Lindsey Martinelli
Quando me dei conta do que poderia ter acontecido e as implicações que o ato de Kiara provocaria, um tremor violento tomou todo o meu corpo e mesmo me forçando a inspirar e expirar, meus pulmões não me obedeciam e eu caí em um choro convulsivo.
Percebi vagamente o senhor Martinelli tentando me acalmar, enquanto sua esposa ia pegar água e sem que me desse conta, ele me conduziu até o meu quarto.
"Ia me livrar dela, jogando-a escada abaixo."
— a frase ecoava em minha cabeça repetida vezes.Procurei me sentar assim que senti uma forte tontura. Nunca tinha sentido um pavor tão grande em toda minha vida. Assim que Levi entrou, pisquei os olhos embaçados pelas lágrimas e me joguei em seus braços, o único lugar que me sentia segura naquele momento.
Quando Dra. Jules chegou, estremeci relemb
Lindsey MartinelliComeçamos a conversar amenidades, de repente, meu sogro puxa um assunto que me deixa completamente abismada.—Mamma, está sabendo o que houve com Pietro?— E o que é que suamammanão sabe? - minha sogra fala e noto certo deboche.Lançando um olhar duro em direção à minha sogra, ela responde.— Claro que sei. Estava lá quando tudo aconteceu. Você ficou sabendo como?— Julianna contou quando nos falamos esta tarde.— Pobre Pepe — minha sogra fala. Todos os olhares se voltam para ela.— Você já sabia? — meu sogro pergunta. Pelo jeito ele não devia ter compartilhado a informação com ela.— Obvio que sabia. Como acha que ela conseguia que ele fizesse favores sujos para ela? — anonna&n
Levi Martinelli— Encoste-se em mim hoje e eu faço picadinho de você — assim que fecho a porta e agarro seu corpo,mia bellame adverte, emburrada, me fazendo soltá-la de imediato. Ainda está brava comigo.— Tento protegê-la e em vez de ficar grata, está com raiva e ainda não recebo nenhuma recompensa?— Acha que devo recompensar você?— Exatamente — me aproximo e abraçando-a por trás, afundo o nariz em seus cabelos. — Sou um homem apaixonado que só quer o bem de sua esposa e filha.— Pensarei em uma recompensa para você pela manhã.— Pela manhã? Posso estar morto até lá — ela vira-se e me encara firme.— Não sabia que era adepto ao drama — pelo jeito ela não está para brincadeira hoje. Um homem tem que s
Levi MartinelliNervosa, ela aperta as mãos em seu colo. Levanta-se, mas se senta de novo e começa.— Anos atrás, algo semelhante aconteceu. Infelizmente a moça não teve a mesma sorte de Lindsey — faz uma pausa, meus irmãos e eu nos entreolhamos.—Mamma, não sei o porquê de trazer esse assunto agora — meu pai insiste, parece desconfortável.— Como falei há alguns dias, tem coisas que você desconhece e para chegar nessa informação, temos que falar desde o início — anonnadiz, seu semblante muito sério. — Até porque, você conhece o filho que tem. — olha para mim. — E ele não irá sossegar enquanto não souber tudo e eu não pretendo esconder mais nada.Pelo canto do olho vejo minha mãe se movimentar em s
Levi MartinelliEu estava transtornado com tudo o que ouvi. Tenho pouca lembrança do meu avô, mas custo a acreditar que aquele homem miúdo, de semblante calmo e risonho, que costumava levar a mim e ao meu irmão em passeios pela Quinta e por várias regiões da Itália, descobrindo grutas e termais em nossa infância, como se estivéssemosdesbravando terras escondidas, tivesse tido a capacidade de fazer algo tão terrível. Convivemos pouco com ele, mas aqueles anos foram tão incríveis que me fere o fato de saber que ele foi capaz de causar tamanha dor em meu pai. E pior, nunca assumiu a culpa, deixando a filha carregar um fardo que não era seu.Ferido, indignado e desacreditado, fecho meus olhos, me recusando a acreditar em tudo aquilo, mas não havia como negar. Os fatos foram expostos e não tinha como refutar.Vivi algo semelhante dias atr&
Levi Martinelli— Ela não quis nos conhecer? — Julianna pergunta.—Não banalize o que houvesorella mia. Deve ter sido muito difícil para ela saber de tudo — Lorenzo completa.— De fato foi, soube mais tarde que ela cresceu sabendo o que aconteceu, cada detalhe — anonnadiz. — Tudo que fiz foi para protegê-la do ódio do meu irmão que era obcecadopela tradição e estava disposto a tudo para não macular a imagem dos Martinelli. Depois de alguns anos, ela compreendeu e permitiu que essa velha conhecesse seuspronipotis(bisnetos), porém, ainda não se sentia pronta para uma aproximação e, seu marido, um homem influente naquele país, muito protetor, pediu que eu desse um tempo e que quando se sentisse preparada, ela conheceria a outra pa
Lindsey Martinelli— Agora quer me falar o que aconteceu?Sentei ao seu lado e ele começou a me contar tudo. Mesmo não querendo deixar transparecer, me vi chocada em muitos momentos com tudo o que ouvia. O que sua mãe fez no passado, a semelhança com tudo o que vivi e por fim, veio a compreensão do porquê minha sogra sempre me tratou mal, suas ofensas, o jeito de me olhar.Mesmo não sendo justificável, era compreensível seu comportamento.Levi continuou relatando tudo até chegar no assunto "outra irmã", mas o que estava deixando-o consternado, era o comportamento danonnaem relação a tudo. Pelo que percebi, de alguma forma, ele a culpava por omissão. Talvez tivesse razão, mas não cabia a nós julgar o que a levou a ter o comportamento que teve.— Não posso aceitar isso não &
Guilhermina Pia (nonna)— O que disse?— Eu disse...— Eu sei o que disse — corto, nervosa. Não contava com essa. — Como descobriu? Quando?— Uma noite quando estávamosno Canadá, meu pai e eu. Ele começou a me contar do quanto se amaram antes da senhora se casar com seu primeiro marido. Como a paixão entre vocês era forte e como sofreram com a separação. Ele disse que tinha certeza de que ficariam juntos, porque desconfiava de que estivesse grávida, tinha presenciado quando passou mal por duas vezes. Mas como nunca lhe contou, achou que fosse coisa da sua cabeça — abismada, tapei a boca em choque. — Começamos a comparar nossas semelhanças e um dia resolvemos fazer o teste, que deu aquilo que já desconfiávamos, éramos pai e filho.— Por que nunca me contaram?—&
Quinze dias depois...Levi MartinelliDeitado na cama, só de bermuda, o peito nu emia bellaenroscada à mim em um sono profundo depois de tanto dançar com a pequena Lupita, ela estava feliz e isso me deixava satisfeito. Olhei para o lado, sentia a brisa leve que atravessava a janela por entre as cortinas que balançavam como se estivesse sendo embalada pela melodia que ainda tocava ao longe. Perto, apenas os sons de alguns animais noturnos.Coloco o braço livre por baixo da cabeça, sobre o travesseiro e penso em como os dias tem se passado ligeiro aqui nesse paraíso.Após conversar com meus irmãos, depois que saí da biblioteca onde deixei anonna, ainda com meu pai, resolvemos que viríamos o quanto antes conhecer nossa irmã e deixar claro que ela seria bem-vinda em nossa família, foi só o tempo de entrar em conta