João observou a expressão de incredulidade no rosto de Inês e sorriu discretamente:- Se não acredita em mim, pode perguntar ao Paul.Inês, atônita, fixou os olhos nos documentos que segurava e, por um longo tempo, não conseguiu pronunciar uma palavra.Então, o inimigo que ela procurou por tanto tempo estava ao seu lado.Ironicamente, ela tinha se apaixonado por ele.Inês finalmente compreendeu por que seu avô tentou impedir, a todo custo, que ela e Emanuel ficassem juntos.Ninguém na família Antunes era confiável!O avô estava certo, de fato.João, encarando Inês, disse lentamente:- Vou te ajudar a conseguir essa vingança!- Não é necessário! - Inês esboçou um sorriso frio, seus olhos destituídos de qualquer calor. - Farei isso por mim mesma!Desta vez, iria acertar as contas com a família Antunes, tanto as antigas quanto as recentes!João girou levemente o copo de vinho em sua mão, com um sorriso meio irônico:- Se isso te faz feliz.De repente, era pleno verão. Após dois meses de
A noite estava escura como breu.O silêncio ao redor era profundo, interrompido apenas pelo tique-taque insistente de um relógio de parede.Inês abriu os olhos e se viu em um quarto familiar.“Onde estou? Minha cabeça está girando!”Ela esfregou a cabeça, ainda tonta, e lentamente se sentou, se apoiando nos braços.- Acordou.A voz baixa e profunda de um homem ecoou de um canto, carregando um toque de frieza.Inês se enrijeceu e olhou na direção do som, vendo um homem sentado numa poltrona no canto do quarto.O quarto estava escuro, o rosto do homem oculto nas sombras, emanando uma aura fria e sombria.Mesmo sem ver o rosto do homem, Inês sabia quem era.Emanuel!É ele!Este era o quarto dele na Mansão em Monte Vista.Ela mal chegou à Cidade P e já foi capturada e levada de volta à Cidade J por ele.Irónico, nem tinha ido procurá-lo, mas ele encontrou ela primeiro!Emanuel fixava o olhar em Inês, sem perder nenhum detalhe da sua expressão.Após um momento, ele finalmente se levantou do
- Eu disse, o filho já se foi há muito tempo.Emanuel ficou olhando fixamente para Inês, um traço de tristeza passava por seus olhos:- O filho... Se foi...Inês observava a expressão de Emanuel e ria friamente por dentro.Essa tristeza, provavelmente, era porque ele pensava que não poderia mais usar o sangue do cordão umbilical para salvar Dora.Emanuel observava Inês, apertando os olhos levemente, palavra por palavra:- Como... Se foi?Como se foi?Ela teve os tendões cortados, perdeu muito sangue, foi injetada com drogas, sofreu imensamente...Ainda teve o surto do Rei das Serpentes...Depois de tudo isso, como o bebê poderia sobreviver?Impossível.Inês encarou Emanuel, abriu a boca, mas as palavras que chegaram à boca, ela engoliu de volta.Ela riu levemente, com um tom frio:- Claro que fui eu quem o tirou!Emanuel ficou sem fôlego, olhando incrédulo para a mulher sob ele.Aqueles olhos negros profundos perderam a calma usual, a racionalidade escapava aos poucos.- Você... Pessoa
“Inês, você merece morrer! Dói? Deve doer, pois comparado ao que você fez com nosso filho, isso é insignificante! Esta é a sua punição, Inês, suporte com firmeza!”A voz do homem, semelhante à de um demônio, ressoava incessantemente em seus ouvidos.- Não!Inês se debatia, despertando de um pesadelo, respirando pesadamente, com as costas banhadas em suor frio.Ela resistiu à dor e ao desconforto físico, se sentando devagar, olhando ao redor, e percebeu estar sozinha no quarto.Se recordando dos eventos da noite anterior, Inês sentiu um mal-estar no estômago e correu para o banheiro, tampando a boca.Após um dia inteiro sem se alimentar, vomitou, embora quase nada saísse.Após lavar o rosto com água fria, Inês observou sua face pálida no espelho, respirou profundamente e se esforçou para se recompor.“Como estaria Luís?”Se ele acordar e não me ver, certamente ficará preocupado.Inês retornou ao quarto e viu suas roupas rasgadas no chão. Ela foi até o closet e escolheu algumas peças de
Inês imediatamente discou para o número de Luís.No entanto, o telefone dele também estava desligado.Ansiosa, Inês devolveu o celular para Lucas: - Eu preciso encontrar Emanuel! - Dizendo isso, Inês se preparou para sair.Lucas e os seguranças atrás dele rapidamente avançaram, bloqueando a passagem de Inês na porta.- Srta. Inês, por favor, pare!- Saia da minha frente! - Inês estava visivelmente agitada.Luís não podia falar e estava pela primeira vez no País A, longe dela. Ele certamente estaria muito ansioso.E se Emanuel o tivesse perdido? E se ele fosse sequestrado por traficantes de pessoas?A preocupação de Inês aumentava a cada momento.Noemia observava Inês e, após um momento de reflexão, disse: - Por acaso, eu vou à empresa levar o almoço para o Sr. Emanuel. Quando o encontrar, posso mandar uma mensagem para você.Inês olhou para Noemia com desconfiança, sem acreditar que ela agiria com tanta benevolência.Noemia, indiferente à desconfiança de Inês, exibiu um sorriso sat
Matheus não precisou da resposta de Emanuel para entender a situação. Era evidente que ele havia encontrado Inês. Afinal, quem mais teria a audácia de arranhar Emanuel, senão ela?Matheus hesitou por um momento e perguntou: - Inês foi realmente capturada por Dedé naquela época?Inicialmente, as informações indicavam que ela havia sido capturada por Dedé. Mas depois, Dora disse que Inês e Dedé estavam conspirando juntos e que tinham armado para ela.Mais tarde, ao encontrarem o esconderijo de Dedé, estava tudo reduzido a cinzas, sem vestígios de nenhum dos dois.Desde então, continuaram a procurá-la, mas sem sucesso.Naquela época, Emanuel estava em coma, o Grupo X enfrentava uma crise, então Matheus e Bryan estavam extremamente ocupados. A busca por Inês acabou ficando em segundo plano.Emanuel acendeu um cigarro, rememorando as palavras de Inês na noite anterior, com um olhar furioso.Ele soltou uma risada fria:- Talvez tenha sido apenas uma armadilha que ela armou para me evitar
Noemia, pensando em Inês na Mansão em Monte Vista, com um olhar astuto, falou: - Emanuel, você poderia vir esta noite? Na semana passada, a professora da escolinha deu uma tarefa que precisa da ajuda do pai e precisamos tirar uma foto como prova. Amanhã é o último dia...- Enquanto falava, Noemia baixou a cabeça, exibindo uma expressão triste. - Hoje à tarde, quando fui à escolinha, a professora disse que todos os outros pais já tinham feito, só faltava a Rosana... Estou preocupada que, se a Rosana não entregar a tarefa, as outras crianças vão pensar que ela não tem pai...Emanuel mudou sua expressão ligeiramente e, após um breve silêncio, disse: - Diga à Rosana que, depois do trabalho, eu passarei lá.Noemia sorriu, aliviada:- Obrigada, Sr. Emanuel. Vou preparar alguns pratos que você gosta e esperar por você para jantarmos juntos na Villa da Brisa.Emanuel acenou com a cabeça, sem dizer mais nada.Satisfeita por ter atingido seu objetivo, Noemia não demorou mais e, após pedir para
Valentina, preocupada com o pequeno que desde a noite anterior se recusava a comer ou beber, estava se desesperando.- Pequeno, você está aí sentado há tanto tempo, não está cansado? Não está com fome ou sede? Não quer conversar com a tia? - Valentina, pacientemente, colocou o café da manhã recém-preparado na frente dele. - Olha, aqui tem um sanduíche e leite quente, é muito gostoso, você não quer experimentar um pouco?O menino continuou em silêncio, nem mesmo olhava para ela.Valentina manteve seu sorriso gentil e insistiu: - Não quer comer isso? Então me diga o que você quer comer, a tia faz outra coisa para você, tá bom?Valentina, frustrada, colocou as mãos na cintura e apontou para o nariz do menino, meio zangada, meio desesperada: - Seu pestinha, estou com você a noite toda, minha boca já está seca de tanto falar e você nem diz uma palavra, por acaso é mudo? Não falar é uma coisa, mas pelo menos coma alguma coisa. Se continuar assim, vai ser um problema.Sem alternativa, Valen