— NÃO, VOCÊ NÃO PODE PARTICIPAR VAI USAR TELECINESE E MANIPULAR OS RESULTADOS. — Kateus me acusa.
Estamos no salão de arqueria do castelo para um disputa de arco-e-flecha que aparentemente eu e Kateus combinamos quando eu estive naquela boate. Apesar de não me recordar muito, topei, adoro disputas, mas detesto ficar fora delas. Cruzo os braços indisposto.
— Tá, mas então Lucretia vai competir no meu lugar. — Ela é bem melhor que Lennon em acurácia, afinal das contas e não sou bobo.
— Eu quero ficar no time de Danielle! — Lauralyn ergue a mão, adiantando-se.
— Ah, que injusto, por que você sempre escolhe ela? — Thalise reclama, colocando as duas mãos na cintura.
— Você sempre escolhe Kateus. — Lauralyn responde na lata, fazendo cara de desprezo.
— Deve ser porq
DENTRO DE UM VESTIDO PRETO CHEIO DE CRISTAIS COM UM CORSET AMARRADO com força demais contra sua pele, Lucretia cobre a testa com a mão protegendo os olhos dos holofotes. Eu não consigo enxergar, mas não por causa das luzes. Na verdade, luzes não me incomodam. Olho para as inúmeras folhas que me entregaram há pouco. É o discurso que passei horas decorando. Não consigo ler uma palavra sequer, meus olhos estão como se uma nuvem os cobrisse agora.O funcionário que manuseia o holofote tira a luz direta de nós, acho que recebeu uma prensa. De soslaio, olho para Lucretia, agora que a luz não a incomoda, ela me envia um bonito sorriso de apoio e carinho, os olhos cheios de amor. Se não fosse ela do meu lado, eu nunca conseguiria fazer o que preciso.Tomo fôlego e olho para frente, um mar misto de humanos e vampiros na minha frente, apenas esperando minhas p
— ESSE TIRO ERA PARA VOCÊS! AVISAMOS AO LENNON... Olha o que ele ganhou por se envolver com vocês. — Lady Thanya, a mãe de Lennon, está com os olhos vermelhos encharcados de desespero. Ela é uma mulher muito bonita, dessas que se destaca na multidão, uma das muitas irmãs mais novas de Amabile Taseldgar, puxou os mesmos cabelos claros e olhos amendoados.— É uma pouca vergonha. — O homem ao seu lado, Olav, é o pai de Lennon. Alto e elegante, de olhos grandes e redondos, com duas densas sobrancelhas escuras.Beleza é naturalmente uma dádiva entre os vampiros da Casa Taseldgar, é claro, pena que não posso dizer o mesmo de suas personalidades. Não que os pais de Lennon sejam ruins, mas são manipulados e isso me entristece.— Se ele morrer, a culpa é toda de vocês! — Balançando o dedo na minha
— JOHIN? — JAY QUASE NÃO CONSEGUE FALAR AGORA, SEGURANDO o chifre quebrado da estátua de boi-almiscarado nas mãos.— Oh, voce quebrou! — Thalise arregala os olhos.— Jaylee? Você está pálida, tudo bem? — Danielle se espanta.— Lucretia vai ficar uma fera. — Brenda lamenta-se, mas ao mesmo tempo divertindo-se com o ocorrido.— Senhora? Não se preocupe, posso consertar. — Johin se oferece, aproximando-se de Jay, a cada passo que ele dá tentando pegar o chifre das mãos de Jaylee, ela dá um passo para trás, afastando-se dele, até que fica encurralada contra um gárgula alado com uma face mau-humorada.Brenda, Thalise e Danielle não sabem exatamente o que está acontecendo e a encaram com um misto de surpresa, susto e dúvida. Pensando bem, Jaylee parece mesmo uma maluca
QUANDO ME CASEI, MINHAS IRMÃS ME DERAM UM RELICÁRIO COM UMA FOTO dos meus pais de um lado e de mim com todos os meus irmãos do outro. Eu não tinha quase memória nenhuma dessa parte da minha vida e a maioria se misturava com memórias que eu tinha com Lisa, com quem vivi anos achando que era minha irmã de sangue.Agora, porém, parece que meu cérebro dividiu as informações e consigo separar as memórias melhor. Lembrei da casa que morei com meus irmãos, de como eu gostava de jogar bola de gude com Kateus e especialmente, de ficar com Danielle. Lauralyn e Thalise eram mais novas, mas me lembro de meu pai contar história para nós todos no quarto delas e de minha mãe pedir para eu ficar ao lado do berço de Thalise para ela dormir melhor.Minha mãe era uma mulher muito bonita e meu pai, um homem que parecia justo e honesto. Eles sorriam
— JAY, ACHO QUE VOCÊ NUNCA ME CONTOU COMO SUA MÃE DEIXOU A FINLÂNDIA ainda grávida de você. — Eu estava morrendo o almoço inteiro e me coçando para perguntar isso! Agora que disse, sentado no sofá quadrado e roxo da sala de estar na Ala Bawarrod, envio um sorriso cara-de-pau.Não evito conferir todos os elementos nela que gritam "Eu sou sidhe" obviamente, e não acredito que isso não passou pela minha cabeça até agora. Jaylee é uma mulher bonita, sempre foi, ela e toda sua família tem traços de beleza fortes o suficiente para acender o interesse de Taseldgar. Lembro de que quando ela mudou-se como escrava para a Torre Adjacente, há bastante tempo atrás ainda em Torre Bawarrod, todos os andares ficaram em polvorosa. E claro, como não percebi antes? Anneth a mãe de Jaylee era anteriormente escrava da Rainha
“SEJA BEM-VINDO TIO LENNON”, ESTÁ NA FAIXA DESENHADA PELAS CRIANÇAS e pendurada nas cortinas brancas e com marcas de tinta de suas mãos, nas cores primárias. Awm, que fofura!Entramos em uma das salas de estar do andar de baixo, todos estão de pé para recepcionar Lennon. As crianças saem em disparada e se abraçaam com ele de tal forma que eu e Lucretia precisamos dar espaço. Lennon se abaixa e recebe todos os abraços e beijos que as crianças têm para dar, Nysia, Lane, Ethan trazem flores, Mia o abraça bem apertado, Isis e Liv beijam cada uma uma bochecha dele e Derek o abraça dando tapinhas nas costas. Depois, Lennon abraça-se com D
MEUS PAIS ABRAÇAM-SE COM DEAN QUASE QUE AO MESMO TEMPO, os dois chorando entre o susto e o alívio de vê-lo vivo. Devon olha para mim como quem quer dizer alguma coisa e segura forte no meu ombro.Os outros se aproximam para abraçar Dean, eu fico em pé e caminho até Gavril ajoelhando-me perto dele. Ele se arrasta para trás, com medo de mim e me parte o coração, pois não desejo a ele mal algum, mesmo seu coração sendo podre. Seguro em sua testa, encostando a palma da mão, buscando memórias para apagar e os sentimentos bons que quero trazer a tona escondendo os ruins, mas sou surpreendido pela falta de sentimentos. Faltam sentimentos. Gavril é um psicopata incapaz de sentir qualquer coisa.— Pelos céus, Gavril.Ele cospe em mim, no meu rosto, e grita profundamente com a garganta como um animal sem razão e afasta minha mã
QUANDO LISA FOI ASSASSINADA, LEMBRO-ME DE QUE ERA IMPOSSÍVEL dormir sem ter pesadelos com sua morte. Eu não fui em seu enterro, não tive forças, mas agora não consigo evitar de pensar que eu deveria ter ido. Talvez eu pudesse fazer com ela o que fiz com Kaiser, o que fiz com Dean. Talvez Lisa e seu bebê revivessem no final das contas.Suspiro com tristeza, deitado de lado na cama entre Lucretia e Lennon, confortável entre seus braços e seus calores.— O que você está pensando? — Com a voz rouca e amolecida pela dormencia, Lennon roça o nariz no meu pescoço e segura no meu rosto com a mão, virando em sua direção para beijar minha boca.— Em Lisa. — Confesso baixinho. — Em que tipo de irmão terrível eu sou por não ter ido em seu enterro.— Oh, meu bem, você não tinha com