Quando a contagem terminou, o pavor estampado no rosto daqueles homens ficou ainda mais evidente. Seus olhos transbordavam medo, mas mesmo assim, nenhum deles teve coragem de falar a verdade. — Já que esta é a escolha de vocês, eu respeito. — Disse Eliana, com um tom tão frio que parecia vir direto de um emissário do inferno. — Levem esses homens para fora e façam com eles o que fizeram com Leyla, mas em dobro! — Sim, senhora! — Respondeu Andrew, sem hesitar, chamando imediatamente alguns homens para ajudá-lo. Os prisioneiros foram agarrados pelos braços e arrastados em direção à saída. Foi só quando o homem que havia levado o chute de Eliana percebeu que já não tinha escapatória que ele gritou: — Eu falo! Eu falo! Eliana lançou-lhe um olhar gélido, e os homens que o seguravam o soltaram de imediato. Tropeçando desajeitadamente, ele correu até ela, quase caindo aos seus pés. — Foi alguém que nos mandou... — Começou a dizer, mas mal havia terminado a frase, um de seus compan
No momento do acidente, Leyla não ligou para Jacob. Ela ligou para Eliana. Isso só podia significar uma coisa: no momento mais crítico, ela confiou nela mais do que em qualquer outra pessoa. Mas... Eliana apertou os punhos. “Se naquele momento eu tivesse atendido o telefone... Será que tudo isso poderia ter sido evitado?” ... A respeito do celular, Eliana tinha quase certeza de que ele ainda estava no carro. O problema é que as imagens da câmera de bordo só mostravam o exterior do veículo. O que acontecia dentro do carro só poderia ser descoberto com uma busca no próprio veículo. Sem perder tempo, Eliana esperou pela noite e foi até o pátio da polícia de trânsito, onde o carro de Leyla estava retido. Quando viu o estado em que o veículo se encontrava, com o capô completamente destruído e o vidro frontal estilhaçado, sentiu um aperto no peito. As palavras dos homens que causaram o acidente voltaram à sua mente. Leyla teria tentado levar todos com ela... — O que tinha naque
Quem estava parado na porta não era ninguém menos que Jacob, que havia voltado sem que Eliana percebesse! Ele realmente tinha deixado o hospital depois de atender ao telefonema de Rafael. Mas, no instante em que as portas do elevador estavam se fechando, ele teve a impressão de ver uma silhueta familiar. Era o mesmo vislumbre rápido que tivera mais cedo, fora da sala de emergência. Esse pensamento o fez retornar. E o que encontrou foi uma cena que jamais imaginaria. Ele mandou Thomas verificar as câmeras de segurança das outras áreas do hospital. As imagens confirmaram que Eliana realmente estivera ali durante o dia. O que ele viu mais cedo não fora uma ilusão. No entanto, Jacob não havia ligado sua presença ao nome de Luna, a misteriosa médica. Ele achava que Eliana tinha ido ao hospital apenas para visitar Leyla, afinal, as duas sempre foram como irmãs. Com Leyla em estado grave, seria natural que Eliana quisesse vê-la. Eliana, por sua vez, não esperava ser flagrada por Jac
— Leyla... Você consegue me ouvir? — Chamou Eliana, com uma doçura quase maternal, como se estivesse falando com uma criança. Jacob aproximou-se em silêncio, parando logo atrás dela. Seus olhos fixaram-se na figura imóvel de Leyla, que permanecia deitada na cama, os olhos fechados, sem dar nenhum sinal de despertar. Já haviam se passado quase 48 horas desde a cirurgia, e ainda assim, não havia qualquer indicação de que Leyla acordaria. Jacob também havia ouvido aquele som fraco, quase imperceptível, mas depois de tantas tentativas frustradas de Eliana chamando por ela, começou a achar que talvez tudo não passasse de uma ilusão. Eliana, no entanto, não desistiu. Depois de examinar Leyla cuidadosamente, algo chamou sua atenção. Ela notou uma anormalidade em suas pupilas, algo que definitivamente não parecia certo. Mesmo assim, decidiu não compartilhar sua descoberta com Jacob. Ao invés disso, esperou até retornar à mansão e chamou Andrew, Fernanda e Cecília para uma reunião.
Ao ver que Leyla usava seu aniversário como senha do celular, Eliana sentiu um misto de doce e amargo no coração.Dizem que cunhadas e noras são como inimigas naturais, mas Leyla sempre a tratou tão bem... Eliana reprimiu o aperto no peito e começou a vasculhar o conteúdo do celular. Se houvesse algo importante, provavelmente estaria salvo em algum documento. No entanto, ao acessar os arquivos, só encontrou materiais relacionados aos estudos de Leyla. Nada além disso. Então por que alguém iria tão longe para conseguir esse celular? Havia algo ali, tinha que haver. Decidida, Eliana abriu o álbum de fotos. No instante em que o fez, antes mesmo de conseguir visualizar qualquer imagem, a tela escureceu de repente. Quando ligou o aparelho, a bateria estava a 43%, e nem sequer haviam se passado cinco minutos. Não era possível que tivesse acabado a carga. Então só havia uma explicação: foi hackeado! Era óbvio que quem estava por trás disso sabia exatamente onde ela estava e o q
— O que eu sinto ou deixo de sentir por ele não te diz respeito, Falcão. — Eliana rebateu, sua voz carregada de gelo. — Até amanhã cedo, quero ver Leyla acordada. Caso contrário, não me culpe por esquecer qualquer laço que tenhamos compartilhado no passado! Sem esperar uma resposta, ela encerrou a ligação com um movimento brusco e atirou o celular sobre a mesa. Reclinou-se na cadeira, respirando fundo várias vezes, tentando acalmar os batimentos descompassados do coração. No fundo, Eliana sabia que tudo o que estava acontecendo com Leyla tinha um único culpado: ela mesma. Se tivesse continuado escondida, longe de todos, talvez nem Leyla nem Jordan tivessem se tornado vítimas. Talvez Jordan não estivesse morto. Talvez Leyla não estivesse naquele estado. Quanto mais pensava, mais a culpa e a raiva cresciam dentro dela. Mas, paradoxalmente, sua determinação também se fortalecia. Ela sabia o que precisava fazer. Precisava parar de fugir. Era hora de revelar sua verdadeira ident
Elisandra Walton!! A notícia foi como um terremoto. A sociedade inteira ficou em choque. — Ela é aquela princesa mimada da família Walton de vinte anos atrás? Como se soubesse da curiosidade geral, Eliana, no centro da transmissão ao vivo, acrescentou calmamente: — Há vinte anos, no massacre que acabou com a família Walton, eu fui a única sobrevivente. Jacob estava em silêncio, os olhos fixos na tela do celular, onde a transmissão acontecia em tempo real. Ele não desviava o olhar do rosto de Eliana, uma beleza impressionante, na tentativa de encontrar traços da garota que ela dizia ser. Olhando com atenção, os detalhes nos olhos e no formato do rosto realmente lembravam a jovem Walton. Então, era verdade. Ela era mesmo a herdeira da família Walton. Isso trouxe à tona memórias de três anos atrás, quando ele a conheceu pela primeira vez. Desde o início, Jacob sentiu uma estranha familiaridade, uma sensação inexplicável de que já a conhecia de algum lugar. Na época, ele pe
Eliana acenou levemente para os presentes e caminhou até a cadeira principal, onde se sentou com a postura impecável de quem estava no controle. Assim que ela se acomodou, os outros trocaram olhares rápidos antes de também voltarem aos seus lugares. Ela os observou por alguns segundos antes de falar, com a voz calma e firme: — Sei que vocês não estão satisfeitos com minha decisão. Não é porque não discuti isso com vocês antes, mas porque estão preocupados com minha segurança. Depois de tantos anos trabalhando juntos, Eliana conhecia cada um deles profundamente. Sabia que todos ali eram leais a ela de corpo e alma; o cuidado que tinham por ela ultrapassava até mesmo o que tinham por si próprios. Os quatro assentiram, e Andrew foi o primeiro a quebrar o silêncio: — Elia, com tudo tão instável ultimamente, por que decidir revelar sua identidade agora? Eliana manteve o olhar sério, sua expressão inabalável. — E você acha que, se eu não tivesse feito isso, estaria mais segur