— Você está pensando demais, eu nem pensei em juntar vocês dois.— Não, não pensou? — Afonso, ao ouvir isso, sentiu sua dignidade abalada.— Você acha que é tão desejado assim? Se eu tivesse uma filha, e ela quisesse se casar com você, eu quebraria as pernas dela! O que eu quero dizer é que o Daniel virá com a Bia, e eu não me importo com o passado de vocês, só não quero confusão aqui.— Daniel? Eles estão divorciados, por que ele viria? Isso é um jantar de família, ele não tem o que fazer aqui! — A expressão do Afonso mudou.— Só porque estão divorciados, não podem vir juntos? — a avó retrucou.— Claro, se estão divorciados, não têm mais nada a ver um com o outro, ele está se agarrando ao quê, afinal de contas?Ao ouvir isso, a avó ficou com o rosto fechado, questionando-o: — Então você sabe que, uma vez divorciado, não deve interferir, mas e você e a Bia? Já terminaram, você tem uma esposa, e mesmo assim fica perseguindo a Bia? Não pense que por eu não estar no país, eu não sei de
A empregada tinha visto de longe e não podia ter certeza, mas já que Débora perguntou, ela sentiu-se obrigada a responder.Ao ouvir isso, Débora sentiu o sangue ferver de raiva.Ela sabia, ele não queria que ela viesse, e ainda convidou Beatriz para um encontro privado.Aquela velha senhora simplesmente não gostava dela, sabendo que ela estava se recuperando de um aborto e não podia compartilhar a cama com Afonso, queria aproveitar a oportunidade para posicionar Beatriz.Se não, por que ela voltaria justo quando ela estava indisposta?Conspiração, tudo conspiração!Débora caminhou furiosamente na direção que a empregada havia indicado, e Adriana Nunes foi informada da sua chegada. Ao ouvir que Débora estava vindo, a velha senhora franziu a testa.— Para onde ela foi?— Ela foi para a lavanderia.— Me ajude a ir até lá, deixe todos aqui se divertindo, não precisam vir.Afinal, este não era um evento da família Silva, mas da família do seu esposo. Ela não queria que um escândalo com Débo
Num instante, os convidados do saguão se aproximaram.— Débora, você enlouqueceu?— Sou eu que enlouqueei, ou é você que abusa demais, estando eu neste estado, e você ainda me trai por aí, sua consciência foi comida por cachorro?Afonso estava visivelmente desconfortável, e a avó ficou tão irritada que quase passou mal.— Eu não estou traindo, uma das empregadas molhou minha roupa, e ela a trouxe para secar, logo estaria pronta. Débora, você poderia parar com essa confusão sem sentido?— Você agora nem se dá ao trabalho de inventar uma mentira decente? Eu digo a vocês, a mulher com quem Afonso tem um caso se chama Beatriz, eles já tiveram um relacionamento por três anos, e mesmo depois de casado comigo, continuaram se encontrando. A culpa não é de Afonso, mas sim dessa descarada da Beatriz, que manipula com habilidade, mantendo Daniel do Grupo Dias por um fio, enquanto flerta com Afonso. Essa mulher sem vergonha deveria ser repudiada por todos...Débora ainda amaldiçoava quando, de rep
— Você não disse que estava disposto a tê-la ao meu lado? Não disse que, com ela e o Daniel se divorciando, agora era a minha oportunidade de fazê-la minha amante?— Débora, faz quanto tempo que disse essas palavras? Já esqueceu?— Se você realmente se importasse, poderia ter sido honesto comigo, eu cuidaria dos seus sentimentos. Em vez de ser tão falso, mostrando uma coisa por fora e mantendo outra por dentro!— Admito, eu tinha desejos impróprios pela Beatriz, ela me fez sentir uma frustração como nunca antes. Para mim, era mais uma questão de orgulho masculino, uma competição secreta com o Daniel. Talvez eu realmente não sentisse tanto por ela, você que sempre foi o meu verdadeiro amor. Mas com essa sua atitude, só faz com que eu fique mais preso à Beatriz e o meu amor por você vá se desgastando pouco a pouco.— Um dia, a obsessão por não tê-la vai consumir todo o amor que tenho por você!Ao ouvir isso, a cor drenou do rosto de Débora.— Não, Afonso, nós lutamos tanto para ficar jun
Uma mulher nas mãos de sequestradores, qual será o seu destino? Beatriz Rocha estava vivenciando esse pesadelo. Aquele grupo queria transformá-la em uma prostituta.Ela estava vendada e com a boca selada por fita adesiva, amarrada em um canto como um animal. Seu corpo estava coberto de cicatrizes, sem um pedaço de pele intacto. A corda que a prendia era curta, tinha menos de um metro. Se ela se movesse um pouco mais para a frente, a corda apertaria seu pescoço. Várias vezes, Beatriz lutou inutilmente, ficando sem ar, o rosto roxo, a voz sufocada.Ela não podia escapar...Do lado de fora, ela ouvia os sequestradores xingando furiosamente. Eles tentaram violentá-la, mas ela reagiu mordendo a garganta de um deles. Se tivesse um pouco mais de força, teria quebrado sua traqueia, matando-o.Por isso, Beatriz foi brutalmente espancada e amarrada ali. Drogada, sua resistência foi reduzida a quase nada.De repente, lá fora, algo aconteceu. O barco em que estavam colidiu violentamente, e ela cai
Aquele era um clube que Afonso frequentava, onde ele costumava beber com os amigos.A razão dizia para Beatriz não acreditar nas palavras do chefe dos sequestradores, que tudo era mentira. Mas seu corpo, fora de controle, queria verificar. Ela esteve ao lado de Afonso por três anos e sabia o número da sala privativa que ele frequentava. Foi diretamente para lá.— Afonso perdeu, o que vai ser, verdade ou desafio?— Verdade.— Então, quem é a mulher que você mais ama no seu coração?— Isso ainda é uma pergunta? Claro que é Débora.Beatriz estava do lado de fora, ficando cada vez mais pálida. Suas pernas ficaram pesadas como chumbo, e suas mãos pairaram no ar, incapazes de bater na porta por um longo tempo. Depois, parece que eles começaram outra rodada do jogo. Desta vez, Débora foi quem perdeu.— Cunhada perdeu, então, você escolhe verdade ou desafio?— Desafio.A voz da mulher era suave como água.— Então beije um dos homens aqui por três minutos.— Ah, não brinque assim.Débora estava
Daniel estendeu a mão, com dedos bem definidos e a palma larga. Ao ouvir a voz dele, Beatriz ficou paralisada no lugar, incapaz de se mover.Nesse momento, o delinquente, embriagado, correu em direção a eles. — Você é cego? Não vê que estou aqui? Acredita se eu disser que vou te bater...Daniel não disse nada. Apenas passou o guarda-chuva para ela e chutou o delinquente.Ele pegou o celular e fez uma ligação, e a polícia local chegou imediatamente.— Este homem estava assediando uma mulher. Provavelmente é um criminoso habitual. Levem-no para a detenção para um aviso.— Claro, claro, vamos cuidar disso.Os policiais foram muito educados e levaram o homem embora.Nesse meio tempo, Beatriz deveria ter corrido, mas suas pernas não obedeciam, e ela permaneceu paralisada. — Posso te levar para casa?— Quem é você, afinal? — Ela perguntou, tremendo.— Sou um ex-colega de escola do Afonso. Éramos bastante próximos. Agora, estou aposentado, sem emprego fixo.— Você era policial antes?Daniel
Daniel estava ao telefone e não a notou.— Certo, vou fazer compras com você no fim de semana.— Estou dirigindo agora, não posso falar ao telefone...— Sim, sim, tudo do seu jeito.Daniel tinha uma imagem muito rígida, falava de maneira direta e cheia de vigor. Mas, naquele momento, ele falava de maneira gentil e até sorria, o que suavizava a aura intimidadora que emanava. Ele provavelmente estava falando com uma garota de quem gostava, e como alguém que respeitava muito a lei após se aposentar, não falava ao telefone enquanto dirigia.Beatriz sentiu como se tivesse encontrado um salvador e começou a bater freneticamente na janela do carro.Daniel franziu a testa e abaixou o vidro.— Hm? — Um leve tom de dúvida. — Vou desligar agora, algo surgiu. Na próxima vez, você decide o castigo.Pareceu que ele acalmou a outra pessoa antes de finalmente desligar.Daniel apenas olhou para ela de dentro do carro, sem abrir a porta.— Algum problema?— Você poderia me levar a um hotel? Não é fácil