Sabe quando você pensa que as coisas não podem piorar, e vão lá e pioram?

Eu pedi ajuda a todos os alunos de música e teatro para me ajudar, passei uma semana fazendo isso, mas parecia que todos estavam ocupados demais para ajudar um novato de artes. Bem, não me restava mais ninguém.

Na verdade restava uma pessoa. 

- Gatinho!! Que bom que encontramos você, olha não quero te apressar nem nada, mas preciso muito saber qual musica você irá apresentar. - Anna me olhava sorridente. - O festival é daqui a três semanas, e todo mundo ja está ensaiando, e  já sabemos as músicas que eles irão cantar, só falta você. Nós decidimos que será duas músicas por pessoa, então, você já preparou alguma?

- Se não quiser se apresentar eu entendo, seu frangote. - Paulo estava radiante com o meu fracasso. 

- Não diga uma coisa dessa Paulo. - Sara o repreendeu, eu ainda estava bravo com ela. - Precisamos de você Léo. - Ela me encarou. - Pelo menos você tem a música?

- Tenho!! - Eu a encarei friamente. Ela se encolhe. - Na verdade eu estou avaliando se elas são boas, mas até a tarde envio pra vocês.

- Ah Sim!!! Então você conseguiu achar alguém pra te ajudar? - Pergunta Anna.

- Não. - Encaro o Jay, que estava escondido atrás do meu irmão. - Aparentemente todo mundo está ocupado demais para me ajudar. - Jay começa a rir em silêncio.

- Bem existe uma pessoa...- Começa Sara.

- É  sério Sara.?- Juntei minhas coisas, me preparando para ir para aula. - Olha quando eu achar alguém eu aviso vocês, agora eu tenho aula.

Fui me afastando , indo em direção ao elevador, quando alguém puxou minha bolsa, pensei que era um assalto

- PODE LEVAR TUDO, SÓ ME DEIXE VIVO!!!!!!- Gritei.

- O que?! Sou eu, idiota.!!!- Jay começa a rir descontrolado.

- Idiota é você!!!!! Seu imbecil!!!!- Dei um empurrão nele. - É desse jeito que se chega nas pessoas?

- Eu te chamei mas você não me ouviu. - Ele não parava de rir

- Pare de rir!!! O que você quer?

- Quero te ajudar, e eu rio o quanto eu quiser, e nunca mais me chame de imbecil!!! - Ele tentou ficar sério.

- Me ajudar com o quê?

- Na apresentação, eu posso ser o seu tutor.

- Não!! Eu vou achar outra pessoa.

- Olha Léo se você não achou ninguém até agora, você não vai achar mais.

- Por que dessa generosidade repentina?

- Como eu disse, minha vida anda monótona demais, e você seria um agito.

- Por que eu acho que você está aprontando alguma coisa junto com meu irmão?

- Minha vida não gira em torno de você e do seu irmão, eu apenas quero ver se você é bom mesmo, como a Sara falou.

- Eu não sou bom, apenas improviso.

- Eu sei, o cantor sou eu, por isso quero te ajudar.

- Humm... Você não é nem um pouco modesto.

- Olha eu sei que foi por minha causa e do Paulo, que você tem pânico de falar em público, a Sara me contou, nós éramos crianças, e de alguma forma eu quero me desculpar.

Eu o encarei, e percebi que precisava ter uma conversa seria com a Sara, o que tanto ela contou de mim pra ele? E que raios estava acontecendo aqui?

- Você não era uma criança a 8 meses atrás, quando eu voltei. - Argumentei.

- Não!! Eu não era!!!- Ele riu - Mas pregar peças em você nunca perde a graça!! No entanto eu prometo que dessa vez não é uma brincadeira, e seu irmão nem vai saber que eu te ajudei. Que tal isso, eu te ajudo em segredo e você não queima meu filme com o Paulo.- Ele estende a mão.

- Por que você não quer que ele saiba?

- Porque ele me impediria, brigaria comigo, essas coisas. Estamos de acordo?

Eu o encarei, desconfiado, mas eu precisava de ajuda e eu não tinha a quem correr.

- Tá bom!!!. - Apertei a mão dele.

- Beleza!!! Me empresta teu celular.

- Meu celular?! Por que?

- Me dá aqui!!!- Ele pega o celular da minha mão.- Adicionei o meu número na sua lista telefônica, me mande as músicas que você está pensando em apresentar e depois te mando o horário que vamos começar a aula.

- Ok. - Respondo atordoado.

- Vou para a aula, e você deve estar atrasado para a sua.

Eu fiquei o encarando, enquanto ele se afastava. Que raios havia acontecido aqui? E sim eu estava atrasado para minha aula.