Os dois meninos, agora, pareciam não estar tão assustados como antes. O mais velho olhou para Amanda como se ela não fosse uma má pessoa e perguntou:- Tia, meu pai vai acordar?O olhar do menino era de pura inocência, fazendo o coração de Amanda apertar. Ela passou a mão na cabeça dele e assentiu:- Vai sim!Ao ouvir a resposta, o menino pareceu muito feliz. Depois de pensar um pouco, tirou um amendoim do bolso e o ofereceu a Amanda:- Por favor, aceite.Amanda aceitou, sentindo uma mistura de emoções.Não se sabe quanto tempo se passou até que a porta da sala de emergência se abriu. O médico balançou a cabeça:- Nós fizemos o possível.Amanda sentiu um peso no coração. No segundo seguinte, a mulher que estava em silêncio até então irrompeu em prantos desesperados. Amanda, se sentindo mal, se apressou para tentar ampará-la.Mas foi afastada pelos dois meninos, sendo o mais velho, aquele que havia dado o amendoim a Amanda, quem a empurrou com força:- Mentirosa, mentirosa, devolva meu
Seu olhar pousou no ombro de Cláudio por dois segundos antes de se aproximar e segurar a mão de Amanda. No segundo seguinte, ele imediatamente percebeu a marca de mordida no braço de Amanda e franziu a testa:- Como isso aconteceu?Amanda rapidamente cobriu com a mão:- Não é nada, foi só um acidente no meio da confusão...- Vamos, eu te levo para desinfetar.- Não precisa...Mas antes que ela terminasse de falar, Theo já havia se inclinado e a levantou nos braços. Ainda no corredor, Amanda cedeu instantaneamente:- Tá bom, tá bom, me coloca no chão, eu vou com você!Theo então a colocou no chão e a levou para a clínica. Atrás deles, Cláudio observou as costas dos dois e estreitou os olhos. Depois de um tempo, ele finalmente se levantou e chamou:- Amanda, você pode sair mais cedo hoje. Podemos falar sobre o assunto amanhã.Por Cláudio ter falado, e como realmente não havia mais nada a fazer no hospital, Amanda, depois de ter o braço enfaixado, foi embora com Theo. Quando os dois chega
Amanda balançou a cabeça:- Melhor não, agora só quero me dedicar de verdade a esse projeto que tenho em mãos.- E eu? - O homem segurou firme sua mão, pressionando ela para baixo.- Para com isso! - Amanda sorriu. - Entre você e o trabalho... Claro que o trabalho é mais importante!- Amanda! - Theo rangeu os dentes e deu um tapa forte em seu traseiro.- Eu errei, tá bom, eu errei. Você é mais importante que o trabalho!As palavras que vieram depois se perderam entre beijos e sussurros...Na manhã seguinte, assim que Amanda chegou à porta, viu seu pequeno carro branco, quietinho estacionado ali.- Já consertou? - Perguntou Amanda, sorrindo.- Sim! E não só isso, Sr. Theo mandou modificar umas coisas. Os vidros e a carroceria agora são de material mais resistente. Além disso, instalaram um alarme e um sistema de GPS. - Michel explicava enquanto mostrava as modificações.Amanda ficou impressionada:- Isso não é um exagero?- Nada disso! - Michel sorriu. - Presidente Theo disse que a segu
Enquanto falava, a mulher se dirigia para a beira do terraço, abraçando seus dois filhos. A altura de mais de dez andares fazia Amanda sentir as pernas fraquejarem só de pensar. Os dois filhos, ainda pequenos, balançavam perigosamente ao sabor do vento no topo do edifício, como se estivessem prestes a cair. Amanda sentiu um arrepio no coração e exclamou:- Irmã, não seja impulsiva. As crianças são inocentes!Naquele momento, a mulher estava completamente desesperada, sem se importar com a inocência das crianças. Ela ficou de pé na beira do terraço, segurando seus filhos.- O que você sabe? Como pessoas como você podem entender nosso sofrimento? É justamente porque as crianças são inocentes que quero levá-las comigo. Elas são tão pequenas e já perderam o pai. Deixá-las neste mundo significa mais sofrimento no futuro. Vão crescer como eu, sem nunca ver esperança!As palavras da mulher ecoaram como uma onda sonora, questionando a consciência de todos.- Não é assim! - Amanda falou ansiosa
Theo não levou Amanda para a Mansão dos Reis, mas sim diretamente para a Villa Doce. Ao saírem do carro, Theo a carregou nos braços sem que Amanda reagisse. Somente ao entrar no banheiro, ela finalmente questionou:- O que você está fazendo?- Vamos tomar um banho! - Disse Theo.- Eu posso fazer isso sozinha. - Respondeu Amanda.Theo riu suavemente:- Não é a primeira vez, eu ajudo você.Amanda então se deixou levar. Na banheira, Theo havia colocado água e essências, exalando um aroma suave e relaxante, antes de se sentarem juntos. Os dois permaneceram em silêncio, confortavelmente encostados um no outro.Quando a água começou a esfriar, Theo se levantou, secou Amanda e a levou para o quarto. O braço dela, ainda machucado de uma mordida anterior, agora tinha mais escoriações. Theo cuidadosamente aplicou medicamento nas feridas e, nesse momento, notou uma pequena cicatriz no braço dela, que até então estava escondida. Era uma marca antiga, agora visível devido à redução do inchaço.Com
Em meio à noite, por que o pai da família viria aqui?Os dois se apressaram em se levantar, trocar de roupas e descer as escadas. Na sala de estar no térreo, as luzes estavam acesas intensamente. Sentado no grande sofá central estava o pai, calmo, cercado por alguns guarda-costas.- Pai! - Theo o cumprimentou.O patriarca o examinou de cima a baixo, fixando o olhar, por fim, na ferida no braço de Theo.- Sente-se. Médico, por favor, examine-o cuidadosamente.- É apenas um ferimento leve, eu já cuidei dele. - Disse Theo.Mas o patriarca não estava disposto a relaxar:- Mesmo assim, deve ser tratado com cuidado. Não se esqueça da sua posição. - Disse ele, lançando um olhar penetrante em Amanda por um momento.Theo se resignou a sentar e deixar o médico examiná-lo. No final, até o médico concordou que era apenas uma ferida leve e fez um novo curativo.Antes de sair, o patriarca olhou seriamente para Theo:- Não te forço a voltar para casa, mas você repetidamente esquece suas responsabilid
- Socorro! - Amanda se virou e começou a correr. No entanto, acabou sendo envolvida nos braços de Theo.No dia seguinte, Amanda não queria de jeito nenhum descansar em casa e insistiu em ir trabalhar.Theo não tinha como impedi-la, e vendo que ela realmente melhorou, permitiu que ela fosse.Ao chegar na empresa, Amanda percebeu que não havia ninguém lá. Ela andou pelo local e, no fim, decidiu ligar para Cláudio.- A empresa está de férias?Do outro lado, Cláudio estava num ambiente barulhento, e após uma pausa, provavelmente para encontrar um lugar mais silencioso, ele respondeu:- Como assim você está ligando para mim? Seu corpo está melhor?- Foi só um pequeno ferimento, já estou na empresa trabalhando. Onde está todo mundo?Cláudio riu amargamente:- Parece que desta vez nossa empresa realmente vai acabar. Após o incidente de ontem, o gerente do nosso projeto veio até nós. Eles querem não só terminar a parceria, mas também que paguemos pelos prejuízos. Dizem que, por nossa causa, é
Theo?Amanda quase instantaneamente balançou a cabeça.- Não! Obrigada pela sua gentileza.A relação dela com Theo era realmente de negócios, mas esse negócio era apenas sobre assuntos da família Camargo. Depois que os assuntos da família Camargo fossem resolvidos, ela queria manter uma relação de igualdade e dependência com Theo.Mesmo que essa relação só pudesse durar um ano, ela já se sentia sem culpa.Além disso, a situação de Theo no momento também não era boa.No caminho de volta, o carro ficou em quieto. Até que, finalmente, Cláudio quebrou o silêncio. Ele riu de si mesmo:- Bem, isso vai fazer meu irmão e minha madrasta morrerem de rir. Mas eu não me importo, estou acostumado com essas coisas desde pequeno, então você não precisa se preocupar comigo.Amanda franzia a testa, Cláudio pensou que ela ainda estava de mau humor e disse.- Você tem uma boa base, vai ter um futuro melhor depois de deixar aqui...Amanda ainda permanecia em silêncio, e Cláudio franziu a testa.- Amanda?