Capítulo 7

Ela se deixou ser levada pelos corredores do castelo Turner. 

O alfa Turner passou algumas ordens para o guarda que a segurava, e sem dirigir o olhar para ela nem uma única vez desde que deixaram o quarto de James, ele se foi por um corredor. E sua guarda o seguiu. 

Quando isso aconteceu, o aperto em seu braço de um do guarda com uma barba espessa e cabelos longos, se intensificou. 

Ele a arrastou mais rápido pelos corredores, até que chegaram a uma escada larga e escura. 

Era uma das prisões do castelo, ela soube mesmo sem nunca ter visto. 

O macho de cabelos longos e loiros e a arrastou para descer as escadas, a empurrando para que descesse mais rápido. 

Eles caminharam por um corredor escuro e frio, até chegarem em um conjunto de várias celas. Havia algumas tochas nas paredes e o lugar fedia, era frio e úmido.  

O guarda apertou mais seu braço, e desta vez ela reclamou: 

— Não precisa me apertar assim, estou caminhando ao seu lado e não resistindo, seu bruto. 

O macho parou, e ela viu seu lábio superior se contorcer em uma careta. 

Em seguida ele desferiu um tapa contra seu rosto, e ela teve que se equilibrar para não cair no chão imundo daquela prisão. 

Alice cuspiu sangue, e o guarda a puxou pelos cabelos dessa vez, e a arrastou até a terceira cela. 

Ela foi jogada na cela imunda, e trancada. 

 

[...] 

Ela não sabia quanto tempo estava ali, não era possível ver a luz do sol. 

Mas sabia que era mais de um dia. 

Ela ficara encolhida naquela cela, pensando se James estaria bem, e Jenny? Ela teria sido punida também? 

Devia ter fugido quando ouviu os guardas, e ela não podia culpá-la, se não tivesse feito isso, as duas estariam ali. 

Ela estava morrendo de sede, e se levantou da sua cama maltrapilha e foi até as grades da cela. 

— Eu preciso de água, por favor, e uma manta mais quente. — pediu ela. 

O guarda de cabelos longos estava sentado em uma cadeira próximo a saída, ele a encarou. 

Em seguida, pegou uma jarra com água e caminhou até ela, quando ele se aproximou das grades ela recuou para que ele abrisse a cela. 

Alice esperou pacientemente o macho girar a chave, então quando a cela estava aberta, ele jogou toda a água sobre ela. 

— Seu animal, seu macho perverso! Que os deuses castiguem você por suas maldades! — vociferou ela, enquanto estremecia com o frio. 

Estava molhada até os ossos agora! 

Obviamente não ficou satisfeito com o que ela disse e avançou. 

No instante em que o lobo ergue a mão para desferir um tapa contra ela, a fêmea levantou os braços para se proteger. 

Ela estava de olhos fechados, e apenas ouviu o barulho de algo batendo com toda a força. 

— Nask?  

Ela baixou os braços do rosto ao ouvir a voz grave e familiar. 

Quando Alice abriu os olhos, viu o rosto pálido de James na meia luz daquela cela decrépita. 

Ela sentiu novamente que o tempo parara de correr, e aquele momento fora congelado. 

— James? — ela disse. 

O guarda estava caído no chão desmaiado, e James tinha sangue em sua mão. 

Ele o havia acertado um soco? 

O macho estava com roupas escuras e sua expressão era indecifrável para ela. 

— Mesmo eu sendo fraco para você, eu estou aqui para defendê-la. 

Suas palavras atingiram o mais profundo de seu coração, porque ela viu nos olhos dele como ele estava machucado. Ela o machucara, desde que retornou sua vida de dores pareceu se entender a ele. 

Ela sentiu um nó se formar em sua garganta, e não conseguiu conter as lágrimas que se derramaram em seguida. 

Alice tentou conter suas emoções, mas não conseguiu. 

Ela começou a chorar alto, até soluçando e James diminuiu a distância entre os dois, quando fez isso, ela se jogou em seus braços. 

Ele a segurou contra seus braços, a envolvendo em um abraço caloroso e seguro, e não foi apenas o calor que ele transmitia que ela sentiu. 

Alice sentiu segurança, proteção e lar. 

Seu lar estava sendo nos braços daquele macho, ao menos naqueles breves momentos. 

 

[...] 

Dias haviam se passado, e James ainda se recuperava agora em seu quarto, com a ajuda do curandeiro. Sua madrinha estava sempre ao seu lado. 

Alice se sentia terrivelmente culpada por fazê-lo ter que se levantar dias atrás de seu leito, para salvá-la na prisão. O alfa a libertara, e desde que James a tirou da cela, ela o evitou. 

Por vergonha. 

Era de dia, e Alice olhou para o pátio do castelo, e viu como os lobos a ignoravam ou a repudiavam. 

Ela saiu do castelo, e seguiu correndo pela estrada até a sua arvore favorita. 

Enquanto corria, a fêmea não percebeu quem a via de longe. 

Alice não sentiu naquele momento o perigo que corria, até ser tarde demais.

J.P Andrade

Olá Avalie para mais capítulos! Obrigada por ler meus amores.

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