Fabiano mudou sua expressão e avançou na direção de Antonio.- Antonio, não se atreva! - Repreendeu Fabiano, com os olhos fixos em Antonio.Antonio soltou uma risada alta, lançando um olhar sombrio em direção a Emanuel. - Isso depende de o Sr. Emanuel realmente estar disposto ou não pela Flor de Jade Fosca. - Afirmou Antonio.Emanuel afastou Fabiano e se levantou de forma firme.- Pode ser. - Respondeu Emanuel, com convicção. - Sr. Emanuel! - Exclamou Fabiano.Emanuel estava entregando sua vida nas mãos de Antonio.- Cala a boca! - Repreendeu Emanuel, impaciente com a interferência de Fabiano. Fabiano ficou em silêncio.Emanuel estava determinado a seguir adiante com o que precisava ser feito, e ninguém poderia o impedir.Com a testa franzida, Matheus fixava um olhar penetrante em Emanuel.Emanuel estava disposto a arriscar tudo por Inês.Quebrando o breve silêncio que pairava no ar, Antonio bateu palmas e abraçou a loira ao seu lado. - Sr. Emanuel, que coragem a sua. - Disse Anto
Uma gota sequer.Emanuel virou o copo de cabeça para baixo na mesa, seus olhos frios não revelavam qualquer emoção.- A Flor de Jade Fosca! - Insistiu Emanuel. Antonio semicerrava os olhos enquanto observava Emanuel, seus olhos estavam cheios de incredulidade.Havia rumores de que cinco anos atrás, Emanuel havia eliminado sozinho uma organização criminosa na África do Sul, assombrando aqueles do outro lado até hoje. Dizem que ele saiu do inferno, sem piedade, agindo com crueldade, sem deixar espaço para misericórdia.Ninguém imaginaria que alguém assim, iria arriscar a própria vida por uma flor desintoxicante.Antonio, de repente, ficou curioso. Quem teria a capacidade de fazer Emanuel, tão dominador, pedir ajuda desse jeito? Então, Antonio empurrou a mulher bonita que estava sentada em seu colo, se levantou e aplaudiu.- Sr. Emanuel, não é à toa que você é o “Sr. Emanuel”. Eu, Antonio, aprendi algo novo hoje! - Disse Antonio, jogando a caixa contendo a Flor de Jade Fosca para ele.E
Na manhã seguinte, quando Inês acordou, não viu Emanuel no quarto. Após se arrumar, a empregada trouxe o café da manhã para ela. Depois de comer, começou novamente a receber a infusão.Inês olhava para a porta do quarto, por diversas vezes, queria perguntar a Rahman sobre o paradeiro de Emanuel, mas ficava em silêncio.- Não adianta ficar olhando, Emanuel foi embora ontem à noite. - Disse Rahman, percebendo os desvios de olhares de Inês. Rahman estava com as pernas estendidas sobre o sofá, incapaz de suportar por mais tempo o olhar imóvel de Inês, que aguardava a chegada do marido. Ela se assemelhava a uma estátua, fixa e silenciosa.- Ele voltou para Cidade J? - Indagou Inês, piscando os olhos.- Aonde mais ele iria? - Retrucou Rahman, pegando uma maçã e, enquanto descascava, acrescentou:- Quando você se recuperar, podemos voltar para o País M. Você ficou fora por tanto tempo, aqueles homens devem pensar que você morreu e já devem estar aprontando novamente. - É mesmo? Eu estava
Considerando que o Sr. Emanuel disse para não contar para Inês, Matheus não se intrometeu.- Será que aconteceu alguma coisa com ele? - Perguntou Inês, levemente preocupada, pensando na hipótese de Emanuel ter se machucado, já que não tinha ido pessoalmente.- Você tem o número dele, não tem? Liga para ele e pergunte. - Respondeu Matheus. Inês ficou em silêncio.Ligar para ele? Mas, o que diabos ela diria se ele atendesse?Além de “obrigada”, Inês não tinha ideia do que poderia dizer.E o que Emanuel queria, com certeza não era apenas um mero agradecimento.Vendo Inês em silêncio, Matheus deu de ombros. - Deixa pra lá, não fique se remoendo. Minha missão é apenas garantir que você tome posse desse remédio. Quanto ao que vai acontecer depois, é com você. Aliás, você comer crua ou vai colocar na panela com água fervente? - Perguntou Matheus. - Vou precisar ferver ela junto com alguns outros remédios. - Respondeu Inês, instruindo Cauã a buscar as ervas conforme a receita que ela havia
O remédio estava pronto. Inês estava prestes a tomar um gole quando Rahman desceu as escadas.Ele havia tirado um cochilo a tarde e tinha acabado de acordar. Ao ouvir Cauã dizer que Matheus trouxe a verdadeira Flor de Jade Fosca para Inês, Rahman ainda não estava muito satisfeito.- Inês, vou dar um gole nesse remédio primeiro. Se estiver tudo bem, você pode tomar depois. - Disse Rahman.Sem esperar que Inês o impedisse, Rahman pegou uma pequena concha da panela e bebeu um gole.- Rahman, você enlouqueceu? Por que está tomando remédio sem estar doente? - Questionou Inês, pegando a colher de volta e olhando para ele sem palavras.- Não eu só queira tomar, para garantir que você não vai acabar vomitando sangue de novo. - Respondeu Rahman, com desdém, olhando para a tigela de remédio com uma expressão de nojo.- Dessa vez não vai acontecer. Inês verificou. Esta Flor de Jade Fosca é a verdadeira. - Disse Matheus, olhando para Rahman de maneira indiferente. - Melhor que seja verdadeira,
- Ele volta em breve. - Disse Matheus, depois após pausa. Em seguida, acrescentou: - Ele se machucou um pouco.Queria dar um aviso antecipado para que ela se preparasse emocionalmente.- Ele se machucou? O que aconteceu? É grave? - Perguntou Valentina, impaciente. - Não é fatal, deve ficar tudo bem. - Revelou Matheus.O maior medo de Matheus não era o ferimento a bala no braço de Emanuel, mas sim o copo de veneno que ele havia bebido. Conhecendo o estilo de Antonio, aquele veneno não era simples.Não demorou muito, para o som das hélices do helicóptero ecoarem do lado de fora.Valentina e Matheus saíram, e assim que o helicóptero pousou no heliporto do quintal, eles foram até lá.Emanuel estava deitado na maca sendo retirado do helicóptero.- A situação do Sr. Emanuel não está muito boa, o ferimento continua sangrando e ele está com febre. A capacidade médica na Cidade W é limitada, então eu o trouxe de volta primeiro. - Disse Fabiano.- Como isso aconteceu? - Perguntou Matheus, surp
Cidade J.Após a saída de Matheus, Inês hesitou durante a noite inteira antes de finalmente ligar para Emanuel.O telefone tocou por muito tempo mas ninguém atendeu.Ela ligou novamente. Dessa vez, a ligação foi atendida rapidamente.- Alô. - Disse Emanuel, do outro lado da linha, sua voz soava, como um violoncelo cheio de magnetismo, sem revelar qualquer emoção.- Por que você não atendeu o telefone antes? - Perguntou Inês.- Estou ocupado. - Respondeu Emanuel, de forma fria.- Ok. - Assentiu Inês.Inês estava prestes a expressar sua preocupação, mas foi interrompida por Emanuel.- Algum problema? - Perguntou Emanuel, em um tom frio e distante.Inês ficou perplexa, sentindo que a atitude de Emanuel estava excessivamente fria.- Nada, apenas queria te agradecer. Já tomei a Flor de Jade Fosca que Matheus me trouxe. Obrigada. - Disse Inês.- De nada. - Respondeu Emanuel.Inês ficou sem palavras, constrangida com a reação de Emanuel.Ambos ficaram em silêncio por alguns instantes.- Emanu
Gustavo hesitou por um momento, seu rosto subitamente ficou sério. - E seu tio? Chama ele aqui para mim. - Pediu Gustavo. - Ele... - Hesitou Inês por um instante antes de dizer:- Ele fugiu para o exterior.Inês não ousou contar ao avô sobre a morte de Hugo. Afinal, Hugo era o próprio filho do avô, não importa quantos erros ele tenha cometido. A perda dos pais dela já havia feito o avô passar por um luto profundo, e Inês temia que ele não suportasse outra perda tão dolorosa.- Vovô, muita coisa aconteceu nesse tempo. - Disse Inês.Inês contou ao avô sobre todas as traições de Hugo, incluindo a tentativa de assassinato dela e envenenamento contra ele. Ela também revelou o incidente em que Hugo e Joana fugiram, levando consigo tudo do cofre do avô.- Caramba! Esse desgraçado! Que tragédia para a família! - Exclamou Gustavo, com o rosto corado de raiva ao ouvir tudo. Ele sabia que sua própria intoxicação estava ligada a Hugo, mas nunca imaginou que Hugo também tentaria matar Inês. - I