Após deixar a casa de Ayanne na noite em que havia entrado o urso, não ousei falar com ela, quando a vi ser deixada em casa por aquele cara, percebi que não adiantaria me aproximar, no final as pessoas vão escolher aqueles que têm uma aparência melhor, que é mais agradável de se olhar, era o normal, não posso julgá-la afinal também não gosto de mim, não gosto da minha aparência, mas o que poderia fazer? Fiquei marcado em minha infância, vivo nessa pele costurada e marcada, a carne já cicatrizou, mas a alma vai continuar sangrando, é a vida, é assim que se vive, eu só posso aguentar isso sozinho, afinal quem vou culpar? Quando abri os olhos de manhã vi o sol nascer timidamente tentando atravessar as cortinas fechadas, respirei profundamente quando me precisei me levantar, meus músculos rangeram quando me espreguicei já sentado na beirada da cama, me pus de pé e caminhei até o banheiro do outro lado do quarto, assim que me coloquei em frente ao espelho, vi a imagem que convivi minha vi
Havia comprado, sua comida, uma cama maior que seu tamanho, mas seria usada mesmo quando ele crescesse e uma guia para poder sair com ele, não queria um animal que me desse trabalho na rua então decidi educá-lo corretamente, não comprei um pote já que ele era pequeno e não compraria várias vezes conforme ele fosse crescendo, então apenas estou usando o prato que peguei na primeira vez, me abaixei em frente ao armário e peguei o saco de ração o despejando no prato, ele começou a fazer a maior festa, pulando em minha perna tentando alcançar o prato, era fofo, mas sei que se deixá-lo com aquele tipo de comportamento vou ter problemas no futuro.– Espere, você só vai comer quando se acalmar. – Falei como se ele tivesse entendido, já em pé coloquei o prato na bancada e fui preparar meu café, coloquei um pouco de água na chaleira e a pus sobre o fogão, peguei dois ovos na geladeira, e duas fatias de pão no armário guardando a embalagem, assim que terminei de preparar tudo e de fazer meu caf
– O que aconteceu com ela?! – Perguntei apreensivo, já olhando para sua casa esperando a mulher tomar a frente.– Eu não sei, ela tá com febre já tem alguns dias e não melhora, no hospital falaram que era só um resfriado e que com os remédios logo melhorava, não sei, mas o que fazer. – Flora explicava desesperada enquanto me levava até sua casa, podia notar de longe o quanto a mulher estava apreensiva afinal ela não tinha mais esposo, e agora com sua filha doente, era um trabalho em dobro.– Fica calma, vou ver o que está errado. – Falei enquanto passeávamos pelo jardim e entramos na varanda. Flora abriu a porta e me levou da sala até o andar de cima para o quarto da menina, que assim que a vi deitada em sua cama sabia que tinha alguma coisa muito errada, a pele da criança era tão pálida que parecia que estava morta.– Chama um táxi ou uma ambulância o que vier primeiro. – Disse enquanto soltava a coleira do Akira no chão que começou a se agitar estranhamente cheirando tudo o que via
– Entendo sem problemas me deixe examinar a menina. – A doutora se aproximou e desembrulho Megan como um pacote de presente delicado apenas retirou um pouco o pano e começou a passar o objeto pelo peito da criança começando a escutar alguma coisa, se me lembro bem o nome era estetoscópio, me lembrei quando o médico fez o mesmo em meu peito, quando era, mas novo, havia perguntado o que era aquilo e para que servia, o mesmo me explicou que era para ouvir a parte de dentro do corpo, mas nitidamente.Enquanto esperávamos a doutora falar o que estava acontecendo, Flora ficava trêmula ao meu lado, a mulher estava tão tensa que transpirava, segurei sua mão delicadamente e sorri para a mesma tentando a tranquilizar mesmo que soubesse que um simples toque não mudava nada.– Vai ficar tudo bem! – Falei nesse meio tempo, e assim que soltei a frase a médica se levantou e olhou em nossa direção.– E então doutora ela vai ficar boa? – Flora se adiantou, tomando a frente.– Bom não vamos nos precipi
Às vezes é interessante como a vida nos vira de cabeça para baixo, em um momento estamos muito bem e no outro temos que correr para um hospital com medo de que um ente-querido morra, quando Flora me ligou desesperada porque não conseguia chamar uma ambulância, fiquei angustiada, sabia que a mais nova estava doente, mas havia aparentemente piorado, já estava no ateliê aquela altura prestes a começar a pintar, mas assim que meu telefone tocou e soube do seu desespero não perdi tempo e chamei o senhor Joseph, era engraçado como a vida coloca pessoas em sua vida no momento certo, pode ser um meio de dar um empurrãozinho em nossas vidas, como se ela soubesse de tudo que estava prestes a acontecer. Havia deixado tudo para trás sem tempo de explicar, naquele momento não lembrava mais de Draven ou minha pintura, apenas Megan vinha em minha mente, peguei minha bolsa e corri para fora do estúdio ouvindo os questionamentos de Draven e Kiana. O hospital não era longe, só precisava andar um pouco
– Você! – Flora parecia muito atormentada, mesmo com aquela pequena palavra sabia que não teria algo bom ali.– O que tem eu? Algum problema? – Como que fosse de se esperar, o homem era totalmente cínico.– Foi você que disse que a minha filha estava só com uma gripezinha, está feliz agora? Que tipo de médico dá um diagnóstico sem nem mesmo olhar direito? – Agora havia entendido o porquê daquela reação da mulher tão doce, nunca havia visto a mulher falar assim com ninguém.– Acho que está me confundindo com outra pessoa, senhora. – Como o homem estava de costas para mim, não sabia qual era o seu olhar naquele momento, mas pela sua voz sabia que ele estava debochando da situação.– Não estou te confundindo, foi você que disse que era apenas uma gripe boba e que logo iria passar! Não tá lembrado? Não tem nem quatro dias que vinhemos aqui? Agora a doutora tá me falando que minha filha está com pneumonia, isso é culpa sua! – Podia ver claramente o semblante de Flora tomar um tom vivo de v
Olhei para cima apenas para ver meu vizinho me olhar com um sorrisinho de canto, provavelmente debochando da minha cara, mas não o culpava havia provavelmente passado vergonha tentando enfrentar um homem, mas alto e principalmente, mas forte, não duvido nada que se aquele homem tivesse me batido, teria desmaiado em segundos.– Não precisa zombar de mim, já estou envergonhada o suficiente. – Respondi enquanto passava as mãos em meu rosto, tentando controlar o nervosismo que ainda estava sentindo.– Não estou zombando, na verdade, teria feito o mesmo, mas alguém chegou primeiro. – O homem falava enquanto passava em minha frente e se sentava ao meu lado, endireitei minha postura e o olhei um tanto quanto incrédula já que o mesmo parecia tão calmo naquele momento.– Difícil de acreditar. – Falei enquanto estreitava meus olhos para o mesmo, o homem sorriu e me olhou de volta.– Talvez seja realmente difícil de acreditar que bateria em outro homem por causa de uma mulher, mas estaria dispos
Era difícil de respirar então precisa puxar o ar com toda força que tinha, enquanto isso sentia minha visão ficar embaçada olhando para sua mão, meu corpo começou a tremer, sabia o que estava acontecendo comigo, era a mesma coisa que aconteceu quando soube que havia perdido as únicas pessoas que gostavam de mim em toda minha vida, era pânico estava no início de uma crise de pânico, mas não podia ter aquilo ali, aquele não era o momento, de forma alguma podia dar trabalho para Ethan, precisa ajudar e não atrapalhar.“Respira Ayanne, Flora não está morta! Ela logo vai acordar! Tá tudo bem, RESPIRA POR FAVOR! NÃO ENTRA EM PÂNICO SUA TONTA! Havia começado a gritar em minha mente quando fui puxada para o lado, sem entender nada, a mão da mulher não estava, mas na minha, porém aquela sensação ainda persistia, olhei para ver quem havia me puxado e vi outra mulher cuidando de Flora, ao menos não era aquele homem, não sei se conseguiria protegê-la dele.” Ethan ainda não havia voltado, então t