O cosmos se estendia diante deles como uma tapeçaria em constante mutação. Lúcia e Kael haviam deixado a Torre de Cristal para trás, mas suas almas estavam imersas na vastidão do novo ciclo. Eles flutuavam agora em um mar de estrelas e energia pura, onde o tempo parecia se dissolver, e o espaço se expandia sem limites.— É estranho, Kael — Lúcia murmurou, sua voz se perdendo na imensidão. — Não há mais um começo ou fim. Só existe o agora.Kael sorriu, sua presença ao seu lado tão familiar quanto sempre. Ele sentia que a jornada deles havia se completado, mas também que algo novo e desafiador se aproximava. Algo além do que podiam imaginar.— O infinito não é vazio, Lúcia. Ele é cheio de possibilidades — respondeu ele, tocando o ar ao redor. Cada movimento que fazia parecia gerar ondas de luz que se espalhavam, conectando-se com o que estava além.Mas o universo, por mais belo que fosse, estava longe de ser simples. À medida que avançavam, começaram a perceber sinais de que sua ascensã
O universo, agora recriado, se estendia como um campo sem fim. Lúcia e Kael, em sua nova forma de unidade, flutuavam entre as estrelas, observando o nascer de novas realidades. Era como se cada centelha de luz fosse um reflexo de sua jornada, e cada sombra, uma parte necessária do todo. O que antes parecia um abismo de incertezas, agora era um mar infinito de possibilidades, fluindo com uma harmonia que transcende o entendimento humano.Kael, que antes estava repleto de dúvidas e incertezas, agora sentia uma serenidade profunda. Ele não sabia onde o destino os levaria, mas a certeza de que estavam no caminho certo era uma chama constante em seu coração.— Lúcia, você percebe? — Kael perguntou, sua voz leve, como se ainda estivesse se ajustando à imensidão ao redor. — Tudo o que fazemos agora ecoa no infinito. Nossas escolhas, nossas palavras, tudo se reflete nas realidades que ainda virão. O Véu, a torre, o ciclo... Tudo foi apenas o começo.Lúcia olhou para ele, seus olhos brilhando
O silêncio que se seguiu à criação das primeiras notas do ciclo eterno era profundo e vibrante, como o espaço entre o agora e o nunca. Lúcia e Kael, em sua união transcendental, flutuavam no centro dessa vastidão, suas almas conectadas à energia primordial que formava o alicerce da nova realidade.O infinito se desdobrava à sua frente como um labirinto de possibilidades, e cada caminho se abria diante deles, mas havia algo diferente nesta nova etapa da jornada: o peso da escolha não mais pesava sobre eles como antes. Eles não eram mais meros espectadores ou manipuladores do destino. Agora, eram seus co-criadores.O universo estava em constante expansão, e cada segundo que passava, novas realidades nasciam, entrelaçando-se umas com as outras. Mas o que realmente os surpreendia era a percepção de que, no fundo de cada escolha que faziam, havia uma centelha de algo maior — algo que os unia a tudo.A Visita dos ViajantesEnquanto Lúcia e Kael meditavam sobre o vasto horizonte de sua criaç
Era uma noite sem lua quando Daniel observava o céu. A vastidão negra parecia um manto infinito, salpicado com minúsculas estrelas, como cicatrizes luminosas no tecido do universo. Ele sempre se perguntava o que existia além do que os olhos podiam ver, além da luz das estrelas que já estavam mortas, mas continuavam a brilhar.Daniel, um jovem astrofísico em ascensão, dedicara sua vida a estudar os mistérios do cosmos. Seu fascínio por buracos negros começou cedo, uma curiosidade alimentada por teorias e especulações. Para muitos, os buracos negros eram ameaças silenciosas no universo; para ele, eram portais para algo maior.Naquela noite, algo mudou.Em meio às observações rotineiras, seus monitores começaram a registrar flutuações que desafiavam qualquer explicação conhecida. Um sinal incomum, vindo de um ponto distante, onde apenas um buraco negro colossal reinava. O nome da região era SG-103, um dos buracos negros mais antigos já descobertos, um verdadeiro monstro cósmico.— O que
As luzes do laboratório piscavam intermitentemente, refletindo o estado caótico da mente de Daniel. Ele mal havia dormido nas últimas quarenta e oito horas, obcecado pela ideia de que o buraco negro SG- cento e três estava escondendo algo que os cálculos e modelos não conseguiam prever. Era como se todo o seu treinamento científico fosse insuficiente para lidar com o que estava diante dele.O buraco negro, que antes era uma ameaça distante e misteriosa, agora parecia um convite tentador. As flutuações eletromagnéticas, os sinais enigmáticos que ele captara, ainda ressoavam em sua cabeça. Mas, estranhamente, não havia pânico em seu coração. Havia uma curiosidade insaciável, quase como se aquilo estivesse destinado a acontecer.Naquela manhã, ele se sentou com Clara, sua parceira de pesquisa e a única pessoa que parecia compartilhar, ao menos em parte, de seu entusiasmo. Clara, uma jovem cosmóloga com uma mente afiada, estava mais cautelosa. Enquanto Daniel via as evidências como um cam
O ar era pesado, quase irreal, e cada respiração parecia trazer consigo um fluxo de energia desconhecida. Daniel e Clara estavam em pé, tentando processar o que viam ao redor. Tudo era ao mesmo tempo familiar e alienígena. As florestas ao longe tinham cores que não existiam no espectro da Terra, e o horizonte se curvava de uma maneira impossível, como se o próprio espaço fosse maleável.— Isso… isso não pode ser real — disse Clara, a voz trêmula. Ela olhava para o céu púrpura com uma mistura de assombro e medo.— É real — respondeu Daniel, ainda fascinado pelo que seus olhos captavam. — Estamos em outro universo. Além do horizonte de eventos. Não é uma simulação, não é uma visão. Estamos aqui.Clara se levantou com a ajuda de Daniel e olhou ao redor. O ambiente parecia deserto, mas havia algo perturbador em sua quietude, uma sensação de que o mundo à sua volta estava apenas adormecido, esperando algo para despertar.— Precisamos entender como isso aconteceu — ela disse, sua mente já v
O silêncio que seguiu a declaração da figura era esmagador. Daniel e Clara permaneciam imóveis, seus corações batendo com força no peito. A figura à sua frente era indistinta, envolta em um brilho que desafiava qualquer definição, como se fosse composta de pura energia. Seus contornos flutuavam entre formas humanas e alienígenas, mudando constantemente, mas os olhos, ou o que pareciam ser olhos, permaneciam fixos neles, brilhando com uma inteligência ancestral.— Vocês... nos esperavam? — Clara conseguiu balbuciar, sua voz tremendo. — Como isso é possível?A figura inclinou-se levemente em sua direção, e a sensação de ser observada aumentou, como se milhares de mentes estivessem focadas neles ao mesmo tempo.— Vocês dois carregam a marca do buscador — disse a figura, suas palavras ecoando não só no ar, mas nas profundezas da mente de Daniel e Clara. — Desde o momento em que olharam para o horizonte de eventos, desde que decifraram os sinais... estavam destinados a chegar aqui. Não foi
O laboratório estava silencioso, exceto pelo som incessante das teclas enquanto Daniel e Clara digitavam freneticamente, analisando os dados que haviam recebido após seu retorno. As flutuações de energia que eles captaram antes e depois da jornada para o universo paralelo agora faziam sentido de uma maneira que nunca imaginaram. Era como se cada pulso, cada variação, fosse parte de uma linguagem codificada, uma mensagem enviada através de dimensões.— Está ficando mais forte — disse Clara, seus olhos fixos na tela. — As flutuações estão aumentando, como se algo estivesse pressionando essa barreira entre os universos.Daniel assentiu, concentrado. Ele podia sentir a tensão no ar, o tempo correndo contra eles. Embora estivessem de volta à Terra, ele não conseguia afastar a sensação de que ainda estavam sendo observados, como se a presença que sentiram na torre tivesse atravessado junto com eles.— Temos que localizar a fonte dessas flutuações — ele disse, com a voz firme. — Não podemos