Algum tempo depois...Lindsey MorganFinalmente a casa de Julieta, eu me sentia como uma criança em uma loja de doces, sem saber para que lado devesse ir primeiro.Situada entre a Piazza delle Erbe e a Piazza dei Signori, ela é o lugar onde supostamente morava a lendária Julieta. Eu olhava encantada, o balcão, onde a jovem menina se lamentava para o seu amado Romeu e imaginava que a beleza poética de tudo àquilo, está no final trágico que atravessou gerações e chegou até nós hoje como uma bela história de amor.Caminhando ao lado de Levi, que não larga minha mão um minuto, passo ao lado da parede onde tem vários bilhetes de amor deixados por casais apaixonados e crédulos de que o amor deles florescerá ao deixar um cartão ali, penso em fazer o mesmo, mas, Levi me interrompe e diz que tem outra coisa em mente. Fico sem entender e ele me conduz a um portão imenso, onde é possível ver milhares de cadeados presos de cima abaixo. Confusa, ele trata de esclarecer.— Nosso amor já floresceu h
Levi MartinelliLindsey anda bem feliz, apesar dos constantes enjoos e por estar tão ocupada com a reforma da nossa casa. Ainda estamos morando em meu apartamento, a princípio a ideia era continuar morando lá, mas como acho que uma casa é melhor, tanto para Piccolo, como para uma criança, resolvi comprar uma.Demoramos um pouco para achar a casa ideal e quando a encontramos, alguns ajustes foram necessários. Deixei que ela fizesse tudo do jeito dela, minha única exigência, era um escritório, onde eu pudesse trabalhar quando nosso filho nascesse, pois queria ficar com ela no período de resguardo.Apesar de ter se passado apenas três meses desde que nos casamos, muita coisa aconteceu.A cada mês que se passou, Lindsey vinha ficando mais enjoada e consequentemente os vômitos tornaram-se mais frequentes. Se eu tinha ficado preocupado durante nossa lua de mel, agora não é diferente, ainda mais depois de saber o possível diagnóstico.Na primeira consulta, assim que chegamos ao Canadá, foi s
Lindsey MartinelliQuando eu escutei que meu bebê seria uma menina, imediatamente me lembrei das palavras da nonna em nossa conversa de meses atrás.— Sim, será uma linda bambina — ela dissera enquanto levava uma de suas mãos até minha barriga e afirmava com convicção e com um sorriso terno continuou. — Não pergunte como eu sei, só sei e que Dio ajude o mio bambino, possessivo do jeito que é, terá muitos surtos.Eu não conseguia parar de sorrir. Ela estava completamente certa e o primeiro de muitos surtos foi ainda na sala da médica quando ele empalidecera e por um momento pensei que fosse desmaiar.Também não pude deixar de me lembrar da minha querida mãezinha.No dia do meu primeiro casamento, quando já estávamos de saída para o hotel onde passaríamos nossas núpcias, minha mãe depois de me desejar felicidades, disse que eu não demorasse muito para encomendar um bebê.— Desejo que você seja muito feliz, minha criança. E que quando voltar, que esteja trazendo um lindo presente em form
Uma semana depois...Lindsey MorganConforme orientação da obstetra, mantive-me afastada o máximo que pude do trabalho. Levi, coitado, estava subindo pelas paredes com as atrapalhadas de Paula, e, por duas vezes, eu tive que ir até lá ajudar. Ela é extremamente inteligente e o que não sabe, aprende muito rápido, mas, é igualmente estabanada como eu ou pior.Hoje eu retorno as atividades normais, mas como pela manhã estava tranquilo na empresa e apenas teria uma reunião importante agora à tarde, fui com a arquiteta resolver algumas coisas da reforma da casa nova. Escolhi a decoração do quartinho de Eva todo em tons pasteis de rosa e alguns móveis, brancos, também serão providenciados.Depois de um banho relaxante, me arrumo rapidamente e sigo para a cozinha para almoçar, prometi ao meu príncipe italiano que me alimentaria bem, estou proibida de comer fast food, salgados ou mesmo sair comendo pelo caminho ou em minha mesa de trabalho, como era costume meu. Opto por comer uma sopa bem l
Lindsey MartinelliMal posso acreditar em meus olhos.— Primo, eu preciso de você! — diz a voz quase inaudível.Eu olho incrédula para Kiara parada em nossa porta e logo em seguida, ela se joga nos braços de Levi que parece sem reação.— O que houve, estava chorando? — ele pergunta enquanto a conduz para o outro sofá disponível e os meus olhos recaem sobre a mala que ficou na porta.Depois de acomodá-la, ele vai até lá pegar sua bagagem e fecha a porta.— Mia bella, pode trazer um copo com água para ela, por favor? — dirige-se a mim, sua expressão é de preocupação.Saio do estado de choque ao ouvir suas palavras e apenas aceno com a cabeça, desligo a tv, me levanto, olho para Totó que antes estava deitado e agora está sentado sobre as patas traseiras e aceno que não, para ele ficar onde está. Ele deita-se novamente e eu caminho até a cozinha.Intrigada com a visita inesperada, penso que nem mesmo reencontrar Caleb depois de tanto tempo, me deixou tão sem reação.Geralmente é assim, qu
Levi MartinelliAceitei de primeira a sugestão de mia bella, pego a coleira de Picollo e saio para o ar frio da noite. Eu preciso pensar.A princípio quando vi minha prima na porta, com os olhos vermelhos pelo choro, imaginei que tivesse acontecido algo com a nonna ou algum outro membro da família, mas ouvir que ela estava doente me deixou igualmente preocupado. Sendo tão jovem, descobrir algo assim deve ser horrível e ainda mais sem poder se abrir com ninguém, acaba sendo um fardo muito grande para se carregar só, e sendo nós dois, muito próximos, me sinto no dever de ajudar no que for preciso.Ela não estará só, farei de tudo para ser o apoio que precisa neste momento. Imagino que pela cara de Lindsey, não será nada fácil, mas, ela vai ter que entender, trata-se de algo extremo.Suspiro! Sei bem o que está por vir, mia bella nunca escondeu sua antipatia por minha prima, e entendo suas razões. Por outro lado, não posso simplesmente dar às costas a Kiara e colocá-la em um quarto de ho
Lindsey MartinelliUma semana havia se passado, e se eu já sabia que seria difícil conviver debaixo do mesmo teto que Kiara, agora eu tinha certeza absoluta de que muito em breve cometeria um assassinato.Um não! Dois.Pois o meu limite de paciência com a lerdeza de Levi tinha atingido um nível perigosamente baixo.Olho para minha mesa de trabalho com uma pilha de relatórios, uns para serem arquivados, outros digitalizados e enviados para alguns diretores, outros para tirar cópia para a próxima reunião. Poderia muito bem pedir que Paula fizesse isso, mas depois da última confusão, onde alguns documentos foram parar onde não deveriam, eu mesma faço essa parte. Solto um suspiro frustrado.Levanto o olhar e Paula está concentrada em seu computador do outro lado, resolvo dar uma volta para dissipar um pouco a tensão. Eva parece sentir minha inquietação, pois não para de se mexer.— Paula, eu vou à copa tomar uma água e já volto — aviso.— Posso ir buscar se quiser — oferece prestativa.—
Lindsey MorganNos dias que se seguiram, todas as manhãs ela aparecia decentemente vestida, ou eu não a via. Acho que ela esperava que saíssemos para o trabalho para só então sair do quarto.Questionei Levi sobre o fato de ela ter insinuado que dormiu na cama dele e ele contou que um dia quando estava em viagem, ela apareceu no país sem avisar e acabou se instalando no quarto dele, segundo ele, ela achava que não tinha nenhum mal e que ele não se incomodaria, já que estava fora.Ruanita confirmou dois dias depois a história. Sem que eu perguntasse, ela começou...— Sobre aquilo que a insuportável falou outro dia... — assustada colocou a mão na boca. — Desculpe. A Srta. Martinelli...— Insuportável mesmo — falei sorrindo, ela me acompanhou.— Pois então, ela apareceu um dia quando o Sr. Martinelli não estava em casa, com aquele nariz em pé, dando ordens, parecia a dona da casa. Ficou no quarto dele, mas quando ele chegou, a tirou de lá e disse que ela tinha acesso livre a casa, menos a