Lindsey Martinelli
— Seus... Pais? — eu estava recostada em seu peito, no sofá da sala, enquanto ele brincava com meus cabelos.
— Sim. Ia lhe contar naquele dia que os detetives estiveram na empresa, depois de falarmos sobre Kiara, mas a Julianna entrou e acabou passando batido. Achei que meu pai tinha conseguido fazê-la mudar de opinião e viria só, mas quando telefonei ontem para falar com ele, fui informado de que já estavam em Toronto, ele até tentou mantê-la lá, mas ela foi irredutível. Ele acabou de enviar mensagem dizendo que estão a caminho.
— Você está falando sério?
— Seríssimo. Eles vão chegar a qualquer momento.
Tínhamos acabado de chegar do aeroporto, onde fomos deixar Julianna, que não cabia em si de tanta felicidade e Mateo para retornarem à Itália.
Essa ma
Dia da viagem...Levi MartinelliEstávamos todos à mesa do café da manhã. Surpreendentemente, minhamammavinha mantendo uma postura de cordialidade, para commia bella, que me deixava surpreso e em alerta. Estava escaldado demais para me deixar levar por meias palavras corteses.— Então vocês vão direto daqui para o aeroporto? —mammaquebrou o silêncio que se estendia.Levei o guardanapo a boca para responder, mas meu pai foi mais rápido.— Passaremos num hotel primeiro para deixá-la hospedada e de lá seguimos — olhou em seu relógio, num gesto automático, fiz o mesmo. Tínhamos tempo.— Se não for incomodar, eu gostaria de ficar aqui — Lind que estava levando um pedaço de fruta à boca, parou no meio do caminho e para surpresa
Lindsey MartinelliLevi se despediu fazendo mil recomendações. Entendo seu medo, porém, não posso ficar me esquivando o tempo inteiro de sua mãe, afinal ela é da família e se não nos acertamos agora, ficará difícil a convivência no futuro. Além de quê, sei que como filho, ele se sente mal com essa situação.Quando o veículo some através dos enormes portões, antes mesmo de entrar, viro-me em sua direção e trato deixar claro como será daqui para frente.— Sogrinha! — sorrio sem mostrar os dentes. Ela fica atenta a mim. — Quero deixar claro que o fato de eu ter concordado em tê-la aqui, não lhe dá o direito de agir como se fosse dona da casa — ela estreita os olhos e antes que diga alguma coisa, continuo. — E muito menos, me destratar, pois não hesitare
Lindsey MorganOs dois dias que se seguiram foram tranquilos. Eu acordava, ia para a empresa e voltava, não muito tarde, Levi ligava duas vezes ao dia para saber se tudo continuava em paz e eu dizia que sim. Minha sogra mal deu o ar da graça, geralmente quando eu estava em um ambiente, ela estava em outro, o que era bom, assim evitava atrito. Contudo, nas refeições era inevitável nos encontrar.Hoje resolvi vir para casa mais cedo, estava sentido um pouco de fadiga, devido ao início das temperaturas mais quentes. Nessa época é comum ver os canadenses, indo para suas casas de veraneio, praias ou em parques ao ar livre. Então resolvi aproveitar um pouco a piscina. Foi impossível não me lembrar da travessura que Levi e eu aprontamos ao nadar pelados em plena luz do dia e a noite quando voltamos do jantar, ainda bem que ela tem sistema de aquecimento.Pouco depois, eu estava m
Kiara MartinelliFazia uns dias que eu vinha acompanhando o movimento de saída de veículos da empresa de Levi e nunca os via sair. Frustrada, esperei aquele segurança de quinta se afastar e fui perguntar na recepção se eles não estavam indo trabalhar. E um senhor apontou para fora e disse:— O Sr. Martinelli está em viagem, mas a Sra. Martinelli acabou de sair.Só então me toquei que ele deveria ter trocado de carro por causa do acidente."Como fui burra, por que não pensei nisso antes?"Agradeci, dizendo que voltaria no dia seguinte e saí. Eu voltaria sim, mas para seguir o carro e descobrir onde estavam morando. E assim eu fiz.Quando me deparei com o palacete cercado por um muro enorme e com seguranças na portaria, senti a raiva me consumir. Isso tudo era para ser meu. Meu marido, minha casa e até aquela criança era para e
Levi Martinelli— E é por isso que não posso perdoá-la! — exclamo com os dentes cerrados. — Kiara usou contra mim a confiança cega que eu tinha nela! — digo ao meu pai.Depois de encerrar a ligação com um dos detetives que contratei, ele me questionou sobre o assunto, como não tínhamos conversado abertamente antes, fiz agora. Esse não é um assunto do qual goste de ficar debatendo, mas enquanto estiver em aberto, teremos que falar.— O que ela fez foi de fato muito grave. Nunca imaginei que aquelabambinateria capacidade para tal coisa.— Nenhum de nós, pai. Ontem ao telefone com anonna, percebi que ela se sente culpada, tratei de tirar isso da cabeça dela — passei quase uma hora ao telefone com ela, onde soube de sua decisão sobre dá um fim permanente na tradiç&a
Lindsey MartinelliParei os movimentos por um instante e fiquei analisando suas palavras.— Longe disso, dona Francesca, eu não espero nada, não se preocupe. Na verdade faço mais por Levi do que por qualquer outra coisa, pois sei que ele cuidaria bem da minha mãe se ela estivesse viva e fosse necessário — quebro o contato visual e um segundo depois, retomo, olhando bem dentro dos seus olhos. — Além do mais, sei como é ter apenas uma mãe e uma tia como parente, como se fossemos sozinhas no mundo. Por mais insuportável que a senhora seja, eu não quero isso para minha filha, Eva tem o direito de crescer tendo contato com os avós e se ficarmos nos digladiando, um afastamento será inevitável. Não quero isso, até mesmo por Levi, que mesmo lhe amando, não hesitaria em tomar essa atitude — ela não diz nada, fica apenas me
Dias depois...Lindsey Martinelli—Bella, não demoro. Vou buscar anonnano aeroporto com meu pai.— Tudo bem meu amor. Vou terminar de ajeitar o almoço com Ruanita, quero deixar tudo bem bonito para recebê-la.Hoje era meu aniversário de 25 anos, estava exultante, primeiro fui acordada com muitos beijos e depois um delicioso café na cama. Quando me sentei e vi a bandeja, meus olhos foram logo para a caixinha branca com o laço rosa.— Abra!Peguei a embalagem e após desfazer o laço, vi uma linda pulseira em ouro com vários pingentes, todos cravejados com pequenos diamantes.— É linda — falei. — Esses pingentes... — disse tocando um a um.— Deixe-me colocá-la em você — ele pegou, atou o fecho e começou a dizer o que cada um representava. &md
Levi MartinelliEnquanto meu pai entra, me demoro um pouco commia nonna, que me dá um abraço apertado. Ela diz que primeiro quer matar a saudade e que depois puxa minhas orelhas, sorrio e aproveito o aconchego dos seus braços em um aperto caloroso.— Vou colocar o carro na garagem e já entro. Lindsey está louca para vê-la — digo e ela sorri.Vejo-a indo para a entrada, quando entra, abro a porta do veículo, porém, sinto um incomodo e penso na minha esposa. Desisto, deixando o carro ali e sigo para dentro de casa e estaco ao ouvir o grito dado pelanonna.— NÃO! DE NOVO NÃO...Atordoado, vou para junto dela e ao olhar para o topo da escada, meu coração pulsa desenfreado.Kiara!Como ela entrou aqui? É o meu primeiro pensamento. Mas é a imagem do meu pai com Lindsey entre seus bra&