CAPÍTULO 5

Mensagem de Jay:

" Me encontre no estúdio de música no piso 04 as 15:30h, hoje."

" Não se atrase!!"

" E as músicas são muito boas."

" Traga lanche."

- Traga lanche! Esse cara está  pensado o quê?- Resmunguei.

- Qual o problema?- Perguntou Miguel.

- Meu tutor, está achando que eu sou o servo dele.

- Então quer dizer que achou alguém para te ajudar?- Como estávamos no nosso quarto, Miguel estava só de cueca, ele havia acabado de sair do banho, seu cabelo estava pingando no chão.- Humm acabou o sabonete, você tem ou quer que eu vá comprar?

- Achei um tutor, resolvi aceitar a ajuda do Jay, mas ele não quer que meu irmão saiba.- Eu estava fazendo meu trabalho de arte moderna, mas já estava vendo duplicado, então resolvi ir tomar banho.Peguei um frasco de sabonete no meu armário. - Eu tenho esse aqui que comprei na promoção deve servir. Ah... cara...!! Olha o que o teu cabelo está fazendo no chão .- Apontei para a poça d'água que se formava em seus pés. Ele começou a chacoalhar o cabelo como se fosse um cachorro.

- Desculpe, Ele sorriu e continuou chacoalhando o cabelo na minha direção. - Mas por que ele não quer que o Paulo saiba?

Dei um empurrão nele com o pé, ele estava molhando tudo, Miguel cai sentado na minha cama.

- Porque, seu bocó, o Paulo vai atazanar eu e o Jay! Vou tomar banho tenho ensaio hoje. 

  Mensagem do Jay:

" Eu vou querer um hambúrguer e uma coca BEM gelada."

Minha resposta :

" Você é BEM folgado."

" Tô levando."

Mensagem do Jay:

" Quem precisa de ajuda é vc."

" O mínimo que vc tem que fazer é trazer um lanche, da forma que eu gosto."

" E nada de se atrasar!!!!!"

Eu respiro fundo. 

Esse cara me tira do sério. Na real!

- Deu $ 47, 20, mais alguma coisa? - Pergunta a atendente da cantina.

- Não, só isso.

- Você está 5min atrasado, e eu falei para você não se atrasar. - Resmungou ele. 

- Acontece que a cantina estava lotada e ela fica no primeiro andar, e demoraram para fazer seu lanche. - Respondo, jogando a sacola nele. - Tá aí teu hambúrguer com a coca, mas infelizmente não tinha coca CONGELADA, para satisfazer vossa excelência.

Ele pegou a sacola e começou a rir balançando a cabeça.

- Você não mudou nada. Continua o mesmo debochado.

- Vai ficar falando ai ou vai comer? Eu tenho aula as 18h, e não posso me atrasar de novo.- Resmunguei, mordendo meu sanduíche.

Ele apenas concordou com a cabeça, e começou a comer, ainda me encarando. Ficamos em silêncio enquanto comíamos, foi um tanto constrangedor.

- Você trouxe o violão que eu percebi.- Falou ele depois de uns 15min. - Você vai tocar e cantar as músicas que você me mostrou?

- Sim. - Respondo com a boca cheia. - Mas eu preciso fazer o arranjo, para adaptar a música, por isso preciso de ajuda, e pra me ajudar com o palco, porque não tenho a mínima ideia de como se portar lá em cima.

- Entendi, vamos fazer o seguinte, eu conheço as músicas, eu toco elas no violão e você me mostra se sabe cantar mesmo. - Ele pegou o violão que eu havia trazido. Como estava encostado em minha perna, sem querer ele acaba tocando nela, ele paralisou e eu senti um arrepio estranho na espinha. Ficou um clima tenso, ele me encarou surpreso.- Desculpe.

- Humm... Tudo bem. - Murmurei sem graça.

- Vamos começar.- Ele falou rapidamente. - Vamos começar com a primeira a do Charlie Puth, Beleza? - Confirmei com a cabeça, ele começou a tocar e eu comecei a cantar.

No início eu estava um pouco nervoso e envergonhado, eu olhava para todos os lugares menos para ele. Errei algumas notas por causa do nervosismo. Ele apenas me encarava com uma intensidade enorme.

- Você não é ruim num todo, mas precisa melhorar as notas e controlar o nervosismo. - Ele apontou para o celular.  - Utilize o celular para te ajudar. Ok?! Agora vamos para a do Lewis Capalti., ache a letra que eu vou achar o tom.

- Ok.

Ele começou a tocar novamente enquanto eu cantava, e ficamos assim um bom tempo quase 1h, com ele me dando dicas, de como manter o tom, estabilizar a voz entre outras coisas.

- Podemos parar? - Perguntei cansado.

- Claro. - Ele respirou fundo, parecia desanimado. - Eu dei as dicas que eu utilizo, vou te passar as partituras, aí você treina sozinho, então na próxima aula vamos continuar.

- Beleza, me avise quando estiver livre. - Eu fui me levantando. - Eu vou indo então, obrigado.

- Disponha. - Ele me encarou sério. - Não fale para seu irmão que estou te ajudando, ou vai se arrepender.

- Pode ficar tranquilo, eu não vou falar nada, afinal não quero estragar a tua imagem de bad boy. - Ironizei. 

- É bom mesmo, amanhã eu tenho a noite livre, se quiser marcamos amanhã a próxima aula.

- Pode ser, mas não tem treino de vôlei pra vocês? - Eu sabia, afinal estava acontecendo o campeonato interclasses da faculdade. Uma perca de tempo na minha opinião.

- Vamos treinar a tarde.- Ele respondeu olhando o celular. - Se já está indo, eu tenho um encontro agora.

- Desculpe, estar te atrapalhando. - Resmunguei, me preparando para sair.

-  A propósito Léo, meu curso irá jogar contra o seu, se nós ganharmos , você me faz um favor.- Ele abriu um sorriso malicioso, todo mundo sabia que os alunos de artes eram péssimos em esportes, não havia chance do meu time vencer.

- Que favor? - Perguntei desconfiado.

- Você vai saber, espero que você vá ao jogo sexta, porque quero ver a sua cara quando eu ganhar. - Ele riu.

- Se já acabou, estou indo embora. - Minha vontade mesmo era taca o violão na cara dele.

- Claro, até mais.

- Tchau!

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