Amanda não respondeu. As duas ficaram ali, em silêncio, até que finalmente, tremendo, Amanda se apoiou na parede e conseguiu se levantar. Sua voz estava ainda mais rouca do que antes. Ela olhou para baixo, com os cabelos cobrindo parcialmente o rosto, escondendo a expressão desfeita.— Srta. Juliana, por favor, me ajude... Eu não posso perder a Lore...Lorena era toda a esperança de sua vida. Amanda não conseguia nem se lembrar direito do momento em que encontrou Lorena na banheira. A água estava completamente vermelha, tingida de sangue, um cenário tão doloroso que ainda a cegava.— Sra. Amanda, quem pode salvar a Lorena é a senhora mesma.Amanda ficou imersa em um turbilhão de pensamentos. Depois de um longo tempo, ela finalmente cedeu.— O que eu devo fazer?Juliana passou seus contatos para Amanda. Hoje, ela não estava em condições emocionais para discutir mais nada, então sugeriu que ela descansasse. Afinal, provavelmente Lorena também não queria vê-la naquele estado.De volta
Paulo segurou a nuca de Isabella e a beijou com fúria.Juliana ficou chocada.Por coincidência, apareceu um visitante inesperado ao seu lado, Gustavo.— Paulo! Se acalma!Isabella usou todas as forças para empurrá-lo. Seu rosto estava corado, os lábios inchados e os olhos úmidos de lágrimas, em uma expressão de fragilidade que cortava o coração.— Em que, exatamente, eu sou inferior àquele doente?! — Paulo, com as roupas desarrumadas, deixou transparecer um breve olhar de dor. — Tudo o que ele não pode te dar, eu posso!Isabella, que sempre fora contida e raramente usava palavras pesadas, soltou um "Você é irracional!" e saiu correndo.Restaram apenas Juliana, Gustavo e Paulo, que se entreolharam em silêncio.Paulo limpou o batom no canto dos lábios com as costas da mão, visivelmente irritado.Juliana deu um passo para o lado, abrindo caminho, e lembrou, com um tom firme:— Vai atrás dela.Provavelmente, ambos já sabiam que eram apenas substitutos um do outro.E, ao que parecia… Quem e
Porém, movido por um certo egoísmo, Emanuel concordou com relutância: '— No máximo, você pode ficar lá dentro por cinco minutos.'— Obrigada. — Juliana respondeu.A porta da sala de interrogatório se abriu e logo se fechou.Ao ver que era Juliana, o olhar apático de Amanda finalmente deu sinais de vida.Juliana puxou uma cadeira e se sentou à sua frente.— Lorena ainda não acordou.Os lábios de Amanda se moveram levemente, mas nenhuma palavra saiu.— O tempo é curto, então vou direto ao ponto. Primeiro: seu marido se chama Simão?Amanda abaixou a cabeça. Sua voz, rouca e hesitante, escapou dos lábios ressecados.— Sim.— Segundo: vocês não têm certidão de casamento, certo?— Ele disse que, quando saísse da mídia, oficializaria tudo… Simão está no auge da carreira…Juliana não tinha paciência para ouvir aquele discurso manipulador.Ela foi direto à terceira pergunta.— Terceiro: você ama a Lorena?— Amo.— Não, você não ama. — Juliana negou friamente. Seu olhar cortante e gelado não de
O vento forte bagunçava os cabelos de Sarah, deixando-os em um estado desastroso, como um ninho de galinha.Os movimentos ágeis e precisos de Juliana despertaram um medo profundo dentro dela.Sarah soltou um grito estridente, mas o vento, entrando em sua boca, distorcia ainda mais sua expressão de pânico.Juliana segurava firme o pescoço dela, com o rosto frio e severo, carregado de uma aura intimidadora.— Você que queria morrer, não foi?Do lado de fora do quarto, Juliana tinha ouvido cada palavra nojenta que Sarah tinha dito. Uma esposa de magnata, se comportando como uma peixeira, agredindo verbalmente uma garota indefesa? Então só a vida da Viviane tinha valor?— Juliana! Me solta! Você... Você...— Eu o quê? — Juliana riu com desdém, apertando ainda mais a mão na nuca de Sarah.Sarah se contorcia de dor, os dentes cerrados. A sensação de estar meio pendurada no vazio fez sua cabeça girar.— Você não disse que quem quer morrer deveria pular logo? Pois achei que fosse esse o seu
— Sim, sim, eu sou uma pobrezinha. Você não é generosa? Então me transfere só vinte mil? — A provocação de Juliana saiu com um tom desdenhoso.Óbvio que essa provocação funcionou como Juliana esperava. Irritada, Sarah acabou digitando dois zeros a mais.Juliana, satisfeita com o resultado, soltou a mão de Sarah e, com uma expressão de nojo, pegou um lenço umedecido para limpá-la, como se tivesse tocado em algo imundo.Sarah, tomada pela fúria, desmaiou na hora.Juliana olhou para a mulher caída no chão, inconsciente, e então lançou um olhar inocente para o médico e as enfermeiras, que estavam completamente chocados com a cena.— Eu não fiz nada. — Disse, com um ar de pureza.O que acabara de acontecer mais parecia uma cena de teatro, com reviravoltas dramáticas.Juliana fez todo mundo se sentir vingado.Sarah foi carregada para fora pelos seguranças, enquanto os médicos e enfermeiras faziam uma última checagem no estado de Lorena. Depois de confirmarem que estava tudo bem, saíram do q
O outono chegou à Cidade A, e com ele veio uma queda repentina na temperatura.Principalmente à noite, sair com os braços e pernas descobertos fazia qualquer um sentir um frio cortante.Quando Juliana estava saindo do hospital e dirigia seu carro, avistou três silhuetas familiares.Joaquim e Raul estavam acompanhando Viviane, um de cada lado. Ela estava completamente encasacada, parecendo frágil e indefesa.Ao abrir a cancela, Juliana desviou o olhar, impassível.Jamais nunca imaginou que um dia conseguiria ofender toda a família Rodrigues de uma só vez.Mas… Que sensação maravilhosa!Até o ar da volta para casa parecia mais doce.Dentro do carro, Viviane tirou a máscara e olhou para Joaquim com um olhar pesaroso.— Irmão, amanhã a Sra. Joana volta. Eu vou mesmo aparecer assim? Meu rosto ainda está inchado…Aquela vadia da Amanda havia batido com toda força!Felizmente, não deixou cicatrizes. Mas a dor era real, e pela primeira vez, Viviane fez um escândalo na frente da família Rodri
Não importava o que Juliana dissesse ou fizesse, para Maia, tudo não passava de uma desculpa esfarrapada.Cerca de quarenta minutos depois, uma mensagem de Bruno apareceu na tela do celular.[Bruno: Desce.]Apenas uma palavra. Simples e diretas.Quando Juliana se levantou, Maia não esperou uma explicação e acenou com as mãos, toda generosa:— Vai, vai logo! Corre para os braços do seu amado!Às vezes, as pessoas realmente falam demais.No térreo.Bruno estava encostado no capô do carro. Sua longa capa preta acentuava sua silhueta esguia.A cabeça ligeiramente inclinada se ergueu ao ouvir os passos. Sob os fios negros e levemente bagunçados, suas feições refinadas e marcantes se destacavam.Os óculos de armação dourada lhe conferiam um ar culto e sofisticado.Juliana reprimiu a surpresa que brilhou em seu olhar e perguntou, com cortesia:— Sr. Bruno, aconteceu alguma coisa?— Sr. Michel pediu para eu vir te buscar.Juliana ficou em silêncio.Ontem, Sr. Michel já havia mencionado que ma
— Juliana, eu realmente te subestimei!A voz rouca de Gustavo transbordava fúria contida, sua respiração pesada quase escapando entre os dentes cerrados. Ele envolveu a cintura fina de Juliana por trás com firmeza, sem dar espaço para que ela escapasse.Juliana se assustou.A lanterna que segurava escorregou de seus dedos e caiu no chão, rolando para o lado com um som oco. O aperto possessivo em sua cintura era impossível de ignorar.— O Paulo te descartou, então você resolveu correr para os braços do meu tio? Juliana, você não tem vergonha?Essa não era a primeira vez que ele via os dois juntos.No passado, até chegou a desconfiar, mas logo afastou essa ideia, Bruno e Juliana pertenciam a mundos completamente diferentes. Era simplesmente impossível que houvesse algo entre eles.Mas naquela noite… Ao vê-los saindo do carro juntos, sua certeza começou a vacilar. Uma irritação crescente tomou conta do seu peito.Quando percebeu que Juliana havia entrado sozinha na adega, ele não hesito