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Suas palavras fizeram um silencio sepulcral recair sobre o casebre decrépito. A tensão era palpável, e cortava como uma lâmina de prata. O macho de olhos verdes olhou para John, que fez um sinal sutil para que ele recuasse. Ele o fez, e lentamente James se virou para ela. Ainda amarrada na cama, ela viu chocada como sua expressão era transtornada, ele não se parecia em nada com o James que conhecera. O macho parecia estar sendo ferido de modo mortal, e ela se pegou pensando que talvez estivesse. James a amava, e ela estava dizendo a ele que queria estar com outro. E mesmo suas palavras ferindo o seu coração, ela continuou: — Eu desejo estar com ele. Volte para o seu pai, e seu destino como alfa um dia. Não me prenda aqui com a desculpa de que quer proteger a minha vida, não se humilhe mais. Isso apenas me causa asco de você. Ela nunca foi tão cruel em toda sua vida. Cada palavra sua ao sair de sua boca deixava um gosto amargo em sua garganta, e em seu coração. E
As horas se passaram rápido demais, enquanto a fêmea não conseguia dormir esperando o amanhecer para partir. John e Henry haviam adormecido cada em um canto do casebre, usando algumas mantas para forrar o chão duro. Ela permaneceu deitada, e as palavras que disse a James se repetiam em sua mente. Alice se sentou na cama e pensou para onde ele deveria ter ido. “Para bem longe de você, certamente” uma voz cruel disse em sua mente. Alice se levantou não conseguindo mais dormir, a fêmea se dirigiu para a porta e a abriu com todo o cuidado que conseguiu. Não queria acordar os outros. A loba estava com uma manta coberta nos ombros e sentia a brisa gélida que antecedia o amanhecer. Ela olhou para o céu que começava a perder seu tom escuro, se iniciando com algumas cores mais claras. A fêmea suspirou, e olhou para a floresta a frente e o ponto onde James desaparecera. Ele sabia que ela não ficaria ali, que partiria. E mesmo ela sabendo que não merecia, queria vê-lo mais uma vez antes
O lobo olhou para a rota que seus lobos seguiriam para ir até Garden. Ahmet Coltrane estava de volta ao seu forte, e olhava para o mapa de Garden, vendo todos os fortes e bases que perdera, todas as vilas tomadas e seus vigias massacrados. Ele sentiu um sentimento venenoso e quente o preencher e empurrou tudo que estava na mesa ao chão. O copo de vinho e os bonecos de madeira que simbolizavam as peças do mapa caíram fazendo um barulho. Seu lobo mais fiel, Gaard estava perto da janela. O macho de pele acobreada e cabelos escuros ondulados se virou para o seu líder, e disse: — Logo partiremos senhor, e recuperaremos tudo que nos foi tomado. A cabeça de Ahmet explodia, sua mente era um turbilhão de pensamentos, e todos envolviam sangue e morte. Ele recebia notícias dos avanços dos lobos de Harrison, e toda vez que pensava isso, se lembrava de Alice. Seu coração começou a bater mais forte, e ele se sentiu tonto de repente. O suor descia por sua testa, enquanto ele se se
O vento gélido batia forte em seu rosto, e suas mãos mesmo assim suavam e tremiam. Mas não era medo que a lobo sentia, e sim expectativa. O lobo nem conseguia respirar direito, enquanto se esgueirava para fora da propriedade Villin, e mergulhava na escuridão do bosque. O lobo caminhou sobre a proteção da escuridão da noite, e sentiu um enorme alívio quando ao chegar no final da trilha viu a silhueta do homem que o aguardava. Nimério se aproximou da figura envolta das sombras e perguntou: —Você é o receptador? O homem assentiu, mas não revelou o seu rosto. Nimério sabia que o que estava fazendo era muito arriscado, e caso fosse descoberto, ele e toda a sua família morreria. Mas precisavam partir, não podiam ficar mais sobre o julgo do clã Villin. O homem puxou do bolso um embrulho de cor marrom, e o abriu na frente do macho. O brilho do colar que roubou cintilou mesmo tendo pouca luz, e rapidamente o receptador o pegou. — Isso é suficiente para comprar as espadas que precisa? —
Sam congelou ao ver a o enorme corpo de Axel parado na porta. Sua postura era ainda mais intimidadora do que a de Vlad, que quando ouviu sua voz, afrouxou o aperto em seu pescoço de imediato. Ela sentiu ainda mais calafrios quando ele transformou aquela agressão em um leve toque, enquanto se virava para o irmão, e em tom de malicia respondeu: — Apenas vim dizer a Sam, que pode ficar com a caixinha. — Ele voltou seu olhar para ela, e acrescentou como uma carícia — Para que se lembre de mim. Axel se moveu tão rápido que Sam não conseguiu nem piscar, em um momento ele estava parado há vários metros deles, e no outro ele puxava Vlad de perto dela pelo ombro, o jogando para trás. Vlad infelizmente conseguiu se equilibrar, e não caiu. Sam viu Axel se colocar a sua frente de modo protetor, a visão que ela tinha dele era de suas costas largas e seus ombros. — Não vim aqui para brigar, Axel. Pergunte a Sam porque estou aqui. Vamos, pergunte. — Insistiu Vlad. O coração da loba quase saiu
Natalie observou a loba juntar os pães e a ajudou a colocar as sopas nas tigelas. Um vento gélido atravessou a enorme cozinha da casa Geller, e quando ele levantou o aroma do ensopado, ela se sentiu imediatamente enjoada e sua visão ficou turva. A loba Lucia percebeu imediatamente o seu estado e disse: — Sente-se perto do fogo, vai se sentir melhor. Natalie viu o olhar compassivo na fêmea, e só por causa disso não se sentiu terrivelmente constrangida. Ela com certeza já sabia de seu estado, mas era discreta demais para perguntar. A loba se sentiu grata por isso e assentiu para Lucia. Natalie saiu da enorme cozinha da casa Geller, e seguiu direto pelo corredor que levava a sala de estar, para a lareira. Natalie agradeceu a sala estar vazia, sem sinal de todos aqueles machos da alcateia Harrison barulhentos. A fêmea rapidamente se sentou no sofá e respirou fundo. Ela ouvia o crepitar da lareira, sentia o aroma da sopa ainda vindo da cozinha, e o som do vento batendo contra o te
O lobo passou as horas seguintes tentando não pensar no que acabara de descobrir, enquanto ouvia a explicação de Asher sobre todos os territórios ocupados. Todos os lobos estavam eufóricos, fazia algumas horas que um mensageiro trouxera uma mensagem da espiã no castelo Turner. — Eles pretendem marchar pela floresta Darf em direção sul, seu objetivo é chegar em Nal, aqui eles podem montar o seu acampamento, atrás dele estará o mar, e a sua frente uma densa floresta onde eles podem usar como um coberto sobre eles. Antes disso, o forte Estor. Seguindo por essa estrada de Darf, eles podem transportar um exército sem chamar muita atenção, tendo a sua frente diversos caminhos para seguir, com diversos fortes ao redor ainda. Se eles chegarem em Nal, atacar seu acampamento será quase impossível. Eles teriam como proteção o forte Estor a sua frente, a floresta de Nal como uma cobertura. E poderiam simplesmente se espalhar ao redor das vilas, concentrando suas forças, e diminuindo as nossas.
Ela olhou naqueles intensos olhos azuis, naquele momento ela percebeu que odiava o que ele havia feito. Todas as suas mentiras, e como a manteve acreditando que era um deles, contudo, não foi exatamente assim que foi tratada? Como um deles. Sim, ele havia mentido para ela, assim como fizeram a sua vida toda no castelo Turner. Mas Asher havia falado a verdade desde o início sobre sua origem e seus pais, algo que ela sempre sentiu que faltava em sua vida. A verdade. Alice suspirou, enquanto sentia o calor as mãos dele. — Eu odeio as mentiras que você contou. — disse ela olhando em seus olhos, viu como a expressão de Asher se escureceu, se tornando aflita e acrescentou — mas sei porque fez isso. E acredito que me ama, ou não teriam arriscado tanto para me tirar do castelo Turner. Asher assentiu, enquanto seu olhar estava firme em Alice. Lentamente Alice se aproximou mais dele, e permiti que os braços dele a envolvam ternamente. Ambos permanecem daquele jeito por longos minut