Às seis da tarde, um Maybach preto entrou na garagem subterrânea do Estilo Imperial.— O lugar para onde você quer me levar é um shopping? — Lorena inclinou a cabeça, olhando para o homem sentado ao seu lado e perguntou.O homem também virou levemente o rosto e a fitou com um olhar profundo, respondendo em voz baixa:— Sim, vou te levar para ver um filme.Lorena ficou um pouco surpresa e, ao mesmo tempo, sentiu algo estranho se agitar em seu coração.Não era como se eles nunca tivessem assistido a um filme juntos; na mansão, havia uma sala de cinema, e já haviam visto um ou dois filmes lá. Mas ir a um cinema de verdade era a primeira vez.Mesmo assim, ela ainda estava um pouco preocupada.— Mas, e a sua identidade?Ele chamava muita atenção.Antes que Guilherme pudesse responder, Heitor se adiantou para explicar em nome do Sr. Guilherme.— Sra. Santos, fique tranquila, dificilmente alguém lá fora reconhecerá o rosto do Sr. Guilherme.Isso porque Guilherme sempre foi discreto, raramente
O sorriso dele provocou uma série de exclamações e risadinhas da mesa ao lado, onde estavam sentadas algumas garotas. Elas comentaram: — Quando ele sorri, é de matar! — O que eu faço? Estou apaixonada pela beleza dele, socorro! — Que sortuda essa moça! O jeito como ele olha pra ela é de derreter o coração. — Eles parecem tão felizes juntos... dá até inveja... Lorena olhou para o homem à sua frente, que chamava a atenção de todos. Guilherme tinha vinte e oito anos, então parecia um pouco estranho chamá-lo de "menino bonito", como as garotas da outra mesa. De repente, ela sorriu de forma travessa e, num tom de brincadeira, sussurrou baixinho: — Menino bonito, para de sorrir assim, senão daqui a pouco vão chamar a segurança. O "menino bonito" dito de forma suave e carinhosa fez com que ele parasse por um momento, surpreso. Eles estavam bem próximos, e ele inclinou ligeiramente a cabeça; seus lábios quase encostaram na orelha dela enquanto sua voz grave e baixa soava:
Depois do filme, Guilherme a levou a uma churrascaria no shopping.Nenhum dos dois pensou em checar o celular, então não tinham ideia de como as coisas estavam na internet. Fotos em alta definição do casal de mãos dadas entrando na churrascaria já haviam sido freneticamente compartilhadas e curtidas online, e até havia um monte de gente dizendo que queria ir até lá para encontrá-los.[Eu quero ir dar uma espiada.] [Eu também quero...] [Acho que o dono desse restaurante devia pagar uma taxa de publicidade.]O dono comentou: [Estou com o restaurante aberto há tanto tempo e nunca tive tantos clientes.]Heitor e Inês, que ainda estavam de plantão no carro, nem precisavam usar métodos especiais para monitorar a localização do Sr. Guilherme e da Sra. Santos, pois os internautas estavam atualizando tudo em tempo real.— Será que devemos subir e esperar lá? Se um monte de gente aparecer, a situação pode ficar fora de controle. — Murmurou Inês.Então, os dois guardaram os celulares e saíram
Depois de comerem, os dois voltaram para o carro.Heitor então contou a eles que as fotos dos dois assistindo ao filme e comendo churrasco haviam viralizado na internet.Guilherme pegou o celular e deu uma olhada nas fotos. Após ver algumas, ele pressionou a imagem por um tempo e, em seguida, clicou em salvar.A voz grave do homem ecoou na cabine do carro:— Não precisa tirar do ar. Desde que não haja palavras ofensivas, deixe assim.Heitor soltou um suspiro de alívio ao ouvir isso; ainda bem que não tinha tomado a decisão de remover as fotos por conta própria.— Sim, Sr. Guilherme.Em seguida, Guilherme pareceu se lembrar de um comentário recente e acrescentou:— Peça ao departamento de relações públicas para emitir um comunicado.Embora o homem não tivesse explicado, Heitor, sendo um assistente competente e experiente, não estava ali à toa. Anos de trabalho cuidadoso ao lado do chefe o haviam ensinado a entender seus desejos. Se ele não entendesse o que o Sr. Guilherme queria, já ter
Na manhã seguinte. Levantar no inverno exige coragem e perseverança. Como era sábado, Lorena ficou o tempo todo na cama, sem querer sair, e aproveitou o momento para arrastar alguém com ela. Seu corpo pequeno e suave estava aconchegado nos braços quentes do homem, e não havia como descrever o quanto aquilo estava confortável. Ela havia acordado por volta das seis da manhã por causa dele, mas agora já havia adormecido novamente. Seu rostinho estava enterrado no peito quente do homem e, com a voz abafada, ela disse: — E agora, Sr. Guilherme, você está tão quente, não quero sair daqui. O homem a abraçou, com o queixo apoiado em sua cabeça, e, com uma voz baixa, rouca e cheia de carinho, riu suavemente e disse: — Eu não me importaria de ficar aqui com você até o fim dos tempos, mas seus pais estão lá embaixo esperando já há algum tempo. Lorena se levantou abruptamente, como se tivesse levado um susto, seus pensamentos parecendo explodir, e, rapidamente, ergueu a cabeça do
— Como marido dela, você deixou ela cair em uma situação dessas? E você, com todo esse seu jeito inteligente e calculista, jogou tudo fora? Não é você o mais habilidoso em se prevenir? Agora, o que você está fazendo aqui?! — Michele disse com frieza e severidade na voz. — Como homem da família Santos, sua responsabilidade básica é proteger sua esposa e filhos, mas você... você a deixou enfrentar uma situação perigosa na porta da própria empresa... ainda bem que não aconteceu nada, mas e se tivesse acontecido alguma coisa? Você... pff, não aconteceu nada, mas, de qualquer forma, Guilherme, não quero que isso se repita, entendeu?!Diante da ira repentina de Michele, Lorena fez uma expressão de surpresa e ficou um pouco atônita.O homem que estava sendo repreendido, por sua vez, deixou de lado o orgulho e a frieza habitual, aceitando tranquilamente o aviso de sua mãe.Lorena fez uma careta e, antes que pudesse dizer algo, Michele, com um olhar severo, gritou novamente:— Você está ouvindo
— Srta. Lorena, o encontro de ontem foi bom? — No café, Lavínia olhou para a mulher à sua frente com uma expressão curiosa e um brilho ardente nos olhos.Lorena não estava muito afim de responder.Ela havia combinado que Guilherme ficaria em casa com ela hoje, mas ele recebeu uma ligação, disse que tinha algo para resolver e voltou para a empresa.Justamente nesse momento, Lavínia a chamou, então ela saiu.Ela pensou que talvez fosse algo importante, mas, ao chegar, Lavínia só queria saber o que aconteceu no encontro de ontem, fazendo mil perguntas e comentando sobre os mais diversos assuntos.Lavínia apoiava a mão no queixo, com um sorriso de curiosidade. Entre amigas, não há segredos.Lorena realmente não conseguiu resistir ao caloroso interesse de Lavínia.Ela levantou a xícara de café à sua frente, tomou um gole e então respondeu:— Eu não sei exatamente o que você quer dizer com "bom", mas eu só sei que a sensação foi... estranha... — Ela fez uma pausa e tossiu discretamente. — Fo
— Há mais uma coisa. — Ângela desviou o olhar, parecendo um pouco incomodada. As duas a olharam, esperando que ela falasse. Então, Ângela disse: — Recentemente, encontrei um veterano de antes. Ele sabe que eu estudo dança e, por acaso, a empresa dele está investindo em um programa de competição de dança que está com seletiva aberta. Ele me perguntou se eu queria participar, e estou pensando se devo ir ou não. Lavínia imediatamente largou o copo e disse: — Vai, por que não? Tem que ir! Ela parecia mais ansiosa do que a própria Ângela. Lorena, por sua vez, estava mais calma. Ela ficou em silêncio por um momento antes de falar: — Se você quer ir, vá. Se não quiser, ninguém a pode forçar. O importante é que você não se arrependa. Arrependimento? Essa palavra caiu como uma pedra no fundo do seu coração, criando ondas. Na primeira vez, ela havia desistido. E na segunda, deveria perder a oportunidade novamente? Nos anos em que foi casada com Reginaldo, ela não tinha ne