– Vem Akira! Rápido! – Eu literalmente puxei o cachorro para dentro de casa enquanto fechava a porta e a trancava no processo.– Viu eu disse para não ter medo. – Sorri enquanto respirava fundo e me apoiava na porta, o animal me olhou enquanto abanava o rabo freneticamente, me abaixei e depois de acariciá-lo o soltei do peitoral, o deixando livre.Pendurei minha bolsa e coloquei as chaves no gancho ao lado, e fiz o mesmo com a corda que estava segurando o peitoral de Akira, assim que os coloquei no lugar peguei meu celular dentro da bolsa e acendi as luzes da cozinha e da sala, retirei minhas sandálias sentindo o aconchego de pisar no chão descalça, enquanto fazia tudo isso o animalzinho me acompanhava. – Muito bem, vou tomar banho, vê se não faz muita bagunça, me espera aí na sala viu! – Talvez estivesse parecendo uma doida falando com Akira como se ele tivesse realmente entendendo, mas gostava de acreditar que ele entendia, afinal estava ficando entediada naquela casa sozinha, não
Não sei exatamente quanto tempo levou, mas acordei no meio da noite no sofá com Akira dormindo encolhido debaixo do meu braço, ele estava tão quentinho, e era tão confortável abraçar ele, sei pelo tinha cheiro de maçã verde, e era incrivelmente relaxante, olhei para frente quando o som da televisão repentinamente aumentou era algum filme que estava passando naquele horário, me levantei tentando fazendo o possível para não acordar o filhote, e quando consegui me sentei no sofá, peguei o controle em cima da mesinha e desliguei a mesma, deixando a casa totalmente em silêncio, procurei meu celular pelo sofá e não o encontrei em lugar algum.“Onde deixei? Me levantei sentindo o chão frio em meus pés descalços.”Me espreguicei enquanto levantava os braços sob a cabeça, caminhei até a cozinha com o intuito de matar a sede que estava sentindo, peguei um copo de vidro sob o escorredor ao lado da pia, fui a geladeira e peguei uma garrafa de água que sempre deixava cheia, assim que coloquei o l
– Tudo bem, pensa Ayanne! Pensa! – Olhei em volta do meu banheiro, vendo a minúscula janela que ficava no alto, não havia como passar por ela eu mesma não alcançava e o cesto era frágil se quebraria com meu peso.“O CESTO! Gritei em minha mente, vi o objeto de roupas com algumas peças e o armário, coloquei o celular no chão junto com a faca e me arrastei com o filhote.”Retirei algumas peças de roupa e coloquei o pequeno animal no meio delas o cobrindo quase que por completo, consegui deixar uma brecha de ar que ficava virado para a parede, com ele escondido poderia agir livremente e correr, assim que terminei me virei ouvindo o telefone.– Ayanne?! Você está aí?! AYANNE? – Ethan gritava meu nome, peguei o aparelho no chão voltando com o mesmo para a orelha.– Estou aqui, não posso falar muito ele tá vindo, mas tá tudo bem, não vou deixar ele machucar o Akira. – Assim que o respondi outro som de trovão foi ouvido estrondoso pelo ambiente me assustando, mas quando o barulho passou ouvi
Após deixar Akira com Ayanne segui direto para o hospital, não havia muito o que fazer, então fiquei sentado na beirada da cama junto com mãe e filha. Flora já estava melhor o que me deixava mais tranquilo, porém Megan ainda estava dormindo e bem fraquinho, mas pelos médicos a medicação já começou a fazer efeito então logo, logo ela estaria melhor, conforme o tempo foi passando e o sono não chegava me peguei pensando naqueles olhos, e pensar que ela estava tão perto de mim enquanto segurava o filhote, podia sentir seu perfume delicado de alguma aroma de flores, sua respiração suave que batia em meu rosto enquanto ela me observa, e isso era o, mas engraçado, ela tentar disfarçar que não estava fazendo nada, mesmo que fosse nítido.“E pensar que ela estava com aquele cara. Chegava a ser irônico como a vida era, Ayanne era uma pessoa incrível, tinha tantas qualidades, como parecia ter defeitos? Mas eles eram mínimos não? Quem realmente ligava para isso?”Afinal eu sou a pessoa com mais d
– Alô? Ayanne? – Minha voz saiu um pouco baixa pelo sono.“Ela está chorando? Suspeitei por ouvir alguns ruídos estranhos quando a ligação começou.”– T-tem um ho-mem aqui! – A mulher gaguejou confirmando minha suspeita, mas não entendi muito bem sua frase.– O quê? Como assim? Não estou entendendo, por que você está chorando? – Perguntei novamente o que havia acontecido, principalmente querendo saber o porquê dela estar chorando, me ajeitei na cadeira esperando a mesma explicar. Flora naquele momento havia acordado, parecia também estar em um sono leve.– Tem um homem aqui! Um homem invadiu minha casa! Socorro! – Meu coração disparou e praticamente pulei da cadeira com os olhos arregalados. Flora me olhou preocupada.– Fica calma, já estou chegando! – Me desesperei, principalmente por saber que ela estava praticamente sozinha na vizinhança, sabia que seria difícil pedir ajuda, olhei em volta sem saber o que fazer primeiro inclinado em apenas correr para a ajudar.– Ele tá chegando, t
Havia levado alguns segundos para entender que não estava mais sendo pressionada na cama por aquele monstro e que Ethan havia chegado, quando ouvi sua voz estava assustadoramente raivosa.– COF! COF!... COF! COF… – Lutei tentando recuperar todo o ar que havia perdido, meus olhos haviam ficado embaçados e a sensação da sua mão em meu pescoço e seu peso em cima de mim, me deixa completamente sem fôlego algum.– COF! COF!... – Tossi, desorientada, tentando recuperar o fôlego e, ao mesmo tempo, minha visão, me virei procurando por Ethan e o conseguindo encontrar quando ouvi sua voz.– Vai ser você quem vai morrer hoje! – Nunca havia visto Ethan falar daquele jeito e quando ele tirou o homem de cima de mim, eu não tinha reação, só o que podia fazer era chorar enquanto via meu salvador ao pé da minha cama com os punhos cerrados e um olhar mortal para aquele monstro, não senti nenhum medo dele. Naquele momento havia entendido que Ethan mesmo não me conhecendo estava ali por mim, o homem par
– Eu estou aqui! Tá tudo bem agora!... Nada de ruim aconteceu com você, estou tão aliviado que cheguei a tempo! Meu Deus… Como estou aliviado! – Ethan acariciou meu rosto, e naquele momento comecei a enxergá-lo de outra forma, ele não era, mas o Ethan meu vizinho, ele era algo a mais, algo que nunca havia sentido por ninguém, e chorei novamente, mas eram lágrimas de alívio, por ele estar ali. Reuni toda força que me restou e passei meus braços pelo seu pescoço o abraçando com toda força que tinha, o senti apertar minha cintura e afundar o rosto em meu pescoço, enquanto eu mesma me afogava em desespero e alívio, o sentia molhar meu pescoço, de repente ouvi um barulho baixo vindo do banheiro, e em seguida barulhos de patas arranhando o piso de madeira, em seguida um chorinho baixo, Ethan levantou a cabeça e olhou para trás, enquanto eu abria os olhos, era Akira, assim que ele nos viu correu em nossa direção.Ah, como estava aliviada por vê-lo bem, assim que ele se aproximou soltei o pe
– Ai meu Deus! Você tá bem menina?! O que aconteceu?! – Flora, sussurrou desesperada, e sabia que a mulher estava se contendo devido à filha, mas só dela perguntar por mim já me deixava feliz, eu ficava feliz só de saber que alguém estava preocupado comigo, mas naquele momento aquela ligação me deixou, mas emotiva do que já estava, comecei a respirar forte, meu peito subia e descia rápido, minha garganta estava se fechando e meus olhos começaram a lacrimejar, juro com todas as minhas forças que tentei segurar, mas voltei a desabar enquanto segurava o celular em meu ouvido.– Eu tô bem! Oh!… Meu Deus! Me desculpe! Eu tô bem! – Tentei responder o mais claramente possível, mas meus soluços voltaram mais fortes, enquanto meus olhos voltaram a banhar meu rosto, Ethan me olhou preocupado e se levantou imediatamente me abraçando forte, agarrei sua blusa com a mão que estava livre.– Oh meu amor! Calma querida! Tá tudo bem! Meu Deus o que eu faço!? – A mulher do outro lado entrou em desespero