No dia seguinte, Lorena acordou pontualmente às oito da manhã. Na noite anterior, ela também não tinha dormido bem. Parecia que havia tido um sonho, mas já se esquecera do conteúdo específico. Depois de se arrumar e trocar de roupa, desceu para tomar café da manhã. Durval já a esperava no saguão. Ela iria com Lavínia à Cidade X naquela tarde, para comemorar o aniversário de Ângela à meia-noite. Inicialmente, tinha pensado em levar Durval, mas temia que ele se sentisse desconfortável e entediado, afinal, seriam apenas três mulheres. Na noite anterior, Ângela mencionara no grupo que a comemoração seria em um bar, e, naquele momento, Lorena desistiu da ideia de levar Durval. Depois do café da manhã, ela conversou com ele. — Durval, hoje à noite não vou voltar. Vou a um lugar comemorar o aniversário de uma amiga. Pensei em te levar, mas lá não é um lugar adequado para você, e só vai ter meninas. Então, vou ter que te deixar aqui na mansão. Tudo bem? Durval respondeu com ale
Mansão dos Ventos. Reginaldo estava sentado no escritório, com a intenção original de lidar com alguns documentos, mas, por algum motivo, seu coração estava inquieto e agitado, incapaz de se concentrar. Ele olhou para o relógio: já eram onze e meia. O horário de fechamento da mansão já havia passado, mas aquela mulher ainda não tinha voltado, confirmando o que Éder havia dito. De relance, ele avistou uma elegante caixa de presente sobre a mesa à sua direita, e seu olhar se escureceu. Achava que devia estar ficando louco para ter uma ideia tão infantil e impraticável. Logo depois, ele recebeu um vídeo enviado por um amigo. A primeira coisa que apareceu na tela foi uma frase: [Reginaldo, essa é sua esposa, não é?] Reginaldo imediatamente abriu o vídeo, que tinha pouco mais de dois minutos. A mulher no vídeo tinha um rosto de beleza estonteante. Ela estava no palco, dançando com uma sensualidade serpenteante, seu corpo se movendo com uma graça encantadora; seu estilo de danç
O bar de madrugada continuava lotado. A atmosfera dentro era tão estranha que fazia os olhares ficarem confusos, o ar estava impregnado com o cheiro de álcool e fumaça. A música tocava no volume máximo, mas ainda havia homens e mulheres bonitos com uma energia incansável continuando a festa na pista de dança, como se não soubessem o que é cansaço. Talvez essa fosse a melhor maneira de extravasar suas emoções. O que nunca falta em um bar são bêbados. Lorena e Ângela estavam apoiando Lavínia, uma de cada lado, enquanto atravessavam o salão do primeiro andar. Mal tinham andado alguns passos quando alguém as parou no meio do caminho. — Senhoritas, já estão indo embora? — Perguntou um jovem, vestido com roupas de marca, que liderava um pequeno grupo. Ele sorria maliciosamente para Lorena e as outras, enquanto um de seus amigos assobiava. A essa altura, Ângela já havia recuperado boa parte da sobriedade; afinal, ela era mais velha que Lorena e Lavínia e, naturalmente, assumia a
Cauã foi ajudado a se levantar, suportando a dor no peito, enquanto rangia os dentes e dizia ferozmente: — Se atreveu a me chutar? Hoje à noite vou te mostrar o que acontece quando me provocam! — Gritou furioso para os capangas ao seu lado. — Vão, amarrem essa mulher pra mim!De repente, uma multidão de homens vestidos de terno preto apareceu, de se sabe lá de onde, e se colocou diante de Lorena e suas amigas, formando um semicírculo ao redor delas, as protegendo. Os homens de Cauã, que já tinham começado a andar, pararam imediatamente. Eles olharam para aquela multidão de homens de preto, visivelmente surpresos. Cada um deles tinha um porte robusto, com músculos bem delineados, claramente parecendo ser guarda-costas que sabiam lutar. Isso também atraiu os olhares das pessoas no bar. Por causa do som alto da música, poucas tinham percebido o que estava acontecendo ali, mas, de repente, aquele grupo de homens chamou inevitavelmente a atenção.Cauã, segurando o peito, deu alguns
Sra. Patrícia não esperava que seu marido colocasse a culpa nela, e ficou atordoada com a explosão repentina de raiva dele. Cauã, que estava deitado na cama, também ficou surpreso.— O que quer dizer com "fui eu que o acostumei mal"? Cauã não é seu filho também? — Revidou a sra. Patrícia.Ademir tinha apenas Cauã como filho, e o grande clã dos Fonseca, no futuro, seria entregue a ele.— Se ele não fosse meu filho, você acha que eu me daria ao trabalho de resolver todas as besteiras que ele já fez no passado? É exatamente porque ele é o único herdeiro da família Fonseca, que um dia vai assumir tudo, mas olhe para ele! Já tem 22 anos e não tem um pingo de postura! Só sabe passar o dia em boates e atrás de mulheres! Desta vez, ele até liderou a brincadeira de assediar uma mulher! Se ela não o tivesse espancado, seria até sorte dele! E tudo isso é culpa sua! Você o mimou demais, o deixando fazer o que quer, achando que é invencível, mas ele não passa de um ignorante, vivendo sempre com pes
Lorena, na verdade, não sabia que Cauã estava ferido e internado no hospital, e só soube disso meia hora atrás.Porém, mesmo que o grupo de pessoas que Guilherme havia arranjado não aparecesse, ela teria batido em Cauã. A única questão seria quem o faria.— Então, o Sr. Ademir veio até mim. O que exatamente quer que eu diga? — Lorena abaixou as pálpebras, levantou o olhar e lançou-lhe uma breve e fria olhada.Ademir disse:— Antes de vir, eu já entendi como os eventos se desenrolaram. De fato, Cauã estava errado primeiro. Ele impediu vocês e falou de forma desrespeitosa. Como pai, falhei em educá-lo, então estou aqui para pedir desculpas a você e ao seu amigo em nome dele.Lorena ficou um pouco surpresa com o pedido de desculpas, seus olhos piscando por um momento. Ela não esperava que o filho fosse tão problemático, mas o pai, por outro lado, fosse alguém capaz de discernir o certo do errado.Olhando para Ademir, conhecido por suas atividades filantrópicas, ele de fato era um empresár
Lorena não tinha intenção de se intrometer nos assuntos alheios; ela apenas queria dar um aviso amigável.Afinal, Ademir era um filantropo legítimo. Embora fizesse isso para acumular méritos para seu filho, ele realmente havia ajudado muitas famílias pobres.A família Fonseca era uma das poucas famílias ricas respeitáveis em Cidade X, sem praticamente nenhum escândalo a ser desenterrado, exceto pelo filho problemático de Ademir.Desde que Ademir assumiu a família Fonseca aos vinte anos, agora com quase cinquenta, haviam se passaram mais de vinte anos sem uma única mancha em sua reputação.Era raro, num mundo empresarial cheio de intrigas e tentações que corroem a moral, ver alguém como ele resistir a tudo isso, mantendo uma postura íntegra e incorruptível. O Grupo Fonseca só havia alcançado o sucesso atual graças a ele.Embora tivesse um filho que não correspondia às expectativas, o povo de Cidade X ainda o respeitava como um grande filantropo. Afinal, o público tinha olhos para ver a
Após atingir a maioridade, ela tentou investigar o passado de sua mãe, mas tudo era um vazio completo. Não importava o quanto pesquisasse, o resultado era sempre o mesmo.— Depois que se formou, sua mãe desapareceu como se nunca tivesse existido. Ninguém conseguia entrar em contato com ela. Nunca imaginei que ela se casaria com a família Amorim de Cidade B e ainda teria uma filha tão talentosa quanto ela. — Ademir olhou para Lorena. Ela realmente se parecia muito com sua mãe, especialmente os olhos sábios e límpidos, que eram idênticos.— E vocês não tentaram procurar pela família da minha mãe? — Lorena perguntou.Ademir suspirou e disse: — Sim, tentamos, mas foi aí que descobrimos que o endereço era falso. Os arquivos da sua mãe na escola mostravam um endereço que, na verdade, era de uma viúva e sua filha órfã, e elas nem conheciam sua mãe. Na verdade, isso não é tão surpreendente. O passado da sua mãe sempre foi um mistério. Ela nunca mencionou sua família. Nos feriados e em outras