— O que foi? — Daniel, vendo sua expressão franzida, perguntou nervoso.— Parece único, vamos provar.Beatriz sorriu, pegou o bolo da geladeira e experimentou um pedaço. Era mediano, a massa estava um pouco densa, um pouco difícil de engolir.Honestamente... Não era muito bom.Mas notando o olhar expectante de Daniel, ela pensou, será que ele que fez?— Está delicioso, nunca comi um bolo de morango tão bom.A preocupação nos olhos de Daniel se dissipou, e ele também sorriu: — Que bom que gostou.— Experimenta também.Ela levou um pedaço até ele com sua colher, e Daniel não hesitou em comer.Ele não era exigente com comida, tampouco um grande fã de doces, então não conseguia distinguir muito bem.Achou bastante saboroso.Eles terminaram o bolo juntos, um pedaço de cada vez.— Se gostou, farei mais vezes.— Gosto, sim, mas doces não podem ser consumidos frequentemente, que tal uma vez por semana?Daniel concordou com a cabeça.Depois, ele recebeu uma ligação e teve que ir ao escritório
— Lucas já foi embora? Eu tinha preparado café.— Ele veio pegar um documento.Daniel sentia coceiras por todo o corpo, querendo se arranhar, mas se conteve enquanto Beatriz estava presente.Sua força de vontade era admirável, e isso não era nada para ele.Beatriz abriu a boca, querendo perguntar, mas se conteve.Cada um tem seu orgulho peculiar, não há necessidade de apontar isso. Ela seria mais cuidadosa da próxima vez e nunca mais o faria comer creme de leite.— Então, continue ocupado, estou saindo.Por alguma razão, Beatriz sentiu um aperto no coração.Ela se conteve, saiu rapidamente e só voltou ao seu quarto para chorar.Quanto mais ela entendia a teimosia de Daniel, mais ela percebia que ele era um ser humano real, não tão invulnerável quanto parecia, capaz de se machucar e de ficar triste, mas ele tinha aprendido a esconder isso muito bem.Daniel, dolorosamente tocante.Ela secou as lágrimas e ligou para Lucas, querendo saber mais sobre Daniel.O que ele gostava, o que ele não
Ao ouvir isso, Beatriz se encheu de um sentimento agridoce e comovente.Ela imediatamente mandou trazer suas coisas.O escritório era amplo, espaçoso o suficiente para ambos.Beatriz, como se fosse um pincel, adicionou cor a esta tela monocromática que era a vida de Daniel, com árvores verdes, nuvens brancas, flores vibrantes...Pouco a pouco, ela completava o quadro da vida dele.— Continue com seu trabalho, vou me aninhar aqui e ler um pouco.Ela se recostou em sua cadeira, folheando uma revista de moda.Mas não demorou muito para que o sono a vencesse, e ela adormecesse profundamente.Daniel a observava com ainda mais ousadia.Ele mal podia acreditar que isso era real, a resposta proativa de Beatriz o enchia de alegria, como uma criança.Ele se aproximou sem conseguir se controlar, sentou-se ao lado dela em silêncio, observando-a.O sol brilhava sobre ela, um pouco forte demais, fazendo-a franzir a testa.Rapidamente, ele fechou as cortinas, escurecendo o ambiente.Daniel, sem contr
Uma mulher nas mãos de sequestradores, qual será o seu destino? Beatriz Rocha estava vivenciando esse pesadelo. Aquele grupo queria transformá-la em uma prostituta.Ela estava vendada e com a boca selada por fita adesiva, amarrada em um canto como um animal. Seu corpo estava coberto de cicatrizes, sem um pedaço de pele intacto. A corda que a prendia era curta, tinha menos de um metro. Se ela se movesse um pouco mais para a frente, a corda apertaria seu pescoço. Várias vezes, Beatriz lutou inutilmente, ficando sem ar, o rosto roxo, a voz sufocada.Ela não podia escapar...Do lado de fora, ela ouvia os sequestradores xingando furiosamente. Eles tentaram violentá-la, mas ela reagiu mordendo a garganta de um deles. Se tivesse um pouco mais de força, teria quebrado sua traqueia, matando-o.Por isso, Beatriz foi brutalmente espancada e amarrada ali. Drogada, sua resistência foi reduzida a quase nada.De repente, lá fora, algo aconteceu. O barco em que estavam colidiu violentamente, e ela cai
Aquele era um clube que Afonso frequentava, onde ele costumava beber com os amigos.A razão dizia para Beatriz não acreditar nas palavras do chefe dos sequestradores, que tudo era mentira. Mas seu corpo, fora de controle, queria verificar. Ela esteve ao lado de Afonso por três anos e sabia o número da sala privativa que ele frequentava. Foi diretamente para lá.— Afonso perdeu, o que vai ser, verdade ou desafio?— Verdade.— Então, quem é a mulher que você mais ama no seu coração?— Isso ainda é uma pergunta? Claro que é Débora.Beatriz estava do lado de fora, ficando cada vez mais pálida. Suas pernas ficaram pesadas como chumbo, e suas mãos pairaram no ar, incapazes de bater na porta por um longo tempo. Depois, parece que eles começaram outra rodada do jogo. Desta vez, Débora foi quem perdeu.— Cunhada perdeu, então, você escolhe verdade ou desafio?— Desafio.A voz da mulher era suave como água.— Então beije um dos homens aqui por três minutos.— Ah, não brinque assim.Débora estava
Daniel estendeu a mão, com dedos bem definidos e a palma larga. Ao ouvir a voz dele, Beatriz ficou paralisada no lugar, incapaz de se mover.Nesse momento, o delinquente, embriagado, correu em direção a eles. — Você é cego? Não vê que estou aqui? Acredita se eu disser que vou te bater...Daniel não disse nada. Apenas passou o guarda-chuva para ela e chutou o delinquente.Ele pegou o celular e fez uma ligação, e a polícia local chegou imediatamente.— Este homem estava assediando uma mulher. Provavelmente é um criminoso habitual. Levem-no para a detenção para um aviso.— Claro, claro, vamos cuidar disso.Os policiais foram muito educados e levaram o homem embora.Nesse meio tempo, Beatriz deveria ter corrido, mas suas pernas não obedeciam, e ela permaneceu paralisada. — Posso te levar para casa?— Quem é você, afinal? — Ela perguntou, tremendo.— Sou um ex-colega de escola do Afonso. Éramos bastante próximos. Agora, estou aposentado, sem emprego fixo.— Você era policial antes?Daniel
Daniel estava ao telefone e não a notou.— Certo, vou fazer compras com você no fim de semana.— Estou dirigindo agora, não posso falar ao telefone...— Sim, sim, tudo do seu jeito.Daniel tinha uma imagem muito rígida, falava de maneira direta e cheia de vigor. Mas, naquele momento, ele falava de maneira gentil e até sorria, o que suavizava a aura intimidadora que emanava. Ele provavelmente estava falando com uma garota de quem gostava, e como alguém que respeitava muito a lei após se aposentar, não falava ao telefone enquanto dirigia.Beatriz sentiu como se tivesse encontrado um salvador e começou a bater freneticamente na janela do carro.Daniel franziu a testa e abaixou o vidro.— Hm? — Um leve tom de dúvida. — Vou desligar agora, algo surgiu. Na próxima vez, você decide o castigo.Pareceu que ele acalmou a outra pessoa antes de finalmente desligar.Daniel apenas olhou para ela de dentro do carro, sem abrir a porta.— Algum problema?— Você poderia me levar a um hotel? Não é fácil
Beatriz ficou aterrorizada e imediatamente chamou socorro médico. A pessoa que estava bem e almoçando agora estava sendo levada às pressas para a UTI.A casa de repouso ligou freneticamente para a família. Beatriz esperava ansiosamente do lado de fora do quarto. Após mais de uma hora, alguém chegou apressadamente.— Policial Dias?— O que você está fazendo aqui? — Daniel franziu a testa.Ana apressou-se em explicar: — Ela é uma voluntária em nossa casa de repouso, e Avô Fernando gosta muito dela. Nos últimos dias, o Velho Senhor tem se queixado de falta de ar e acorda frequentemente durante a noite. Não esperávamos que isso acontecesse tão rápido...Daniel nem teve tempo de conversar com Beatriz, preocupado em saber sobre o estado de seu avô.Foi então que ela soube o nome completo do avô - Fernando Dias.Mais tarde, o avô foi levado às pressas para a sala de cirurgia. Após quatro horas, foi trazido de volta, esperando que o efeito da anestesia passasse e ele acordasse, o que só acont