Capítulo 4
Na família Camargo.

Amanda retornou quando já estava tarde.

Ao passar pela sala, ela se deparou com Catarina e Gustavo jantando. Ao ver Amanda, Catarina jogou seus talheres no prato e exclamou:

- Só de te ver, perco o apetite. Não vou mais comer!

Amanda ignorou Catarina e seguiu em frente.

- Pare! - Gustavo de repente falou, chamando a atenção de Amanda.

Amanda se virou para ele, mas Gustavo riu friamente e apontou para o chão, a tratando como se chamasse um cachorro:

- Ajoelhe-se e rasteje até aqui.

Amanda apertou os lábios e abaixou o olhar para o chão, ocultando suas emoções.

- O que? Você não quer fazer isso? - Disse ele.

Amanda permaneceu imóvel, ignorando completamente Gustavo, como se ele fosse invisível.

Sua atitude enfureceu Gustavo, que se aproximou rapidamente em três passos, segurando o queixo dela e erguendo seu rosto para o encarar:

- Amanda, o que diabos você pensa que está fazendo? Você não passa de uma pobre coitada agora, e eu ter casado com você já foi uma grande benevolência. Além disso, não tenho sido bom com você? Te dou dez mil por mês para gastar, sem precisar trabalhar. Só precisa cozinhar e cuidar da minha mãe. O que mais você quer? E você me traiu?

Amanda riu friamente:

- Isso é ser bom? Então, por que você não contrata uma empregada? Pelo menos as empregadas têm direitos humanos básicos e podem controlar suas próprias vidas. E eu? Eu não tenho nada! Se você acha que é tão bom assim, que tal invertermos os papéis? Eu te dou dez mil por mês e você cuida de mim e da sua mãe. Não é muito, apenas três refeições por dia. O que acha disso?

Paff! Gustavo deu um tapa forte em Amanda.

Instintivamente, Amanda revidou, mas Gustavo a segurou firmemente:

- Você quer morrer, é isso? Será que você nem sabe como seu pai inútil veio me implorar hoje? Ele implorou para que eu não me divorciasse de você, me pediu para te perdoar uma última vez! E ainda se ajoelhou para mim! Você quer me bater? Vá em frente, me bata! Mas se você fizer isso, imediatamente vou recusar ajudar sua família de merda. Então, veremos como você vai se comportar!

Amanda cerrou os punhos com força. Hoje, ela finalmente enxergou claramente que a pessoa ao seu lado era um verdadeiro lixo humano!

Vendo que ela não se movia, Gustavo finalmente soltou a mão de Amanda e deu tapinhas em sua bochecha:

- Assim é melhor, tão obediente. Por que não foi assim desde o início? Você deve agradecer ao seu bom pai por isso. Se ele não tivesse se ajoelhado para me implorar, você com certeza não teria passado por essa situação. Daqui para frente, seja mais obediente comigo, senão não reclame se eu ignorar nossos sentimentos de marido e mulher.

Gustavo falou e lançou um olhar para o empregado ao seu lado:

- Fique de olho na Sra. Camargo. Se ela sair e se encontrar com outro homem, você será o único a se responsabilizar!

- Sim!

Amanda ficou parada na sala, sentindo como se tivesse gelo sob seus pés, seu corpo todo estava frio.

Lá em cima, vozes de discussão podiam ser ouvidas vagamente.

- Essa vagabunda ainda está aqui em casa me causando problemas? Por que você não se divorcia dela? - Xingou Catarina.

Em seguida, a voz desavergonhada de Gustavo respondeu:

- Por que eu deveria me divorciar dela? Você não sabe que Amanda é a mulher mais bonita da Cidade J? Quantas pessoas me invejam! Eu me casei com uma mulher bonita e isso não me impede de me envolver com outras mulheres lá fora. É perfeito! Eu não vou me divorciar...

Amanda sorriu amargamente. A mulher mais bonita da Cidade J? Ela costumava pensar que seu rosto bonito era um presente do céu.

Agora, parecia que a beleza era uma faca de dois gumes.
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