Me apaixonei

Mais tarde quando todos os alunos saíam do colégio, Helena viu Fernanda, trocaram um rápido olhar, mas nenhuma das duas manteve contacto, e fingiram que nada aconteceu, E lá foram.

Quando Helena e António chegaram na rua em que sua casa estava localizada, viram à distância Luciano saindo de casa discretamente, já era tarde, e o sol já se tinha posto, mas ainda assim ele usava chapéu, António e Helena acharam estranho, olharam um para o outro, e Helena perguntou:

-Onde é que ele vai?

-Nem faço ideia, ele anda muito estranho ultimamente, nem parece a mesma pessoa desde que começou a cantar e a andar com esses grupos, acho que essa coisa da fama já está a lhe subir à cabeça.

Luciano foi, e depois de percorrer um longo caminho, chegou num local meio sombrio, que parecia abandonado, foi então que ele ligou para alguém:

-Alô! Já estou aqui, não posso demorar.

-Fique mesmo aí, Já venho. – Uma voz irreconhecível ao telefone.

-Quem fala? Porquê que tem que ser aqui? – E a chamada terminou.

Enquanto isso: Em casa, Esmeralda foi para o quarto da Helena, e quando ela abriu, disse:

-Porquê que fizeste isso? – Falou, muito séria.

-Entra, vamos conversar.

-Ouve bem – Disse ela entrando no quarto da Helena – Eu sei que você gosta de bancar a heroína, e de salvar o dia, mas eu não preciso de ninguém para me cobrir, muito menos de um segurança.

-Mas, Esmeralda eu… – Tentou explicar-se, mas Esmeralda já vinha pronta para sair vencedora numa discussão.

-Não, eu sei bem o que vais querer dizer, que só fizeste isso porque a mãe iria arrumar o meu quarto, mas foste tu quem inventaste essa mentira, se não vais ajudar, não piores a minha situação, e agora se – Parou – Helena, onde é que estão?

-Guardei aqui. – Então Helena mostrou-lhe as garrafas.

Esmeralda ficou sem jeito ao ver que Helena tinha se arriscado por ela, viu que não tinha razão de agir com arrogância, então baixou a guarda:

-Preciso me livrar disso. – Disse Esmeralda, pensativa.

-Claro, vamos sim, mas antes queria ter uma pequena conversa contigo, pode ser?

-Sobre isso?

-Vem. – Segurou as mãos dela como uma irmã de verdade faz, e sentaram-se – Ouve, eu não sei o que você está a passar, nem faço ideia do que te levou a fazer isso, mas quero que saibas que essa não é a solução.

-Eu sei, mas eu não estou a procura de solução, só quero esquecer algumas coisas, acontece que nem tudo é o que parece... – E esmeralda foi explicando.

De volta ao Luciano, ficou muito tempo á espera, até que apareceu perto dele um jovem cuja cara estava difícil de se ver, pois usava um casaco com capuz, e um chapéu, notava-se que ele não queria ser visto:

-Luciano! Passa aqui a tua mochila.

Luciano assustou-se, e disse tentando se aproximar dele:

-Meu. Esperei muito, eu disse que não.

-Para aí, você não pode me ver. – Disse o jovem – cobrindo melhor o seu rosto.

-Toma. – Luciano entregou a mochila e recebeu outra mochila, que era idêntica a que ele entregou. – Eh! Vocês são mesmo bons nisso.

-Tens duas semanas para despachar essa parte, e provar que és de confiança.

-Deixa comigo Boss. – Disse ele, virando-se para ir embora.

-Luciano!

-Diz.

-Não arranje problemas com a pessoa errada. – E foi.

Luciano ficou só olhando para o jovem com quem ele acabou de se encontrar, e por curiosidade, pegou na mochila, e abriu, vendo que era mesmo cocaína que ele tinha naquela mochila, fechou de imediato, levantou-se, e quando começou a caminhar viu um carro passando bem do seu lado, e o homem que dirigia gritou para ele: `` Força Novato ´´.

Esmeralda saiu do quarto da Helena, virou-se, e as duas trocaram olhares acompanhados de sorrisos, aqueles que se dá a uma melhor amiga depois de uma longa conversa. E quando Esmeralda fechou a porta, Helena segurou o seu telefone, e foi directamente no facebook, na foto de perfil do Paulo, ficou apreciando ele, e lembrando o que se passou mais cedo no colégio, então marcou o número dele, pensou se deveria mesmo ligar, e decidiu que não ia ligar, mas depois de alguns segundos, ela não resistiu, e ligou mesmo para ele:

-Alô. Estava mesmo a pensar em ti. – Paulo estava dentro de um carro com os amigos.

-Sério? E não ligaste porquê?

-Sei lá, achei que estivesses ocupada.

-Só que não estou.

-Conheces aquele espaço que fazem petiscos deliciosos que abriu recentemente?

-A casa do Sabor?

-Sim, esse mesmo.

-Conheço, ia lá sempre com a minha amiga.

-Estou prestes a chegar lá, o que achas de nos encontrarmos agora?

Helena olhou para um trabalho de Biologia que tinha que estudar, e disse:

-Na verdade. – Parou por um instante, e mudou de ideias – É disso que eu precisava mesmo.

-Fixe, espero por ti então.

Paulo no carro, depois de desligar o telefone:

-Mano, Fico aqui na Casa do sabor.

-Sempre com as miúdas? – Disse o homem que conduzia o carro.

-Para o carro, não te devo explicações.

-Sabes que não podes…

-Eu sei disso Mário. – Disse o Paulo, enquanto descia do carro.

Assim que chegou à Casa do sabor, Paulo saudou todos que lá estavam, sentou-se, e quando deu conta, estava sentado bem ao lado da Fernanda, que assim que lhe viu, aproveitou:

-Oi Paulo! – Saudou sorridente.

Helena saía de casa de forma discreta, quando de repente, cruzou com Luciano, que também não estava muito confortável, uma vez que tinha uma grande quantia de cocaína na mochila pela primeira vez na vida.

-Helena? Onde vais?

- Venho já, tenho que ir buscar algo aqui na Fernanda, e tu? De onde vens vestido assim, a uma hora dessas?

-Não liga, é o meu estilo. – E entrou sorrindo, tentando parecer normal, mas sem êxito.

-hum! – Achou estranho – Ok então.

Fernanda estava conversando com o Paulo enquanto a sua companhia não chegava, tentando ganhar intimidade:

-É sério Paulo, sempre quis conhecer você melhor. – Por um instante, ficou olhando para ele, mostrando-se muito interessada - o que fazes além de cantar, e ser popular?

-Popular, eu? – Fingindo estar surpreso – Bem, sou modelo também.

-Ok! Isso explica o cabelo fofo, e os braços bem – Segurou num deles – Fortes.

Helena vinha, e antes que chegasse, viu de longe Fernanda segurando o braço do Paulo, parecia que estava a acariciá-los, então ela parou, pensou em voltar para casa, mas já estava cansada de ser vista como uma simples `` Betinha ´´, então avançou:

-Oi, boa noite. – Saudou com alegria.

-Helena! – Fernanda surpreendeu-se.

-Sim, é dela que eu estava a espera – Disse Paulo abraçando forte a Helena, e mesmo sem entender, deixando ela mais confiante. – Vou buscar o que encomendei, espero ter feito a escolha certa princesa.

-Então, como vai? – Perguntou Helena, quebrando o momento de reflexão que Fernanda estava a ter por ter ouvido Paulo a chamar Helena de Princesa.

-Ah sim, Bem, e com você? – Respondeu com um sorriso claramente esforçado.

-Também. – Disse Helena, num tom sereno – Você ama esse lugar.

-Com certeza, eu e as meninas viemos passear um pouco, comer algo e relaxar, mas já estávamos de saída. – Disse ela, fazendo um sinal para as amigas, como quem diz `` Vamos ´´.

-Ok, adeus.

-Foi bom te ver.

Paulo voltou com a comida, e disse, já entregando à Helena:

-Cá está, princesa.

-Ah sim, Ai Delícia. – Espantou-se sorrindo.

-Ainda bem que gostas, primeiro teste, apta com sucesso. – Disse ele brincando.

-Como assim? Isso é um teste?

-Sim. – Sorrindo – não posso confiar em alguém que não gosta de Hambúrguer, nem chocolate.

- Você é muito louco. – Disse Helena, cheia de alegria.

Neste encontro, Helena e Paulo conversaram muito, até, a caminhada de volta foi alegre, encantadora, até romântica, Helena sorriu muito, chegou a subir nas costas dele, levantando os braços ao ar enquanto andavam, cantaram juntos, e Paulo sorria muito, porque chegou a conhecer o lado mais infantil e amável da Helena. Quase que chegassem à casa da Helena, ela parou e disse:

-Então, a minha casa é aquela.

-Qual? A que parece um hospital ou a que parece um castelo?

-O castelo, com certeza. – Disse, ela sorrindo.

-Está bem, então, chegue bem, eu vou continuar a caminhada até a minha casa.

-Está bem, príncipe.

-Você me chamou de príncipe.

-Sim, soa infantil não é? – disse ela sem jeito, abraçando ele.

-Não, não mesmo, amei, me chame assim quanta vezes quiser, Helena.

-Sim, diz.

-Tem algo que eu quero te dizer. – Preparou-se para falar – Eu sei que começamos a há pouco tempo como amigos de verdade, mas gosto muito de ti, eu, te amo, és uma pessoa muito especial, e me fazes se sentir, sei lá, eu sinto que contigo eu não preciso fingir ser nada que as pessoas acham que eu tenho que ser, eu sou apenas eu, e se me aceitares eu quero…

Helena não foi capaz de conter-se diante das palavras do Paulo, beijou ele por uns segundos, e quando pararam o beijo, Helena ficou muito tímida, Paulo cortou o momento de timidez dizendo:

-Wau, Você é directa, nem me expliquei em condições, eu ensaiei um bom poema até.

-O poema pode ficar para depois. – Disse ela, muito contente – agora tenho que ir.

-Ah, está bem…

Helena virou-se para ir, mas Paulo impediu ela, puxou-a de volta para os seus braços e beijou-a, intensamente, e depois disse:

-Agora sim, chegue bem, princesa.

-E vais ficar aí a olhar? – Disse ela enquanto ia, sabendo que ele estava aí parado a olhar.

-Deixa eu sonhar. – Disse ele, E foi para o seu caminho.

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