Capítulo 81Com o passar das semanas, Clayton soube por meio de Marcus que sua neta havia nascido. Embora ele preferisse netos homens, a ideia de ter uma neta não lhe pareceu tão ruim. Afinal, pensou, o destino dela poderia ser semelhante ao da mãe.Alguns dias depois, uma ideia surgiu em sua mente. Ele começou a planejar como poderia recuperar sua filha e agora também sua neta, com a intenção de vendê-las por um bom preço. Estava confiante de que não demoraria muito para sair da cadeia. O advogado de Marcus estava preparando um novo processo, alegando que Clayton não havia matado ninguém para justificar uma sentença tão longa.Clayton não conseguia pensar em outra coisa além de seu plano sombrio. Ele passava os dias na prisão arquitetando cada detalhe, convencido de que sua liberdade estava próxima. A confiança em seu advogado, contratado por Marcus, lhe dava a certeza de que em breve estaria do lado de fora, pronto para executar suas novas intenções.Enquanto isso, fora dos muros da
Capítulo 82Certo dia, Charlotte saiu com Emma, que agora estava noiva de Austin, seu cunhado. As duas estavam levando os bebês para as consultas de rotina. Ao chegarem ao posto de saúde e estacionarem o carro, Charlotte percebeu três veículos pretos com insulfilm escuro se aproximando. Um dos carros parou atrás do dela, outro à frente, e o terceiro se posicionou ao lado. Cinco homens saíram dos veículos e se aproximaram rapidamente.Matthew, que estava caminhando devagar ao lado de Emma, parou e olhou para os homens, ainda equilibrando-se. Ao perceber a ameaça, Emma correu até Charlotte, que segurava Maddie firmemente.Charlotte, tentando proteger as crianças, empurrou Emma para que pegasse Matthew e corresse, mas os homens foram mais rápidos. Eles agarraram Charlotte antes que ela pudesse reagir. Em um ato de desespero, Charlotte conseguiu entregar Maddie para Emma antes de ser puxada à força em direção ao carro preto.— Charlotte! Não! Ah, Deus!Os homens sumiram com Charlotte, dei
Capítulo 83A dor na casa Colt era quase palpável. Jack estava arrasado, ainda nos braços do irmão, enquanto Austin tentava de todas as maneiras possíveis ser uma rocha firme em meio ao caos que havia se instalado. Porém, o peso do desespero parecia demais para suportar, até mesmo para ele.No andar de cima, no quarto de Maddie, a cena não era menos angustiante. Emma estava abraçada a Julieta, tentando, de alguma forma, encontrar conforto em seu abraço. Ela soluçava, suas lágrimas encharcando a blusa dela enquanto repetia a mesma frase, sem parar:- Isso não podia ter acontecido... Não podia... Charlotte, por favor, volta pra gente... Por favor...Ela tremia, sua voz embargada e carregada de uma emoção que ela não conseguia controlar. A realidade do que havia acontecido, o sequestro brutal e repentino, esmagava seus pensamentos, deixando-a em um estado de completo desespero. Era como se o chão tivesse sido arrancado debaixo de seus pés.Ronald, havia visto o estado em que Emma se enco
Capítulo 84Charlotte permanecia no quarto onde havia sido mantida prisioneira. Sentada no chão, encostada na cama, ela olhava fixamente para a janela. A luz suave do entardecer pintava sombras pelo quarto, mas tudo que Charlotte conseguia ver era o vazio. O vazio de não ter sua filha nos braços, de não saber se Jack estava bem, de sentir sua vida desmoronar lentamente.Ela tentou ser forte, tentou manter a esperança viva, mas a dor em seu peito era esmagadora. A cada minuto que passava, a desesperança se enraizava mais profundamente, corroendo o que restava de sua resistência. Finalmente, o muro que ela havia erguido para se proteger desmoronou, e Charlotte se entregou às lágrimas. Elas vinham em torrentes, soluços intensos que sacudiam seu corpo enquanto o lamento silencioso se transformava em gritos sufocados.Chorou por tudo: pela filha que ela não sabia se voltaria a ver, pelo marido, por si mesma, que estava presa em um pesadelo sem fim. As horas passaram, e a exaustão finalment
Capítulo 85Uma corrida contra o tempo se iniciou. O capanga encarregado de buscar o médico pegou sua arma mais confiável e convocou o motorista para irem rapidamente até a casa do melhor médico da cidade. Eles precisavam agir depressa. O médico estava descansando após um plantão exaustivo de doze horas, mas seu descanso seria bruscamente interrompido.O carro derrapou na frente da casa do médico, os faróis altos iluminando tudo. O barulho dos pneus e dos freios fez o médico saltar da cama, pensando que um carro havia perdido o controle e invadido sua casa.Sem esperar, os capangas chutaram a porta com força, quebrando o batente e invadindo o local. A mãe do médico, que estava lavando a louça do jantar, soltou um grito de desespero ao ver os homens armados entrarem.— O que vocês querem? Vão embora! — ela gritou, a voz trêmula de medo.— Onde está o doutor? — um dos capangas perguntou, o olhar frio e impiedoso.— O meu filho? — ela perguntou, o olhar fixo na arma que agora apontava pa
Capítulo 86Charlotte piscou várias vezes, tentando ajustar sua visão ao ambiente ao seu redor. As paredes do quarto eram luxuosas, cobertas por um papel de parede caro, e o mobiliário ao seu redor claramente indicava que ela não estava em um hospital comum. Uma sensação de desconforto tomou conta dela, e a incerteza logo se transformou em receio.Ela olhou para o médico, que ainda estava ao seu lado, observando-a atentamente.— Onde... onde estou? — perguntou com a voz rouca, ainda fraca pelo esforço de se manter acordada.O médico hesitou por um momento, como se buscasse as palavras certas.— Você está na mansão do seu... namorado ou marido, não sei exatamente qual é a relação de vocês — respondeu ele, cauteloso.Uma onda de confusão passou pelos olhos de Charlotte. Ela franziu o cenho, sentindo uma crescente inquietação.— Qual é o nome dele? — perguntou, sua voz mais firme dessa vez, embora a ansiedade estivesse evidente. — Ele se chama Jack?O médico pareceu surpreso pela pergunt
Capítulo 87Charlotte sorria suavemente em seu sono, um sorriso tranquilo que revelava um vislumbre de paz. O médico a observava com atenção enquanto a examinava. Usou um tom mais baixo de sua voz, para não acordar a paciente enquanto conversava com a enfermeira.— Ela não conversou muito, doutor, parecia tão confusa. O corpo dela não a deixa ficar muito tempo acordada.— Não se preocupe. Esse sono excessivo é um reflexo natural da recuperação, e ela vai se recuperar mais rápido do que imaginamos. A cicatriz na cabeça está bem fechada, sem sinais de infecção. Logo, os cabelos vão crescer novamente no local e a cicatriz será praticamente invisível. Quando ela acordar, converse com calma, talvez acorde menos confusa e ajude a se lembrar onde está. Vou reduzir as medicações; isso deve diminuir o sono e permitir que ela se recupere completamente. O desmame dos medicamentos será gradual, já que ela esteve muito tempo dependente deles e dos aparelhos.— Sim, doutor. Farei como orientado.—
Capítulo 88Charlotte estava sentada em uma cama macia, com um vestido leve que a fazia sentir-se um pouco mais confortável, apesar de estar em um lugar estranho e intimidante. O médico havia finalmente dado permissão para que ela se levantasse e também participasse do jantar com o anfitrião da casa.Embora suas pernas ainda estivessem um pouco instáveis, foi andando ao lado da enfermeira para finalmente descobrir onde está e como foi parar ali. Ela foi levada até uma sala e ficou aguardando sentada observando a decoração do local.Marcus entrou na sala com uma postura impecável, um terno escuro que combinava com sua aura de controle absoluto. Ele tinha um olhar calculista, mas hoje havia algo diferente em seu rosto, um leve sorriso que não parecia naturalEle estava pronto para informar Charlotte sobre algumas verdades que ela ainda não conhecia após ter recuperado a memória. Como sabia disso? O idiota do Clayton sempre lhe contava tudo e pelos últimos acontecimentos e o jeito difere