No silencioso escritório, a voz de Félix ecoou.— Srta. Lorena, minha condição é passar uma noite comigo.Jerônimo de repente sentiu a temperatura cair abruptamente; uma aura assassina parecia tomar conta do ambiente.Esse rapaz, Félix, realmente não tem limites. Ele se atreve a dizer qualquer coisa, é audacioso, sempre provocando o tigre.Por outro lado, Lorena, ao ouvir essas palavras, não teve grande reação emocional. Ao contrário, respondeu com um sorriso:— Você tem certeza?Os olhos de Félix brilharam de repente. Ela não rebateu e, pelo jeito, até parecia disposta. Parecia que Guilherme não era tão importante para ela assim, e faz sentido, pois apenas os parentes mais próximos são importantes.Ele levantou uma sobrancelha, achando que estava sendo muito charmoso, e estava prestes a falar quando Lorena o interrompeu, visivelmente apressada, como se temesse que ele se arrependesse e não a quisesse mais.— Tá bom, o que você pediu, eu posso organizar. Garanto que você vai gostar.
Félix também não esperava que ela fosse mencionar as regras da família Santos.— Você está me zombando?! — A voz de Félix, cheia de raiva, soou com força.Diante do rosto dele, que de repente se tornou sombrio e ameaçador, Lorena respondeu, sem demonstrar preocupação:— Primo, como pode chamar isso de zombaria? No máximo, estamos em níveis diferentes e com formas distintas de entender as coisas. — No momento seguinte, ela se interrompeu, como se estivesse surpresa, e perguntou, num tom brincalhão. — Você realmente está pensando em algo impróprio para com sua cunhada, não está?Ela novamente enfatizou as palavras "primo" e "cunhada", deixando claro o tom sutil de provocação.Félix não era tolo; se fosse capaz de desafiar Guilherme, certamente não seria ingênuo o suficiente para não perceber que Lorena estava, de maneira indireta, tentando rebaixá-lo.Sua expressão se fechou ainda mais, se tornando mais sombria. Se ele realmente se irritasse, isso significaria que tinha caído na armadilh
Lorena abaixou os olhos, levantando ligeiramente as sobrancelhas, e perguntou: — Que tipo de colaboração?Félix não perdeu tempo e foi direto ao ponto: — A Srta. Lorena deve ter ouvido recentemente sobre o processo de licitação da Cidade Vazia do Mar, que pretende se tornar uma cidade global, não é?Ela baixou os olhos levemente, e seus cristalinos olhos brilhantes revelaram brevemente uma expressão peculiar, mas não respondeu imediatamente. Com um olhar, indicou que ele continuasse.— A minha proposta de colaboração é simples. — Ele fez uma pausa, seus olhos escuros fixado nela, como se não fosse capaz de perder nem a menor expressão em seu rosto. — Eu preciso que você consiga o plano de licitação da Cidade Vazia do Mar do Grupo JM, e então eu garantirei sua segurança para sair daqui e também investigarei o caso de sua mãe.Lorena emitiu um som de desagrado, como se não soubesse o que pensar sobre aquilo.Ela o olhou por dois ou três segundos, balançou a cabeça, suspirou profundam
Lorena sorriu suavemente para ele, de forma descomplicada:— Primo, você ainda não me conhece bem. Eu sou uma pessoa sem maus hábitos. O único defeito que eu tenho é... — Ela levantou ligeiramente os cantos dos olhos e da boca. — Não saber reconhecer a hora certa!Félix ficou parado por um momento.Nunca tinha visto nela uma aura tão ousada e selvagem. Uma mulher podia ter, ao mesmo tempo, uma presença serena, elegante e, ao mesmo tempo, um ar desafiador e irreverente. Ele nunca havia visto algo assim antes."Como ela consegue fazer isso?"Nesse momento, um grito estridente rasgou o céu, vindo de fora.— Ah... ah... tem... tem um tigre... é... é um tigre muito grande!Um homem de preto, que estava vigiando do lado de fora, entrou correndo, completamente apavorado. Ele rolava pelo chão enquanto falava, sua voz trêmula.Todos olharam na direção do som.Uma imensa figura branca apareceu de repente diante deles.Instantaneamente, os olhos de todos se arregalaram, como se estivessem prestes
Inês caminhou na direção de Lorena, e Anthony apareceu do nada, logo levando Raja consigo. Enquanto isso, Inês contou tudo o que acabara de ver para Lorena.— Sra. Santos, a Melissa estava se escondendo na pilha de feno, e parecia que ela havia filmado um vídeo de você e o Raja saindo juntos.Lorena não se surpreendeu muito. Se não fizesse algo assim, ela não seria a Melissa. Sempre com suas artimanhas, sempre que encontrava uma brecha, tentava manchar a imagem dos outros.— Tudo bem, já entendi. Não se preocupe com ela.Lorena tinha uma ideia do que Melissa queria fazer.Nesse momento, ao longe, em uma árvore frondosa, duas pessoas estavam observando com binóculos. Mauro fixou os olhos na imensa tigresa branca e exclamou:— Caramba! Quando a Srta. Lorena arranjou uma fera dessas?Tadeu também estava surpreso. Eles já a seguiam há tanto tempo e nunca a tinham visto com um animal.Mauro disse:— Ela está incrível! Imagina sair com isso por aí, iria abalar a rua inteira! Esse "seguranç
Principalmente aqueles olhos negros profundos dele, como se tivessem ganchos capazes de prender a alma. Ela realmente não conseguia resistir ao charme daquele sujeito.Nos olhos de ambos, só se refletia o rosto um do outro, e nada mais aparecia. Ao redor, só havia ele.O homem então sorriu de maneira maliciosa, os lábios finos se curvaram levemente. Ele se inclinou um pouco, os lábios quase tocando a orelha dela, e sua voz rouca e grave, carregada de uma sensualidade sutil, parecia flutuar até o ouvido dela como uma pena.No segundo seguinte, Lorena sentiu suas bochechas corarem levemente, sem conseguir evitar.— Você não pode ser mais sério, não? — Ela murmurou com leve irritação, aproveitando a oportunidade para dar um pequeno soco na parte superior de seu ombro.O soco dela não fez nenhum efeito, parecendo mais uma pena roçando no coração dele. Ele adorava vê-la com aquela expressão tímida.— Eu também faço parte dessa casa, suas regras são muito vulgares, vou votar contra. — Depois
Ela costumava guardar tudo para si mesma, mas desde que ficou com Guilherme, passou a ser influenciada por ele. Não conseguia mais esconder essas pequenas coisas dele e sempre queria compartilhá-las com ele.Guilherme franziu ligeiramente a testa, mas logo relaxou, e seus olhos negros, tão brilhantes quanto jade, estavam levemente sorrindo. Ele a olhou com gentileza e disse:— Estou curioso, fale, estou ouvindo.Ela passou sete ou oito minutos contando a história com detalhes, criando imagens com as palavras.Observando o rosto calmo do homem, sem qualquer mudança, ela perguntou, confusa:— Por que você não reagiu?Guilherme só se deu conta do que estava acontecendo quando ela o chamou e deu uma leve tosse. Não queria contar a ela que estava tão imerso em sua voz vívida e expressiva que esqueceu momentaneamente de reagir.Quando se recuperou, a olhou com um olhar gentil e admirado e disse:— Minha Sra. Santos é muito inteligente, já aprendeu a resolver problemas sem precisar usar forç
Ela pensou em várias respostas, mas não imaginava que fosse essa.— Está escrito aqui que a pessoa que foi enviada para a cremação não era a tia Stéphanie. — Guilherme falou em um tom baixo. — Mas a veracidade disso ainda precisa ser investigada.Ela o encarou, estupefata, e perguntou novamente:— O que você quer dizer com "a pessoa cremada não era minha mãe"?Antes que Guilherme pudesse responder, ela pegou os documentos e os leu.O choque e a confusão nos olhos dela eram os mesmos sentimentos que ele acabara de demonstrar, embora ele estivesse acostumado a esconder essas emoções.Guilherme franziu levemente a testa e apertou os lábios.— Pedi para o Heitor verificar isso novamente.Lorena não conseguia acreditar nas informações que Félix havia dado.Embora o documento não dissesse especificamente a causa da morte de sua mãe, ele trazia uma notícia absurda e difícil de compreender.Ela estava sendo informada de que a mulher enterrada no túmulo não era sua mãe. Como isso poderia ser po