Ela se deixou ser levada pelos corredores do castelo Turner.
O alfa Turner passou algumas ordens para o guarda que a segurava, e sem dirigir o olhar para ela nem uma única vez desde que deixaram o quarto de James, ele se foi por um corredor. E sua guarda o seguiu. Quando isso aconteceu, o aperto em seu braço de um do guarda com uma barba espessa e cabelos longos, se intensificou. Ele a arrastou mais rápido pelos corredores, até que chegaram a uma escada larga e escura. Era uma das prisões do castelo, ela soube mesmo sem nunca ter visto. O macho de cabelos longos e loiros e a arrastou para descer as escadas, a empurrando para que descesse mais rápido. Eles caminharam por um corredor escuro e frio, até chegarem em um conjunto de várias celas. Havia algumas tochas nas paredes e o lugar fedia, era frio e úmido. O guarda apertou mais seu braço, e desta vez ela reclamou: — Não precisa me apertar assim, estou caminhando ao seu lado e não resistindo, seu bruto. O macho parou, e ela viu seu lábio superior se contorcer em uma careta. Em seguida ele desferiu um tapa contra seu rosto, e ela teve que se equilibrar para não cair no chão imundo daquela prisão. Alice cuspiu sangue, e o guarda a puxou pelos cabelos dessa vez, e a arrastou até a terceira cela. Ela foi jogada na cela imunda, e trancada. [...] Ela não sabia quanto tempo estava ali, não era possível ver a luz do sol. Mas sabia que era mais de um dia. Ela ficara encolhida naquela cela, pensando se James estaria bem, e Jenny? Ela teria sido punida também? Devia ter fugido quando ouviu os guardas, e ela não podia culpá-la, se não tivesse feito isso, as duas estariam ali. Ela estava morrendo de sede, e se levantou da sua cama maltrapilha e foi até as grades da cela. — Eu preciso de água, por favor, e uma manta mais quente. — pediu ela. O guarda de cabelos longos estava sentado em uma cadeira próximo a saída, ele a encarou. Em seguida, pegou uma jarra com água e caminhou até ela, quando ele se aproximou das grades ela recuou para que ele abrisse a cela. Alice esperou pacientemente o macho girar a chave, então quando a cela estava aberta, ele jogou toda a água sobre ela. — Seu animal, seu macho perverso! Que os deuses castiguem você por suas maldades! — vociferou ela, enquanto estremecia com o frio. Estava molhada até os ossos agora! Obviamente não ficou satisfeito com o que ela disse e avançou. No instante em que o lobo ergue a mão para desferir um tapa contra ela, a fêmea levantou os braços para se proteger. Ela estava de olhos fechados, e apenas ouviu o barulho de algo batendo com toda a força. — Nask? Ela baixou os braços do rosto ao ouvir a voz grave e familiar. Quando Alice abriu os olhos, viu o rosto pálido de James na meia luz daquela cela decrépita. Ela sentiu novamente que o tempo parara de correr, e aquele momento fora congelado. — James? — ela disse. O guarda estava caído no chão desmaiado, e James tinha sangue em sua mão. Ele o havia acertado um soco? O macho estava com roupas escuras e sua expressão era indecifrável para ela. — Mesmo eu sendo fraco para você, eu estou aqui para defendê-la. Suas palavras atingiram o mais profundo de seu coração, porque ela viu nos olhos dele como ele estava machucado. Ela o machucara, desde que retornou sua vida de dores pareceu se entender a ele. Ela sentiu um nó se formar em sua garganta, e não conseguiu conter as lágrimas que se derramaram em seguida. Alice tentou conter suas emoções, mas não conseguiu. Ela começou a chorar alto, até soluçando e James diminuiu a distância entre os dois, quando fez isso, ela se jogou em seus braços. Ele a segurou contra seus braços, a envolvendo em um abraço caloroso e seguro, e não foi apenas o calor que ele transmitia que ela sentiu. Alice sentiu segurança, proteção e lar. Seu lar estava sendo nos braços daquele macho, ao menos naqueles breves momentos. [...] Dias haviam se passado, e James ainda se recuperava agora em seu quarto, com a ajuda do curandeiro. Sua madrinha estava sempre ao seu lado. Alice se sentia terrivelmente culpada por fazê-lo ter que se levantar dias atrás de seu leito, para salvá-la na prisão. O alfa a libertara, e desde que James a tirou da cela, ela o evitou. Por vergonha. Era de dia, e Alice olhou para o pátio do castelo, e viu como os lobos a ignoravam ou a repudiavam. Ela saiu do castelo, e seguiu correndo pela estrada até a sua arvore favorita. Enquanto corria, a fêmea não percebeu quem a via de longe. Alice não sentiu naquele momento o perigo que corria, até ser tarde demais.Olá Avalie para mais capítulos! Obrigada por ler meus amores.
Vlad observou enquanto a fêmea seguia correndo para a estrada, a raiva por ela ter parado a cerimônia o fez desviar o caminho de seu cavalo abandonando alguns de seus parentes que seguiam para a sua propriedade.seguiu a jovem curioso de para onde ela corria tão rápido. Vlad avistou-a entrando na estrada e para não ser percebido deixou seu cavalo preso em uma árvore e continuou a pé se esgueirando pelas árvores, observou-a enquanto corria, seus cabelos negros esvoaçantes ao sol, seu corpo esguio era uma bela visão reconheceu ele. De repente ela parou em frente a árvore que todos chamavam Enah, Vlad caminhou mais alguns passos e se ocultou em outra árvore enquanto observou atentamente a fêmea se ajoelhar diante da árvore e chorar.Alice não conseguia conter as lágrimas, Enah mesmo que não respondesse representada algo para ela, uma espécie de conforto do qual ela sempre precisou. Ela repetiu em sua mente novamente o som das chibatas, aquilo a dilacerava... James na infância de Armen
— Era seu destino. — respondeu ela puxando suas mãos das dele e tentou se levantar quando James puxou suas mãos novamente e a fez ficar onde estava. Ela quase paralisou com aquela ousadia dele, estava machucado e ainda assim havia saltado da cama.Ela tentou puxar suas mãos das deles, James segurou firme e disse:— Sinto muito por partir. O que ele estava fazendo se desculpando por aquilo? James havia cumprido seu destino como Oriedreh, seu pai havia sido presenteado pelo próprio Supremo com a honra de que seu primeiro filho teria um lugar na Alcateia do próximo Supremo, ele era jovem de mais e não tinha nenhum poder para decidir ficar. Ainda assim ele segurava suas mãos agora e a encarava com seus olhos verdes se desculpando. Anos haviam se passado...De repente sua mente foi transportada para o passado...Ela viu ambos ainda apenas duas crianças, Alice olhava para a árvore e suas mãos tremiam, o vento rugia e a lua subia alta no céu, ela acreditou estar sozinha. Deixou que toda a do
James ouviu as palavras da fêmea e foi inegável que aquilo o incomodou. De alguma forma ele queria que Alice ainda não houvesse conhecido nenhum macho daquela forma, o que não fazia nenhum sentido já que ele mesmo estando com John conheceu diversas fêmeas, no entanto, só de imaginar Alice nos braços de um macho ele trincou os dentes. De alguma maneira ele sabia que aquele macho não foi bom para ela, e isso o incomodava como se facas o perfurassem, Alice havia sofrido toda sua vida e pelo menos aquele momento deveria ser com alguém que a amasse, que ficasse no mínimo a tornando sua.James se recusava a olhar para ela como uma fêmea que um macho se deitou e foi embora, sabia em seu coração que Alice queria se cuidada, e ela merecia isso. Ele virou e quando seus olhares se encontraram seu coração se apertou ao ver a vergonha e fragilidade marcada em seu olhar.— Me conte, Alice.Alice respirou fundo e se sentou na cama, seus olhos ardiam com as lágrimas se formando e ela não sabia até qua
Jenny abraçou Alice fortemente, seu coração doeu ao ouvir a história de sua melhor amiga, Jenny já desconfiava haver algo de errado com Alice, seu sorriso sempre tão caloroso já não era mais o mesmo, seu olhar continha uma tristeza profunda da qual ela não sabia explicar, sempre julgou que fosse devido a sua condição de Nask, para os lobos pertencer a um clã era muito importante, aqueles que não se adequavam a isso eram vistos de maneira diferente, os bastardos sofriam ainda mais, a força de um lobo era seu clã, sua alcateia. Era uma realidade cruel e impossível de mudar.— Por que não me contou Alice?Alice ouviu a pergunta de Jenny enquanto mergulhava seu rosto no ombro de sua amiga, a vergonha pelo, o que havia feito no passado a consumindo pouco a pouco, seu coração estava com uma mancha desonrosa. Todo o seu corpo estremeceu ao se lembrar tão nitidamente de como havia se entregado... Como poderia ter sido tão ingênua ao ponto de acreditar que um Alfa a desejaria como companheira?
Alice soltou imediatamente as mãos de Jenny, ficou paralisada com a pergunta repentina. Não imaginou que Jenny perguntaria aquilo, e sinceramente não havia pensado sobre a resposta, no entanto, não poderia negar que existiam sentimentos em relação ao Oriedreh que fez parte de sua infância e o fato dele ser o único macho que confiava aumentava esses sentimentos, porém se imaginar tendo alguma chance com ele ou se permitindo apaixonar era um erro que nunca mais cometeria. Já havia aprendido sua lição com Ahmet, não que ela acreditasse que James era como ele, não. James era completamente honesto e a justiça morava em seu coração, no entanto, não poderia nunca se iludir pensando que ele a via como algo além de uma pobre Nask. Seria burrice, com esse pensamento tão enraizado em sua mente ela olhou nos olhos de Jenny e respondeu:— Meus únicos sentimentos pelo Oriedreh são de respeito e admiração.Jenny suspirou.— Mas você contou-lhe... Um segredo que não confiou nem a mim. Isso deve signif
Algumas horas antes.James encarou o Alfa sem acreditar na ordem que ele emitia, aquilo não fazia o menor sentido.— Me julga um tolo que não merece seu respeito?Nate Turner estava sentado em sua cadeira na sua sala de reuniões, ele folheava alguns papéis enquanto James questionava sua ordem, o Alfa não respondeu a sua pergunta e James se aproximou da mesa onde ele revirava papéis, ele lançou um soco na mesa.— Olhe para mim! Como pode me pedir para caçar com ele depois de tudo?Natanel Turner encarou seu filho, olhou para o rosto imaturo e inexperiente e se levantando acertou-o um soco no queixo do qual James até tentou bloquear sem qualquer sucesso, James foi arremessado de encontro um armário repleto de livros, suas costas quebraram as prateleiras e ele caiu no chão com vários livros caindo em cima.Mesmo tendo sido atingido por um golpe tão forte ele se levantou, olhou para o Alfa e cuspiu o sangue me sua boca, com um dente. — Não questione minhas ordens James, eu o quero caçando
Ela abriu os olhos e viu uma serpente cair morta ao lado do corpo de James, Vlad a encarou com desdém.Alice se voltou para James e percebeu que o sangue já não descia tanto, possivelmente já estava se curando, ainda assim ele não abrir os olhos a angustiava, a deixando quase incapaz de respirar direito.Quando ele finalmente abriu os olhos ela respirou aliviada, infelizmente aquilo os distraiu o suficiente para que não percebessem que aquele macho não estava sozinho, os gritos de Jenny vieram tarde demais.Quando olharam em sua direção ela estava sendo levada por outro macho em seu cavalo, Alice se levantou e gritou por ela correndo atrás do cavalo, ela teria continuado correndo se mãos grandes a envolverem em um abraço cruel, a mantendo no lugar.— Solte-me! Não! Solte-me! — gritou para quem quer que fosse.Ela o mordeu e se debateu contra ele até que o macho passou um braço por seu pescoço o apertando.— Não! Fique aqui! Fique aqui!Alice percebeu ser a voz de James, ela ficou vaga
Alice engoliu em seco e viu James se colocar a sua frente imediatamente, ela olhou para o rosto do curandeiro e viu toda a preocupação do macho.Os dois machos começaram a falar rapidamente sobre toda a situação na qual ela se encontrava, Alice viu James deixar claro que não aceitaria revoltas e muito menos o Alfa.James se voltou ela e disse:— Espere aqui. Vou resolver isso.Alice segurou suas mãos antes que ele saísse, James a olhou confuso.— Não faça nada, por favor.O macho meneou a cabeça.Ele a segurou pelos ombros e respondeu:— Não precisa ficar com medo, vou resolver essa situação, apenas fique aqui.Ele a soltou e enquanto caminhava a passos largos para a saída Alice percebeu que James seria um bom líder um dia.O Alfa Turner olhava para os mapas de todo o território de Armeni e se perguntava como um grupo tão grande de machos passou por eles levando tantas fêmeas, ele olhou para as florestas e percebeu que possivelmente devia ter tido ajuda. Havia clãs de lobos envolvidos