Eliana salvou a vida de Axel, e Délcio, como filho, fez questão de ir ao hospital para agradecer pessoalmente.

— Srta. Eliana, não tenho palavras para expressar minha gratidão por ter salvado meu pai.

Délcio, apesar de já ter cinquenta anos, aparentava pouco mais de trinta. Vestia um terno preto impecável, com um corte sob medida, e seus cabelos estavam perfeitamente penteados. Um par de óculos de armação dourada lhe conferia um ar intelectual.

— Sr. Délcio, não há por que me agradecer tanto. Foi apenas uma coincidência eu estar passando por ali. Qualquer pessoa no meu lugar teria feito o mesmo... — Eliana sorriu com simpatia, mas logo mudou de tom. — Seu pai está bem, não é?

— Sim, ele está ótimo, graças a você.

— Que alívio! — Eliana suspirou de alívio aparente e comentou. — Idosos correm muitos riscos em quedas. Ainda bem que fui rápida; se tivesse demorado mais um segundo, poderia ter sido trágico.

Délcio assentiu, suas feições mudando levemente.

— De fato, foi uma grande sorte.

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