Vlad observou enquanto a fêmea seguia correndo para a estrada, a raiva por ela ter parado a cerimônia o fez desviar o caminho de seu cavalo abandonando alguns de seus parentes que seguiam para a sua propriedade.
seguiu a jovem curioso de para onde ela corria tão rápido.Vlad avistou-a entrando na estrada e para não ser percebido deixou seu cavalo preso em uma árvore e continuou a pé se esgueirando pelas árvores, observou-a enquanto corria, seus cabelos negros esvoaçantes ao sol, seu corpo esguio era uma bela visão reconheceu ele.De repente ela parou em frente a árvore que todos chamavam Enah, Vlad caminhou mais alguns passos e se ocultou em outra árvore enquanto observou atentamente a fêmea se ajoelhar diante da árvore e chorar.Alice não conseguia conter as lágrimas, Enah mesmo que não respondesse representada algo para ela, uma espécie de conforto do qual ela sempre precisou.Ela repetiu em sua mente novamente o som das chibatas, aquilo a dilacerava...James na infância de Armeni, o direito de crescer no castelo do Supremo Alfa Clayton Chase era uma honra imensamente para qualquer clã, e James merecia aquela honra.Alice se lembrou da última vez que o havia visto, em sua partida do castelo.Ela estava agarrada na barra da saia de sua madrinha enquanto esta chorava ao ver o único filho partir para tão longe, partindo para o centro da Ilha do corvo, James era apenas uma criança e mesmo assim nunca deixou que as outras crianças a machucassem.Alice olhou para a cicatriz em seu dedo, uma linha branca. Após a partida de James aconteceu o festival da deusa Luna, ela se recobrou do menino que cortou seu dedo com uma faca. M*****a Nask, ele disse.Foi naquele momento que ela percebeu que teria que aprender a se defender sozinha, ou não sobreviveria naquele castelo.Ela secou as lágrimas e se levantou determinada a não derramar mais lágrimas, James estava ferido e o mínimo que ela poderia fazer era ajudar o curandeiro Patrick com pomadas curativas, não ficar perdendo tempo chorando com o que já aconteceu.Quando ela se virou para voltar para a estrada ficou paralisada ao se deparar com a figura de Vlad parado a sua frente, ele estava a olhando parecendo intrigado.Ela ficou assombrada ao perceber que a estrada estava quase vazia, exceto por outra carruagem que passava. Vlad a fitava com seus olhos castanhos enigmáticos, ele mudou o peso de uma perna para a outra e perguntou:— Por quê?Ela piscou e olhou ao redor desconfortável, passou as mãos no rosto tentando tirar os vestígios das lágrimas, era constrangedor imaginar a quanto tempo ele estava a observando. Além de ser perigoso estar sozinha com ele, Vlad sempre a atormentou, a cicatriz em seu dedo foi só a primeira vez.Ela ignorou sua pergunta e avançou a passos largos de volta a estrada, ele a segurou pelo braço, sua mão se fechando ao redor de sua pele.Alice lutou contra ele o empurrando, Vlad sorriu e a empurrou para dentro da floresta enquanto Alice gritava e acertava socos nele, ele gargalhava. Segundos depois a jogou sobre suas costas a mantendo firme.Ela gritou desesperada desejando com todas as suas forças que alguém a ouvisse, qualquer um, não conseguia ver quase nada de para onde estavam indo, já que estava de cabeça para baixo, ela bateu com todas as suas forças nas costas de Vlad, era como bater em uma pedra. Ela não causou nenhuma dano a ele. De repente ele parou de caminhar e a colocou no chão, seus olhares se encontraram e o que ela viu a assustou. Vlad a olhava com desejo, um desejo primitivo...Seu coração acelerou ainda mais ao perceber que provavelmente ele a havia trazido para dentro da floresta para violenta-la, e por ser uma Nask, mesmo sendo uma adotada pela senhora do castelo pela lei ela só pertenceria a um clã e algum macho a reivindicasse. Vlad a via como uma fêmea que poderia abusar sem a ver consequências.Ela tentou empurra-lo, mas ele a empurrou de volta a segurando em uma árvore, encurralando ela e pressionando seu corpo, fez tudo isso sem tirar seus olhos de seu rosto.— Por que se jogou na frente do chicote?Ela ignorou sua pergunta novamente.— Não pode abusar de mim. Terá consequências. — tentou apelar para seu bom-senso mesmo que parecesse que ele não tinha nenhum.Vlad segurou em seu rosto a obrigando olhar em seus olhos e com uma gélida disse:— Não importa se a companheira do Alfa a trate como seu bichinho de estimação, ou que o pequeno Oriedreh a defende por pena. Ainda é uma Nask. Sem pai, ou clã. Sem origem. Sem lar. Se eu quiser toma-la para mim, assim eu o farei.Aquelas palavras cortaram tão profundamente que ela não conseguiu impedir as lágrimas de rolarem por seu rosto, ela sabia que Vlad era um macho cruel e sórdido. Mas naquele caso ele não era um mentiroso. A verdade daquelas palavras atingiu seu coração como fogo! a fazendo queimar de dentro para fora, porque era exatamente aquilo que ela era. Uma órfã.James devia sentir pena dela. Sua madrinha sentia compaixão, mas por mais que ela a servisse e amasse jamais poderia chama-la de mãe, aquela honra era apenas para filhos de sangue...Vlad a soltou.E ela correu sem olhar para trás.James abriu os olhos ao ouvir o som da voz de sua mãe, quando Katherine percebeu que seu filho estava acordado imediatamente se levantou na cadeira onde estava, o macho se sentou com dificuldade e percebeu que já era noite.— Mãe devia estar descansando...Katherine discordou imediatamente do filho dizendo-lhe o quanto partia seu coração vê-lo ferido, ficou cerca de meia hora tentando fazer com que ele se alimentasse, e se perguntando onde estava Patrick que já devia ter lhe trocado os curativos das costas.James finalmente conseguiu convencê-la a ir se deitar, ele fez isso apelando para o bem-estar do bebê que ela carregava.Quando Katherine abriu a porta se deparou com Alice segurando alguns panos de algodão limpos e a tigela com a pomada para os ferimentos.Alice olhou para sua madrinha, seus olhos se iluminaram ao perceber que Alice trocaria os curativos.Ela tranquilizou Katherine informando que cuidaria de James, o remédio havia sido feito pelo próprio curandeiro, no entanto ela se ofereceu para passar nas feridas de James. Katherine a abraçou e os deixou a sós.Alice colocou as coisas sobre uma mesa e começou a preparar o remédio para James, fez isso de costas de modo que não tivesse que olhar nos olhos dele. As palavras de Vlad ditas na floresta ainda queimavam em seu coração, quando ela se virou para caminhar até a cama tentou manter o olhar aos pés da grande cama, infelizmente não conseguiu.Aqueles olhos verdes-profundos reivindicaram seu olhar, como um magnetismo ela se viu sendo puxada para ele, para seus olhos que a encaravam com intensidade.Seu coração se acelerou e ela deixou que a tigela de vidro com o remédio caísse ao chão se quebrando, Alice se ajoelhou tentando limpar ao menos um pouco da bagunça quando mãos seguraram as suas.Ela levantou o olhar e viu novamente aqueles olhos...— Não queria ter partido. — murmurou ele.Olá leitores se está gostando avalie para mais capítulos!
— Era seu destino. — respondeu ela puxando suas mãos das dele e tentou se levantar quando James puxou suas mãos novamente e a fez ficar onde estava. Ela quase paralisou com aquela ousadia dele, estava machucado e ainda assim havia saltado da cama.Ela tentou puxar suas mãos das deles, James segurou firme e disse:— Sinto muito por partir. O que ele estava fazendo se desculpando por aquilo? James havia cumprido seu destino como Oriedreh, seu pai havia sido presenteado pelo próprio Supremo com a honra de que seu primeiro filho teria um lugar na Alcateia do próximo Supremo, ele era jovem de mais e não tinha nenhum poder para decidir ficar. Ainda assim ele segurava suas mãos agora e a encarava com seus olhos verdes se desculpando. Anos haviam se passado...De repente sua mente foi transportada para o passado...Ela viu ambos ainda apenas duas crianças, Alice olhava para a árvore e suas mãos tremiam, o vento rugia e a lua subia alta no céu, ela acreditou estar sozinha. Deixou que toda a do
James ouviu as palavras da fêmea e foi inegável que aquilo o incomodou. De alguma forma ele queria que Alice ainda não houvesse conhecido nenhum macho daquela forma, o que não fazia nenhum sentido já que ele mesmo estando com John conheceu diversas fêmeas, no entanto, só de imaginar Alice nos braços de um macho ele trincou os dentes. De alguma maneira ele sabia que aquele macho não foi bom para ela, e isso o incomodava como se facas o perfurassem, Alice havia sofrido toda sua vida e pelo menos aquele momento deveria ser com alguém que a amasse, que ficasse no mínimo a tornando sua.James se recusava a olhar para ela como uma fêmea que um macho se deitou e foi embora, sabia em seu coração que Alice queria se cuidada, e ela merecia isso. Ele virou e quando seus olhares se encontraram seu coração se apertou ao ver a vergonha e fragilidade marcada em seu olhar.— Me conte, Alice.Alice respirou fundo e se sentou na cama, seus olhos ardiam com as lágrimas se formando e ela não sabia até qua
Jenny abraçou Alice fortemente, seu coração doeu ao ouvir a história de sua melhor amiga, Jenny já desconfiava haver algo de errado com Alice, seu sorriso sempre tão caloroso já não era mais o mesmo, seu olhar continha uma tristeza profunda da qual ela não sabia explicar, sempre julgou que fosse devido a sua condição de Nask, para os lobos pertencer a um clã era muito importante, aqueles que não se adequavam a isso eram vistos de maneira diferente, os bastardos sofriam ainda mais, a força de um lobo era seu clã, sua alcateia. Era uma realidade cruel e impossível de mudar.— Por que não me contou Alice?Alice ouviu a pergunta de Jenny enquanto mergulhava seu rosto no ombro de sua amiga, a vergonha pelo, o que havia feito no passado a consumindo pouco a pouco, seu coração estava com uma mancha desonrosa. Todo o seu corpo estremeceu ao se lembrar tão nitidamente de como havia se entregado... Como poderia ter sido tão ingênua ao ponto de acreditar que um Alfa a desejaria como companheira?
Alice soltou imediatamente as mãos de Jenny, ficou paralisada com a pergunta repentina. Não imaginou que Jenny perguntaria aquilo, e sinceramente não havia pensado sobre a resposta, no entanto, não poderia negar que existiam sentimentos em relação ao Oriedreh que fez parte de sua infância e o fato dele ser o único macho que confiava aumentava esses sentimentos, porém se imaginar tendo alguma chance com ele ou se permitindo apaixonar era um erro que nunca mais cometeria. Já havia aprendido sua lição com Ahmet, não que ela acreditasse que James era como ele, não. James era completamente honesto e a justiça morava em seu coração, no entanto, não poderia nunca se iludir pensando que ele a via como algo além de uma pobre Nask. Seria burrice, com esse pensamento tão enraizado em sua mente ela olhou nos olhos de Jenny e respondeu:— Meus únicos sentimentos pelo Oriedreh são de respeito e admiração.Jenny suspirou.— Mas você contou-lhe... Um segredo que não confiou nem a mim. Isso deve signif
Algumas horas antes.James encarou o Alfa sem acreditar na ordem que ele emitia, aquilo não fazia o menor sentido.— Me julga um tolo que não merece seu respeito?Nate Turner estava sentado em sua cadeira na sua sala de reuniões, ele folheava alguns papéis enquanto James questionava sua ordem, o Alfa não respondeu a sua pergunta e James se aproximou da mesa onde ele revirava papéis, ele lançou um soco na mesa.— Olhe para mim! Como pode me pedir para caçar com ele depois de tudo?Natanel Turner encarou seu filho, olhou para o rosto imaturo e inexperiente e se levantando acertou-o um soco no queixo do qual James até tentou bloquear sem qualquer sucesso, James foi arremessado de encontro um armário repleto de livros, suas costas quebraram as prateleiras e ele caiu no chão com vários livros caindo em cima.Mesmo tendo sido atingido por um golpe tão forte ele se levantou, olhou para o Alfa e cuspiu o sangue me sua boca, com um dente. — Não questione minhas ordens James, eu o quero caçando
Ela abriu os olhos e viu uma serpente cair morta ao lado do corpo de James, Vlad a encarou com desdém.Alice se voltou para James e percebeu que o sangue já não descia tanto, possivelmente já estava se curando, ainda assim ele não abrir os olhos a angustiava, a deixando quase incapaz de respirar direito.Quando ele finalmente abriu os olhos ela respirou aliviada, infelizmente aquilo os distraiu o suficiente para que não percebessem que aquele macho não estava sozinho, os gritos de Jenny vieram tarde demais.Quando olharam em sua direção ela estava sendo levada por outro macho em seu cavalo, Alice se levantou e gritou por ela correndo atrás do cavalo, ela teria continuado correndo se mãos grandes a envolverem em um abraço cruel, a mantendo no lugar.— Solte-me! Não! Solte-me! — gritou para quem quer que fosse.Ela o mordeu e se debateu contra ele até que o macho passou um braço por seu pescoço o apertando.— Não! Fique aqui! Fique aqui!Alice percebeu ser a voz de James, ela ficou vaga
Alice engoliu em seco e viu James se colocar a sua frente imediatamente, ela olhou para o rosto do curandeiro e viu toda a preocupação do macho.Os dois machos começaram a falar rapidamente sobre toda a situação na qual ela se encontrava, Alice viu James deixar claro que não aceitaria revoltas e muito menos o Alfa.James se voltou ela e disse:— Espere aqui. Vou resolver isso.Alice segurou suas mãos antes que ele saísse, James a olhou confuso.— Não faça nada, por favor.O macho meneou a cabeça.Ele a segurou pelos ombros e respondeu:— Não precisa ficar com medo, vou resolver essa situação, apenas fique aqui.Ele a soltou e enquanto caminhava a passos largos para a saída Alice percebeu que James seria um bom líder um dia.O Alfa Turner olhava para os mapas de todo o território de Armeni e se perguntava como um grupo tão grande de machos passou por eles levando tantas fêmeas, ele olhou para as florestas e percebeu que possivelmente devia ter tido ajuda. Havia clãs de lobos envolvidos
— Não faça isso Alice, deixe o Oriedreh resolver essa questão.— Patrick, por favor me solte! O curandeiro segurava a fêmea tentando a todo momento convencê-la que era uma péssima ideia, seguir até a multidão que clamava por sua cabeça, o alvoroço era tanto que era possível eles gritando Nask lá fora.Alice olhou para o rosto do curandeiro e percebeu que ele apenas queria seu bem, porém não desejava mais causar tantos problemas para o Alfa e sua companheira, e definitivamente não desejava que James se envolvesse novamente em problemas por causa dela.No entanto ela não conseguiria passar por Patrick, que estava tão empenhado e deixa-la onde o Oriedreh ordenou.Começou a pensar em um plano alternativo.— Não vou até eles Patrick, preciso ficar no meu quarto, sozinha...Patrick a olhou avaliando sua expressão.— Por favor, eu apenas preciso ficar sozinha em meu quarto...Ele soltou seus braços e suspirou.— Fique sozinha aqui. Estarei lá fora.Ela assentiu e se sentou na cama, as lágrim