— Fala, irmão! Anda logo, fala! — Leyla insistia, impaciente, enquanto puxava Jacob pela mão, tirando-o da cadeira e praticamente o empurrando para frente de Eliana. — Vai, diz alguma coisa! Mas, antes que Jacob pudesse abrir a boca, Eliana cruzou os braços e o interrompeu: — Leyla, ele não é bom em mentir. Não o force. — Cunhada, meu irmão não ama mais a Pola! — Leyla declarou, com tanta convicção que parecia estar prestes a levantar a mão para jurar. — Você provavelmente ainda não sabe, mas Pola e a mãe dela estão prestes a serem condenadas, né? Apontando para Jacob, ela continuou: — Foi ele quem fez isso acontecer! Se ele ainda amasse a Pola, como você acha que teria coragem de mandar as duas para a cadeia? — Leyla... — Eliana a interrompeu novamente, com um tom frio e controlado. — Se eu não ouvi errado, quando entrei aqui, você disse para ele admitir que estava arrependido de ter pedido o divórcio. E sabe o que ele respondeu? Ela virou o olhar para Jacob, encarando-o
Embora Leyla estivesse furiosa, era impossível para ela realmente abandonar Jacob. Ele era seu único irmão, e, além disso, alguém que não sabia se expressar. Se ela desistisse, não haveria mais nenhuma chance de ele reconquistar Eliana. Ao sair do quarto, Leyla notou uma figura suspeita no fim do corredor. Sem pensar duas vezes, começou a segui-la. Aquele andar inteiro estava praticamente vazio. Não havia mais ninguém ali além dela. Leyla não tinha inimigos, então, quem quer que fosse, havia grandes chances de ser a pessoa por trás da armação que estava destruindo a reputação de seu irmão. O que mais faria alguém se esconder nas sombras? Provavelmente, só estava ali para assistir de longe à desgraça de Jacob e Eliana. Leyla não podia deixar isso passar. Se não capturasse o culpado, Jacob acabaria sendo injustiçado para sempre. Mas, antes que pudesse se aproximar, a pessoa desapareceu em um piscar de olhos. Leyla não perdeu tempo e foi diretamente à sala de segurança para
Diante de Eliana, havia um enorme penhasco. Ela estava perigosamente na beira... Se fosse qualquer outra pessoa, um empurrão como aquele significaria morte certa, com o corpo despedaçado ao final da queda. Mas Eliana, ao contrário, transformava situações de risco em oportunidades de sobrevivência. Com um giro rápido, no exato momento em que seu corpo parecia cair no vazio, ela impulsionou-se no ar e, com uma agilidade impressionante, usou a força do próprio movimento para se desviar e escapar ilesa. — Nada mal, ainda está em forma. — Jasmin comentou, observando a cena com um sorriso de aprovação nos lábios. No entanto, em segundos, seu olhar se tornou severo, e a voz ganhou um tom frio. — Mas sua atenção já não é mais a mesma. Como pode deixar sua retaguarda exposta? Para alguém como você, isso é um erro fatal. Eliana, ainda recuperando o equilíbrio, respondeu com calma: — Eu sabia que era você. — Já tinha percebido? — Jasmin arqueou uma sobrancelha, surpresa. — Sim. — El
— O que aconteceu com a Leyla? — Eliana perguntou rapidamente, percebendo o tom estranho na voz de Andrew. — Leyla sofreu um acidente de carro. Foi grave! Na mesma hora, o coração de Eliana pareceu ser perfurado por uma lâmina afiada. Aqueles dois telefonemas que Leyla havia feito para ela mais cedo e que ela não atendeu... Provavelmente eram pedidos de socorro. A culpa a invadiu como um golpe certeiro. Ela apertou o celular com força, os dedos tremendo ligeiramente: — Foi um acidente... Ou...— Acho que não foi só um acidente. — A voz de Andrew soava ainda mais pesada. — O local do ocorrido é uma área sem monitoramento, e a câmera do carro não registrou nada fora do normal. Parece planejado. Os punhos de Eliana se fecharam com mais força. Sua voz saiu firme: — Em que hospital ela está? — No Centro Médico do Grupo Perry. Eliana não perdeu tempo. Assim que desligou o telefone, dirigiu-se ao hospital na maior velocidade possível. Ao chegar lá, manteve-se escondida, obse
— Ela atendeu! Luna atendeu! Disse que, por sorte, está aqui por perto e vem para cá agora mesmo! — Thomas desligou o telefone quase saltando de alegria. — Mas ela tem uma condição: quer que todos saiam da área e que as câmeras de segurança sejam desligadas. Jacob não hesitou nem por um segundo: — Avise imediatamente a sala de segurança. Thomas correu para falar com a administração do hospital e garantir que os monitores fossem desligados. Enquanto isso, Jacob e Rafael saíram da área, deixando o corredor vazio diante da sala de emergência. Foi só então que Eliana saiu de onde estava escondida no canto. Ser apresentada oficialmente como herdeira da família Walton era uma coisa, mas revelar suas outras identidades, seja como "Luna" ou qualquer outra, era algo completamente desnecessário. Para ela, esses títulos não passavam de nomes vazios, sem importância. Não havia motivo para expô-los. Eliana foi primeiro trocar de roupa e passou pelo processo de desinfecção antes de ent
— Sr. Jacob, a cirurgia foi um sucesso. Porém, a paciente ainda não está completamente fora de perigo. Precisaremos mantê-la na UTI por pelo menos dois dias para observação. — Informou o médico assim que Leyla foi levada para fora da sala de cirurgia. Assim que ela foi transferida para a UTI, Jacob inclinou-se discretamente e murmurou algo no ouvido de Thomas. Sem hesitar, Thomas saiu do local imediatamente. Rafael, que estava ao lado, notou a movimentação e, curioso, perguntou: — O que você cochichou com ele? Tá com esses segredinhos agora? Jacob ignorou a provocação e foi direto ao ponto: — Entre em contato com a T. Quero que ela encontre o responsável por isso. — Cara, eu trabalho com isso! Você tem a mim, mas prefere chamar outra pessoa? — Rafael respondeu, incomodado. — Sério mesmo? Vai gastar dinheiro com um de fora? Jacob lançou-lhe um olhar frio e cortante: — Você consegue resolver em 24 horas? Rafael hesitou. Era óbvio que ele não conseguiria. Mas com T, a hi
Assim que ouviu o barulho da porta sendo aberta, Eliana fechou rapidamente o notebook e se escondeu atrás dela, antes que a pessoa entrasse. Não estava com medo de ser descoberta, mas achava melhor evitar problemas com funcionários públicos. Afinal, mesmo para alguém como ela, havia limites que precisavam ser respeitados. A porta se abriu e, para sua surpresa, a pessoa que entrou parecia ainda mais furtiva do que ela. Será que foi o mandante do atentado? Talvez, mesmo depois de mexer na câmera, ainda não se sentiram seguros?Fazia sentido. Quem mais estaria ali no meio da madrugada, sem motivo algum? Essa ideia a deixou alerta. Assim que a pessoa virou de costas, Eliana agiu. Com um movimento rápido e preciso, desferiu um chute que fez o intruso cair no chão. Antes que ele pudesse reagir, ela pisou com firmeza em suas costas. — Quem te mandou aqui? No chão, Rafael praguejou mentalmente. Que azar dos infernos! Ele só queria verificar se a câmera do carro de Leyla havia sido
E ainda por cima ela lutou bem!Rafael estava perplexo. Ele e Jacob passaram a infância inteira sendo submetidos a treinamentos rigorosos. Eram praticamente imbatíveis para qualquer pessoa comum. Mas, agora, depois de trocar dezenas de golpes com Eliana e não levar vantagem nenhuma, ele teve que admitir: ela era melhor do que ele. Com esse pensamento, Rafael olhou para Eliana com uma expressão completamente diferente. — Quem é você, afinal? Eliana lançou-lhe um olhar casual. — Ex-esposa do Jacob, presidente do Grupo Morris, neta adotiva da família Mason. Tá bom ou quer mais detalhes? — Eliana, você sabe que não é isso que eu estou perguntando! — Rafael estreitou os olhos, sua voz carregada de desconfiança. — Você passou três anos ao lado do Jacob, fingindo ser uma pessoa comum. Qual era o seu verdadeiro objetivo? Eliana, sem paciência para prolongar a conversa, respondeu de forma direta: — É claro que foi pelo dinheiro. Ela falou com tanta naturalidade que Rafael ficou