Sebastian Mardowhisky
A minha vida nunca foi fácil, na realidade, a vida de ninguém é. Mas para mim, foi difícil desde muito cedo.
Meus problemas começaram muito cedo, fiquei órfão, passei fome e morei na rua, nenhum familiar nunca quis ficar comigo, então eu não tinha ninguém para cuidar de mim, era apenas um menino com fome e precisando de carinho.
Entre meus dias de solidão e medo dormindo nas ruas de New York, me faziam lembrar dos dias felizes que eu tive com meus pais, éramos uma família muito unida, eles me amavam muito e faziam o que podiam para cuidar de mim até um dia em que estávamos passando na rua e fomos abordados por alguns homens, que quando pegaram no braço do meu pai, logo lhe mostraram algo que estava na sua cintura, na época eu não conseguia entender, mas hoje eu sei que era um revólver. Lembro como se fosse ontem, meu pai reagiu e então começou a agressividade, minha mãe desesperada mandou que eu fugisse, e me empurrou para escapar, mas quando corri e olhei para trás, vi o exato momento em que os dois homens atiraram nos meus pais e fugiram, deixando para tras os dois ensanguentados, sufocando com seus próprios sangues, minha mãe tremia, e lágrimas saiam de seus olhos, já meu pai, não se mexia mais, e sentindo uma dor insana no peito, comecei a chorar.
Deixando meus pais para trás, fui levado junto com uma assistente social para a casa de uma tia, irmã do meu pai.
Ela me espancava constantemente, era uma mulher com vício em bebidas, falida e não tinha mais ninguém e quando as coisas não funcionavam para ela, o que era quase todos os dias, ela descontava sua ira em mim então em pouco tempo, acabei fugindo de casa. Ela dizia que meu pai era tão inútil, que morreu e acabou me deixando para trás e assim atrapalhar a vida das outras pessoas, e o pior, é que eu ainda tinha a esperança de que ela gostasse de mim algum dia, mas não foi o que aconteceu e então eu preferi morar na rua, eu não tinha nada além de uma pequena mochila com um casaco, uma calça e uma bermuda que já estava bem velha, pois minha tia não comprava roupas novas para mim e na tentativa de receber um pouco de atenção ao invés de apanhar, eu preferia não pedir nada, até que o dia do meu aniversário de 11 anos chegou, e eu fui até um parque aberto, onde eu estava quase com frequência, era um parque natural, havia um lago com peixes dourados e nesse exato dia, havia muitas famílias felizes, era tudo o que eu não tinha…
— Sebastian? — Sai dos meus pensamentos ao me deparar com Michael bem a minha frente, tentando chamar minha atenção.
— Desculpe, não vi você chegar. — Eu murmurei e me movi tentando dissipar aquela nuvem negra que se instalou em mim a segundos atrás.
— Dia ruim? — Michael perguntou puxando a cadeira e se acomodou na cadeira esticando as pernas e afrouxando a gravata.
— Não, só lembranças ruins. Mas o dia de trabalho foi ótimo então, tudo está bem. —
Murmurei tentando engolir aquele bolo na garganta, mas meu tom de voz saiu mais sério que o esperado e franzindo a testa, Michael enfiou sua mão no bolso, pausou por alguns segundos como se estivesse pensando em algo e então murmura.
— Estava pensando em fazer uma festa de comemoração ao nosso aniversário juntos, o que me diz? —
Fiz um gesto com a cabeça em confirmação e olhei para meu amigo que voltou a dizer.
— Vamos sair hoje? Yven estava afim de ir para a balada. Minha sogra vai ficar com o Chris. —
Não posso negar, o que estou sentindo dentro de mim, dói, e muito, mas não posso deixar uma mulher que me rejeitou levar toda minha vida com ela, então decidi que a partir de hoje, voltarei a ser o Sebastian Mardowisky de antes.
Em resposta a pergunta mais uma vez confirmei com um gesto e me levantei da cadeira e disse a ele.
— Vou em casa tomar um banho e comer alguma coisa, às 21h passarei em sua casa. —
Michael esboçou um sorriso e levantou já confirmando e disse.
— Então, vejo você mais tarde — e saiu andando rumo a saída, quando eu murmuro.
— Acha que eu devo seguir a minha vida? — Ele parou de andar quando chegou na porta e virando-se para mim, vi em seu rosto uma expressão que eu conhecia bem, e ele respondeu.
— Não sei o que aconteceu entre vocês naquela noite, Sebastian. Mas acho que deve ir com calma, acredito que a história de vocês ainda não terminou. —
Eu confirmei com a cabeça e ele assentiu e saiu andando, e eu me virei de costas para observar a vista que se desenrolava abaixo dos meus pés.
Uma noite de sexta-feira, pessoas apressadas atravessam a faixa para pedestres, do outro lado encontro um casal se amassando próximo a uma praça, e minha atenção ficou toda lá, mas minha mente vagou até a noite em que jantei com Amanda.
Amanda estava um pouco mais agitada que o normal, e sabia que era eu que causava sua inquietação. Acabamos de sair do restaurante e estávamos em frente a sua casa quando ela fez menção de descer do carro e só depois se despedir e então eu peguei sua mão e senti algo eletrizante através do nosso toque, imediatamente entrelacei nossos dedos e ela me olhou, seus olhos brilharam, ela engoliu em seco e seus lábios se entreabriram em um convite, no qual eu ansiava por aceitar, eu desejava tanto essa mulher, que meu corpo se arrepiava por simplesmente estar tão próximo dela e então ela passou a língua pelos lábios e eu não resisti e a beijei.
Um beijo tímido começou a se transformar em esfomeado, passei minha mão por seus ombros e então posicionei minha mão entre seus cabelos e os puxei, Amanda gemeu baixinho entre o beijo, seu gemido me impulsionou a querer mais e então a puxei contra mim, mas fomos impedidos pelo pouco espaço e então lembrei que estávamos no carro e ela então murmura sem olhar nos meus olhos.
— Você gostaria de… — Ela pausou e mordeu o lábio demonstrando que estava com um pouco de receio, eu acariciei sua bochecha incentivando-a a continuar e ela prosseguiu.
— Você quer entrar? —
Dessa vez ela olhou nos meus olhos e vi ali um pouco de receio misturado com desejo e sorrindo murmurei me aproximando do seu pescoço.
— Achei que nunca me convidaria, Baby — Tirei meu cinto de segurança e desci do carro e observei Amanda se recuperar das sensações que tivemos a poucos segundos atrás, e quando abri a porta do carro, ela agradeceu a caminhou a minha frente, sei que ela está confusa com receios e medos, uma parte de mim aceita e entende sua confusão e a outra parte fica confuso e irado por saber que ela ainda sente algo por aquele embuste, que teve a coragem de enganá-la.Sebastian MardowhiskyLogo que entramos no seu apartamento, as luzes estavam apagadas e assim continuaram, pois puxei Amanda pela mão e a prendi entre mim e a parede e a beijei faminto, ela logo correspondeu e agarrou meu cabelo e então a levantei do chão e ela prendeu minha cintura com sua pernas torneadas e então se afastou e disse com seus olhos tomados por desejo. — Segundo quarto à sua esquerda. — E voltou a me beijar, a cada esfregada que seu quadril fazia em mim, eu estrangulava um gemido, a garota me transformava num animal, e assim que abri a porta, entrei no quarto e a joguei na cama sem usar muita força e Amanda esboçou um sorriso tão sexy que eu estremeci.
Amanda RichMuitas pessoas dizem que quando temos um apoio e estrutura familiar, conseguimos conquistar nossos objetivos mais fácil, e posso dizer, que não consegui saber se isso era verdade, perdi meus pais muito cedo, e desde então estive sozinha, até encontrar a Yven e sua família, que e acolheram com todo carinho e amor e agora estou aqui, ignorando a garota, morando em um país desconhecido, com um trabalho e chefes que estou querendo matar desde o segundo dia de trabalho. por causa de um coração partido.É mole?Além de todos serem extremamente desorganizados, a equipe em que fui incluída, ainda exige coisas que estão além da minha alçada. Ou seja, não ten
Amanda RichEu confirmei com um gesto e voltei a andar, enquanto pensava na decisão que eu acabei de tomar, pois ao ouvir a voz da minha melhor amiga, eu senti que precisava estar perto dela, do meu afilhado, do Michael, que agora faz parte da minha vida também. — Yven, vou voltar para casa. — Murmurei me aproximando de uma praça pouco movimentada, próxima ao meu prédio, não havia ninguém na rua, mas daqui consigo ver o movimento somente de carros na estrada geral — Meu trabalho está uma droga e … —
Sebastian MardowiskhyJá tem alguns dias que não recebo uma resposta da Amanda, decidi comprar um novo número para falar com ela, no entanto, ela nem responde mais, e eu não posso correr o risco de ela bloquear o número. Bufei jogando o celular em cima da mesa quando Michael enfia sua cabeça dentro da minha sala e eu o chamo para entrar. — Tudo bem? precisa de algo, Chefe? —Michael sorri com a minha recepção e se acomoda na poltrona e pergunta. — Tudo confirmado para sábado? —
Sebastian MardowhiskyAtravessando os corredores com pressa, entrei na sala indicada e no instante em que abro a porta, encontro um garoto de olhos verdes, cabelos loiros escuros e pensativo sentado em um banco de um jeito que demonstrava sua frustração e nesse momento, pensei em uma forma de conversar com ele, sem que fosse uma repreensão, pois não sei como ele irá reagir a mim depois dessa briga.— Ei, campeão. Tudo bem? — Chamei a atenção do garoto que ao me ver, direciona sua atenção para o chão e murmurou envergonhado.— Eu… Elas ligaram para você de novo. Sinto muito, tio Sebastian. —
Sebastian MardowhiskyConfirmando com a cabeça, o casal ficou em silêncio mas já era visível a felicidade deles por mim e eu continuei. — Eu estou pensando em… — E a campainha tocou, Yven pediu licença para atender a porta e eu continuei a conversar com Michael. — Quero adotar Henry, eu só quero que… — Nesse instante entrou uma brisa forte dentro da casa misturados com um perfume doce, minha memória olfativa logo reconheceu o cheiro e meu coração acelerou de tal forma, que parecia estar em uma maratona de corrida. Reconheci aquele perfume, e sabia de quem era, só não esperava encontrá-la aqui, agora.&n
Amanda Rich — Bom, eu fui embora por que… — Engoli em seco antes de completar e então Michael surge com um Chris coberto de coco subindo até as costas. — Amor, me ajude, por favor. — Michael entrou apressado e muito nervoso e nós duas caímos na gargalhada e eu logo peguei o Chris no colo e ouvi Yven dizer enquanto se recuperava da risada. — Não posso deixar vocês sozinhos por 5 minutos que já fazem uma tremenda bagunça. — Michael está se recuperando da situação e sem graça responde. <
Sebastian MardowhiskyAcordei num sobressalto, todo suado e assustado devido ao pesadelo que tive. Esses pesadelos estão começando a me perturbar a alguns dias, e como nos outros dias, sei que hoje não irei dormir mais então decidi me levantar, e ir tomar um banho para assim me preparar para correr e depois treinar.Depois que Amanda me enviou um sms extremamente irritada, me informando que iria me bloquear pois achava que eu era o Carlos babaca, acabei preferindo não responder mais nada e encomendei uma cesta de doces e pedi para deixarem um bilhete para ela como pedido de desculpas, obviamente especifiquei como queria o pedido de desculpas e fui para meu banho pois eu havia acabado de chegar do trabalho e agora de manhã, me sinto até sobrecarregado por estar sentindo tantos sentimentos contradit&