Capítulo 2

Amanda Rich

Já é a quarta mensagem que Yven deixa na minha caixa postal,  faz 7 dias que vim embora de New York com a desculpa de que fui promovida no meu emprego, quando na verdade, implorei para que me permitissem trabalhar aqui, com o intuito de fugir de algo que estava acontecendo de uma forma muito rápida e magicamente surpreendente, entretanto, eu não estava pronta e foi por isso que precisei sair da cidade o mais rápido possível, abandonando a pessoa que fazia meu coração bater descompassadamente, me deixando extremamente confusa com todo seu jeito de me tratar, sem falar que abandonei até a ideia de sociedade com a minha  melhor amiga.

Sinto que abandonei meus sonhos e objetivos por conta de uma decepção amorosa que na verdade, nem havíamos conversado sobre o que de fato tínhamos. Não vou dizer que não queria algo mais sério com Sebastian, mas eu estava com muito medo do que poderia surgir entre nós.

Neste momento estou aqui olhando a vista do meu quarto de hotel temporário, o tempo parece um caos, refletindo o meu estado interno.

As lembranças de 6 noites atrás ainda me assombram fortemente, a noite em que eu iria ficar cuidando do meu afilhado para que Yven e Michael fossem curtir seu primeiro dia dos namorados tranquilamente, pois de fato, aquela noite estava perfeita, havia um ar de romance rodeando os ambientes até a lua estava cheia e o céu estrelado, cada segundo se faz tão fresco em minha memória.

—  Querida, pode ir curtir a noite com Sebastian. Eu e Chris iremos descansar juntinhos.  — 

 Dona Monique murmurou enquanto pegava Chris do colo de Sebastian, que sorridente, logo entregou o bebe depois de depositar um beijo cheio de carinho em sua cabecinha.

— Eu acho que não é uma…  —  murmurei mas logo fui interrompida por Sebastian, que pegou minha bolsa que estava na poltrona, jogando-a em seu ombro direito e logo me puxou dizendo.

—  Vamos jantar, Querida. Conheço você o suficiente para saber que está com muita fome.  —  

O encarei atentamente e não resisti ao sorriso que brincava em seus lábios e sorri em resposta e por um momento, até esqueci do motivo de eu estar lutando contra esse sentimento que cresce dentro de mim tão rápido.

—  Prometo, só vamos jantar e conversar um pouco.  —  

Ele pausou e sorriu de um jeito que já indicava que o golpe viria.

 —  Não vou nem tocar no assunto do seu paladar infantil  —  

E revirando os olhos, sacudi a cabeça e dei uma cotovelada na costela dele de brincadeira e sorri enquanto andávamos para a saída da casa.

Lembro-me que o trajeto todo foi em silêncio e quando chegamos no restaurante, senti que Sebastian queria me dizer algo.

Um som incessante me tirou das lembranças, e encontro meu celular que mostra que Yven está me ligando, e sem coragem de atender, apenas deixei tocar, e em seguida a tentativa de chamada é encerrada e então meu celular começou a tocar novamente e dessa vez, vejo que é meu chefe, o que me obrigou a atender, uma vez que não estou mais ocupando o mesmo cargo que ocupava em New York por que implorei para vir.

Eu sou demais.

—  Boa noite, Sr. Wellington. Como vai?  —  

O saudei com a minha educação habitual já que sou uma simples secretária e ele logo respondeu com seu tom de voz polido e profissional.

—  Amanda, boa noite. Preciso que você vá até nosso escritório amanhã e pegue o documento que ficou em cima da minha mesa e traga até a minha casa, eu estou fora da cidade.  —  

Confirmando com um gesto, eu logo respondo.

—  Claro. Sr. algo mais?  —  

Ele coçou a garganta e murmurou.

—  Só isso, querida. Boa noite  —  

Soltando um suspiro, joguei meu celular na cama e me direcionei até meu closet, vesti minha roupa para treino e desci até a academia do prédio, coloquei meus fones via Bluetooth e deixei tocar uma playlist aleatória e comecei a correr na esteira, na tentativa de afastar todas aquelas sensações incômodas que eu estava sentindo, pois parece que uma parte de mim, ficou em esquecimento em new york, e confusa, sinto vontade de voltar e recuperar o que deixei para trás, mas sacudindo a cabeça me repreendo por sentir tanta confusão, uma vez que eu havia decidido ficar nesse novo trabalho.

Minha mente estava fervilhando em pensamentos conflitantes, tentando entender quando foi que tudo mudou drasticamente, pois em um momento eu era noiva de um homem que namorei por anos e de repente, estou apaixonada por outro homem que conheci em uma situação muito complicada. Um homem que me entende melhor do que ninguém, que conhece meu corpo como a palma da mão e que provavelmente sabe que eu estou extremamente confusa com meus sentimentos por ter passado por um relacionamento conturbado e que por isso resolveu brincar com meu coração, me magoado de uma forma que nunca pensei que iria acontecer, pois não achei que isso iria acontecer comigo novamente, como isso é possível? Como cheguei a esse ponto? Como Sebastian chegou a um nível tão baixo para conquistar e usar uma pessoa dessa forma? 

Como explicar para ele, que eu gosto dele, que realmente nunca me senti tão apaixonada por outra pessoa como sou por ele e que não aceito dividi-lo com ninguém? ou melhor, como ele teve coragem de falar aquelas palavras tão lindas para mim sendo que havia outra esperando por ele em sua própria casa?

Comecei a correr com mais rapidez, precisava colocar para fora toda a raiva e dor que estava sentindo a alguns dias, queria na verdade extravasar minha raiva socando algo, como um saco de pancadas grande, alto, com quase 1,90 de altura, com um abdômen trincado, e braços musculosos, mãos que sabem oferecer um prazer inesquecível, um rosto esculpido pelos deuses e uma boca perfeita, com uma língua muito habilidosa…

Merda… 

Parei de correr furiosa comigo mesma por estar lembrando daquele corpo magnífico em um momento extremamente inapropriado, pois foi Sebastian que me motivou a sair de New york, e foi por ele que me apaixonei profundamente, e foi justamente ele que fez eu sentir a verdadeira dor da decepção amorosa, e sem perceber, fui jogada para fora da esteira que ainda estava em movimento, e agradecendo aos céus, fiquei feliz por saber que eu era a única a fazer uso da academia nesse horário, caso contrário, iriam me ver caída de costas entre o chão e a parede e pode parecer estranho mas seria muito engraçado se eu não estivesse sentindo uma leve dor na bunda.

A verdade é que Sebastian está em minha mente a todo momento, e sinto que ele não irá sair da minha mente, uma vez que temos os mesmo amigos, pois nosso círculo social é praticamente o mesmo, e bufando, sinto meu coração e apertar ao constatar que não seria fácil caso eu voltasse  morar perto da Yven, já que não posso me manter longe dela por muito tempo e fechando os olhos, sacudi a cabeça ao ver que não consigo me livrar daquele homem nem a milhas de distância. 

 Praga de homem gostoso pega.

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