Inês perguntou se ele gostava de crianças.- Gosto. - Respondeu ele.No entanto, Inês disse que não gostava de crianças, nem um pouco. Mas se ela realmente não gostava, por que ela era tão gentil com uma criança desconhecida em um país estrangeiro, e ainda guardava uma foto deles juntos no celular?Foi nesse momento que Emanuel entendeu que talvez o problema não era que Inês não gostasse de crianças, mas sim, que não pudesse ter filhos... Por isso, ela recusou o pedido de casamento dele.- Inês. - Emanuel olhou para a garota em seus braços, com uma mistura de ternura e tristeza. Ele apertou os braços, mantendo ela firmemente perto.Ele gostava de crianças, mas comparado a ela, o que eram crianças?- Você é uma tolinha, por que não me disse logo? - Emanuel beijou a testa de Inês, acalmando ela enquanto ela soluçava. Emanuel suspirou, com uma expressão de resignação. - Inês, você ainda subestima meus sentimentos por você.Naquele mundo, ninguém poderia superar o lugar que ela ocupava em
No dia seguinte, Inês acordou se sentindo péssima, acometida por uma ressaca intensa. Deitada na cama, ela encarou o teto, perdida em pensamentos, até perceber que não estava no seu apartamento.Ela se levantou, olhou ao redor e reconheceu o quarto como sendo o de Emanuel na Mansão Monte Vista. Como ela foi parar ali? Na noite passada, ela e Valentina estavam bebendo quando encontraram algumas pessoas problemáticas. Ela bebeu demais, deu uma lição neles, e depois...Inês massageou a cabeça, se lembrando vagamente de Emanuel aparecendo. Então, ele a levou de volta?Ela olhou para o pijama que estava usando. Ele a vestiu daquela maneira?Na noite anterior, ela bebeu um pouco demais, e não se lembrava de muita coisa. Mas, de qualquer forma, ela sempre teve uma boa resistência ao álcool. Mesmo quando ela estava bêbada, não saia fazendo loucuras, então acreditava que não havia feito nada fora do comum.Um latido suave de um filhote ecoou ao lado da cama. Inês olhou para baixo e viu Pipoc
Inês ficou momentaneamente sem palavras. O que diabos ela havia dito?Ela olhou nervosa para Emanuel, percebendo pela primeira vez que beber demais realmente complicava as coisas. Decidiu que nunca mais ia beber tanto.Ela passou todo o café da manhã com o coração na mão.Quando finalmente terminaram, Inês não conseguiu se conter e perguntou ansiosamente: - Emanuel, o que eu disse ontem à noite?Ele não disse nada, apenas segurou a mão de Inês e a levou até o jardim. O quintal estava repleto de rosas desabrochando, exalando um perfume intoxicante. Ao olhar para o vasto campo de rosas, Inês, sem perceber, começou a se sentir mais relaxada.- Ontem à noite, você disse que só me ama. - Disse ele, olhando para ela.Inês ficou surpresa. Ela havia se declarado para Emanuel na noite passada?- Isso é verdade ou apenas palavras ditas sob o efeito do álcool? - Perguntou Emanuel.- O que você acha? Inês arqueou as sobrancelhas, olhando para ele. Nem precisava perguntar, era claro que era sinc
Inês sempre foi uma pessoa confiante, mas naquele momento, diante de Emanuel, ela se sentiu insegura. Na verdade, quando estava com ele, Inês sabia que aquele dia chegaria, apenas não esperava que chegasse tão rápido. Ela não deveria ter esperado tanto.Emanuel estreitou os olhos, encarando Inês, e um frio sutil se manifestou no canto de seus olhos. - Inês, o que você está dizendo? - Sua voz era fria.- É isso, Emanuel. Eu quero terminar. - Disse Inês, baixando o olhar, incapaz de encarar Emanuel.“Emanuel, se você soubesse por que não posso ter filhos, talvez você ficasse enojado comigo.”Aquelas palavras acenderam a fúria em Emanuel. Ele encarou ela, e esbravejou:- Inês, o que diabos você quer que eu faça para acreditar que meus sentimentos por você não mudarão por causa de uma criança?- Você não precisa fazer nada, o problema é meu. - Inês balançou a cabeça.- Inês, esse é o seu amor por mim? - Emanuel apertou a mandíbula, seus olhos negros brilhando com uma frieza profunda.Ape
Inês estava encolhida no sofá, e a Pipoca simplesmente se acomodou em cima das suas pantufas, levantando a cabeça para encarar ela.- Pipoca, me diz, será que eu fiz errado hoje? - Perguntou Inês, se lembrando da expressão de Emanuel. O coração dela doía só de lembrar.Inês segurou Pipoca, colocando ele no colo. Sentiu um aperto no peito, prestes a chorar. - Ele gosta de mim, mas não posso ser egoísta. E se ele se arrepender no futuro? O que eu faço? Era melhor acabar as coisas antes que piorassem.Quem sabia, em pouco tempo, o amor dele por ela se perderia aos poucos.Ao pensar nisso, as lágrimas de Inês não puderam mais ser contidas.Só de imaginar que Emanuel deixaria de amar ela e que, no futuro, poderia se apaixonar por outra mulher, seu coração se apertava.Pipoca, vendo a dona chorar, estendeu suas patas dianteiras, como se quisesse consolar ela.Inês acariciou a cabeça do cachorro, mas as lágrimas não paravam.Subitamente, o celular dela tocou.Inês deu uma olhada e era Rahma
- Você tem certeza de que o Pedro é o chefão do Grupo C? - Perguntou Inês.- Não posso ter certeza absoluta. Eu estava sentado no carro na época, vi um grupo de pessoas o cercando quando saía do hotel, apenas dei uma olhada rápida. - Disse Rahman depois de hesitar por um momento.O chefão do Grupo C tinha dois assistentes confiáveis, um homem e uma mulher, que geralmente cuidavam dos negócios para ele. Ele nunca havia aparecido em público. Quando Rahman estava investigando Pedro, viu algumas fotos dele. No início, achou que era familiar, e depois aos poucos se lembrou de ter visto o chefão do Grupo C dois anos atrás. Mas ele não se atrevia a confirmar com certeza se eram a mesma pessoa.- Qual é o nome do chefão do Grupo C? - Inês perguntou.- Calvin. - Respondeu Rahman após uma pausa. - Eu também mandei alguém verificar as últimas movimentações do Grupo C. Dizem que Calvin não tem estado no País M ultimamente.- É mesmo? - Inês, com um ar pensativo, concordou com a cabeça. Coinciden
Assim que entrou no salão da festa, Inês avistou dois conhecidos: Joaquim e Túlio, a quem não via há muito tempo. Ela pegou uma taça de vinho tinto, se aproximou deles e os cumprimentou.- Professora Inês, faz tempo que não te vejo. - Diante de Inês, Túlio continuava tão cortês como sempre. - Pare de me chamar de professora, pode me chamar apenas de Inês. - Disse ela, sorrindo.- Está bem. - Túlio olhou para Inês com um sorriso amável e concordou.- Inês, quando tiver um tempinho, venha jantar na minha casa. O vovô vive falando de você. - Disse Joaquim.- Certo. - Concordou ela. - Como o Sr. Cardoso está passando?- O vovô não sente mais dor nas pernas, e está cada vez mais animado. Foi ao hospital esses dias para um check-up, e todos os indicadores estão muito melhores do que na última vez. - Disse Joaquim.A família Cardoso tinha uma gratidão imensa por Inês.- Que ótimo. Eles continuaram conversando por um tempo, até que Pedro chegou.A posição social dele havia subido muito desde
Pedro viu Inês assim que chegou. Ele estava planejando cumprimentar ela em breve, mas para a sua surpresa, ela veio em sua direção.- Há quanto tempo! - Pedro olhou para Inês com um sorriso irônico, sentindo que o olhar dela tinha algo de malicioso.- Um brinde a você, parabéns por conseguir o que queria. - Inês levantou sua taça.Pedro e Inês brindaram, trocando olhares misteriosos.- Nunca imaginei que você me parabenizaria. Não deveria, não é mesmo? - Disse Pedro, suspeitando das intenções dela.- Por que está surpreso? - Inês arqueou a sobrancelha.- Considerando sua relação com o Emanuel, você não deveria me ver como inimigo? - Pedro deu um gole no vinho tinto, sem esconder seus pensamentos.- Você está certo. Esta taça é um brinde ao inimigo. - Inês mexeu elegantemente sua taça, com um sorriso malicioso nos lábios.Pedro ficou momentaneamente surpreso, segurando sua taça. Seu semblante carregava um ar de mistério.Inês olhou para Pedro e fez um gesto com o dedo indicador.Ele hes