A tranquilidade de Lorena deixou Emanuel muito surpreso. Diante de tudo o que estava acontecendo no carro, ela não demonstrou nenhum sinal de pânico. Se fosse outra garota, provavelmente já estaria apavorada, chorando e soluçando. No entanto, naquele momento, o carro não só tinha uma bomba-relógio, como também os freios estavam com defeito, algo que eles não tinham previsto. O problema mais urgente agora era que o carro não conseguia parar, e ela não conseguia sair com segurança. A única maneira de forçar o carro a parar era usando algum obstáculo para reduzir a velocidade. Mas ali era uma estrada rural, com pouquíssimos obstáculos. A voz grave de Guilherme soou através do fone de ouvido dela: — Lorena, me escute, Heitor vai posicionar um obstáculo na próxima bifurcação. Você... Antes que ele terminasse de falar, Lorena o interrompeu, pois sabia o que ele pretendia fazer. — Não. Isso pode ferir inocentes. Não sabemos o alcance da explosão. Mas Guilherme não se impor
Pietro e João chegaram ao hospital depois de resolverem a situação. Junto com eles veio Edson, que foi levado diretamente para a emergência. João ficou na praia lidando com o carro que explodiu, enquanto Pietro foi à fábrica de metal, algo de que se arrependeria profundamente. Em toda a sua vida, nunca tinha visto uma cena tão repugnante e perturbadora. — Como está Lorena? Nada sério, certo? — João perguntou a Guilherme, que acabara de sair do quarto. — Não, só torceu o tornozelo. — Respondeu Guilherme com o rosto sombrio. — O carro que Lorena estava dirigindo era o mesmo que Edson tinha levado. O alvo não era ela, e sim Edson. Só que ninguém esperava que ela saísse com o carro dele. — João explicou. — Quanto ao motivo de terem atacado Edson de repente, ainda não sabemos. Guilherme perguntou friamente: — Onde está Edson? Pietro esfregou o queixo. — Na sala de emergência, com o outro pulso quebrado. — Ele deu uma leve tossida antes de continuar. — Além disso, foi dro
Assim que Inês saiu, Lavínia chegou.Ela entrou apressada e disse, assustada:— Lorena, você quer me matar do coração! Acabei de saber pelo Murilo que você se machucou. Quase morri de preocupação.Lorena deu um sorriso e respondeu:— Não se preocupe, eu estou bem. Só torci o tornozelo.— Me conta logo, o que aconteceu? Você estava na empresa, como se machucou de repente? — perguntou Lavínia, ainda surpresa. Quando saiu da empresa, fez questão de lembrar Lorena para ir para casa mais cedo. Quem diria que, uma noite depois, já ouviria que ela tinha ido parar no hospital.Lorena contou a ela o que havia acontecido, mas não mencionou o fato de ter uma bomba no carro.A explosão foi tão forte que a polícia certamente recebeu a informação, mas provavelmente Guilherme cuidou para que tudo fosse abafado. Por isso, não houve nenhuma cobertura na mídia.Lavínia teve que admitir que sua amiga era mesmo corajosa. Ela sabia que Lorena era boa de briga, mas um sequestro não era brincadeira.— Ah, a
— Félix?Lorena franziu ligeiramente as sobrancelhas e, após pensar por um instante, se lembrou do nome na lista dos ramos secundários da família Santos. Ele era filho de Yago, do segundo ramo.Ela não pretendia esconder nada, então disse diretamente:— Ele é seu cunhado.Do outro lado da linha, Max estava preguiçosamente deitado no sofá e quase caiu ao ouvir aquela frase.— Espera aí, o que você acabou de dizer? Que cunhado? Quem é o cunhado? De onde apareceu um cunhado? — Max gritou ao telefone.— Te explico melhor depois. Agora estou ocupada. É isso. — Respondeu Lorena.Antes que Max pudesse obter qualquer resposta, Lorena desligou o telefone sem hesitar.Ele ficou olhando, perplexo, para o aparelho que acabara de ser desligado.Coincidentemente, Dora entrou na sala, e Max comentou:— Dora, Lore acabou de me dizer que eu tenho um cunhado. O que isso significa?Dora ficou em silêncio por um segundo.— Sr. Max, a Srta. Lorena deve ter arrumado um namorado.Max imediatamente ficou inqu
No hospital.Lorena leu atentamente todas as informações que Max havia encontrado. Assim que terminou de ler, Guilherme retornou.O homem se sentou na cadeira ao lado da cama. Em seguida, pegou uma maçã do cesto de frutas e, com uma faca, começou a descascá-la. Aquelas mãos longas e bem definidas pareciam estar sendo desperdiçadas em uma tarefa tão simples como a de descascar uma maçã.Lorena ficou olhando fixamente para aquelas mãos enquanto ele descascava a fruta.— Ah, a propósito, preciso lhe contar uma coisa.— O que seria?— Ontem fui capturada de propósito, então isso não tem nada a ver com a Inês e os guarda-costas ocultos. Eles não falharam em seu dever. Portanto, se houver alguma punição, você pode dispensá-la.O homem continuou descascando a maçã com a cabeça baixa e, após um breve instante, respondeu:— Tudo bem, faço como você quer.Nesse momento, Murilo entrou usando um jaleco branco.Ao ver Guilherme descascando uma maçã, ficou levemente surpreso. Não esperava ver esse h
Logo em seguida, Murilo inventou uma desculpa qualquer sobre o ferimento de Edson e chamou Guilherme para sair.— Espere aqui. Daqui a pouco eu te levo para casa.— Tá bom....Mansão do Sol.O mordomo Vítor e Joyce ficaram chocados ao ver que Lorena foi trazida nos braços do Sr. Guilherme, e ainda mais surpresos ao perceberem que o pé dela estava engessado."Não a vimos só por uma noite, como é que ela se machucou assim?"Ambos se preocuparam e logo se aproximaram.— O que aconteceu com a Sra. Santos?Se sentindo um pouco envergonhada de estar nos braços de Guilherme, Lorena olhou para Vítor e Joyce e explicou, tentando tranquilizá-los:— Vítor, Joyce, não se preocupem. Eu estou bem. Só torci o pé sem querer.Durval apareceu justamente nesse momento, descendo do quarto e presenciando a cena.— Lorena!Ele desceu correndo as escadas.Ela não tinha voltado para casa na noite anterior, e ele passou a noite toda preocupado. Só na manhã seguinte é que recebeu uma mensagem dela, mas ela não
Guilherme olhou para a pequena caixa de metal nas mãos dela e perguntou, com um leve tom de dúvida:— O que é isso?Lorena contou a ele o que havia acontecido com Túlio.— Naquela época, foram meus homens que o levaram.Assim que ela terminou de falar, ouviu o homem ao seu lado comentar casualmente.Lorena ficou um pouco surpresa. Não é à toa que não conseguia rastrear o paradeiro dele.Ela sabia que a morte de Túlio não tinha a ver com Guilherme, mas as últimas pessoas a verem Túlio foram justamente os homens dele.Guilherme disse:— Se você quiser saber o que aconteceu com ele depois, posso pedir para o Heitor vir aqui e contar para você.Lorena respondeu:— Tudo bem, então peça para ele vir.Ela não estava tentando resolver nenhum mistério; apenas achava que havia algo estranho. Para evitar problemas futuros, era melhor esclarecer a situação por conta própria.No entanto, estava curiosa para saber o que havia no pen drive deixado por Túlio.E o mais surpreendente era que a polícia
Do outro lado. Na delegacia de polícia, Salvador acabara de voltar após verificar algumas informações. — Policial Gustavo, estou de volta. — Ele olhou para Gustavo, que estava no celular, e anunciou sua chegada. — Ótimo, conte o que descobriu. — Gustavo largou o telefone e lançou um olhar profundo para Salvador com seus olhos ligeiramente puxados. — Melissa e Túlio realmente eram colegas no ensino médio, mas depois que fizemos uma visita à escola, descobrimos que, há seis anos, ou seja, no último ano do ensino médio, Túlio foi acusado de sequestrar a segunda filha da família Amorim. Ele foi preso por três anos, o que arruinou seu futuro promissor. Antes disso, Túlio era um dos melhores alunos da escola, visto por professores e colegas como um estudante exemplar, além de ser o presidente de classe. — Salvador fez uma pausa e continuou. — O mais estranho é que, segundo os professores da época, Túlio era uma pessoa de natureza gentil e bondosa, incapaz de cometer um ato como o seq