Capítulo 17Uma semana após o casamento, Jack voltou à sua rotina na fazenda. Mas a tranquilidade foi interrompida pela chegada inesperada de Clayton assim que ele saía para trabalhar.Da varanda, Jack observou Clayton estacionar seu carro de qualquer jeito e sair do veículo com um sorriso cínico nos lábios.- O que você está fazendo aqui, Clayton? - Jack perguntou, visivelmente irritado, enquanto descia os três degraus da varanda.- Precisamos conversar, Jack - Clayton respondeu, tentando manter a compostura.Charlotte, que estava na área gourmet, sentiu um calafrio ao ouvir a voz do pai. As memórias dos abusos ressurgiram, mas ela tentou manter a calma. Julieta olhou para ela preocupada e segurou sua mão suavemente.- O que você quer? - Jack perguntou, cruzando os braços com desagrado.- Vim ver como minha filha está se ajustando à nova vida - Clayton disse, forçando um sorriso.Jack lançou um olhar protetor para a área gourmet onde Charlotte estava, esperando que ela não estivesse
Capítulo 18No dia seguinte, a rotina na fazenda parecia ter retornado ao normal.- O que vamos fazer hoje? - perguntou Charlotte enquanto caminhavam pelo campo.- Pensei em mostrar a você como funciona a colheita de algodão. É uma das partes mais importantes da nossa produção - Jack respondeu, segurando a mão dela."A vida com Jack é tão diferente... Não vou me cansar de pensar em como tive sorte em encontrá-lo. Ele me protege e ainda me dá todo amor e respeito do mundo. Minha única dúvida e receio é sobre Amanda. Mas acredito que, se tiveram algo, isso está no passado."Quando chegaram aos campos, Jack começou a explicar todo o processo, desde a preparação da terra ao plantio e, por fim, à colheita. Charlotte ouvia atentamente, fascinada por cada detalhe.- É um trabalho duro, mas recompensador - disse Jack, olhando para ela com um sorriso.Charlotte sorriu de volta, sentindo-se mais conectada a ele a cada dia.Enquanto isso, na cidade, Clayton estava em um bar, planejando seu próxi
Capítulo 19Após o momento de intimidade, Jack e Charlotte se recomporam e prepararam juntos o que faltava do café da manhã. A maioria das vezes tomavam café com os demais, mas tinha dias que Jack gostava de preparar o café, principalmente com ela por perto para beijá-la a todo instante e apertar o traseiro que tanto o fascinava.Enquanto tomavam café, Jack recebeu uma mensagem de um de seus funcionários, informando que haveria uma inspeção nas colheitas de algodão. Ele se levantou da mesa e colocou o chapéu, preparando-se para mais um dia de trabalho.- Preciso verificar as colheitas. Você quer vir comigo ou prefere descansar um pouco mais? - perguntou Jack, carinhosamente.- Vou com você. Quero aprender mais sobre a fazenda - respondeu Charlotte, determinada.Os dois seguiram juntos para os campos, onde Jack mostrava os procedimentos de inspeção. Ele explicava detalhadamente cada passo, e Charlotte ouvia com atenção, absorvendo todas as informações.Enquanto isso, Clayton acordava c
Capítulo 20Clayton saiu do encontro com os ladrões assassinos com um sorriso sinistro no rosto. Sentia-se invencível, certo de que havia encontrado a solução para seus problemas. Entrou no carro e dirigiu até o bar da cidade, onde planejava celebrar sua suposta "vitória" com uma boa bebedeira.No bar, Clayton encontrou seu lugar habitual e pediu uma rodada de tequila. Com cada gole, sua satisfação aumentava. Ele ria consigo mesmo, pensando na ironia de ter encomendado a morte de Jack sem sujar as próprias mãos.Após várias doses, Clayton tentava manter os olhos abertos, mas o gosto amargo na boca e a saliva espessa no canto dos lábios o incomodavam. Passando os dedos pelos olhos, percebeu que estavam cheios de remelas, resultado de ter esquecido de lavar o rosto e escovar os dentes, como de costume. Além disso, ainda vestia a mesma roupa suada e fedorenta do dia anterior, embora ele próprio não se importasse com o cheiro.Olhando ao redor, Clayton avistou uma das garçonetes. Observou
Capítulo 21Charlotte teve dificuldade em parar de ler antes do almoço; a história era incrível. Relutantemente, fechou o livro e foi almoçar com Jack. Durante a refeição, ela estava animada, comentando sobre os personagens e os acontecimentos do livro para o marido. Jack sorria, contente por vê-la tão feliz.Após o almoço, Jack saiu para consertar a cerca junto com Jesse, que ficava perto da casa. Charlotte aproveitou para continuar a leitura na varanda e mergulhar novamente no mundo literário.Ela estava profundamente imersa na história quando, de repente, percebeu dois homens desconhecidos na varanda, rindo para ela. Charlotte largou o livro e olhou ao redor, confusa e assustada.Ela se levantou rapidamente e tentou correr, o coração batendo acelerado, mas os homens se moveram mais rápido, bloqueando sua fuga. Um deles, um homem alto e robusto, segurou seu braço firmemente, enquanto o outro, mais baixo e com uma expressão ameaçadora, se aproximou ainda mais.— Calma, moça — disse o
Capítulo 22A xerife Victoria Colt estacionou o carro no estacionamento da delegacia. Ela saiu do veículo segurando seu chapéu, respirou fundo algumas vezes antes de colocá-lo na cabeça e adentrar o prédio. Sabia que havia muitos problemas esperando por ela para resolver.Desde que retornara ao Texas para se tornar xerife, sua vida se tornara uma série interminável de desafios. Não havia um momento de paz, nenhum descanso. Em seus trinta e seis anos de vida, sempre sonhara em liderar a cidade como xerife, e agora seu sonho se realizara, mas às custas de um ritmo de vida frenético e exigente.A xerife respirou fundo enquanto entrava na delegacia com seu típico ar autoritário. Ela perguntou se havia algo urgente para ela resolver enquanto se sentava à frente de sua mesa e iniciava o desbloqueio do computador.- Temos os detentos que vieram da Fazenda Colt e outro que foi preso após apertar o traseiro de uma jovem menor.- O que? - exclamou indignada, pois nunca tinha ouvido falar desse
Capítulo 23Clayton estava sentado na cela, remoendo sua situação, quando ouviu passos firmes ecoando pelo corredor. A porta de metal rangeu e a xerife apareceu com uma expressão severa, acompanhada de um homem de terno impecável.- Boa tarde, senhor Houston - disse o homem, ajeitando os óculos de uma forma desajeitada. - Sou Richard O'Connor, seu advogado.Clayton levantou-se rapidamente, sentindo alívio por finalmente estar a um passo de sair desse inferno e não precisar ver mais a cara da xerife ranzinza.- Como conseguiu entrar tão rápido? - perguntou num tom de alívio profundo.- Quando há dinheiro envolvido, tudo se resolve rapidamente - respondeu Richard com um sorriso frio. - Vamos tirá-lo daqui.Victoria olhou para Clayton com desdém antes de destrancar a cela. - Ele está sob sua responsabilidade agora, advogado. Se ele fugir, será o senhor que irá responder por isso.- Não se preocupe, xerife - disse Richard, entregando alguns documentos e arrumando novamente os óculos. - T
Capítulo 24Clayton observava a noite cair da imensa janela em seu escritório. Precisava desesperadamente do dinheiro que Jack lhe devia para pagar um agiota que o estava cobrando há dias. O agiota havia deixado claro que, se não recebesse o pagamento até o fim da semana, Clayton poderia se considerar um homem morto. A ansiedade consumia-o, pois não sabia como explicar que só teria a quantia na segunda-feira.Seu corpo e mente estavam tão tensos que, mesmo com a cara toda esfolada e um novo curativo no nariz, decidiu sair para tentar aliviar a tensão. Foi até a sala, pegou as chaves da sua 4x4 e saiu sem um destino certo. Dirigiu em direção à cidade, esperando que o ar noturno e a sensação de movimento pudessem clarear seus pensamentos e proporcionar algum alívio.Enquanto dirigia pelas estradas escuras, os faróis de seu carro cortando a escuridão, Clayton refletia sobre as opções que lhe restavam. Sabia que precisava encontrar uma solução rapidamente, mas cada ideia que surgia pareci