Sebastian Mardowishy
— Por que ela fez isso? —
Me joguei na poltrona confortável enquanto choramingava sem conseguir fugir daquela sensação esmagadora que sentia no peito.
— Ela não poderia ter ido para outro país sem nos avisar. — pausei sentindo uma náusea forte me atingir e me encolhi na tentativa de amenizar aquele enjoo, e segundos depois me senti melhor e continuei a resmungar. — Eu me declarei para ela, irmão —
Michael que havia se tornado tão próximo de mim, me levantou da poltrona e me puxou em direção ao quarto.
— Vamos, Sebastian, você precisa se recuperar, cara —
Ele me direcionou pacientemente até meu quarto, sem se importar em tirar as roupas caras que eu estava vestindo, me jogou embaixo do chuveiro, que eu nem tinha visto que estava ligado e no instante em que a água fria caiu sobre meu rosto, eu desmoronei.
Já fazia um tempo que eu me sentia muito estranho, alguns sentimentos indevidos surgiram e isso me desestabilizou totalmente, fiquei confuso com muitas coisas e as únicas pessoas que estavam ao meu lado era Michael e Yven, mais precisamente Michael, pois Yven ficava com o pequeno Chris, meu afilhado.
Porra.
Meu afilhado me viu desse jeito. Bati com a mão na testa ao lembrar do menino. Senti a vergonha e a culpa me dominar lentamente.
— Michael … Cara —
Virei de frente para meu amigo que estava escorado na parede pensativo com suas mãos no bolso da calça apenas me analisando, ele arqueou a sobrancelha como se me pedisse para falar através daquele gesto e então murmurei.
— O Chris me viu pagando mico, como vou me recuperar dessa? —
Nesse momento meu amigo deu uma gargalhada e respondeu .
— O Chris não vai lembrar disso, Campeão — Ele estendeu uma toalha para mim e eu a peguei e ele continuou.
— Relaxa, você precisa descansar. —
Assentindo, Michael saiu do banheiro e me deu privacidade para me banhar de verdade, pois eu já estava muito melhor da bebedeira, o banho na água fria foi instantânea na ressaca.
Eu acabei bebendo todas durante o almoço que Yven e Michael haviam me convidado, apesar de eu não querer ir, Michael havia dito que seria uma boa ideia, pois assim eu iria me distrair um pouco, mas acabou acontecendo o contrário, bebi demais, desabafei, chorei, vomitei e chorei de novo e depois acordei quando Michael me pediu as chaves de casa que para minha sorte, estavam no meu bolso.
Depois do meu banho, me direcionei ao quarto e vesti uma roupa confortável, tais como chinelos, calça moletom e uma camiseta e fui à procura de Michael, esse cara está sempre me ajudando, o mínimo que posso fazer é agradecê-lo e chegando na cozinha, já o encontrei perto da janela falando no telefone e me direcionei a geladeira para pegar uma garrafa d’água e me acomodei no banco que interligava corredor com cozinha. Tomei um grande gole da minha água, pois apesar de fraca, a ressaca já havia chegado.
— Certo, amor… Vou comprar e em seguida chegarei em casa… Tamanho M… ok… Até logo. Amo você —
Olhei para a cara do meu amigo que sorria igual a um bobo sempre que falava com a Yven e murmurei baixo.
— Tudo bem com o Chris? Outra enxurrada de côcos?—
Confirmado com a cabeça, Michael murmurou, soltando um suspiro.
— Acontece quando ele come chocolate escondido ou produtos em geral que tenham lactose. Chegamos ao diagnóstico essa semana. —
Confirmando em um gesto, beberiquei minha água e respondi.
— Isso é bom saber, até porque, o consumo de chocolate que provavelmente fez vocês levarem ele ao hospital, foi por minha culpa. Então vamos, vou com você ao supermercado.—
Me levantei num pulo e negando com um gesto, Michael murmura.
— Não precisa, irmão. Você está se recuperando de uma…—
E o interrompendo, eu murmuro.
— E você está me ajudando, preciso sair de casa, e acredito que ir atrás de fraldas irá fazer um bom trabalho. —
Sacudindo a cabeça enquanto ri, Michael responde.
— Então vamos,pois é capaz de Yven ir comprar tudo sozinha com o Gregóri —
Assim que chegamos ao supermercado, logo me senti culpado, pois não tinha conhecimento nenhum em produtos para bebês, e olhando para a testa franzida do Michael, penso que ele também é desprovido dessas habilidades.
— Yven disse que era só escolher uma fralda tamanho M, mas ela não disse que teria vários tipos e marcas. —Franzindo a testa, fui passando pelo corredor e analisando os diferentes tipos de fraldas.
— Conhecimento zero nesse tipo de coisa. —
Ouvi que Michael murmurou mais para si do que para alguém ouvir e soltando um suspiro cansado, eu respondi.
— Se está difícil para você, imagina para mim que não conheço fraldas e nenhuma dessas coisas de sentimento que estão acontecendo comigo. —
Michael olhou para mim e jogou a cabeça para trás em meio a uma gargalhada disse pegando um pacote de fraldas.
— Acho que é esse modelo aqui. — Ele me mostrou um modelo onde parecia uma cueca descartável.— Com certeza não é esse aí. Tenho certeza que é essa aqui, olha o tamanho, é perfeito, quando ele fizer cocozinho, vai caber bastante. —
Falei já andando para pegar um carrinho e levar alguns pacotes para meu afilhado, também levei pomadas de assadura e talcos perfumados que inclusive tem o mesmo cheiro que Chris, então nisso eu não vou errar.
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— Não acredito que vocês trouxeram fraldas geriátricas para o Christian. —
Yven murmurou em meio às gargalhadas, e desfazendo as sacolas de compras ela continua.
— Ao menos um pacote estava certo, e isso me salvou. —
Então Michael sorriu e disse com Chris no colo.
— Foi a que eu escolhi, nunca fiz escolhas tão difíceis na minha vida. Parabéns para você que lida com as coisas do Christian sozinha. —Yven sorriu abertamente e murmura.
— Mas você também me ajuda, amor. —Michael negou com a cabeça e respondeu.
— Eu faço o básico. — Yven sorri e se aproxima do marido e começa a brincar com as mãozinhas gorduchas do garoto.— O comadre, você sabe que sou pior que Michael. —
Murmurei me justificando pelo erro grotesco, mesmo sabendo que eu deveria ter lido o conteúdo do pacote e não olhar o tamanho da fralda e me sentei na poltrona já me sentindo derrotado.
— Não tenho conhecimento de nada nessa vida. —
Yven nesse momento parou de brincar com Chris e direcionou sua atenção para mim e pergunta.
— Como você está? —Aquela pergunta me pegou desprevenido,e olhando-a novamente, tentei me autoanalisar e dando de ombros eu respondi.
— Ainda não sei como me sinto de verdade, apenas me sinto largado, sabe? —Assentindo, Yven confirma e murmura.
— Eu sinto muito, Sebastian. Mandei mensagens para ela mas nenhuma resposta apareceu, não sei se ela está me evitando ou se está tentando se adaptar. —Engolindo em seco, confirmei e soltei um suspiro já me levantando e disse.
— Eu vou para casa, a semana será longa. —
Levantei e me despedi do casal e sai andando em direção a um ponto de táxi com minha cabeça em uma confusão gigantesca, pois antes de eu ter um lance físico com aquela mulher, eu tinha apenas uma preocupação, que havia se tornado como um objetivo que era me aproximar de Amanda, e atualmente, a preocupação ou objetivo se transformou em problema, um problema que foi morar em outro país, sem avisar nem mesmo a sua melhor amiga.
Amanda RichJá é a quarta mensagem que Yven deixa na minha caixa postal, faz 7 dias que vim embora de New York com a desculpa de que fui promovida no meu emprego, quando na verdade, implorei para que me permitissem trabalhar aqui, com o intuito de fugir de algo que estava acontecendo de uma forma muito rápida e magicamente surpreendente, entretanto, eu não estava pronta e foi por isso que precisei sair da cidade o mais rápido possível, abandonando a pessoa que fazia meu coração bater descompassadamente, me deixando extremamente confusa com todo seu jeito de me tratar, sem falar que abandonei até a ideia de sociedade com a minha melhor amiga.Sinto que abandonei meus sonhos e objetivos por conta de uma decepção amorosa que na verdade,
Sebastian MardowhiskyA minha vida nunca foi fácil, na realidade, a vida de ninguém é. Mas para mim, foi difícil desde muito cedo.Meus problemas começaram muito cedo, fiquei órfão, passei fome e morei na rua, nenhum familiar nunca quis ficar comigo, então eu não tinha ninguém para cuidar de mim, era apenas um menino com fome e precisando de carinho.Entre meus dias de solidão e medo dormindo nas ruas de New York, me faziam lembrar dos dias felizes que eu tive com meus pais, éramos uma família muito unida, eles me amavam muito e faziam o que podiam para cuidar de mim até um dia em que estávamos passando na rua e fomos abordados por alguns homens, que quando pegaram no braço do meu pai, logo lhe mostraram alg
Sebastian MardowhiskyLogo que entramos no seu apartamento, as luzes estavam apagadas e assim continuaram, pois puxei Amanda pela mão e a prendi entre mim e a parede e a beijei faminto, ela logo correspondeu e agarrou meu cabelo e então a levantei do chão e ela prendeu minha cintura com sua pernas torneadas e então se afastou e disse com seus olhos tomados por desejo. — Segundo quarto à sua esquerda. — E voltou a me beijar, a cada esfregada que seu quadril fazia em mim, eu estrangulava um gemido, a garota me transformava num animal, e assim que abri a porta, entrei no quarto e a joguei na cama sem usar muita força e Amanda esboçou um sorriso tão sexy que eu estremeci.
Amanda RichMuitas pessoas dizem que quando temos um apoio e estrutura familiar, conseguimos conquistar nossos objetivos mais fácil, e posso dizer, que não consegui saber se isso era verdade, perdi meus pais muito cedo, e desde então estive sozinha, até encontrar a Yven e sua família, que e acolheram com todo carinho e amor e agora estou aqui, ignorando a garota, morando em um país desconhecido, com um trabalho e chefes que estou querendo matar desde o segundo dia de trabalho. por causa de um coração partido.É mole?Além de todos serem extremamente desorganizados, a equipe em que fui incluída, ainda exige coisas que estão além da minha alçada. Ou seja, não ten
Amanda RichEu confirmei com um gesto e voltei a andar, enquanto pensava na decisão que eu acabei de tomar, pois ao ouvir a voz da minha melhor amiga, eu senti que precisava estar perto dela, do meu afilhado, do Michael, que agora faz parte da minha vida também. — Yven, vou voltar para casa. — Murmurei me aproximando de uma praça pouco movimentada, próxima ao meu prédio, não havia ninguém na rua, mas daqui consigo ver o movimento somente de carros na estrada geral — Meu trabalho está uma droga e … —
Sebastian MardowiskhyJá tem alguns dias que não recebo uma resposta da Amanda, decidi comprar um novo número para falar com ela, no entanto, ela nem responde mais, e eu não posso correr o risco de ela bloquear o número. Bufei jogando o celular em cima da mesa quando Michael enfia sua cabeça dentro da minha sala e eu o chamo para entrar. — Tudo bem? precisa de algo, Chefe? —Michael sorri com a minha recepção e se acomoda na poltrona e pergunta. — Tudo confirmado para sábado? —
Sebastian MardowhiskyAtravessando os corredores com pressa, entrei na sala indicada e no instante em que abro a porta, encontro um garoto de olhos verdes, cabelos loiros escuros e pensativo sentado em um banco de um jeito que demonstrava sua frustração e nesse momento, pensei em uma forma de conversar com ele, sem que fosse uma repreensão, pois não sei como ele irá reagir a mim depois dessa briga.— Ei, campeão. Tudo bem? — Chamei a atenção do garoto que ao me ver, direciona sua atenção para o chão e murmurou envergonhado.— Eu… Elas ligaram para você de novo. Sinto muito, tio Sebastian. —
Sebastian MardowhiskyConfirmando com a cabeça, o casal ficou em silêncio mas já era visível a felicidade deles por mim e eu continuei. — Eu estou pensando em… — E a campainha tocou, Yven pediu licença para atender a porta e eu continuei a conversar com Michael. — Quero adotar Henry, eu só quero que… — Nesse instante entrou uma brisa forte dentro da casa misturados com um perfume doce, minha memória olfativa logo reconheceu o cheiro e meu coração acelerou de tal forma, que parecia estar em uma maratona de corrida. Reconheci aquele perfume, e sabia de quem era, só não esperava encontrá-la aqui, agora.&n