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"Precisamos ir Carina. Já nos atrasamos muito, preciso resolver algumas coisas da empresa do meu pai. " Ele falava enquanto pegava as malas apressado.

Carina estava calma apesar da pressão que Bruno estava fazendo. Antes de sair pelo quarto ela segurou a mão da irmã.

"Mantém contato comigo. Só estou fazendo isso porque precisamos do dinheiro. Mas logo eu volto para te buscar, ai sim vamos poder morar juntas."

Bella parecia estar com os olhos cheios de lágrimas, mas estava tentando disfarçar.

"Se cuida, eu não quero que você se preocupe comigo, eu confio que você vai voltar. "

Carina estava com o coração apertado. Sua irmã foi abandonada pela segunda vez. Ela se lembrou do dia em que a mãe foi embora. Foi exatamente assim, com a promessa que voltaria. Ainda na porta ela se virou novamente para Bella.

"Eu prometo que volto."

Carina deixou o quarto em direção à sala da irmã Telma. Estava com pressa, mas não poderia sair sem se despedir. Ao entrar na sala, a encontrou vazia. Carina verificou o horário e já estava tarde. "Estranho ela é sempre a primeira a acordar. " Ela pensava enquanto se aproximava da mesa.

Ao observar uma caixa pequena, com detalhes dourados em cima da mesa, ela sentiu que aquilo era estranhamente familiar. Em cima tinha um pequeno bilhete.

"Soube que vai partir hoje. Eu cuidei de você com muito amor, mas entendo que é hora de você partir. Me perdoe por não estar aqui, precisei resolver alguns assuntos na cidade ao lado. Isso que está embaixo é um porta jóias. Pertencia a sua mãe, e ela deixou para você. Não pude te entregar antes porque a ordem era para que eu te desse assim que você partisse. Boa sorte na sua nova vida."

O coração de Carina disparou. Todos esses anos ela sentiu falta de ter algum objeto que a ligasse à mãe. Apesar dos presentes que Silvia mandava, nada se comparava a algo dela, e aquilo estava ali o tempo todo, só esperando sua partida. "

Carina sentou na cadeira durante um minutos após sentir sua pressão cair. Seus sentimentos eram uma mistura de raiva e compaixão. Ela segurou o porta jóias na mão, porém não conseguiu abrir ali. Seria muitas emoções e naquele momento não tinha tempo para chorar.

Ao sair, Bruno já estava a esperando dentro do carro, parecia impaciente batendo a mão frequentemente no volante.

"Me desculpe, precisei pegar isso. Agora podemos ir. " Ela falou ao bater a porta do carro.

Ela percebia que Bruno a olhava, até que ele rompeu o silêncio.

"Você está bem? Parece pálida. Vamos parar para tomar um café. " Ele disse assim um tom preocupado.

"Estou bem. " Ela firmou a caixa em sua mão. " não quero te atrasar, deve ter coisas para fazer. "

"Na verdade eu dispensei todos os meus compromissos hoje. Quero te conhecer melhor, já que vamos passar tantos dias juntos." Ele disse com meio sorriso nos lábios.

Carina a olhou intrigada. "Você é sempre assim?"

"Assim como? " Ele tirou o sorriso do rosto.

"Você está sempre mudando de humor muito rápido. Mas pensando bem, acho que precisamos mesmo de um tempo para nós conhecer melhor. "

"Acho que tem razão. Na verdade você está de humor umas 5 vezes ao dia." Ele disse dando risadas.

Não demorou para que chegasse a uma grande cafeteira à volta do Central Park. Ao estacionou ela se lembrou que era exatamente o caminho que fazia todos os dias para ir ao trabalho.

Sua vontade em dias ensolarados era passar naquela cafeteira, e tomar um banho café. Era a mais cara, mas diziam que era a mulher da região. Ela nunca ousou pôr os pés ali. Mas as coisas estavam mudando.

"O que foi? Não vai entrar? " Ele perguntou após parar ao seu lado na porta da loja. A porta automática abria e fechava.

"Vou, desculpa. Só estava pensando um pouco. Sempre tive vontade de entrar aqui." Seu rosto ficou vermelho.

Ele pegou a mão dela e a levou para uma mesa reservada no final do café.

"Espero que esteja com fome, porque eu vou pedir muita coisa. " Ele falou já chamando o garçom.

"Preciso de todas as camisas dessa lista. E o maior copo do melhor café de vocês por favor. "

Carina parecia indignada. Após o garçom sair ela disse em uma tom de voz nada amistoso.

"Eu disse que nunca comi aqui. Não que eu nunca comi na vida ou que estou passando fome. "

"Eu sinto muito. Não quis te ofender, apenas quero que experimente. Eles têm as melhores refeições da região, você deve ter escutado falar. " Ele falou enquanto pegava a mão dele, mas dessa vez ele só percebeu isso depois.

Ao sentir o toque do Bruno, ela se acalmou, após ouvir o pedido de desculpas ela se sentiu envergonhada.

"Quero te levar para jantar jantar um lugar especial hoje. Vamos ter que começar a frequentar lugares elegantes. Até porque ao chegar na Itália, vamos ter que nos misturar à elite. "

Carina assentiu, mas percebeu que Bruno ainda a olhava.

"Quer dizer mais alguma coisa?" Ela disse com um sorriso no rosto. Não queria parecer grossa diante a ele. Mas aqueles momentos a deixava constrangida, ele sempre estava olhando nos seus olhos.

Antes que ele pudesse falar, o celular de Bruno tocou novamente. E ele atendeu ali mesmo.

"Já disse que não temos mais o que conversar. Você não tem mais o que fazer?" Após Após surto de raiva ele desligou.

Carina ficou curiosa. "O que deixou ele tão nervoso assim." Ela pensava, enquanto o observava, ele ainda estava bufando sobre a mesa.

"Você está com problemas? Alguém está sendo insistente."

Ele a olhou nos olhos novamente e pegou sua mão.

"É a minha ex-namorada, ela que reatar mas para mim já terminou. "

Carina não sabia se ficava preocupada ou aliviada por saber que ele tinha uma namorada, mas que já tinha rompido o relacionamento.

"Se eu perguntar o que aconteceu, vou parecer inconveniente?" Ela deu um sorriso meio tímido.

"Não é nada que deva se preocupar. Apenas não deu certo… E olha só, nossa comida chegou." Ele falou rapidamente, sem dar muitas oportunidades para perguntas.

Carina suspirou. "Ao menos não me interessei por alguém comprometido. "

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