Flashback Leona
Vagando de loja em loja, eu só tentava matar o tempo. Perdi muito peso era obrigada a comprar roupas novas. Seria um prazer em outra época, mas agora era apenas algo a se fazer pois precisava.
Passei o dia com a impressão ainda mais intensa que estava sendo observada. Comecei a pensar como será o meu fim. Ele me espancaria como era habituado? Ou dispararia um tiro certeiro na minha cabeça? Mandaria alguém fazer isto?
Meu telefone toca. Eu tremo olhando número desconhecido no visor. Meu sexto sentido já sabia que era ele. Atendo sem falar nada e escuto meu algoz respirar pesadamente ao falar:
_ Você bem que tentou ser difícil, mas não é esperta o suficiente! E te encontrar na sua cidade preferida chega a ser uma ironia.
Meus olhos se enchem de lágrimas. Não tenho nada a dizer e continuo escutando.
_ Devo admitir que você está em ótima forma! Perdeu muito peso, anda se exercitando o tempo todo. Você tem lutado também! Vai resistir quando eu estiver na sua frente? Vai tentar me acertar quando eu for te possuir?
Ele ri e continua:
_ Vou te foder a noite toda! Mas antes vou te mostrar quem é que manda! Você não pode achar que isto passará impune! E te aconselho a ser bem puta e me dar prazer sem tentar resistir. Ou isto será pior para você, pois talvez eu perca minha paciência e alguma consideração que tive até agora e te elimine de uma vez por todas!
Eu sinto náuseas. O sabor do café que pedi a pouco é substituído por um gosto amargo. Então é isto. Este seria meu fim. Eu poderia ficar sentada ali esperando ele chegar com seus capangas e me jogar dentro do carro me arrastando para o meu fim. Mas eu decido desligar o celular depois de mandá-lo para o inferno.
Pago meu café deixando o dinheiro na mesa. Pego minhas sacolas e saio caminhado sem destino. Começa a nevar e eu só penso que ele não teria piedade, mas eu lutaria desta vez, como nunca fizera antes.
No final da rua tinha uma grande escadaria, quando estou para descer os degraus, vejo Dimitry. Ele está sozinho. Mesmo longe vejo a fúria em seus olhos. Eu apenas espero, ele sobe os degraus sem pressa, eu continuo esperando não tento me mover.
Ele chega diante de mim, me olha calmamente, mas não diz nada. Me analisa, cheira meu cabelo e sorri dizendo:
_Vamos lá, tenho uma surpresinha para você. Dizendo isto ele pega no meu braço com força, tento escapar dou um chute nele que se curva sorrindo.
Ele me dá um soco consigo desviar. Mas o golpe seguinte eu escorrego e ao desiquilibrar sinto o golpe no meu olho direito com toda a força, depois disto no chão frio e a escuridão me consome.
Quando acordo estou no hospital e me dão a notícia que Dimitry está morto! Eu respiro fundo, choro copiosamente, meu choro era de libertação, mas ainda carregado pelo medo que carregava comigo durante todos os anos precedentes.
Quem matou ele? O assassino que contratei? Penso comigo. Enquanto me examinam, eu pergunto ao médico, quem me levou para o hospital. Ele me pergunta se lembro de algo, eu digo que não. Que a última lembrança é meu escorregão na rua e a queda eminente.
Ele me olha desconfiado e diz:
_Senhora Leona, sabemos que sofreu uma agressão. Entendo que não queira falar, seu rosto está machucado e combate com escoriações devido golpe de punho, suponhamos que deferido de seu falecido marido. As mãos dele estão machucadas por ter esmurrado alguém.
Eu fico calada por um pouco e depois falo:
_ Ele pode ter lutado com o assassino dele...
O médico me interrompe:
_ Pode até ser, mas ele apanhou muito antes de o matarem.
O fato é que sabemos que a Senhora sofria agressões devido seu longo histórico de "acidentes" em diversos hospitais nos períodos que esteve em nosso país e em toda a Europa, temos um, data base conectado.
A polícia já esteve aqui para interrogá-la, provavelmente retornarão mais tarde.
Engulo em seco e penso que provavelmente vão descobrir que assumi um assassino para matá-lo e terminarei meus dias na prisão. Isto parecia tão injusto, todo este tempo sofrendo e quando finalmente consigo me liberar dele, não da maneira mais certa, mesmo assim a maneira que pude. Terei que sofrer as consequências?
Tudo o que aconteceu nos dias seguintes foi muito estranho. A polícia me disse que sabiam quem era o Dimitry e estavam atrás dele há muito tempo. Que ele teria sido assassinado por outro mafioso, mas que para minha segurança, nada seria dito além disto.
Que eu poderia voltar para a casa em paz, pois ao menos para eles, eu não devia nada à justiça.
Claro, para eles eu não devia nada por algum motivo, mas e a máfia Russa?
Retornei para a Itália assim que pude. Um mês depois eu encontrei propositalmente Boris, braço direito de Dimitry, eu estava saindo da casa da Lais e ele me cercou.
No momento pensei que seria minha morte. Mas ele fez um sinal para que eu não me assustasse. Ele me puxou para dentro do carro e me contou que Igor Klaviy era o novo chefe da Bratva. Que eles sabiam que o assassinato de Dimitry tinha sido coisa da Máfia Italiana, provavelmente junto com a máfia espanhola. Perguntei se ele tinha ido atrás de mim para me machucar, ele disse que só queria me alertar que talvez a Máfia Italiana ou espanhola quisesse me pegar para saber algum segredo da Bratva.
Assustada respondi:
_ Vocês estão me ameaçando para não falar nada? E por isto me procurou?
Boris se apressa e responde:
_ Não senhora Leona, o chefe Igor a conheceu e sabe que nunca participou das coisas. Ele disse que isto é só para ser um alerta para sua segurança. Ele sabe que a Senhora não se arriscaria a trair a Bratva. Ele só pediu para avisar porque a segurança dele só funciona 100% dentro do nosso território. Se voltar para a Itália ou qualquer outro país ele não sabe se conseguirá ajudá-la.
Naquele momento eu sentia um certo alívio por não ter a máfia Russa no meu caminho. Mas não estava segura de nada. E daí adiante jamais estaria. Tentava todo santo dia não me assustar até mesmo com fogos de artificio, ou alguém que passe por mim correndo.
Não é fácil, eu nunca quis saber de tudo isto, nunca quis conviver com esta gente. Mas não tive escolha até então. Ao menos agora tinha uma chance de viver longe disto tudo, ao menos eu pensava assim.
Dou outro mergulho na banheira e saio dela envolvendo meu corpo com um roupão felpudo, me jogo na cama e fico tentando entender por que tenho a desconfiança de que Lucca parece ser deste mundo.Nem sempre é fácil saber quem eles são, muita fachada para esconder os crimes que cometem. Eu quase perguntei. Claro, ele provavelmente ia rir na minha cara e negar tudo. Ou se fosse um violento como Dimitry, me ameaçaria. Melhor ignorar ou tentar descobrir algo dele.Arrasto meu tablet para mim e começo a pesquisar "Lucca Isola di Garda."O google me dá poucas opções, mas um link me chama atenção."O jovem Lucca Di Santis herda o Castello di Sermione de seu finado pai, o Senhor Alberto Di Santis, falecido no mês de janeiro do ano passado..."Abro
Eu respiro fundo e imagino que seja alguém que fiquei e nem me dei ao trabalho de memorizar o número. Não tenho vontade de responder. Volto para a pista. As gaiolas agora estão sem os dançarinos, então decido entrar em uma delas para dançar ao som do Nine Inch Nails Closer. Dou meu melhor, encarando alguns possíveis amantes para esta noite. Fecho os olhos e aliso minhas coxas, subindo lentamente. Abro os olhos e penso ter visto Lucca em meio à multidão. Eu paro por um momento e tento achá-lo, mas não o encontro. Saio da gaiola e sigo pela multidão, olho na mesa Lais está conversando com o garçom animadamente. Decido ir ao banheiro, acredito que já bebi demais e estou realmente tendo alucinações. Lavo meu rosto, enxugo e r
Sinto seu coração batendo acelerado e o meu não está longe desta sinfonia. Ele sussurra ao meu ouvido: _ Eu ainda acredito que passar a noite juntos seria uma deliciosa ideia. Eu bufo e respondo: _ Você não desiste mesmo! Tenho mesmo que ir. Ele se afasta e olha em meus olhos com um semblante vencido dizendo: _ Então deixe-me levá-la em casa. Eu resolvo provocá-lo: _ Ah! Querido e quem te disse que vou para casa? Ele fica sério, mas responde serenamente:
Eu caminho para a banheira, encho ela de água e meu óleo essencial preferido e mergulho na água quente me deliciando. Amanhã tenho que descobrir tudo sobre ele. Tenho que saber mais do que já descobri. Não temos uma história de amor. Mas se ele vai ser um amante fixo, melhor descobrir mais. Pego meu celular assim que vibra. Esperando uma resposta dele, encontro mensagens da Lais. _ Amiga, este seu lance com o Lucca está ficando realmente muito sério. Vocês pareciam que iam devorar um ao outro, que transariam ali mesmo sem o menor pudor. Assustada eu escrevo perguntando: _ Você viu quando nos encontramos na boate? Ela manda um
Eu faço uma pausa, respiro fundo e agora tenho quase certeza que realmente era ele, eu já desconfiava desde nosso encontro no bar e a minha visita na ilha. Ele disse que fazia tempo que não participava das festas na Ilha apesar de ser dele o lugar. Então quem organizava as festas? Afinal a ilha era da família dele, mas até então eu nunca fui ligada nosgossipdos ricos da cidade. Eu mantinha contato com os ricos, bilionários e famosos apenas para vender as mansões da agência. Eu também trabalhava com decoração de interno de alguns clientes. Mas nunca fiz nenhum trabalho para a família dele. E nunca ouvi nada de suspeito. A verdade é que minha vida se resumia no trabalho, algumas viagens e as baladas. Fazia alguns anos que eu tinha meseparadoe ainda existiam grandes sequelas deste relacionamento ab
Volto para a cozinha e Lais tinha já preparado uma salada com burrata*(Queijo cremoso em formato redondo como a tradicional mozzarella italiana) *e tomate. Ela está terminando de servir sua taça e me encara: _ Oh! céus! Tenho que ir para minha casa? Ele está vindo aqui te fazer gritar a noite toda? Dou uma risada e tento disfarçar: _ Imagina! Por que está pensando algo do tipo? Ele está viajando, apenas nos falamos um pouco. E voltaremos a falar mais tarde com mais calma. Ela ergue uma sobrancelha e me provoca: _ Bom, ainda bem que tem o quarto de hóspedes do fundo. E suas paredes têm proteção contra barul
Acordo com a luz invadindo meu quarto, ainda é cedo. Mas sei que não vou conseguir ficar na cama. Lucca está sendo um pensamento contínuo na minha cabeça e tudo é muito novo para mim. Apesar de todo o medo que sempre me acompanhou, estranhamente algo me empurra para ele. E tudo que quero é me abandonar em seus braços, é arriscar, e beber cada gole dele, mesmo sabendo que ele pode ser letal para mim.Eu tomo um banho rápido, preciso me refrescar novamente, culpa dos sonhos indecorosos com o Lucca. Faço meu expresso, bebo lentamente, depois me jogo no sofá ainda de roupão. Estou resistindo, pois tudo o que quero é mandar mensagem para ele, saber mais sobre nossa fuga. Saber o horário aproximado que ele passará por aqui, mas quero tentar manter a calma o máximo que posso. E
Eu engulo seco e sem pensar, abro o lenço e dentro está minha calcinha, aquela que esqueci naquela noite da festa de máscara. Antes que eu pudesse dizer algo, ele se aproxima sua figura imponente diante de mim, me faz de alguma forma ficar ainda mais nervosa. Ele alisa meu rosto dizendo: - Eu vou ser sincero, eu disse para você que quero viver somente o hoje. Mas eu quero que você saiba, piccola mia*minha pequena*, que eu te procurei por muito tempo, eu te esperei por muito tempo. E por mais que ainda seja cedo para esta declaração, o meu coração não pode mais esconder tudo o que sinto. Não diga nada, por favor, me escute. Não sou a porra de um maluco que persegue e sufoca mulheres. Eu estou tentando te conquistar, mesmo que este não seja ainda o momento certo... Dio che cazzino sto combinando... sono fottuto, sono perso, Son