Acordo com o barulho de fritura vindo da cozinha, em seguida minhas narinas são invadidas pelo delicioso cheiro de ovos fritos com bacon, inalo novamente o aroma, levanto-me da cama e seguindo aquele odor.
Quando chego na cozinha vejo Jéssica em frente ao fogão passando os ovos para um prato, completamente distraída.
— Bom dia. — falo com animação assustando-a — Desculpa, não queria te assustar. — passo por ela, mas antes que pudesse pegar uma fatia de pão ela dá um tapa na minha mão.
— Vá escovar os dentes primeiro. — ordena.
— Ta bom sua chata. — ela parecia minha mãe, dirijo-me ao banheiro, lavo o rosto e escovo os dentes. Ao voltar para cozinha a mesa já estava posta e Jéssica estava terminando de colocar o café em uma xícara, e como não sou bobo pego a xícara recém servida. — Obrigado. — digo sentando na cadeira que ficava na ponta da mesa.
— Não era pra você! — reclama. — Mas pode tomar eu me sirvo de novo. — diz já servindo outra xícara.
Tomamos o café em silêncio, não tínhamos o que dizer, assim que terminamos começo a retirar os talheres e levo até a pia, logo começando a lavar.
— Deixa comigo. — ela me diz se aproximando.
— Não Jéssica, eu lavo louça, é o mínimo que eu posso fazer! — digo — Primeiro: você é a visita e segundo: você já fez o café da manhã então eu preciso agradecer de algum jeito. — completo e sorrio.
— Mas… — começa a questionar, mas lhe interrompo.
— Nem adianta insistir que quem vai lavar a louça sou eu e tá acabado. — bato o pé.
— Eu sou mais velha, você tem que me obedecer! — argumenta enfática.
— E daí que você é dois anos mais velha do que eu? Você tá na minha casa e na minha casa eu que mando. — argumento e assim que termino a frase Jéssica começa a rir — Qual a graça agora?
Eu não entendia o que ela achava tão engraçado, será que era meu sotaque nova iorquino?
— Você, pagando de machão! Mas quando casar quem vai mandar é ela, ou ele vai saber! — da de ombros e continua a rir de leve.
— Você tá doida né? Pra começar eu sou hétero! Não que eu tenha algum tipo de preconceito…
E isso era verdade, minha mãe sempre me ensinou que o amor não escolhe o corpo e sim a personalidade da qual vai se apaixonar.
— E quanto a deixar minha mulher mandar em mim, você está muito enganada! — ela me encara. — É exatamente o que você ouviu! Você só pode ter endoidecido Jéssica! Por pensar essas coisas, eu não vou ser mandado por ninguém nem ferrando. E vamos parar com esse assunto porque a gente tem muita coisa pra fazer hoje.
Pego a esponja já lavando o talheres enquanto ela os secava, durante todo o processo de limpeza ela me falava, mais ou menos, o que teríamos que fazer naquela manhã.
Depois de tudo limpo, seguimos até o lado de fora, pegando o que precisamos para começar o trabalho e partimos para a plantação.
Por vezes notava ela rindo de mim, eu não estava acostumado com o trabalho braçal, então algumas coisas não saiam tão bem como deveriam!
— Quem sabe se você segurar a enxada desse jeito… — ela diz e me mostra como se faz.
Não era algo que eu possa dizer que era pesado, mas por não estar acostumado complicava um pouco as coisas!
Quando o sol estava a pino voltamos pra casa, fizemos o almoço, descansamos um pouco e voltamos ao trabalho! Antes do sol se pôr, chegamos em casa exaustos, me j**a no sofá e Jéssica se senta em uma das poltronas da sala.
— Nossa nunca achei que esse sofá seria tão bom! — exclamo. — Por que tá me olhando assim?
— Você tá parecendo um zumbi. — diz rindo.
— O sujo falando do mal lavado. — falo levantando indo em direção ao banheiro e ao passar por ela bagunçou o seu cabelo.
— Theodore vai tomar banho! — reclama.
— Já to indo. — grito já de dentro do banheiro.
Termino banho, visto uma calça confortável e vou pra cozinha secando os cabelos com uma toalha.
— O banheiro tá desocupado se você quiser tomar banho. — ela me olha e imediatamente vira o rosto para o lado um pouco envergonhada. — Que foi porque virou a cara? Só porque eu tô sem camisa? Sério? Como se você nunca tivesse me visto assim.
— Eu já vi. — ela fala ainda sem virar o rosto pra mim.
— Então qual o problema? — estava confuso.
— Nenhum.
— Então tá assim corada por quê? — pergunto pra zoar com ela, me aproximando um pouco mais.
— Não estou corada. — fala e vejo o rubor aumentar em suas bochechas.
— E essa bochecha vermelha aí é o quê? — continuo a lhe provocar.
— Reflexo da minha blusa. — diz num rompante.
— Tá bom! — me dou por "vencido" — "Vou fingir que acredito!" — penso.
— Veste uma blusa! — diz em tom de ordem.
— Ok eu vou vestir, calma. — sigo até o quarto e pago uma blusa que estava pendurada no cabideiro, retornando em seguida para a cozinha. — Pronto pode olhar tô vestido satisfeita?
— Sim. — me olha, constatando que eu falava a verdade e sorri pra mim.
— Que bom agora vai pro banho. — digo sério. — Porque seu cheiro de suor não dá para aguentar. — tapo meu nariz, fazendo cara de nojo.
Jéssica me olha zangada e dá um tapa no meu braço, seguindo para o banheiro.
— Ai, ai, não precisa bater, eu tava só brincando. — esfrego o braço.
Enquanto ela tomava banho eu decido arrumar a mesa.
"Se ela demorar mais um pouco eu já vou comer a minha parte e depois... " — ela interrompe meus pensamentos ao chamar por mim.
— Theo me traz a escova de cabelo que eu esqueci no banheiro. — me pede.
— Tá bom! Vou pegar! — entro no banheiro, pego a bendita escova e levo até ela batendo de leve na porta. — Tá aqui ó... — interrompo minha fala quando a porta se abre, ela usava um pijama mega curto, não me contive e a olhei de cima a baixo.
— O que você está olhando? — pergunta examinando a si mesma.
— Nada, quer dizer essa sua roupa, não acha que tá meio curta não acha não? — respondo de forma envergonhada.
— Pode ser! — diz dando de ombros. — Mas se vestir uma roupa maior vou passar calor! — argumenta — Você está incomodado? — me questiona.
— Não me incomodo não, eu só reparei. Porque eu meio que não tinha como não reparar, eu vim trazer a sua escova e tive que olhar né? — fico constrangido. — Foi completamente sem intenção. Quer saber… Eu vou voltar lá pra cozinha, tenho que terminar de arrumar… Tudo.
"Muito bem, Theodore gaguejando… Ela nem reparou que você ficou nervoso!" — me recrimino mentalme.
Sigo de maneira apressada, mas no curto caminho acabo pensando na visão de Jéssica com aquele pijama minúsculo.
"Aish Theodore! Nem começa, ela é sua amiga de infância não pensa nela de outro jeito porque vai dar merda." — tento me concentrar no que tinha que fazer.
— Bom vamos jantar o cheiro aqui tá bom viu. — digo ao vê-la se aproximar.— Se chama banho. — ela me responde com um leve sorriso nos lábios.— Não tava falando do seu cheiro, tava falando do jantar, você não era assim não viu, foi só sair daqui e voltou pervertida é?— Não sou pervertida. — retruca.— Achou que eu tava falando do seu cheiro e não quer que eu pense que seja pervertida? — reviro os olhos. — Só o que me faltava, ter que dividir o teto com uma garota com a mente suja desse jeito. Daqui a pouco vai ser preciso trancar a porta do quarto.— Porquê? — me olha confusa.— Sei lá vai que você resolve me ataca no meio da noite. — digo de brincadeira e ela passa esbarrando em mim propósito. — Calma era brincadeira eu sei que você não é dessas coisas, caramba não sabe nem brincar pelo amor de Deus!Nos sentamos à mesa e como na noite anterior jantamos em silêncio.— Nossa, comi demais minha barriga tá até doendo! — falo à ela, que começava a retirar a louça suja da mesa. — Não!
Esses dias com ela estavam mesmo me mudando, e mudando para melhor! Eu me sentia mais responsável, não que antes eu não fosse, mas é diferente as coisas aqui são bem mais regradas, se alguma coisa ficar para o dia seguinte, provavelmente vai atrapalhar todo o cronograma daquele dia. Atrasado assim muitos afazeres, o que geraria uma bagunça danada, pois haviam coisas com data e horários específicos, como entregas e regimentos.Naquela manhã Jéssica e eu esperamos pelo entregador de sementes, que pro nosso azar atrasou, ela queria organizar tudo pela manhã e para que à tarde nós pudéssemos iniciar a semeadura. Era impressionante o jeito que ela fazia tudo dar certo, nem que fosse no improviso. — Por que está me olhando assim? — ela me questiona quando havíamos terminado de guardar os sacos de sementes. Nem havia percebido que a estava encarando, sem saber o que dizer apenas balanço a cabeça em negação.— Nada, não! Estava só pensando! — sorri envergonhado.— Pensando em quê exatament
— Vamos? Ainda não começou a chuva. — abro a porta e estendo a mão dando passagem a ela, e então me viro para fechar a porta. — Totó fica aqui dentro você vai ser responsável pela casa hoje. — tranco tudo e me dirijo até o carro. Jéssica dá a partida e ruma até a sua casa.— Até que você dirige bem, fiquei impressionado. — digo sincero.— E tem motivo? — questiona.— É claro que tem motivo, mulher no volante perigo constante. — ela fecha a cara. — Desculpa… Não precisa olhar assim também queria só tirar uma com a sua cara.— Mais uma gracinha vou te fazer dormir na casinha do cachorro. — Ah tá sei, sua mãe não ia deixar e você sabe. — a Sra Morgan sempre me mimou desde criança. Ela fica muda o restante do caminho e eu como fico sem saber o que dizer decido ficar calado.— Sua casa não mudou praticamente nada. — digo quando ela estaciona e vejo a Sra Morgan sair na porta. — Olá senhora Morgan. — a cumprimento quando desço do carro.— Oi Theodore quanto tempo. Você tá tão bonito. — e
Quando o dia amanhece eu ainda com sono me reviro na cama que está muito espaçosa. Então viro para o lado e percebo que estou sozinho. "Cadê ela? tenho certeza que ela tava aqui quando eu fechei os olhos. Talvez ela esteja arrumando o café como de costume vou trocar de roupa e descubro."Saio do quarto, mas só encontro a mais nova da família Morgan que terminava de tomar sua xícara de café.— Bom dia Theo. — ela diz assim que me vê.— Bom dia baixinha, cadê sua irmã? — questiono.— Ela saiu pra trabalhar, e faz tempo. — conta.— Que horas são agora? — penso alto e arregalo os olhos quando me dou conta do horário. — Nove e meia? Eu já devia estar em casa. Que merda por que ela não me acordou?— Não sei. — diz a mais nova dando de ombros.— Bom, não tenho tempo pra perguntar. — dou um beijo na testa da menina e vou na direção da porta. — Até mais baixinha.— Não vai nem comer alguma coisa? — diz e me faz lembrar da Jéssica.— Vou comendo essa maçã. — pego a fruta no cesto e sigo meu ca
Chegamos até a porta rindo, John toca a campainha, Nathan nos recepciona.— E aí galera. — sua voz é animada. — Vamos entrando, o jantar tá quase pronto.— Nate quanto tempo mano! Como foi a viagem? — abraço o mais velho.— Foi boa, aprendi muita coisa e a sua temporada na Fazenda? — pergunta.— Foi menos torturante do que pensei que seria. — apesar do desânimo, respondo animado.— Tudo por causa da Jéssica. — Jimmy contou esquecendo que esse era um assunto, pelo menos por agora, delicado.— Cala boca Jimmy. &m
Havia combinado com Jéssica de que iria buscá-la no aeroporto por volta das 13:00. Então no dia combinado Dean e Kalel vieram até o meu apartamento para organizar tudo.— Eai Dean, Kalel! — os cumprimento dando passagem para ambos — Pra que tan
Pega meu carro na garagem e saio. O trânsito estava congestionado na maior parte do caminho, me deixando preocupado."Droga não imaginei que ia ter trânsito essa hora, mas claro tá todo mundo voltando aos seus trabalhos, merda devia ter saído mais cedo." — em
Nessa segunda rodada ambos ficamos consentrados no jogo, e Jessica acabou vencendo com larga vantagem. Ela não diz nada, apenas me olha com um largo sorriso no rosto.— Hahaha. — rio irônico. — Pode desmanchar esse sorrisinho daí porque está empatado. Próxima corrida que o melhor jogador vença e não será você!Assim como na partida anterior, nos mantivemos consentrados em nossas telas. Eu por vezes passava a dianteira, mas não permanecia muito tempo em primeiro. Na última volta eu estava na frente, contando certo que ganharia. Porém sem que esperasse, nos segundos finais o carro dela me ultrapassa.— Droga, perdi! — estava aborrecido, mas resignado. Viro o rosto na