Na Cidade J, Inês desligou o telefone e voltou para o seu apartamento.Foi Emanuel quem a levou para casa. Além do presente de aniversário "23", ele também enviou todos os outros presentes para o apartamento dela.- Já está tarde, você pode ir agora. - Disse Inês a Emanuel, depois de colocar as coisas no lugar.- Vai mesmo me mandar embora a esta hora? - Emanuel, olhando para Inês, falou com um tom ligeiramente resignado.- Emanuel, eu preciso ficar um pouco sozinha. - Inês, com a cabeça baixa, respondeu. Ela estava confusa, sem saber como enfrentar Emanuel.- Tudo bem, me ligue se precisar de algo. - Emanuel suspirou e disse. - Boa noite.Depois de se despedir de Emanuel, Inês começou a abrir um por um os presentes de aniversário que ele havia dado a ela. Cada presente havia sido cuidadosamente escolhido, mostrando o quanto ele havia se dedicado para preparar a surpresa dessa noite para ela.Inês abraçou o urso de pelúcia de terno que ele deu, e as lágrimas começaram a fluir incontro
Valentina chegou ao bar e encontrou Inês, que já tinha bebido quase uma garrafa inteira de vinho.- Inês, por que você parece mais triste do que eu? - Os olhos de Valentina estavam um pouco inchados e vermelhos, como se ela tivesse chorado.- Triste? O que aconteceu? Quem te magoou? - Inês apoiou o queixo nas mãos, franzindo a testa.- Ninguém me magoou. - Valentina esfregou os olhos e se serviu de uma taça de vinho, bebendo em um gole só.Inês pensou por um momento, ainda franzindo a testa.- É o Lucas? – Ela perguntou. Ao ouvir o nome de Lucas, Valentina sentiu uma dor no coração e abraçou Inês, desabafando:- Inês, meu irmão vai transferir o Lucas para a empresa em País Y.- Não fique triste, ele não vai ficar lá para sempre. - Inês deu tapinhas no ombro dela.- Eu ouvi o Matheus dizer que o Lucas se ofereceu para ficar permanentemente na empresa de País Y e meu irmão concordou. Isso significa que ele vai demorar anos para voltar. – Valentina continuou. Inês levantou uma sobrancel
- Estou curiosa para ver o quanto ele é difícil de lidar! - Inês sorriu levemente enquanto tomava um gole de vinho, Se ele ousasse causar mais problemas, Inês não se importaria em fazê-lo procurar seus dentes pelo chão.- Inês, talvez devêssemos ir para outro lugar... - Valentina ainda estava falando quando, de repente, um grupo de homens armados com barras de ferro invadiu o bar.As pessoas no bar, percebendo a situação tensa, começaram a se esconder e recuar para evitar problemas.Carlos saiu da multidão, apontando arrogantemente para Inês e Valentina, e disse:- São essas duas, capturem elas. Quero me divertir com elas esta noite!Vendo que a situação estava ruim, Valentina imediatamente enviou uma mensagem para Emanuel....Ao mesmo tempo, Emanuel estava esperando por Inês em seu apartamento.Desde a última vez que se separaram, já fazia alguns dias que não se viam.Ela queria um tempo para pensar, e ele deu esse tempo a ela, mas isso não significava que ele permitiria que ela o ig
Inês bebeu demais, e sua cabeça começou a girar. Ela apoiou a cabeça no peito de Emanuel e a sacudiu com força. - Não... Sou eu, é só... Eu mesma... - Disse ela, e levantou a cabeça, agarrou a gravata de Emanuel. - Eu é que não presto, estou cansada de mim mesma... Eu me odeio...Inês mal conseguia segurar as lágrimas, ela se encostou no ombro de Emanuel, e todas as emoções simplesmente explodiram naquele momento.Emanuel ficou surpreso, pensando que tinha incomodado ela, mas não imaginava que ela estava incomodada consigo mesma.- Inês, por que você se odeia? Você é tão incrível que eu queria dar minha vida a você, mas ao mesmo tempo, tenho medo de que você me rejeite. - Emanuel acariciou ternamente o rosto dela.- Você não entende... Inês estava claramente bêbada, com os olhos semicerrados. Ela balançou a cabeça.Emanuel apertou o maxilar, ficou em silêncio por um momento e de repente perguntou: - Inês, entre o Emanuel e o João, quem você prefere?Se aproveitando da embriaguez del
Inês perguntou se ele gostava de crianças.- Gosto. - Respondeu ele.No entanto, Inês disse que não gostava de crianças, nem um pouco. Mas se ela realmente não gostava, por que ela era tão gentil com uma criança desconhecida em um país estrangeiro, e ainda guardava uma foto deles juntos no celular?Foi nesse momento que Emanuel entendeu que talvez o problema não era que Inês não gostasse de crianças, mas sim, que não pudesse ter filhos... Por isso, ela recusou o pedido de casamento dele.- Inês. - Emanuel olhou para a garota em seus braços, com uma mistura de ternura e tristeza. Ele apertou os braços, mantendo ela firmemente perto.Ele gostava de crianças, mas comparado a ela, o que eram crianças?- Você é uma tolinha, por que não me disse logo? - Emanuel beijou a testa de Inês, acalmando ela enquanto ela soluçava. Emanuel suspirou, com uma expressão de resignação. - Inês, você ainda subestima meus sentimentos por você.Naquele mundo, ninguém poderia superar o lugar que ela ocupava em
No dia seguinte, Inês acordou se sentindo péssima, acometida por uma ressaca intensa. Deitada na cama, ela encarou o teto, perdida em pensamentos, até perceber que não estava no seu apartamento.Ela se levantou, olhou ao redor e reconheceu o quarto como sendo o de Emanuel na Mansão Monte Vista. Como ela foi parar ali? Na noite passada, ela e Valentina estavam bebendo quando encontraram algumas pessoas problemáticas. Ela bebeu demais, deu uma lição neles, e depois...Inês massageou a cabeça, se lembrando vagamente de Emanuel aparecendo. Então, ele a levou de volta?Ela olhou para o pijama que estava usando. Ele a vestiu daquela maneira?Na noite anterior, ela bebeu um pouco demais, e não se lembrava de muita coisa. Mas, de qualquer forma, ela sempre teve uma boa resistência ao álcool. Mesmo quando ela estava bêbada, não saia fazendo loucuras, então acreditava que não havia feito nada fora do comum.Um latido suave de um filhote ecoou ao lado da cama. Inês olhou para baixo e viu Pipoc
Inês ficou momentaneamente sem palavras. O que diabos ela havia dito?Ela olhou nervosa para Emanuel, percebendo pela primeira vez que beber demais realmente complicava as coisas. Decidiu que nunca mais ia beber tanto.Ela passou todo o café da manhã com o coração na mão.Quando finalmente terminaram, Inês não conseguiu se conter e perguntou ansiosamente: - Emanuel, o que eu disse ontem à noite?Ele não disse nada, apenas segurou a mão de Inês e a levou até o jardim. O quintal estava repleto de rosas desabrochando, exalando um perfume intoxicante. Ao olhar para o vasto campo de rosas, Inês, sem perceber, começou a se sentir mais relaxada.- Ontem à noite, você disse que só me ama. - Disse ele, olhando para ela.Inês ficou surpresa. Ela havia se declarado para Emanuel na noite passada?- Isso é verdade ou apenas palavras ditas sob o efeito do álcool? - Perguntou Emanuel.- O que você acha? Inês arqueou as sobrancelhas, olhando para ele. Nem precisava perguntar, era claro que era sinc
Inês sempre foi uma pessoa confiante, mas naquele momento, diante de Emanuel, ela se sentiu insegura. Na verdade, quando estava com ele, Inês sabia que aquele dia chegaria, apenas não esperava que chegasse tão rápido. Ela não deveria ter esperado tanto.Emanuel estreitou os olhos, encarando Inês, e um frio sutil se manifestou no canto de seus olhos. - Inês, o que você está dizendo? - Sua voz era fria.- É isso, Emanuel. Eu quero terminar. - Disse Inês, baixando o olhar, incapaz de encarar Emanuel.“Emanuel, se você soubesse por que não posso ter filhos, talvez você ficasse enojado comigo.”Aquelas palavras acenderam a fúria em Emanuel. Ele encarou ela, e esbravejou:- Inês, o que diabos você quer que eu faça para acreditar que meus sentimentos por você não mudarão por causa de uma criança?- Você não precisa fazer nada, o problema é meu. - Inês balançou a cabeça.- Inês, esse é o seu amor por mim? - Emanuel apertou a mandíbula, seus olhos negros brilhando com uma frieza profunda.Ape