A escuridão envolvia Clara e Daniel, enquanto ambos enfrentavam as versões de si mesmos que revelavam seus medos mais profundos. O desafio dentro do Templo dos Primevos era mais do que físico — era um teste de sua capacidade de dominar as próprias fraquezas, algo que nenhum deles esperava.Clara encarava sua versão mais jovem, que permanecia imóvel, com aquele olhar cheio de dúvidas. A clareira ao seu redor parecia viva, vibrando com as emoções que lutavam para escapar. Ela deu um passo à frente, sentindo a ansiedade aumentar a cada segundo."Você acha que está pronta para carregar o peso das realidades?" a jovem Clara perguntou, com uma voz suave, mas cheia de julgamento. "Você tem medo de falhar, Clara. E se falhar, tudo será destruído. Como você pode confiar em si mesma?"Clara sentiu o peso dessas palavras. Era verdade — o medo de fracassar sempre a acompanhara, como uma sombra, em cada decisão que tomava. Cada vez que se encontrava à beira de um abismo, a dúvida voltava a sussurr
O vento rugia ao redor de Clara e Daniel enquanto saíam do Templo dos Primevos. Eles haviam recebido o conhecimento que buscavam, mas o peso da missão diante deles era esmagador. O multiverso estava agora ameaçado por forças antigas e implacáveis, e o tempo parecia correr contra eles."Precisamos encontrar os artefatos dos Primevos rapidamente," Clara disse, a determinação em sua voz implacável. "Os Antigos estão despertando, e se não agirmos logo, será tarde demais."Daniel assentiu, mas havia algo em seus olhos que a preocupava. Ele olhou para o céu, onde as fronteiras das realidades tremulavam como véus distorcidos. "Clara, e se essas entidades já estiverem acordadas? E se estivermos correndo atrás de algo que não podemos parar?"Clara parou e o encarou. "Nós sempre tivemos dúvidas, Daniel. Sempre houve um risco. Mas se há uma chance de protegermos as realidades, precisamos acreditar que podemos vencer."Daniel respirou fundo, afastando o medo que crescia dentro dele. "Você está ce
A caverna estava imersa em um silêncio carregado, mas o ar ainda reverberava com a energia da batalha recente. Clara e Daniel haviam conseguido selar o primeiro Antigo, mas o alívio era temporário. O artefato, agora guardado em segurança, pulsava suavemente, como se sua presença fosse uma constante lembrança de que o tempo estava se esgotando.“Agora sabemos o que enfrentamos,” Clara disse, seus olhos fixos na paisagem distorcida ao redor. “Os Primevos criaram essas armas para selar os Antigos, mas nunca para destruí-los. Eles entendiam que o equilíbrio entre as forças era frágil.”Daniel assentiu, ainda recuperando o fôlego. Sua mente estava a mil. O artefato, as memórias que Clara havia acessado... tudo isso começava a formar um quadro mais sombrio do que eles imaginavam. "Essas armas não são simples ferramentas. Elas parecem ser partes de algo muito maior. Talvez um plano dos Primevos para manter o multiverso em harmonia.”Clara olhou para o artefato em suas mãos. Agora que havia s
O templo se erguia como uma figura imponente entre as ruínas da cidade, suas colunas antigas cobertas por símbolos Primevos que pulsavam com uma energia dourada e opaca. Clara e Daniel se aproximavam, sentindo a pressão aumentar a cada passo. As figuras encapuzadas, seguidores do Arauto, se moviam nas sombras, prontos para impedir qualquer tentativa de recuperar o artefato.“Temos que entrar antes que eles nos cerquem completamente,” Clara sussurrou, os olhos varrendo o horizonte em busca de uma brecha.Daniel segurou firmemente sua espada, o brilho de determinação em seu olhar. “Estão bloqueando a entrada principal. Precisamos achar outra forma.”Clara olhou em volta rapidamente e avistou uma passagem lateral, semioculta por pedras desmoronadas. “Ali! Vamos por aquele caminho.”Com passos rápidos e cuidadosos, eles se esgueiraram pela lateral do templo, evitando confrontos diretos. Enquanto se aproximavam da passagem, Clara sentiu o ar vibrar novamente. Algo estava diferente naquela
As estrelas piscavam no céu distorcido da nova realidade que Clara e Daniel haviam adentrado. O ar tinha uma textura estranha, como se fosse feito de camadas de tempos sobrepostos, e o crepúsculo se estendia interminavelmente, sem nunca se tornar noite. Essa realidade, à beira do colapso, parecia presa entre diferentes versões de si mesma, e os dois sabiam que o próximo artefato estava escondido ali, em algum ponto entre a luz e as sombras."Temos que nos apressar," Clara disse, olhando ao redor. "Se essa realidade desmoronar completamente antes de encontrarmos o artefato, perderemos qualquer chance de manter o multiverso inteiro."Daniel apertou a mão ao redor da espada que havia conseguido no Templo dos Guardiões. Era uma arma antiga, imbuída de parte da energia Primeva que os ajudara a selar o primeiro dos Antigos. Mesmo assim, ele sentia o peso crescente do perigo à medida que avançavam por aquela realidade moribunda."Você sente isso?" Daniel perguntou, franzindo a testa. "Há alg
A realidade ao redor de Clara e Daniel se distorcia em padrões impossíveis, enquanto a entidade do Crepúsculo se manifestava em toda a sua glória sombria. Era uma força que transcendia o tempo e o espaço, e sua presença esmagava o ar ao redor, tornando difícil até mesmo respirar. O salão flutuante parecia pulsar, como se estivesse vivo e respondendo à vontade da entidade."Prepare-se, Daniel," Clara sussurrou, seu olhar fixo na figura nebulosa à frente deles. "Isso vai ser mais difícil do que qualquer coisa que enfrentamos."Daniel assentiu, a mão apertando a espada que emanava uma fraca luz, eco de sua ligação com os Primevos. "Não podemos falhar. O artefato precisa ser nosso."A entidade se moveu, e a distorção da realidade ao redor deles intensificou-se. Fragmentos de outras eras e dimensões piscavam em volta, como se a própria história estivesse sendo desconstruída. "Vocês querem o poder do Crepúsculo," ela disse, sua voz reverberando por todas as direções. "Mas não compreendem o
Com a joia do Crepúsculo em mãos, Clara e Daniel saíram do salão flutuante, atravessando o portal que os trouxe de volta à base da equipe. O mundo ao redor parecia mais sombrio, como se o ato de obter o artefato tivesse trazido uma nova camada de trevas à realidade. Clara sentia o peso da marca em seu pulso como uma corrente invisível, puxando-a para os ecos do tempo."Como você está se sentindo?" Daniel perguntou, com uma preocupação silenciosa. Ele caminhava ao seu lado, atento a cada movimento.Clara hesitou antes de responder. "É como se eu pudesse sentir o passado e o futuro ao mesmo tempo. Cada passo que damos, eu vejo possíveis consequências, fragmentos de realidades que nunca existirão." Ela apertou a mão ao redor da joia, cuja luz roxa agora estava um pouco mais apagada, quase fundindo-se à penumbra ao seu redor.Daniel parou e a olhou diretamente. "Se isso se tornar demais, você não precisa carregar esse fardo sozinha. Estamos nisso juntos."Ela sorriu, mas era um sorriso ca
O clima na base estava tenso. Clara e Daniel haviam retornado exaustos, mas a urgência na sala de comando não deixava espaço para descanso. Irina e o restante da equipe se reuniram ao redor de um holograma flutuante, onde três pontos de luz cintilavam, representando os artefatos que a equipe havia conseguido localizar até o momento. A última luz, o terceiro artefato, pulsava com uma intensidade incomum."Aqui está o problema," Irina começou, apontando para o holograma. "O terceiro artefato está escondido em uma zona fora da nossa realidade conhecida, protegida por uma força que chamamos de Vazio. Ninguém que tentou chegar lá voltou para contar a história."Clara observava o holograma com uma sensação de peso no peito. O Vazio. Já ouvira falar dele em antigos textos durante as viagens pelos Primevos. Era um espaço entre mundos, onde as leis do tempo e do espaço não existiam da mesma forma. Irina prosseguiu: "Os Antigos já estão cientes da nossa movimentação e acreditamos que estão mand