsculos e as luzes fazem a cidade parecer linda.–É um lugar bonito, pena não termos tanto tempo para apreciar isso. -me viro assustada com a voz estranha e rouca atrás de mim.–Quem é você? -afasto alguns passos para trás devagar com medo, sinto meu corpo arrepiar ao ver o sorriso medonho em seu rosto bonito.–Eu posso ser o que quiser, mas prefiro quando me chamam pelo nome. -sua voz parece
■ Capítulo 32 ■Há um certo barulho ao meu redor, me sinto tão mal que nem ao menos consigo abrir meus olhos agora, depois de toda aquela tensão se dissipar do meu corpo eu relaxei e devo ter acabado dormindo no sofá onde estava sentada.–Ela está bem, só passou por algo extremamente estressante e desmaiou quando percebeu que estava bem, isso é perfeitamente normal então ela vai acordar logo. Não precisão se preocupar senhores. -a voz parece estar bem ao meu lado mas ao mesmo tento tão distante.–Graças a deus. -essa é a voz de Christopher, ele parece aliviado. Aos poucos começo a sentir meus olhos menos pesados e tento piscar sendo inundada pela claridade do quarto.–Chloe? Esta acordada? -não consigo falar agora e nem me movimentar direito, levanto um pouco a mão que é pega no ar por alguém que não vejo por ainda estar me sentindo ofuscada pela luz.–Pegue um pouco de água para ela primeiro. -ele ordena e o movimento ao meu redor parece aumentar. –Ve
■ Capítulo 33 ■Não imaginei que algo assim fosse acontecer, nem em um milhão de anos eu a filha de pessoas de renda média sentada na sala de reuniões de uma das maiores e mais ricas famílias do mundo, dou uma olhada em volta e tem bastante gente que só vi em revistas e na TV.–Então ela é a garota que sobreviveu ao Zero? -olho para cima vendo o homem alto, forte e com um sorriso debochado no rosto.–Sorte ou azar? -aparece um outro atrás dele um pouco mais jovem com os cabelos coloridos em verde com um pirulito na boca.–Vamos começar a explicar tudo logo, meu irmão vai precisar de mim em duas horas para umas paradas aí. -na sala há apenas três mulheres contando comigo, um ruiva e uma loira que parece modelo de revista, ambas vestidas de preto e sentadas em um sofá não muito longe.Pelo que reparei apesar de estar nessa sala repleta de homens elas não se abalam e estão cheias de si, um homem chega entra entregando algo para a loira que sorri lhe dando
■ Capítulo 34 ■As costas de Christopher parecem um pouco encurvadas olhando daqui, já faz uns cinco minutos que ele levantou e olha pela janela sem falar nada, não sei o que se passa em sua mente mas creio que seja uma decisão difícil de se tomar já que está levando tanto tempo para conseguir me dizer.–Olha, eu não sei nem por onde começar. -ele vira apenas parcialmente em minha direção, parece falar para a parede mais sei que suas palavras são para mim.–Se começar do começo irei agradecer, já tive umas boas surpresas hoje. -digo sorrindo para tentar lhe passar algum conforto.Espero que a conversa se inicie e parece passar muito tempo antes que ele se vira e caminhe em minha direção, prendo a respiração vendo ele caminhar rápido até onde estou sentada, então se ajoelha em minha frente e olha em meus olhos.–Não queria ter que recorrer a métodos tão vis, mas talvez essa seja a forma mais rápida de tirar o foco deles de Julia e também para descobrimo
■ Capítulo 35 ■O dia foi bem agitado, conversas sobre vestidos, bolos, doces, festas e tudo mais. Teve uma hora que até mesmo cogitei desistir da ideia e somente me esconder em algum buraco por aí, mas então liguei para Anally e Dandara que com toda alegria do mundo falaram que avisariam a nossa família e pegariam um avião assim que possível para a Itália.–Parece que o dia foi longo. -olho para porta vendo Lorenzo encostado no batente da porta de braços cruzados, ele mantém um sorriso triste no rosto e um olhar sombrio cheio de culpa.–Sim, foi um dia agitado. -digo dando algumas batidinhas ao meu lado na cama para que ele possa entrar e se sentar aqui perto de mim.Muitas vezes no hospital e na ilha Lorenzo me deu conselhos, me animou, conversamos várias vezes e nem em mil anos eu desconfiaria que ele é o líder de uma organização criminosa, fiquei muito surpresa mas ainda assim o vejo como uma pessoa de bom caráter apesar de suas origens.–Como se s
■ Capítulo 36 ■–Chloe? -sinto alguém remexer meu corpo e resmungo baixinho, quero dormir mais um pouco.–Mamãe? -dou um pulo de onde estou e olho em volta ainda desnorteada, sinto a mão pequena segurando minha saia abaixo o olhar vendo Julia segurando um ursinho e a outra mão agarrada em mim.–Bom dia. -digo e lhe pego no colo sem prestar atenção em como eu estou ou onde estou, dou um giro no lugar e ela ri.–Acho que a madrugada foi produtiva. -levo um susto com a voz atrás de mim e me viro devagar para ver quem estava presenciando meu momento constrangedor.–Ah, hahaha oi. Bom dia. -caramba que vergonha, estou descabelada, suja de farinha e devo estar com o rosto amassado por acabar de acordar.–Não sei onde conseguiu os ingredientes para fazer bolos no meio da noite. -diz e caminha até a geladeira, abre olhando começo a dar risada vendo as coberturas e recheios que estão lá dentro, ele balança a cabeça em negativo pega o leite e fecha a gelade
■ Capítulo 37 ■–Se sente mais calma agora? -levanto o olhar encarando a mulher de cabelos loiros e olhos verdes penetrantes, ela veio falar comigo antes mas não conseguia me manter focada então apenas repeti o que disse antes.–Sim, acho que a tensão maior passou por agora. -dou um sorriso tentando parecer amigável e estável, abaixo o olhar para o copo de água em minhas mãos e observo a borda do copo onde uma pequena gota escore até meu dedo indicador.–Então pode me dizer do começo o que fez. -ela se senta na minha frente, respiro fundo levantando o olhar para lhe encarar.–Acordei na cozinha porque passei a madrugada fazendo bolos e doces, subi pra tomar banho e quando estava terminando escutei alguém bater na porta, corri e tranquei a porta do banheiro porque desde a noite no hotel tenho estado um pouco mais alerta, então perguntei quem estava no quarto e ele respondeu. -digo sem muitos detalhes, porque não há mais nada relevante sobre o que aconteceu.
Capítulo 38 ■Não consigo me aquietar de tanta ansiedade, porque se a origem de todos os meus problemas não for por culpa de Julia e sim por causa de algo envolvendo meus falecidos pais então tudo fica menos complicado, já que assim posso me esconder em algum lugar e deixar Julia longe de mim em segurança.–O que disse antes sobre uma pista sobre o motivo do cartel Caco estar atrás de você, é verdade? -pergunta Christopher enquanto ando de um lado ao outro no quarto segurando o pote de sorvete na mão direita e a colher na esquerda.–Não tenho certeza mas, se for como eu penso Julia estará segura longe de mim. -digo e sinto um puxão forte me fazendo parar e encará-lo.–Ei, preciso que fale. -confirmo com a cabeça e me sento nos pés da cama, coloco uma colher de sorvete na boca e suspiro.–Dois anos atrás quando eu estava na faculdade em Boston meus pais me avisaram de uma viagem ao Brasil para comprar sementes exóticas, na época não desconfiei porque e